Sondagem diária mostra AD com vantagem recorde sobre o PS

  • ECO
  • 5 Maio 2025

Intenções de voto na coligação formada pelo PSD e o CDS-PP distam quase nove pontos percentuais do PS. Queda da IL afasta cenário de maioria parlamentar desejada por Luís Montenegro.

A diferença entre as duas principais forças políticas nunca foi tão grande. O terceiro dia da sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN mostra a Aliança Democrática (35,6%) a alargar a vantagem sobre o PS para 8,7 pontos percentuais, face à queda das intenções de voto nos socialistas para 26,9%, afastando-se, assim, do cenário de empate técnico (tendo em conta que a margem de erro é de 3,51%).

No entanto, ainda não torna possível a maioria parlamentar desejada por Luís Montenegro através de um acordo com os liberais, visto que a Iniciativa Liberal (IL) cai para 6,6%. Os restantes partidos não apresentam alterações significativas: Chega (16,2%), Livre (3,9%), CDU (3,1%), BE (2,1%) e PAN (0,9%).

Nesta terceira sondagem diária, a amostra foi novamente de 800 inquéritos, mas as 200 entrevistas recolhidas a 29 de abril foram substituídas por outras 200 recolhidas no dia 3 de maio. Um movimento que se repetirá até às vésperas da ida às urnas e ajudará a interpretar o rumo da campanha eleitoral, que arrancou neste domingo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ações de Luís Filipe Vieira no Benfica vão a leilão

  • ECO
  • 5 Maio 2025

O Novobanco, que arrestou os títulos detidos pelo ex-presidente do Benfica em novembro de 2021, mandatou a JB Capital, uma casa de investimento espanhola, para realizar a operação.

As ações que Luís Filipe Vieira detinha no Sport Lisboa e Benfica, representativas de 3,28% do capital da SAD encarnada, vão ser vendidas em leilão nos próximos dias, avança o Jornal de Negócios (acesso pago) esta segunda-feira.

O Novobanco, que arrestou os títulos detidos pelo ex-presidente do Benfica em novembro de 2021, mandatou a JB Capital, uma casa de investimento espanhola, para realizar a operação, na qual o próprio clube encarnado deverá participar. O arresto do total de 753.615 ações detidas por Vieira resulta de uma providência cautelar paralela a uma ação executiva na qual o Novobanco reclamava o pagamento de 7,5 milhões de euros de um financiamento feito à Promovalor. Como a dívida não foi saldada, o banco acionou as livranças pessoais dadas por Luís Filipe Vieira, entre as quais se incluía a participação na SAD encarnada.

O próprio Benfica, segundo o Negócios, deverá participar no leilão. Na sexta-feira as ações da SAD do Benfica estavam a ser negociadas a 3,7 euros, o que significa que o bloco de ações que era do ex-presidente pode valer cerca de 2,8 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros: Perguntas Frequentes (FAQ)

  • Conteúdo Patrocinado
  • 5 Maio 2025

Estão abertas as inscrições para o Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros. Descubra quem pode candidatar-se, como funciona o processo e o que está em jogo.

O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros está de regresso para reconhecer o mérito, a inovação e o impacto das boas práticas locais em todo o país. Este galardão distingue projetos que fazem a diferença na vida das comunidades, valorizando o trabalho das autarquias nas mais diversas áreas — da educação à sustentabilidade, da cultura à saúde.

Com dezenas de categorias disponíveis e um júri independente, o processo de candidatura é simples e digital. Reunimos, neste artigo, as respostas às dúvidas mais frequentes para que nada fique por esclarecer.

Quando decorrem as inscrições?

As candidaturas estão abertas até dia 20 de junho. Recomenda-se que as autarquias não deixem para os últimos dias, para garantir tempo suficiente para reunir toda a documentação necessária.

Quem pode concorrer?

Todas as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia de Portugal, incluindo regiões autónomas.

Quantas categorias existem?

O prémio tem dezenas de categorias, organizadas por áreas temáticas, como:

  • Saúde e Bem-Estar
  • Educação
  • Cultura e Património
  • Sustentabilidade
  • Mobilidade
  • Inovação e Transição Digital
  • Turismo, entre outras.

A lista completa pode ser consultada no regulamento oficial.

Quantos projetos posso inscrever?

Cada autarquia pode inscrever vários projetos, desde que cada um se enquadre de forma clara nas respetivas categorias.

Como faço a candidatura?

O processo é simples e 100% digital:

  • Aceder ao site oficial do prémio
  • Verificar os critérios de participação
  • Preparar a candidatura. Veja aqui como.
  • Depois de reunir toda a documentação, envie para [email protected]

A candidatura tem custos?

Sim. Existe um valor de inscrição por projeto/categoria. Os valores e condições estão disponíveis no regulamento.

Porém, todas as semanas, há categorias com 35% de desconto na inscrição.

Como são avaliados os projetos?

O júri é composto por profissionais independentes com experiência em administração pública, inovação, comunicação e impacto social. Os critérios vão desde a relevância do projeto, ao impacto na comunidade, entre outros.

O que recebem os projetos vencedores?

  • Prémio (objeto físico) e selo distintivo (que irá ser disponibilizado online para o efeito)
  • Destaque editorial no ECO e em plataformas associadas
  • Reconhecimento nacional como exemplo de boas práticas
  • Visibilidade mediática e institucional

Posso enviar vídeos, imagens ou outros materiais?

Sim! Embora não seja obrigatório, o envio de materiais complementares (fotografias, vídeos, relatórios, etc.) é altamente recomendado para ilustrar melhor o projeto e o seu impacto.

Tenho dúvidas. Como posso contactar a organização?

Pode enviar um e-mail para: [email protected]. A equipa do prémio está disponível para prestar apoio durante todo o período de candidaturas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Luís Filipe Vieira, sondagem e Saúde

  • ECO
  • 5 Maio 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Novobanco mandatou a JB Capital para leiloar as ações que Luís Filipe Vieira detém na SAD do Benfica. A sondagem diária da Pitagórica mostra a Aliança Democrática a alargar a vantagem sobre o Partido Socialista, mas uma queda da Iniciativa Liberal impede a maioria parlamentar desejada por Luís Montenegro. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Ações de Luís Filipe Vieira no Benfica vão a leilão

As ações que Luís Filipe Vieira detinha no Sport Lisboa e Benfica, representativas de 3,28% do capital da SAD encarnada, vão ser vendidas em leilão nos próximos dias. O Novobanco, que arrestou os títulos detidos pelo ex-presidente do Benfica em novembro de 2021, mandatou a JB Capital, uma casa de investimento espanhola, para realizar a operação, na qual o próprio clube encarnado deverá participar. O arresto do total de 753.615 ações detidas por Vieira resulta de uma providência cautelar paralela a uma ação executiva na qual o Novobanco reclamava o pagamento de 7,5 milhões de euros de um financiamento feito à Promovalor. Como a dívida não foi saldada, o banco acionou as livranças pessoais dadas por Luís Filipe Vieira, entre as quais se incluía a participação na SAD encarnada.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Vantagem da AD sobre o PS bate recorde: são agora mais 9 pontos

Ao terceiro dia da sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN, o fosso entre as duas principais forças políticas nunca foi tão grande: a Aliança Democrática (35,6%) alarga a vantagem sobre o PS para nove pontos, com a queda das intenções de voto nos socialistas para 26,9%. No entanto, ainda não torna possível a maioria parlamentar desejada por Luís Montenegro com a ajuda dos liberais, visto que a Iniciativa Liberal cai para 6,6%. Os restantes partidos não apresentam alterações significativas: Chega (16,2%), Livre (3,9%), CDU (3,1%), BE (2,1%) e PAN (0,9%).

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

“Acordos pontuais na saúde são desejáveis e possíveis. Um pacto é uma quimera”

O antigo diretor-geral da Saúde Constantino Sakellarides defende que acordos pontuais na saúde entre o PS e a Aliança Democrática (AD) “são possíveis e desejáveis”, mas um pacto de regime nesta área não passa de uma “quimera” devido às “divergências” entre ambos os partidos que sobressaem há 50 anos. Isto porque, enquanto o PSD “tende a favorecer soluções que têm uma forte componente privada”, os socialistas tendem “a favorecer soluções que envolvem o Serviço Nacional de Saúde (SNS) por si”, aponta o médico e professor catedrático, que considera ainda que faltam “programas estáveis com os devidos ajustamentos”. “Quando os partidos não vivem dos programas estáveis, mas das ideias do governante do momento, é evidente que pactuar é mais difícil”, atira.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Seis em cada dez partos nos privados são cesarianas. No SNS, também piorou

Seis em cada dez partos realizados nos hospitais privados são feitos com recurso a cesarianas, um valor que é cerca do dobro das realizadas nos hospitais públicos. Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que cerca de 81,5% dos partos realizados nos hospitais privados em 2023 implicaram uma cesariana ou o recurso a instrumentos de apoio como fórceps e ventosas (partos distócicos), sendo que nesse ano os hospitais privados atingiram um número recorde de 15.485 partos, o que equivale a 18,8% do total nacional. Isto significa que 9.881 desses partos foram por cesariana, ou seja, a percentagem de cesarianas realizadas nos hospitais privados ascende a 63% do total de partos. Nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), esse valor baixa para os 32%.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Grupo de trabalho com PJ e AIMA recomenda retornos mais rápidos de imigrantes

A decisão de notificar cerca de 18 mil imigrantes para deixarem o país em 20 dias não só está prevista na atual legislação portuguesa, como está alinhada com as recomendações de um grupo de trabalho que visa adaptar a legislação às regras do Plano de Ação para as Migrações da União Europeia (UE), que apresentou um conjunto de propostas para acelerar os retornos. Estes processos seguirão a atual Lei dos Estrangeiros e os imigrantes poderão recorrer da decisão, de acordo com a legislação do Código de Processo Administrativo (CPA), mas o Governo de Luís Montenegro quer tornar o procedimento mais rápido, através da eliminação de etapas e do estabelecimento de prazos de recursos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cristina Amaro: “O amor é um critério essencial na gestão”

  • ECO
  • 5 Maio 2025

Transparência radical e o amor como critério de gestão foram alguns dos temas abordados no 28º episódio do podcast E Se Corre Bem?, que contou com Cristina Amaro como convidada.

Cristina Amaro, presidente executiva da The Empower Brands House e autora do livro Chief Love Officer, é a convidada do mais recente episódio do E Se Corre Bem?. Uma conversa sobre gestão, comunicação, intuição e amor no trabalho, que nos explica como foi a sua transformação de jornalista para CEO e os desafios que enfrentou pelo caminho. “Quando tens na tua vida um projeto que precisa que o jornalismo e a gestão se afastem para que continue sustentável, faz sentido virar-se CEO, pelo menos para mim”, explica.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

O Imagens de Marca começou como uma ideia num papel em branco e cresceu até se tornar uma referência. “Sempre fomos muito rigorosos na escolha das histórias. Apesar de a linha ser ténue entre o que é promoção e informação, sempre respeitámos as diferenças entre um território e outro.”

"Havia muitas noites em que eu dormia uma, duas horas. O meu estado de alerta com a saúde da minha mãe e com a empresa passou a ser permanente”

Cristina Amaro, presidente executiva da The Empower Brands House

No percurso, vieram desafios inesperados, como a criação da própria empresa. “Eu só sabia contar histórias. Eu não era produtora, não sabia ser gestora. Mas não havia outra forma.” Apesar disso, o medo nunca foi um entrave. “Acho que a forma como tu lidas com o medo é que te define como pessoa. Para mim, a coragem não é não ter medo. É ir para a frente apesar do medo”, explica.

O burnout em 2018 foi um ponto de viragem. “Havia muitas noites em que eu dormia uma, duas horas. O meu estado de alerta com a saúde da minha mãe e com a empresa passou a ser permanente”, conta. Durante este processo, Cristina Amaro refere que teve apoio incondicional da sua equipa e que, a partir daquele momento, ganharam uma empresa nova.

Para a própria, a comunicação transparente é uma ferramenta muito importante dentro das empresas. Apesar de ter sido aconselhada a não partilhar com ninguém o que estava a passar, Cristina Amaro fez exatamente o oposto. “Eu acho que também devo partilhar uma fragilidade que pode acontecer a qualquer pessoa”, explica.

Para Cristina Amaro, o amor é um critério essencial na gestão e a felicidade dos colaboradores é fundamental. “Se eu não sou feliz no meu local de trabalho, o que é que estou a fazer à minha vida?”, questiona.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dez anos de comercialização conjunta de direitos televisivos na LALIGA

  • Servimedia
  • 5 Maio 2025

Este ano completa-se uma década desde que o Real Decreto-Lei 5/2015 pôs fim à venda individual de direitos audiovisuais no futebol e estabeleceu a sua comercialização conjunta gerida pela LALIGA.

Promovida pelo G-30 e aprovada no Congresso pelo Secretário de Estado Miguel Cardenal, esta alteração trouxe estabilidade jurídica, saneou as contas da maioria dos clubes e transformou a competição num produto global e competitivo.

Antes da regra, cada clube vendia os seus direitos separadamente, o que gerava desigualdades extremas – o último podia cobrar até 13 vezes menos do que o primeiro – e incerteza, uma vez que os jogos podiam ser disputados simultaneamente por vários operadores. No final dos anos 90, nasceu o G-30, sob o lema “um clube, um voto”, com a ambição de emular o modelo da Premier League. Graças ao reforço tático do Real Madrid e do FC Barcelona (G-35), reuniu o apoio necessário para que o decreto fosse aprovado a 30 de abril de 2015.

O decreto concedeu à LALIGA o direito exclusivo de exploração audiovisual nacional e internacional em ciclos de três anos e estabeleceu um limite máximo de 3,5-1 entre o clube mais bem pago e o mais mal pago. Para manter o equilíbrio, introduziu um controlo económico pioneiro que permite sancionar qualquer parceiro que ultrapasse os limites de custos com pessoal ou não cumpra as suas obrigações fiscais e sociais. Além disso, uma parte das receitas destina-se a apoiar a despromoção, o desporto feminino e outras modalidades olímpicas, criando um sistema de solidariedade.

As receitas agregadas dos direitos televisivos aumentaram de 600 milhões de euros em 2014-15 (excluindo Madrid e Barça) para 2 mil milhões de euros em 2023-24. Atualmente, o clube com menos receitas ultrapassa os 40 milhões de euros, em comparação com os 7 milhões de euros de há dez anos, e a dívida conjunta ao Tesouro e à Segurança Social, que atingiu mais de 700 milhões de euros, está praticamente extinta.

Depois de deduzidos os custos de produção e de comercialização, as receitas são distribuídas em 90% para os clubes da Primeira Divisão e 10% para os da Segunda Divisão. Na primeira divisão, 50% são divididos igualmente entre todas as equipas, 25% estão ligados ao mérito desportivo das últimas cinco épocas e os restantes 25% são atribuídos a critérios de implementação social, tendo em conta as receitas de bilheteira, as audiências televisivas e a participação em projetos sociais. Entretanto, na segunda divisão, 70% são divididos em partes iguais, 15% são atribuídos em função dos resultados da época mais recente e os 15% dedicados à implantação social são distribuídos de forma a que dois terços estejam ligados às audiências e um terço às receitas de bilheteira.

SANEAMENTO DAS CONTAS

Entre as épocas 2014-15 e 2023-24, as receitas televisivas cresceram 117,9%, passando de 844 milhões de euros para quase 1,84 mil milhões de euros, mesmo durante a pandemia. Hoje, as receitas dos direitos televisivos representam mais de 50% do financiamento dos clubes e, em alguns casos, até 80%. Este modelo não só nivelou a concorrência, como também reforçou a sustentabilidade do futebol espanhol.

A LALIGA e os clubes alertam para a necessidade de proteger esta conquista. Com vozes a favor do regresso às vendas individuais, o objetivo comum é baixar o diferencial de 3,5-1 para os 2-1 da Premier. Por isso, a associação patronal apela à defesa quotidiana do sistema que profissionalizou os estádios espanhóis, impulsionou a “marca Espanha” e nivelou os clubes mais modestos com os maiores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa IOF II renova e coloca no mercado o Marina 206, um edifício de escritórios em Barcelona com os mais elevados padrões de sustentabilidade

  • Servimedia
  • 5 Maio 2025

A empresa de investimento norte-americana IOF II está a finalizar a renovação completa do edifício de escritórios Marina 206, no bairro de Eixample, em Barcelona.

O edifício de classe A foi renovado de acordo com os critérios de certificação LEED Platinum e WELL Platinum, tornando-se o primeiro edifício de escritórios da cidade a obter ambas as certificações após uma renovação completa que custou 8,4 milhões de euros.

O Marina 206 tem 6.433 m2 de área útil com espaços abertos, diáfanos e flexíveis, bem como vários terraços privados e comuns, vestiários e estacionamento para veículos – incluindo veículos elétricos – e bicicletas. Estes escritórios de última geração, concebidos de forma sustentável, renovados com base numa estratégia de reutilização adaptativa, garantem os mais elevados padrões de eficiência energética e de bem-estar.

O edifício está a ser comercializado exclusivamente pela BNP Paribas Real Estate, uma empresa de consultoria, em regime de arrendamento, e oferece várias opções de adaptação em função das necessidades específicas de cada projeto. O imóvel foi adquirido pelo IOF II em 2016 e a sua remodelação redefine o interior e o exterior.

“Marina 206 não é apenas um espaço de trabalho, mas uma declaração de princípios para as empresas que querem projetar inovação e sustentabilidade a partir do coração de uma metrópole global como Barcelona. A sua localização estratégica, a poucos passos do distrito tecnológico 22@, torna-o um enclave ideal para empresas que apostam em ambientes modernos, eficientes e alinhados com os padrões mais exigentes”, destaca Andrea Naumann, Diretor Europeu do IOF II na Europa.

Na mesma linha, Anna Güell, Diretora da Agência de Escritórios de Barcelona do BNP Paribas Real Estate, sublinha que “a expectativa que o projeto irá gerar levará certamente a que empresas de prestígio dos mais diversos setores manifestem o seu interesse em instalar-se naquele que será um dos edifícios de escritórios mais emblemáticos de Barcelona. Estamos convencidos de que este novo edifício, pela sua singularidade e características, atrairá muitas empresas que se queiram instalar em Barcelona”.

SUSTENTABILIDADE

O Marina 206 terá a certificação LEED Platinum, um reconhecimento mundial em construção sustentável que avalia o consumo de energia, o uso da água, os materiais e a qualidade do ar, e WELL Platinum, que garante os mais altos padrões para o bem-estar dos funcionários e a otimização dos ambientes de trabalho. Terá também a certificação WiredScore, que reconhece o nível de conectividade digital do espaço.

A conceção do edifício dá prioridade à entrada de luz natural em mais de 80% das áreas de trabalho, através de grandes janelas. O edifício dispõe de uma receção com controlo de acessos, salas de reunião e polivalentes, uma cafetaria totalmente equipada, um lounge e um terraço comum, que funciona como ponto de encontro.

Dispõe igualmente de dois terraços privados com vista para um jardim público que reforçam o seu conceito de bem-estar e de ligação com o ambiente. O imóvel dispõe ainda de 56 lugares de estacionamento subterrâneo para veículos motorizados, bem como de carregadores de carros elétricos e espaço para scooters e bicicletas.

Em termos energéticos, o edifício dispõe de uma UPS (Uninterruptible Power Supply) para pequenos cortes de energia e de um gerador que é ativado em caso de corte de energia de longa duração, o que permite alimentar todo o edifício em caso de corte ou apagão. A capacidade do gerador permite-lhe funcionar em pleno durante cerca de cinco dias.

Situado entre a Avenida Diagonal e a Gran Vía de les Corts Catalanes, o Marina 206 tem uma localização estratégica, no centro da cidade e com excelentes ligações ao bairro 22@ e a outros centros de negócios da cidade. A renovação do edifício insere-se num contexto em que as empresas dão cada vez mais prioridade à eficiência operacional e ao bem-estar dos seus colaboradores na escolha dos espaços de trabalho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prosegur Cash aumenta o seu lucro em 35% para 24 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025

  • Servimedia
  • 5 Maio 2025

A Prosegur Cash registou um resultado líquido de 24 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 35,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

As vendas da empresa atingiram 516 milhões de euros, com um crescimento de 9,7%, impulsionado por um sólido aumento orgânico de 13,3%.
O resultado operacional, EBITA, foi de 61 milhões de euros, com um aumento de 20,9% em relação ao ano anterior, representando 11,8% das vendas em termos relativos, o que implica uma melhoria da margem de 110 pontos base em relação ao ano anterior.

Em termos de geração de caixa, a Prosegur Cash alcançou um Free Cash Flow de 5 milhões de euros, depois de financiar o seu crescimento e continuar os seus investimentos em CAPEX. Para além disso, a empresa reduziu a sua dívida em 13 milhões de euros em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 892 milhões de euros.

A empresa refere em comunicado que um dos principais motores do trimestre foram os Produtos de Transformação, que incluem soluções como o Cash Today (digitalização do dinheiro) e o negócio de Forex. Estas linhas registaram um crescimento de 14,1%, com uma penetração de 33% das vendas, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

RESULTADOS POR REGIÃO

Por geografia, a América Latina representou 61% do volume de negócios total, com vendas de 314 milhões de euros, ajustadas pelo efeito cambial, o aumento foi de 5,8%. Nesta região, os Produtos de Transformação registaram um crescimento de 12,7%, atingindo 111 milhões de euros e representando 35,4% do total. Destaca-se a entrada em funcionamento da Joint Venture com a Euronet para o lançamento da atividade de ATM no Peru e na República Dominicana.

Na Europa, o Grupo gerou 30% das receitas, com 156 milhões de euros, embora a região tenha sido afetada por itens não recorrentes e pelo calendário. Ainda assim, os Produtos de Transformação registaram um crescimento de 5,1%, com uma penetração de 30,9% das vendas, atingindo 48 milhões de euros.

Por fim, a região Ásia-Pacífico representou 9% das vendas totais, com 47 milhões de euros, um crescimento de 152,4% em relação ao primeiro trimestre de 2024, impulsionado pela integração das operações na Índia, consolidadas desde abril do ano passado. Neste mercado, os Produtos de Transformação registaram um aumento de 132,8% para 11 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de maio

  • ECO
  • 5 Maio 2025

Ao longo desta segunda-feira, 5 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Capital de risco Admar lança-se na gestão de investimento imobiliário para chegar aos 400 milhões em cinco anos

Sociedade liderada por Pedro de Almeida, que tentou comprar a Herdade da Comporta, o seu filho Lourenço de Almeida e João Cota Dias alterou a licença junto da CMVM para ter duas áreas de negócio.

A gestora de fundos de capital de risco portuguesa Admar SCR, do empresário Pedro Carvalho de Almeida, lançou uma nova área de negócio ligada ao investimento imobiliário de forma a atingir 400 milhões de euros sob gestão nos próximos cinco anos.

Após lançar quatro fundos de capital de risco – dois dos quais levantados e investidos (em período de gestão corrente) com 25 a 28 participadas – a Admar pretende entrar no mercado do investimento em imóveis. Para tal, vai aumentar a equipa de análise e gestão imobiliária em, pelo menos, cinco pessoas até ao final de 2025.

Alterámos agora a nossa licença junto da CMVM e passámos de ser uma sociedade gestora de fundos de capital de risco para uma sociedade gestora de fundos e sociedades de capital de risco e fundos e sociedades de investimento imobiliário. Vamos agora começar essa área de negócio e ficar com duas diferentes”, diz ao ECO o administrador João Cota Dias.

Neste contexto de mudança interna, a Admar está também a preparar o lançamento de vários fundos e sociedades de investimento imobiliário, embora o principal foco esteja na comercialização do fundo de hotelaria e saúde. Porquê? “São duas áreas em que já temos alguma experiência, vemos grande potencial aqui em Portugal para investir e são onde podemos criar valor para os nossos investidores através do conhecimento local de negócios”, defende João Cota Dias.

João Cota Dias

 

Em causa está o fundo H2 Health & Hospitality FCR, direcionado a particulares com poupanças e vontade de fazer investimento, “empresas com alguma tesouraria” e family offices. Para crescer e chegar aos grandes investidores institucionais é necessário atingir um volume superior, o que o gestor antevê que ocorra daqui a quatro ou cinco anos.

“O fundo para investir na hotelaria e saúde é aquele em que estamos mais ativos. Começámos a levantar capital para esse em abril. Já temos cerca de cinco/seis investidores – e outros em pipeline – e dois ou três milhões de euros [de 70 milhões de euros] comprometidos. Cada fundo tem a sua estratégia de investimento diferenciada, que é definida no regulamento de gestão e na abordagem aos investidores, porque eles têm de perceber em que áreas vamos investir”, assinala.

A estratégia do grupo de gestores de investimento é ‘pegar’ em negócios de nicho na área do turismo, como hotéis boutique ou serviços de bem-estar e desporto outdoor. “Não estamos a fazer investimentos de raiz ou a competir com os grandes fundos a comprar hotéis já consolidados ou super bem geridos. Interessam-nos atividades que tenham uma boa performance e que os seus promotores ou gestores tenham ambição de crescer e, para isso, precisem de um investidor financeiro”, esclarece João Cota Dias.

No setor da saúde, estão atentos às clínicas de especialidade de oftalmologia, ortopedia, cardiologia ou saúde mental, cujo negócio é repartido e se encontram espalhadas por todo o país com uma gestão menos profissionalizada. A ideia é expandir ao ponto de ser transacionável e deixar de depender de um ou dois médicos, por exemplo.

Achamos é que existem algumas especialidades que podem ser complementares aos grandes hospitais e que têm potencial de crescimento. Acreditamos que faz sentido fazer uma consolidação de clínicas para terem mais unidades e ganharem dimensão”, afirma, acrescentando que existem especialidades médicas que não estão tão ligadas aos seguros de saúde e também podem ter rentabilidade.

Do petróleo ao capital de risco, atravessando os terrenos da Comporta

A Admar SCR foi criada em 2020 por Pedro de Almeida, fundador da empresa de trading de petróleo e navegação Ardma, que em 2017 tentou – sem sucesso – adquirir a Herdade da Comporta e, poucos anos antes, havia financiado a antiga cadeia de restaurantes Prego Gourmet e entrado na estrutura acionista do jornal online Observador.

Na administração da sociedade estão, além de Pedro Carvalho de Almeida, o seu filho Lourenço Carvalho de Almeida e João Cota Dias, que falou ao ECO sobre os novos projetos da empresa, que tem atualmente 12 pessoas.
“Começámos a trabalhar em 2011 na gestão de um family office da família de Pedro Almeida e estivemos durante uns dez anos a fazer investimentos através de uma sociedade com capital próprio da família. Entretanto, oportunidades de coinvestimento apareceram e decidimos criar a Admar há cinco anos”, recorda.

Na lista de investimentos correntes encontram-se edifícios como o RCC Alvalade, Moinho das Antas (Oeiras) ou o Tróia Eco-Resort na área do imobiliário e hotelaria, a Kuikila Investments para investimento em energia em Moçambique, a Sidefarma e Primum Medicina Estética ligadas à saúde e outros, como o Conserveira do Sul e o futuro Surf Park em Óbidos.

Entre as vendas (exits) dos últimos anos estão o Hospital dos Açores, o condomínio Splendid Beloura ou a Grow Energy, após outros como a sede da WPP ou o Mercado de Campo de Ourique, ambos em Lisboa. “Quase todos os nossos projetos estão em gestão de desenvolvimento, portanto nos próximos dois-três anos teremos muitas saídas (exits) assim que criarmos o valor suficiente para o retorno que esperamos”, projeta João Cota Dias, deixando um pedido de estabilidade política para o próximo Governo.

Questionado sobre se a Admar ainda vive com a sombra da falhada aquisição da Herdade da Comporta, que foi a rampa de lançamento desta empresa, João Cota Dias assegura: “Longe vão esses tempos”. “Foi um processo longo, organizado com a banca de investimento e advogados e o Ministério Público a acompanhar, mas por razões diversas não foi libertado o arresto das unidades de participação do fundo que íamos comprar. Gastámos bastante tempo e dinheiro, mas criaram-se oportunidades e criámos um portefólio diversificado”, garante o administrador da Admar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carvão já mal entra no mix energético. É poluidor, mais caro e não ajuda nos apagões

O apagão não teria sido mais suave caso existissem centrais a carvão ativas em Portugal. Mas um sistema elétrico, sendo assente em renováveis, tem de ser reforçado.

Caso Portugal dispusesse de centrais geradoras de eletricidade a partir do carvão, estas não teriam sido úteis para uma recuperação mais rápida da situação de apagão, concordam os especialistas. A ministra do Ambiente e Energia afasta a hipótese de regressar a esta tecnologia poluente, embora reconheça que é preciso reforçar o sistema de forma a manter as renováveis como fonte dominante.

EPA/CLEMENS BILANEPA/CLEMENS BILAN

No momento do apagão, o carvão estava a contribuir com menos de 1% – 0,7% – para a eletricidade que alimenta os dois países, de acordo com o site da Red Eléctrica (a operadora da rede de transporte espanhola). As centrais a carvão que Espanha tem ativas estavam quase todas desligadas. A geração a carvão, instantes antes do colapso, registava 229 MW. Além disso, após o apagão, as centrais a carvão nunca foram chamadas a contribuir para a geração, permanecendo desligadas o resto do dia.

Neste sentido, se Portugal ainda tivesse em funcionamento as centrais a carvão do Pego e de Sines, “o mais certo é que estas estivessem desligadas na hora do apagão“, afirma António Vidigal, consultor da área de Energia e ex-CEO da EDP Inovação. Para serem reativadas, seriam necessárias horas, pelo que “não teriam ajudado nada” no que diz respeito ao colapso, indica o mesmo.

Não se percebe em que medida é que a existência e operação das centrais a carvão à hora que ocorreu o apagão pudesse evitar o apagão, na medida em que elas não estariam a funcionar“, corrobora o consultor de Energia e ex-secretário de Estado João Galamba.

"Não se percebe em que medida é que a existência e operação das centrais a carvão à hora que ocorreu o apagão pudesse evitar o apagão, na medida em que elas não estariam a funcionar.”

João Galamba

Consultor de Energia e ex-secretário de Estado da Energia

A Selectra concede que as centrais a carvão “poderiam ter contribuído para estabilizar o sistema” num primeiro momento, mas ressalva que como a sua reativação não é imediata, “não são ideais para recuperação rápida“.

Os pouco mais de 200 megawatts que as centrais a carvão estavam a injetar na rede no momento do colapso, comparam com 17.657 MW de energia solar fotovoltaica e 982 MW das centrais de ciclo combinado.

O “jogo de forças” mudou bastante após o apagão: nada de carvão, apenas cerca de 7.800 MW de solar (que foi decrescendo até ficar abaixo de 1000 MW, já depois da meia noite). Por outro lado, as centrais a gás de ciclo combinado foram reforçando a sua presença no mix desde os 326 MW, nas primeiras horas do apagão, até mais de 8000 MW ao final do dia. A energia nuclear, que até ao sistema ir abaixo contribuía com cerca de 3000 MW, também não voltou a injetar nesse dia.

Os pouco mais de 200 megawatts que as centrais a carvão estavam a injetar na rede no momento do colapso, comparam com 17.657 MW de energia solar fotovoltaica e 982 MW das centrais a gás de ciclo combinado.

Eletricidade a carvão perde pelo preço

A razão para as centrais a carvão serem pouco solicitadas é o preço desta eletricidade, muito acima do de fonte renovável. De acordo com a Aleasoft Energy Forecasting, uma empresa espanhola que analisa os mercados de energia, “o custo de gerar eletricidade com carvão é significativamente superior ao de gerá-la com energias renováveis, especialmente em mercados com grande penetração de vento e solar“.

No dia do apagão, continua a Aleasoft, o preço grossista da eletricidade (ou seja, o preço a que os produtores a vendem em mercado) estava nos 18,50 euros por megawatt-hora, “dada a abundante geração eólica e solar”. Contudo, gerar eletricidade a partir do carvão no mesmo diapoderia custar mais de 100 euros por megawatt-hora“, dado o preço da matéria-prima, que se situa entre os 90 e os 100 euros por tonelada, e ao qual se soma o custo das licenças de emissão de dióxido de carbono (CO2), que também é pago por estas centrais, e que ronda os 60 a 70 euros por tonelada de CO2.

"O custo de gerar eletricidade com carvão é significativamente superior ao de gerá-la com energias renováveis, especialmente em mercados com grande penetração de vento e solar.”

Aleasoft Energy Forecasting

Conforme partilhado por fonte do setor, o preço definido esta sexta-feira para a eletricidade gerada através do carvão em Espanha, para o dia seguinte, ronda os 95 euros por MWh. O valor difere, contudo, consoante o rendimento da unidade de produção — uma central mais antiga pede provavelmente um preço mais elevado que uma mais moderna, mais eficiente. Os 95 euros por MWh correspondem a uma central padrão, com 30% de eficiência. Este preço significa que caso existam ofertas acima de 95 euros a central a carvão lucra, enquanto abaixo deste valor teria prejuízo.

De acordo com a mesma fonte do setor, há cerca de duas semanas, o carvão chegou mesmo a marcar os 200 euros por MWh. Preços estes que contrastam com o cenário antes da guerra na Ucrânia, quando os preços rondavam os 60 euros por MWh.

Aposta mantém-se na energia renovável. Há formas de colmatar falhas

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, confrontada sobre se as centrais a carvão que fecharam em Portugal em 2021 – Sines e Pego – teriam sido úteis no contexto do apagão, reconheceu que poderiam ter sido desligadas de “forma mais progressiva”.

A mesma defende que “temos de olhar para o futuro e o que vamos fazer é manter as renováveis, os ciclos combinados [a gás] e as [centrais] hídricas”, ao mesmo tempo que se aumenta a armazenagem e se torna a rede “mais moderna e digitalizada”. As seis centrais a gás natural de que o país dispõe “são muito importantes para o sistema” e “são para continuar”, assegura.

Temos de olhar para o futuro e o que vamos fazer é manter as renováveis, os ciclos combinados [a gás] e as [centrais] hídricas.

Maria da Graça Carvalho

Ministra do Ambiente e Energia

No que diz respeito às centrais a carvão, é perentória: “São altamente poluidoras e estão desmanteladas. Não é possível [voltar atrás], não faz sentido, já não existem”, rematou.

Sobre se o mix energético atual e a elevada penetração de renováveis deixa o sistema mais suscetível a este tipo de eventos, António Vidigal responde que “tem de ser gerido e há formas de o gerir”, através de novas tecnologias. Por exemplo os inversores, dispositivos que controlam a potência que é injetada na rede, podem atuar no sentido de contrariarem grandes oscilações, como aquela que ditou o apagão.

Imagem espelhada das chaminés da Central a carvão do Pêgo, onde população e funcionários do Pego vivem divididos, entre sentimentos de perda e o otimismo, um ano após da desativação da central, em Abrantes, a 23 de novembro de 2022. A central produziu energia elétrica a partir de queima de carvão pela última vez em 19 de novembro de 2021 e encerrou no dia 30 do mesmo mês. PAULO CUNHA/LUSAPAULO CUNHA/LUSA

Na ótica da Selectra, “mais do que regressar ao carvão, a discussão deve centrar-se em como garantir estabilidade com tecnologias limpas e sustentáveis”.

João Galamba reitera que o problema não é a aposta em renováveis e o encerramento de centrais a carvão, ou a não aposta adicional no nuclear. São antes “exigências decorrentes de sistemas elétricos crescentemente complexos, que implicam adaptação e modernização dos procedimentos, das tecnologias utilizadas para garantir a operação estável e segura do sistema”.

Em termos de energias não intermitentes que pudessem ajudar a evitar um apagão, António Vidigal aponta ainda outra hipótese: centrais a gás, mas não as de ciclo combinado, que existem de momento tanto em Portugal como em Espanha. E sugere as chamadas de ciclo aberto ou simples, “que arrancam em cinco minutos”. O rendimento destas centrais é inferior ao das de ciclo combinado, o que justifica que não existam de momento na Península. Contudo, para situações de alarme como esta, podem ser uma “alternativa a estudar”, afirma.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Barómetro ACEGE: Empresários querem descida de IRC e IVA zero

Quando questionados se as eleições de 18 de maio vão trazer estabilidade ao país, 41,12% dizem sim, mas 36,45% dizem não. Além disso, há 22,43% que não sabem ou não responderam.

Com a campanha eleitoral oficialmente na estrada, os empresários aplaudem as duas medidas fiscais mais emblemáticas da AD e do PS e estão divididos sobre a possibilidade de as eleições trazerem estabilidade ao país. De acordo com o último Barómetro ACEGE, 85% consideram a decida do IRC uma medida obrigatória na próxima legislatura e 55% concordam com o regresso do IVA zero de forma permanente num cabaz de bens alimentares a definir pelo futuro Governo.

Luís Montenegro chegou ao poder há um ano com a promessa de reduzir o imposto sobre as empresas para 15% à razão de dois pontos percentuais por ano. Mas sem maioria absoluta, para conseguir a viabilização do Orçamento do Estado para 2025 junto da bancada socialista, a descida este ano foi de apenas um ponto percentual. No novo programa eleitoral a medida é retomada, mas mais comedida: a promessa é uma decida de um ponto percentual por ano do IRC até 17%, no final da legislatura, embora as PME possam beneficiar de uma taxa de 15%.

O custo da medida varia entre 200 e 250 milhões de euros por ano e, se as condições económicas o permitirem, o objetivo inicial de baixar para 15% poderá ser retomado. Pouco provável será a eliminação da progressividade das derramas estaduais e das derramas municipais. “Diria que é muito difícil nos próximos anos”, admitiu o ministro das Finanças. Joaquim Miranda Sarmento, em entrevista ao ECO, isto apesar de a medida estar inscrita no programa eleitoral.

Mas os associados da ACEGE, a larga maioria (55,14%) também defende o IVA zero de Pedro Nuno Santos. A medida foi aplicada temporariamente ao cabaz alimentar definido pelo Governo de António Costa para fazer face à elevada inflação, e segundo o novo secretário-geral do PS “teve sucesso e reduziu preços”, apesar das dúvidas manifestadas na altura, “até pelo Banco de Portugal”. Agora a meta é tornar a medida permanente. “É muito importante que nós, com a margem orçamental que o Estado tem disponível, façamos o que está ao nosso alcance para baixar o custo de vida das nossas famílias”, disse Pedro Nuno Santos.

 

De acordo com o Conselho das Finanças Públicas os défices públicos vão regressar a partir de 2026 devido ao aumento da despesa permanente gerado com as medidas do Orçamento do Estado para 2025 e em resultado das negociações salariais do Governo com várias carreiras da Função Pública. Um cenário que ganha ainda mais tração com o abrandamento das exportações na sequência da guerra comercial e do abrandamento das economias da zona euro, mas também dos Estados Unidos.

No entanto, apesar deste pano de fundo, os empresários da ACEGE acreditam que Portugal vai conseguir manter saldos positivos nos próximos anos, ainda que os excedentes sejam limitados. A maioria (51,4%) acredita na manutenção de excedentes, mas 30,84% aposta que as contas públicas vão regressar a terreno negativo.

 

Quando questionados se as eleições de 18 de maio vão trazer estabilidade ao país, 41,12% dizem sim, mas 36,45% dizem não. Além disso, há 22,43% que não sabem ou não responderam. Uma percentagem bastante elevada e que repete aquilo que têm sido os números de indecisos apontadas pelas sondagens nacionais.

 

Apesar de no último barómetro a larga maioria antecipar um impacto negativo na economia da realização de eleições antecipadas — as terceiras no espaço de três anos — há uma ligeira melhoria relativamente à avaliação que fazem do futuro: 59,81% diz estar moderadamente otimista face ao futuro, contra 42,31% do barómetro anterior.

 

Contudo, os empresários estão mais otimistas em relação às suas empresas. Quase 63% dizem estar moderadamente otimistas e apenas cerca de 10% dizem estar moderadamente ou francamente pessimistas, uma ligeira melhoria face ao último barómetro (60,58% e 10,58%, respetivamente).

 

A maior parte dos inquiridos garante que a guerra tarifária ainda não teve impacto nas suas empresas (54,21%) contra 12,15% que diz abertamente que sim. Acrescem mais 21,5% que dizem “sim, mas ao nível do planeamento”. A esmagadora maioria (70,09%) confia na via negocial da Comissão

Europeia para resolver a guerra tarifária.

 

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto entre os dias 28 de abril e 2 de maio, tendo respondido 107 pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.