Avião cai no interior do estado brasileiro de São Paulo

  • Lusa e ECO
  • 9 Agosto 2024

A aeronave , com 61 pessoas a bordo, despenhou-se às 17:25, em Lisboa, no município brasileiro de Vinhedo, no Estado de São Paulo. Lula da Silva confirmou que não havia sobreviventes.

Um avião caiu esta sexta-feira no interior do estado brasileiro de São Paulo. Na informação inicial, o presidente Lula da Silva confirmou que não havia sobreviventes entre os 58 passageiros e quatro tripulantes que seguiam na aeronave ATR-72 que se despenhou numa zona residencial.

A companhia aérea Voepass Linhas Aéreas corrigiu, entretanto, que o voo COO 2283 tinha 57 passageiros e não 58 como foi avançado. A Voepass acrescentou que todos os sistemas do aparelho estavam “aptos para a realização da operação”.

A avião bimotor despenhou-se às 13:25 (17:25 em Lisboa) no município brasileiro de Vinhedo, no Estado de São Paulo, enquanto fazia o trajeto entre o aeroporto de Cascavel, no estado do Paraná, e Guarulhos, estado de São Paulo. Em menos de dois minutos, o avião caiu cerca de 17 mil pés. Na zona residencial de Vinhedo não há vítimas a registar.

Marcelo Rebelo de Sousa, segundo uma nota publicada no site da Presidência, já enviou uma mensagem de “solidariedade e pêsames” a Lula e um “abraço fraterno e de sentimentos pela perda de tantas vidas humanas”.

Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro lamentou “profundamente” o acidente aéreo, segundo uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

(Notícia atualizada às 22h11 com mais informação)

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Pesca. Embarcações vão poder ter mais de 40% de tripulantes migrantes

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

"Aquilo que pretendemos é tirar partido da economia do mar", justifica o ministro. Assim, as regras passam a permitir que os proprietários das embarcações não "sejam multados" por ter mais migrantes.

O ministro da Agricultura esclareceu esta sexta-feira que a flexibilização das regras aprovadas em Conselho de Ministros, na quinta-feira, possibilitará que as embarcações de pesca possam ter mais de 40% de tripulantes imigrantes desde que “devidamente justificado”.

Temos tido embarcações que têm sido multadas porque têm um número de não nacionais em termos percentuais superior àquilo que a lei permite. Aquilo que pretendemos é tirar partido da economia do mar, das nossas potencialidades e darmos competitividade às nossas embarcações e permitir que possam ir para o mar sem que os respetivos proprietários sejam multados”, explicou José Manuel Fernandes, à entrada para um encontro com membros da Associação de Armadores de Pesca do Norte, em Vila do Conde.

Para que as embarcações tenham mais de 40% de tripulantes imigrantes é, no entanto, necessário “provar que não há mão-de-obra disponível localmente para poder fazer esse trabalho”. “Neste momento, infelizmente, não temos a mão-de-obra que devíamos ter em vários setores, nomeadamente, no [setor] primário, por isso é que também estamos à procura de atrair jovens pescadores”, afirmou o governante.

Questionado sobre o reconhecimento das células marítimas dos tripulantes imigrantes, o ministro assegurou ser uma das preocupações do Governo e que a alteração legislativa contempla esse reconhecimento. Também questionado sobre quando é que a medida entrará em vigor, o ministro disse estar “certo que todos os grupos políticos estão de acordo com este objetivo”, cuja meta é não se perder competitividade e se ter comunidades “devidamente integradas e onde possam ser reconhecidas as suas qualificações para que possam trabalhar”.

No encontro em Vila do Conde, José Manuel Fernandes apresentou as recentes medidas do Governo para atrair os jovens para o setor da pesca, entre as quais, o aviso de 4,3 milhões de euros para que os jovens pescadores possam adquirir a sua embarcação e constituir a sua empresa, mas também os fundos do Mar 2020 e do Portugal 2030.

Lembrando que o setor tem um défice de 218 milhões de euros e que é intenção do Governo diminui-lo, o governante destacou que este é “um setor estratégico e estruturante”. Aos jornalistas, José Manuel Fernandes destacou também a necessidade de o rendimento dos pescadores ser aumentando, considerando “injusto o que recebem”.

“Na cadeia de valor eles não podem ser os predadores”, observou, defendendo ser obrigação do Estado reforçar a atratividade deste setor, assim como promover a renovação geracional.

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Israel mata mais um líder do Hamas em ataque no Líbano

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O carro em que Al Hajj seguia foi atingido por um drone perto de uma esquadra de polícia na entrada sul da cidade, localizada a mais de 50 quilómetros da fronteira com Israel.

Um ataque de ‘drone’, atribuído a Israel, matou esta sexta-feira Samer al Hajj, líder do Hamas no campo de refugiados de Ain el Helu, no Líbano, quando viajava na cidade de Sidon, informou a agência de notícias estatal libanesa.

O carro em que Al Hajj seguia foi atingido por um drone perto de uma esquadra de polícia na entrada sul da cidade, localizada a mais de 50 quilómetros da fronteira com Israel, de acordo com relatos da agência noticiosa libanesa. Ain el Helu, criado em 1948 nos arredores de Sidon, é o maior campo de refugiados palestinianos no Líbano.

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado, Israel levou a cabo alguns assassínios seletivos contra membros do movimento islamita Hamas residentes no Líbano, incluindo o número dois da organização, Saleh al Arouri, assassinado em janeiro passado nos arredores de Beirute.

No entanto, os ataques seletivos israelitas tendem a ser dirigidos principalmente contra combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah, com o qual Israel tem estado envolvido num intenso fogo cruzado após o início do conflito no enclave palestiniano, em 7 de outubro. Esta sexta, dois alegados membros do Hezbollah morreram num outro ataque com drones contra a cidade de Naqoura, também no sul do Líbano.

Israel intensificou a sua campanha de assassínios seletivos contra o Líbano nos últimos dias, coincidindo com uma escalada da tensão regional e enquanto aguarda uma resposta prometida do movimento xiita Hezbollah a um outro atentado bombista que há 10 dias matou o seu principal comandante militar, Fuad Shukr.

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Ordem dos Médicos reconhece “momento difícil” do SNS

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O bastonário explicou que as equipas mínimas estão definidas mas admitiu que a ordem vai ter que voltar a esta matéria. "Obviamente que a maternidade pode estar aberta com algumas restrições", diz.

A Ordem dos Médicos vai analisar “todas as matérias” para ajudar a resolver o “momento difícil” que o SNS atravessa, afirmou esta sexta-feira o bastonário, referindo que é preciso garantir aspetos essenciais como a segurança das grávidas.

Em declarações à agência Lusa no final de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, Carlos Cortes adiantou que foram debatidos uma “série de assuntos”, como a criação especialidade de Medicina de Urgência e Emergência, a contratação de médicos para as Unidades Locais de Saúde e a “situação difícil” nas urgências. “Isso tudo foi falado (…) a ministra mostrou-se preocupada com a situação, reconheceu e agradeceu a disponibilidade da Ordem dos Médicos (OM)”, contou.

Questionado sobre as propostas do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, de mexer na equipa tipo da Urgência de Ginecologia-Obstetrícia e Bloco de Partos e dar mais autonomia aos enfermeiros especialistas, proposta também feita pela Ordem dos Enfermeiros, o bastonário disse que “todas as matérias estão em cima da mesa”. “Tudo o que for para ajudar a resolver este momento difícil que o SNS atravessa está tudo em cima da mesa para ser analisado”.

Mas há três aspetos que para a ordem “são absolutamente essenciais”, nomeadamente a manutenção dos critérios de qualidade na prestação dos cuidados de saúde, a segurança dos doentes, neste caso das grávidas, e a liderança médica, salientou. No que respeita à possibilidade do alargamento das competências dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica para os partos de baixo risco, Carlos Corte observou que só se sabe se “um parto corre bem depois de ele ter acontecido”.

Há situações que podem parecer perfeitamente inócuas, mas que em minutos, para não dizer num minuto, se tornam situações dramáticas e, portanto, eu quero que as grávidas estejam sempre em condições de segurança e essa segurança é fundamentalmente dada pela coordenação médica”, argumentou, ressalvando, contudo, que irá analisar e “ver aquilo que se pode fazer”.

Relativamente às “equipas tipo”, o bastonário explicou que as equipas mínimas estão definidas e publicadas em regulamento do Diário da Republica, mas reconheceu que a ordem vai ter que voltar a esta matéria porque o regulamento foi publicado em 2022, mas já tinha sido elaborado em 2018.

Outra questão que disse que tem que ser clarificada, na sequência de uma questão levantada pelo diretor executivo do SNS, relaciona-se com as equipas de urgência, nomeadamente o que estão habilitadas a poder desenvolver quando são insuficientes.

“Não posso dizer que se fecha uma maternidade porque em vez de ter cinco obstetras, tem quatro. Obviamente que a maternidade pode estar aberta com algumas restrições, é uma abertura condicionada, e é isso que a Ordem dos Médicos vai definir, porque sabemos que no país há urgências obstétricas que abrem com dois ou três obstetras e há outras que nas mesmas situações fecham”, observou, defendendo que esta matéria tem de ser uniformizada.

Por isso, por uma questão de qualidade e de segurança das grávidas a ordem vai definir “muito bem aquilo que pode ser feito ou não com equipas abaixo daquilo que são as equipas tipo que oferecem toda a segurança”, sustentou. Carlos Cortes acrescentou que pediu reuniões esta semana com o diretor executivo do SNS, António Gandra d´Almeida, e com a ministra para ajudar a resolver estes problemas.

“Temos um conjunto de dossiers em cima da mesa que tem a ver com o acesso, com o aprofundamento da qualidade da prestação dos cuidados de saúde” e “um conjunto de peritos, que são muitos”, ao serviço da Direção Executiva e do Ministério da Saúde, disse.

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Fisco nega isenção de IVA à Santa Casa de Lisboa nas operações bancárias dos jogos sociais

AT entende que a Misericórdia tem de entregar ao Estado 23% do valor das faturas que passa a um banco para fazer a gestão dos pagamentos dos prémios. Instituição deverá recorrer da decisão.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está obrigada a entregar ao Estado 23% de IVA sobre as comissões que paga a uma instituição financeira pelas operações bancárias dos jogos sociais, como o Totoloto ou o Euromilhões, segundo uma informação vinculativa da Autoridade Tributária (AT) publicada no final de julho, no Portal das Finanças.

A instituição pediu para ficar isenta, invocando uma norma do código do imposto que dispensa a tributação sobre “pagamentos, transferências, recebimentos”. E admite recorrer da decisão do Fisco.

Questionada pelo ECO sobre quanto poderia poupar se pudesse beneficiar da isenção de IVA sobre aquelas operações, a entidade, liderada pelo provedor Paulo Duarte de Sousa, refere apenas que “a Santa Casa não tem qualquer comentário a fazer, estando, neste momento, ainda a analisar a resposta ao pedido de informação vinculativa”.

O pedido de isenção da Santa Casa surge depois de se tornar público um buraco financeiro de cerca de 25 milhões de euros e que poderia chegar aos 100 milhões relativo às contas de 2023 da entidade. Perante este cenário, a atual ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, decidiu demitir a anterior provedora, Ana Jorge.

Na exposição enviada à AT, a Santa Casa de Lisboa, que detém a exclusividade da exploração dos jogos sociais no país, começa por justificar o ajuste direto que celebrou a 24 de junho de 2021 com uma instituição financeira para a prestação de serviços bancários.

Para concretização das operações referidas no Portal dos Jogos, nomeadamente as relacionadas com os pagamentos de jogo e/ou de prémios através de referência multibanco via canais digitais, existe necessidade de recorrer aos serviços de pagamento online prestados por uma entidade bancária autorizada e regulada pelo Banco de Portugal”, escreve a Santa Casa.

O banco, cuja identificação a Santa Casa omitiu, “transfere/credita em tempo real e em conta bancária” titulada pela instituição “todos os montantes que os apostadores pretendem depositar na respetiva conta de jogo; debita todos os valores solicitados pelos jogadores sempre que aqueles pretendem realizar levantamentos da sua conta de jogo, quer porque não pretendem jogar/apostar mais, quer porque desejam receber os valores correspondentes aos prémios de jogo de que são titulares”, descreve a SCML.

Para além disso, a mesma entidade financeira “credita em conta bancária titulada” pela Santa Casa “os montantes que cada mediador”, isto é, comerciante, “deve depositar na respetiva conta de jogo por conta das vendas realizadas” e retira do saldo da SCML o valor pagar aos vendedores ou lojas que comercializaram as apostas”, lê-se na exposição enviada à AT.

Por este tipo de operações, que a SCML entende serem “meras transferências para a sua conta bancária, o banco cobra comissões, às quais faz acrescer IVA à taxa normal”, de 23%, constata a Misericórdia de Lisboa. Porém, considera que, face ao que está previsto no Código de IVA (CIVA), as comissões que paga ao banco “qualificam-se como operações isentas”, salientando que este tipo de serviço “não têm qualquer conexão com a cobrança de dívidas”, operação que seria alvo de tributação.

A Autoridade Tributária reconhece que o artigo 9.º do CIVA, que transpôs para o ordenamento jurídico nacional a Diretiva comunitária sobre IVA, “determina que estão isentas do imposto ‘as operações, compreendendo a negociação, relativas a depósitos de fundos, contas correntes, pagamentos, transferências, recebimentos, cheques, efeitos de comércio e afins, com exceção das operações de simples cobrança de dívidas'”. “Depreende-se do exposto que o CIVA, isenta, de uma forma geral, as operações relativas a pagamentos, transferências e recebimentos”, acrescenta.

Contudo, alerta que o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) emitiu já reiteradamente a sua opinião de que as isenções referidas no artigo 135.º da Diretiva IVA são de interpretação estrita, uma vez que constituem exceções ao princípio geral de que o IVA deve ser cobrado sobre todos os serviços prestados a título oneroso por um sujeito passivo”.

No âmbito da aplicação limitada da isenção, a AT indica que a Diretiva comunitária estabelece que “a isenção em causa pode abranger serviços que não são intrinsecamente transferências”. “O simples facto de um serviço ser indispensável para a realização de uma operação isenta não permite concluir pela isenção do mesmo”, sublinha, citando a Diretiva do IVA.

Isenção só é possível com faturas diferentes para os vários serviços

Embora a AT não exclua que “transferências, pagamentos, recebimentos, possam beneficiar do âmbito da isenção prevista”, “esta isenção só pode dizer respeito às operações que formam um conjunto distinto, apreciado de modo global, e que têm por efeito preencher as funções específicas e essenciais das referidas operações”.

Mas, anota, “o contrato de prestação de serviços bancários celebrado entre as partes, não se limita a simples operações de transferências/pagamentos, pelo contrário, incluem um conjunto de serviços que extravasam o âmbito da isenção em análise”.

“Dessa forma, e tendo em consideração a interpretação estrita das isenções do IVA constante da jurisprudência do TJUE, concluímos que no presente pedido, o conjunto de serviços adquiridos” pela Santa Casa ao banco, “quando avaliado no seu todo, não podem ser considerados no sentido de que executam uma função específica e essencial de uma operação de pagamento ou de transferência”, escreve a AT.

Por outro lado, o Fisco refere que a Santa Casa não passa faturas separadas para as várias operações bancárias, o que impossibilita a aplicação diferenciada de taxas de IVA. “Os serviços prestados pelo banco […] constituem uma prestação única, que engloba uma série de elementos e de atos estreitamente ligados que formam objetivamente uma única operação económica indissociável”. Por isso, “não podem aproveitar o âmbito da isenção prevista, sendo toda a prestação de serviços passível de tributação à taxa normal”, argumenta.

No entanto, se “os serviços em análise puderem ser faturados prestação a prestação, sendo, assim, possível diferenciar as operações abrangidas” pela isenção das restantes, “as primeiras beneficiarão da isenção […], enquanto as segundas serão tributadas à taxa normal do imposto”, conclui o Fisco.

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Turismo impulsiona economia mas dependência “acarreta riscos”

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

"É verdade que não devemos ambicionar que a nossa economia se especialize excessivamente em turismo", consideram economistas.

O turismo tem vindo a ganhar uma importância cada vez maior para a economia portuguesa, mas isso “acarreta riscos”, apontam economistas, trazendo também pressão sobre as populações, que em muitos países se começaram a manifestar.

“Portugal tem condições naturais e apetência para o turismo, e seria um erro não aproveitar essa oportunidade, mas também há que reconhecer que uma dependência excessiva num setor em particular, e o turismo não é exceção, acarreta sempre riscos de vária ordem”, destaca Ricardo Amaro, economista da Oxford Economics, à Lusa. Estes riscos são “para o crescimento económico, mas também para o desemprego, finanças públicas e balança comercial”, áreas que “têm beneficiado da forte performance do turismo e seriam prejudicadas por um arrefecimento do mesmo”.

Foi o que se verificou na pandemia, quando os confinamentos e restrições provocaram uma quebra no turismo, que acabou por ser responsável por 75% da contração de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) registada em 2020, segundo dados do INE. Agora, o setor já recuperou dos impactos da covid-19 e em 2023 contribuiu para quase metade do crescimento do PIB.

Como destaca à Lusa, por sua vez, Ricardo Ferraz, investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona, “estima-se que o contributo anual direto e indireto do turismo para a economia portuguesa ascenda a quase 34 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 13% do PIB”.

lisboa pessoas rua

Apesar de fazer “todo o sentido aproveitarmos os pontos fortes do nosso país enquanto destino de excelência”, assume o economista, “também é verdade que não devemos ambicionar que a nossa economia se especialize excessivamente em turismo”. “A par de uma economia que saiba aproveitar os seus pontos fortes enquanto destino de excelência, precisamos também de uma economia mais moderna e evoluída tecnologicamente que consiga acompanhar os grandes motores da Europa”, defende o investigador.

Algumas organizações internacionais têm também vindo a alertar que, apesar do “papel fundamental na promoção do desenvolvimento económico”, os impactos do turismo “são muitas vezes económica, social e ambientalmente desequilibrados, e os benefícios nem sempre revertem a favor das comunidades locais”, como se lê num relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

As populações em várias cidades europeias têm-se começado a manifestar perante estes efeitos. É o caso de Amesterdão, Praga e também várias regiões em Espanha, onde o turismo de massas tem sido alvo de protestos: Málaga, Barcelona, Palma de Maiorca e ilhas Canárias. Espanha é o segundo destino turístico do mundo, depois de França, e recebeu 86 milhões de visitantes estrangeiros em 2023, segundo estatísticas oficiais.

Apesar do peso na economia, as populações de regiões espanholas com mais turismo têm-se manifestado nos últimos meses por causa daquilo que consideram ser uma saturação da atividade, com esgotamento de recursos ou impactos graves no mercado da habitação.

Em Portugal, já se realizaram manifestações em Sintra, onde foram colocadas faixas de protesto nas janelas e varandas e cartazes nas montras de lojas, restaurantes e cafés, em que se lê, por exemplo, “trânsito caótico a todos prejudica, residentes e visitantes” e “Sintra ≠ Disneyland”, exigindo ao município medidas contra o “turismo de massas e caos no trânsito”.

Ricardo Amaro destaca que “em termos teóricos, sendo o turismo benéfico em termos líquidos para a sociedade na sua totalidade, é possível criar mecanismos que beneficiem os prejudicados por essa atividade”, mas assume que “nem sempre é óbvio que medidas de compensação funcionam na prática”.

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BE quer ouvir ministro da Educação sobre aumento de verbas para contratos de associação

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O PS pediu esclarecimentos ao Governo sobre o aumento do apoio aos colégios, passando de 80.500 euros por turma e por ano escolar para 86.176,25 euros.

O BE requereu esta sexta-feira a audição urgente do ministro da Educação no parlamento sobre o reforço do apoio por turma a escolas de ensino particular e cooperativo que prestam serviço público através de contratos de associação. Além deste requerimento dos bloquistas, também o PS pediu esclarecimentos ao Governo sobre a decisão aprovada no Conselho de Ministros de quinta-feira na qual o executivo decidiu aumentar este apoio aos colégios, passando de 80.500 euros por turma e por ano escolar para 86.176,25 euros.

Este reforço de cerca de 7% permite alargar o número de turmas para 207, mais quatro do que no ano passado. No pedido de audição, o BE refere que os contratos de associação entre o Estado e o ensino privado e cooperativo surgiram para colmatar as insuficiências da rede de escolas públicas, ou seja, “onde a escola pública ainda não tinha os seus estabelecimentos, o Estado chegava a acordo com os colégios privados para lá colocar alunos e pagar as suas mensalidades”.

Contudo, os bloquistas argumentam que “com o passar dos anos, este mecanismo de caráter necessariamente temporário passou a funcionar como uma renda garantida ao setor privado da educação e um travão à expansão da Escola Pública”. Os deputados querem que o governante explique as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que no Conselho de Ministros afirmou que esta decisão se englobava numa “visão geral de que a Educação e outros serviços públicos devem funcionar «em complementaridade com o setor privado e social»”.

“É preciso saber qual o alcance destas afirmações, que rumo o Governo pretende para Educação, se vai continuar a aumentar o financiamento de turmas no privado em vez de reforçar o investimento na rede da Escola Pública, com medidas urgentes como o aumento das vagas no pré-escolar e ou apoio aos professores deslocados para garantir que não há alunos sem professores”, sustentam os bloquistas.

O PS também quer esclarecimentos e questionou o Governo sobre esta decisão, argumentando que “não foi acompanhada por qualquer justificação fundamentada”.

Numa nota enviada à imprensa, os socialistas consideram que “sem um estudo que comprove a falta de oferta pública nas áreas abrangidas por esta resolução, a renovação ou celebração desses contratos poderá violar a Lei de Bases do Sistema Educativo”, defendendo que o aumento do número de turmas e do financiamento por turma “sem uma explicação clara levanta também dúvidas sobre a necessidade e a eficiência desta alocação de recursos, especialmente considerando que os fundos públicos devem sempre privilegiar o reforço da rede pública de ensino”.

Os deputados do PS querem que a tutela esclareça os fundamentos da decisão, considerando que esta compromete “a qualidade da educação pública em Portugal através do desvio de recursos públicos de forma inadequada”. Os socialistas exigem ainda que o executivo apresente um “estudo detalhado que justifique a necessidade de financiar os contratos de associação com base na carência de oferta pública e uma avaliação que sustente o aumento do financiamento por turma”, bem como qualquer “documentação adicional”.

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Nestlé investiu 30 milhões na modernização da fábrica de Avanca

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

O grupo de origem suíça decidiu apostar na fábrica de Avanca, concentrando aqui toda a sua produção de bebidas de cereais na Europa, como a Tofina, Bolero, Pensal, Brasa ou Mokambo.

A Nestlé investiu 30 milhões de euros na modernização da fábrica de Avanca em Estarreja, no distrito de Aveiro, para aumentar a capacidade produtiva das bebidas à base de cereais, informou esta sexta-feira fonte da empresa.

Em declarações à Lusa, Teresa Mendes, diretora Ibérica de Cafés da Nestlé, explicou que o grupo de origem suíça decidiu apostar na fábrica de Avanca, concentrando aqui toda a sua produção de bebidas de cereais na Europa, como a Tofina, Bolero, Pensal, Brasa ou Mokambo. “Esta escolha teve a ver com o know-how que tínhamos na fábrica de Avanca na torrefação e extração dos cereais. Nós já produzimos bebidas de cereais em Portugal há mais de 60 anos e, portanto, era a fábrica mais antiga nesta área”, afirmou.

Nesse sentido, foi feito um investimento de 30 milhões de euros na modernização e incremento da capacidade de produção nesta unidade para “acomodar todos os volumes das outras fábricas e o potencial crescimento que temos”, explicou a responsável.

Segundo Teresa Mendes, a nova linha de produção de bebidas de cereais, que entrou em funcionamento há cerca de duas semanas, vai permitir aumentar em cerca de 15% a capacidade de produção e automaticamente aumentar também a exportação, que atualmente já representa 70% da produção, com foco na Europa e também na Ásia e América Latina.

A nova linha está também dotada de tecnologia mais avançada, o que traz benefícios e inovação naquela que é a fábrica de referência neste segmento, reduzindo ainda o desperdício. “Esta nova linha foi desenhada para extrair cereais e, portanto, vai permitir ser mais eficiente na extração do cereal. Isso também significa ser mais sustentável. Com esta linha conseguimos retirar mais propriedades do cereal o que faz com que consigamos trazer mais eficiência e ter menos desperdício”, observou a responsável.

Teresa Mendes referiu ainda que a aposta neste segmento procura responder à tendência crescente por produtos saudáveis e naturais, adiantando que as bebidas de cereais da Nestlé “beneficiam desta tendência, uma vez que não têm açúcares adicionados e receberam recentemente o selo da Associação Portuguesa de Nutrição, o que afirma o valor nutricional do produto”.

O grupo Nestlé marca presença desde 1923 em Portugal, onde tem duas unidades produtivas – uma no Porto, dedicada à torrefação de café, e a fábrica de Avanca, onde trabalham cerca de 500 pessoas – e um centro de distribuição também nesta freguesia de Estarreja.

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Investimento em ouro através de ETF bate recorde

Os fundos cotados auríferos atingiram em julho um recorde de 246 mil milhões de euros sob gestão, graças à entrada de capital mais elevada desde abril de 2022 por parte dos investidores.

O ouro, tradicionalmente visto como um ativo de refúgio em tempos de incerteza económica, voltou a captar a atenção dos investidores em julho. Segundo o relatório mais recente do World Gold Council, os fundos cotados (conhecidos também como ETF, de exchange-traded funds) do ouro tiveram a maior entrada de capital desde abril de 2022, com um influxo de 3,7 mil milhões de dólares. “Globalmente, os ETF de ouro fisicamente garantido registaram entradas durante três meses consecutivos”, destaca o relatório.

Em julho, todos os mercados regionais reportaram fluxos positivos nos ETF auríferos. Este comportamento, combinado com uma subida de 4,1% da cotação do ouro em julho, elevou o total de ativos sob gestão destes fundos para um recorde de 246 mil milhões de dólares no final do mês de julho. Além disso, estes ETF aumentaram em 48 toneladas a sua exposição ao metal dourado, atingindo 3.154 toneladas, o valor mais alto desde janeiro deste ano.

Na América do Norte, os ETF auríferos registaram a entrada de dois mil milhões de dólares, revertendo as pequenas saídas observadas em maio e junho. Este movimento foi impulsionado por fatores políticos e económicos, incluindo a tentativa de assassinato de Donald Trump e a desistência de Joe Biden da corrida presidencial, que aumentaram a procura por ativos de refúgio seguro como o ouro, referem os analistas do World Gold Council.

Além disso, a expectativa de cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA contribuiu para a queda da rendibilidade dos títulos de dívida do Tesouro norte-americano e para o enfraquecimento do dólar, o que, por sua vez, impulsionou o preço do ouro no mês passado.

Na Europa, os ETF de ouro atraíram 1,2 mil milhões de dólares, o valor mais alto desde março de 2022. O Reino Unido e a Suíça lideraram os influxos, num contexto de rendimentos decrescentes das obrigações governamentais e expectativas de cortes nas taxas de juro pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Inglaterra. “A Europa registou entradas durante três meses consecutivos, atraindo 1,2 mil milhões de dólares em julho, o valor mais alto desde março de 2022”, refere o relatório.

A confiança renovada nas finanças públicas britânicas, após a declaração fiscal da nova chanceler Rachel Reeves, também contribuiu para a diminuição da rendibilidade das obrigações do Tesouro britânico (Gilts) e aumentou o interesse dos investidores em ETF de ouro.

A Ásia também não ficou atrás da tendência global e continuou a sua sequência de 17 meses de fluxos positivos, atraindo mais 438 milhões de dólares em julho. “A Índia liderou os influxos, beneficiando de mudanças fiscais favoráveis no orçamento recente”, destaca o relatório. A China e o Japão também registaram entradas significativas, impulsionadas por fraquezas nos mercados de ações e fortes desempenhos locais do preço do ouro.

O aumento global da entrada de capital nos ETF auríferos reflete uma combinação de fatores económicos e políticos que têm aumentado a incerteza nos mercados globais. A expectativa de cortes nas taxas de juro por parte dos principais bancos centrais, juntamente com a volatilidade dos mercados de ações, tem levado os investidores a procurar segurança no ouro e a puxar pelo preço do metal: desde o início do ano, a cotação do ouro escalou 18% em dólares e 19% quando medido em euros, enquanto as ações mundiais medidas pelo índice MSCIWorld escalaram apenas 11,3%.

Com a continuação das incertezas económicas e políticas, é provável que o ouro mantenha a sua posição como um investimento estratégico para muitos investidores. Os ETF de ouro, em particular, os fundos detentores de ouro físico, oferecem uma forma conveniente e líquida de investir no metal precioso, permitindo aos investidores beneficiar das flutuações do preço do ouro sem a necessidade de comprar e armazenar o metal físico.

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Americanos querem comprar 16% do SAD do Benfica ao “Rei dos frangos”

  • ECO
  • 9 Agosto 2024

Ações da SAD encarnada disparam 10% na bolsa com interesse dos americanos da Lenore na aquisição da posição de 16% a José António dos Santos.

A Lenore Sports Partners está a procura de financiamento para adquirir a participação de 16% da SAD do Benfica ao empresário José António dos Santos, conhecido como o “Rei dos frangos”, avança a Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês).

O fundo está a sondar os investidores para levantar 49 milhões de euros com o objetivo de comprar uma posição de 16,38% da sociedade desportiva encarnada, que estaria assim avaliada em cerca de 300 milhões de euros.

A Bloomberg avança que a Lenore já abordou José António dos Santos, o segundo maior acionista da Benfica SAD, segundo fonte próxima do processo. As negociações ainda estão numa fase inicial e não é certo que cheguem a um bom porto, refere a agência financeira.

A Lenore conta com quatro sócios (partners), um dos quais Jean-Mark Chapus, co-fundador do fundo de private equity Crescent Capital. Chapus já detém investimentos na indústria do desporto, incluindo participações na equipa de beisebol Milwaukee Brewers e no clube inglês Norwich.

Os outros sócios da Lenore são Elliot Hayes, ex-proprietário do clube de futebol francês Nice, Omar Imtiaz, que também chegou a investir no mesmo clube francês, e ainda Alex Pomeroy, diretor da Quail Hill Holdings. Nenhum dos intervenientes neste processo esteve disponível para comentar, enquanto o Benfica disse não estar a par da iniciativa.

As ações da SAD do Benfica estão a disparar 9,69% para 3,51 euros.

A José António dos Santos é imputável uma posição de 16,38% na sociedade desportiva das águias através do Grupo Valouro, 3.766.578 ações.

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Café moído custa quase mais um euro ao bolso dos portugueses do que há um ano

Produto registou a maior taxa de crescimento homóloga entre os produtos do cabaz alimentar de bens essenciais, tendo subido 34%.

Os portugueses estão a pagar quase mais um euro pelo café moído torrado nos supermercados do que há um ano. O preço deste produto subiu 34% entre o início de agosto do ano passado e deste ano, tendo registado a maior taxa de crescimento homóloga entre os produtos do cabaz alimentar de bens essenciais, de acordo com dados da Deco Proteste divulgados esta sexta-feira.

A análise da Deco Proteste ao cabaz de produtos alimentares essenciais indica que a 9 de agosto de 2023 os portugueses pagavam 2,84 euros por uma embalagem de café torrado moído. Cerca de um ano depois, a 7 de agosto de 2024 já pagam 3,81 euros, o correspondente a um aumento de 0,97 euros.

A subida verifica-se também quando se considera o cabaz da semana de 7 de agosto face à semana anterior, com um aumento de 14%, correspondente a 0,52 euros. Olhando para o preço do café torrado moído no início da guerra na Ucrânia verifica-se ainda que o aumento é de 1,21 euros.

O preço do café tem estado a subir no mercado de futuros das matérias-primas, devido à oferta limitada, com um abrandamento das exportações do Vietname, devido à seca. No primeiro semestre este ano, as exportações de café do Vietname caíram 11,4% face a igual período do ano passado.

O preço do cabaz alimentar voltou a subir na semana de 7 de agosto face à semana anterior, fixando-se em 227,34 euros, traduzindo um aumento de 2,14 euros. Face a igual período de 2023 o aumento foi de 15,40 euros.

Do conjunto de 63 produtos alimentares, os preços dos flocos de cereais (mais 0,52 euros), da polpa de tomate (0,21 euros) e do café (0,52 euros) registaram a maior subida de pontos percentuais, seguido pelo atum (0,26 euros).

Os dados da Deco Proteste revelam uma subida de 0,95% no preço do cabaz alimentar essencial, o correspondente a mais 2,14 euros, face à semana anterior e um aumento mais pronunciado face ao período homólogo. Entre o dia 9 de agosto de 2023 e o dia 7 de agosto de 2028 os portugueses passaram a pagar mais 15,4 euros, em média, pelo cabaz considerado. Entre os produtos com as maiores taxas de aumentos face ao período homólogo destacam-se ainda o atum posta em azeite (30%, 0,49 euros), o azeite virgem extra (26%, 1,74 euros), os cereais fibra (24%, 0,93 euros) e o iogurte líquido (22%, 0,36 euros).

A subida do preço do cabaz é ainda mais acentuada quando considerado o início da guerra na Ucrânia, altura em que o mesmo cabaz custava menos 43,71 euros. Considerando os produtos desde 23 de fevereiro de 2022 até 7 de agosto deste ano, as maiores taxas de crescimento de preço registaram-se nas mercearias (mais 33%) e na carne (mais 27,59%). Os portugueses estão a pagar, por exemplo, mais 86% e 84% pela pescada fresca e pelo azeite virgem extra, respetivamente, o correspondente a 5,21 euros e 3,83 euros.

No entanto, desde o início do ano, o preço do cabaz alimentar caiu 8,7 euros, sendo a dourada o que registou o menor crescimento (6%, 0,38 euros), contra o atum em posta de azeite como o produto com a maior taxa de variação (17%), um aumento nominal de 0,32 euros.

O cabaz considerado pela Deco Proteste inclui carne, congelados, frutas e legumes, laticínios, mercearia e peixe, sendo considerados, entre outros, produtos como peru, frango, carapau, pescada, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo, manteiga, entre outros.

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Portugal apela a acordo para cessar-fogo em Gaza a 15 de agosto

  • Lusa
  • 9 Agosto 2024

EUA, Egito e Qatar exigiram que Israel e o Hamas fechem definitivamente um acordo de cessar-fogo em Gaza, em reunião marcada para 15 de agosto. Alemanha e França juntam-se ao apelo.

Portugal associou-se esta sexta-feira “convicta e ativamente” ao apelo dos Estados Unidos, Egito e Qatar para a conclusão de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas. “O Governo português apoia convicta e ativamente o apelo conjunto do Presidente dos EUA, do Presidente do Egito e do Emir do Qatar para finalizar as negociações do acordo de cessar-fogo no conflito de Gaza”, afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa publicação na rede social X.

Na mesma mensagem, o Governo português, através do ministério tutelado por Paulo Rangel, insta as partes a retomarem negociações. Estados Unidos, Egito e Qatar exigiram na quinta-feira que Israel e o Hamas fechem definitivamente um acordo de cessar-fogo em Gaza, numa reunião marcada para 15 de agosto, com o objetivo de o implementar sem mais demoras.

“Pedimos a ambos os lados que retomem as discussões urgentes na quinta-feira, 15 de agosto, em Doha ou no Cairo, para colmatar todas as lacunas restantes e iniciar a implementação do acordo sem mais demoras”, realçaram os três mediadores, numa declaração conjunta. A nota, assinada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, pelo homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e o Emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, sublinhou ainda que “é tempo de proporcionar alívio imediato tanto ao povo sofredor de Gaza como aos reféns sofredores e às suas famílias”.

Esta sexta, a União Europeia (UE) juntou-se a este apelo. “A União Europeia está com o Egito, Qatar e Estados Unidos da América (EUA) no apelo para a conclusão, sem demoras, do acordo para um cessar-fogo e libertação de reféns”, escreveu o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, na rede social X.

Os 27 países do bloco comunitário “reiteram o apoio total para a mediação que acabe com este ciclo de sofrimento insuportável”, acrescentou Josep Borrell. “O acordo vai abrir caminho para uma diminuição das tensões na região”, completou.

O Presidente de França, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, também manifestaram esta sexta o apoio aos esforços para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. “A guerra em Gaza deve parar. Isto deve ficar claro para todos (…) Todo o apoio da França aos mediadores norte-americanos, egípcios e qataris”, escreveu o Presidente francês numa publicação no seu perfil oficial na rede social X.

O chanceler alemão utilizou os mesmos meios para reiterar a sua “profunda preocupação” com a situação no Médio Oriente, razão pela qual apoia os esforços de Biden, Al Sisi e Al Zani para “iniciar a implementação de um cessar-fogo e de um acordo para a libertação dos reféns”.

Também o Governo espanhol disse estar em sintonia com os esforços de mediação de Estados Unidos, Egito e Qatar. Num comunicado oficial, a diplomacia espanhola reitera a sua exigência de um cessar-fogo que permita a entrada de ajuda humanitária e a libertação de reféns, que contribua para evitar uma escalada de violência regional e que facilite o progresso na aplicação da solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo em paz e segurança.

Em reação ao comunicado assinado por Washington, Cairo e Doha, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiantou que uma delegação israelita vai viajar na próxima quinta-feira para se reunir com os mediadores, com o objetivo de chegar a acordo sobre os detalhes finais do acordo de cessar-fogo.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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