Governo anuncia mais 120 milhões de euros para a Defesa (que inclui aumento dos salários de militares)

Entre as medidas está o aumento do suplemento para as Forças Armadas, a equiparação salarial dos praças e sargentos à GNR e a criação de um suplemento "de deteção e inativação de engenhos explosivos".

O Governo aprovou, esta sexta-feira, um conjunto de medidas com um impacto de cerca de 120 milhões de euros, para “atrair e reter os recursos humanos na área da Defesa Nacional” bem como valorizar os militares. Entre as medidas está o aumento do suplemento para as Forças Armas, a equiparação salarial dos praças e sargentos à GNR e a criação de um suplemento “de deteção e inativação de engenhos explosivos”.

“Portugal tem tido uma especial incapacidade de atrair e reter recursos humanos na área da Defesa Nacional”, afirmou o primeiro-ministro, apontando que no Conselho de Ministros desta quinta-feira o Governo aprovou um conjunto de medidas, tendo em vista “dar ao país a valorização que as Forças impõem” e que “nos últimos anos não obtiveram”. “Creio que se trata mesmo de um dia histórico para as Forças Armadas portuguesas”, sinalizou.

Também o ministro da Defesa realçou que “sem militares por mais bem equipadas que estejam não há Forças Armadas” e sinalizou que o conjunto de medidas foca-se em cinco eixos principais, que vão desde a “falta de valorização” dos militares ao alojamento e até ” à falta de compensação em situações que são de particular perigosidade”. Nuno Melo adiantou que o impacto destas medidas “será menor que os 120 milhões de euros”.

“O Conselho de Ministros acabou de deliberar a atribuição de um acréscimo de suplemento de suplemento de condição militar equivalente àquele que foi decidido para as forças de segurança”, que passará para 300 euros com efeitos imediatos e aumenta depois anualmente em 50 euros em janeiro de 2025 e outros 50 euros em janeiro de 2026, anunciou Luís Montenegro. Atualmente este suplemento era de 100 euros.

Estes aumentos “vão começar nos soldados, depois na classe dos sargentos e também nos oficiais”, indicou Nuno Melo, dando como exemplo que um soldado passará de 264 euros para 564 euros; um furriel passa de 303 euros para 603 euros; e um tenente passa dos 429 euros de suplemento para 729 euros.

Por outro lado, foi aprovada a equiparação salarial de praças e sargentos a outras forças de segurança. “Nenhum militar ganhará menos salário do que ganha um guarda da GNR ou um polícia na PSP”, sinalizou o ministro da Defesa, referindo que todos têm “funções absolutamente determinantes em áreas de soberania”.

Não obstante, o governante sinalizou que esta equiparação beneficiará “principalmente os soldados e furriéis”. A título de exemplo, um soldado do primeiro escalão passará de 828 euros para 961 euros, isto é, mais 139 euros e um furriel do primeiro escalão passará de 1.017 euros para cerca 1290 euros, mais 293 euros, precisou.

Já no que diz respeito ao suplemento de residência é reduzida a distância de atribuição de 100 km para 50 km.

Por outro lado, o Governo aumentou o valor mensal do suplemento de serviço aéreo, que passará da indexação à primeira posição remuneratória de Capitão para a indexação à primeira posição remuneratória de tenente-coronel. Esta medida entra em vigor de forma faseada (metade a 1 de janeiro de 2025 e a outra metade a 1 de janeiro de 2026) e abrangerá “todos os que voam na Força Aérea”, indicou o ministro.

Foi também aprovada uma majoração de 20% do valor de ajudas de militares que embarquem e prestem serviço em navios armada, que também entrará em vigor de forma faseada (metade a 1 de janeiro de 2025 e a outra metade a 1 de janeiro de 2026).

“Vamos também criar um suplemento que é novo para aqueles que nas Forças Armadas trabalham com explosivos”, anunciou ainda Nuno Melo, indicando que o suplemento é dirigido à “deteção e inativação de engenhos explosivos”, será de 303 euros e entrará em vigor a 1 de janeiro. O Governo também vai criar um suplemento para “aqueles que trabalhem em câmaras hiperbáricas”, que será de 436 euros e também entrará em vigor a 1 de janeiro de 2025.

Por outro lado, “corrigimos a imoralidade de uma compensação especial por invalidez ou morte garantindo que o Estado estará do lado dos nossos militares”, afirmou ainda Nuno Melo. Relativamente à compensação por morte, o valor será de “250 vezes o valor da retribuição mínima mensal garantida”. Já no caso da invalidez, essa compensação será de entre 150 e 250 vezes o valor da retribuição mínima.

O Governo decidiu ainda atribuir uma “comparticipação de 100% dos medicamentos” aos antigos combatentes, sendo que também esta medida é faseada (metade a 1 de janeiro de 2025 e a outra metade a 1 de janeiro de 2026).

O primeiro-ministro realçou ainda que estas medidas representam “um encargo orçamental muito relevante”, mas são ” sobretudo um ato de justiça” com aqueles que serviram a “pátria em teatros de guerra” e por via disso “tiveram as suas vidas marcadas”.

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Administração da empresa que gere rede Unir nomeada em setembro

  • Lusa
  • 26 Julho 2024

A administração da Empresa Metropolitana de Transportes do Porto, que vai gerir os contratos e fiscalizar a rede Unir, será nomeada em setembro, anunciou o presidente da AMP.

“O compromisso que ficou estabelecido entre todos era deixar passar o contexto das eleições europeias, preparar tudo, para na primeira quinzena de setembro termos a nomeação dos órgãos para a empresa metropolitana“, disse esta sexta-feira aos jornalistas o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues.

O também autarca socialista de Vila Nova de Gaia (distrito do Porto) falava após a reunião do Conselho Metropolitano do Porto, que reúne os 17 líderes dos municípios da AMP, sobre a constituição da empresa que irá gerir os contratos e fiscalizar a rede Unir, implementada na AMP desde dezembro de 2023.

A empresa contará com cerca de 60 funcionários, dos quais três administradores.

Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, “a empresa metropolitana é, vai ser, uma negociação de nomes, na sua administração, que se faz entre os partidos e os presidentes”.

O PSD delegou no engenheiro Aires Pereira [presidente da Câmara da Póvoa de Varzim] a gestão deste processo; eu próprio estou a articular o processo do lado do Partido Socialista. Tenho diálogos com outras forças políticas, porque nós também temos aqui o CDS [em Vale de Cambra] e temos os independentes, o presidente Rui Moreira [Porto], e isto é uma coisa de todos”, explanou.

A empresa metropolitana é, vai ser, uma negociação de nomes, na sua administração, que se faz entre os partidos e os presidentes.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP)

Para o presidente da Câmara Municipal de Gaia, “tem que haver um entendimento entre todos, e esse entendimento, inevitavelmente, passa sempre por representantes de cada uma das forças que aqui estão em presença”, inclusive “com o presidente Rui Moreira envolvido e com a Câmara do Porto envolvida”, apesar de a rede Unir ter apenas o Porto como término e ponto de partida.

“Isto não é uma coisa das maiorias, nem dos partidos, nem nada disso”, defendeu, considerando que “se isto corre bem nos municípios envolventes, correrá bem dentro da cidade do Porto”.

Para Eduardo Vítor Rodrigues, a empresa metropolitana vai permitir que a câmara do Porto “tenha ao seu serviço duas autoridades, duas empresas: a empresa STCP [da qual é acionista maioritária] e a empresa de rebatimentos, se podemos chamar assim, que é a empresa metropolitana”.

Sem indicar nomes para a administração por agora, apesar de admitir que já os há em cima da mesa, e questionado sobre se a liderança será de cariz mais político ou mais técnico, o autarca disse que a AMP “já conseguiu, neste processo todo, que também tem sido desvalorizado […], formar pessoas”.

“Eu acho que tem de haver uma visão política de tudo isto naquilo que é um olhar para o sistema de transportes, que é um sistema que tem de trazer coesão territorial, tem que reforçar proximidades ao centro, pendularidades”, elencou.

Porém, “tem que haver uma componente técnica muito forte”, visando Eduardo Vítor Rodrigues que a futura empresa tenha “uma administração boa, competente, que ajude a resolver os problemas e que minimize aquilo que são as dificuldades que a área metropolitana tem tido” com o arranque da rede Unir, desde dezembro de 2023.

“Nós queremos que vão para lá as pessoas que têm um efetivo conhecimento de tudo isto e que façam um grande upgrade [melhoria], libertando a Área Metropolitana deste papel que é, com quatro ou cinco pessoas, tentar fazer de conta de que somos uma grande estrutura, e não somos”, referiu.

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REN está há um mês a tentar devolver 200 milhões inutilizados dos apoios ao gás. Finanças tardaram a dar o ‘NIB’

Depois de já ter devolvido 700 milhões que ficaram por usar, o Governo pede agora de volta mais 200 milhões nos próximos 10 dias. REN revela que está há um mês a tentar devolver verbas.

Em 2022, ano em que a guerra na Ucrânia começou, o Governo de António Costa criou um plano de apoio de emergência às empresas para fazer face ao aumento do preço do gás natural, no montante de mil milhões de euros, mas a sua utilização foi limitada. O baixo recurso ao apoio levou ao Governo a pedir à REN, como gestora do programa, que devolvesse 700 milhões de euros aos cofres do Estado, em outubro passado, mas empresa terá agora de devolver mais 200 milhões que ficaram por utilizar.

O novo pedido consta de um despacho publicado no Diário da República esta sexta-feira, no qual as tutelas das Finanças e do Ambiente comunicam à REN, enquanto Gestor Técnico Global do Sistema Nacional de Gás (GTG), um prazo de dez dias para devolver aos cofres do Estado 200 milhões de euros “de capital não utilizado à sua guarda, incluindo as respetivas contrapartidas financeiras decorrentes da disponibilidade do capital não utilizado entre as datas de transferências por parte do Estado e a respetiva devolução pelo GTG”.

No entanto, a REN terá recebido com surpresa o pedido de devolução num prazo de dez dias como estipulado neste despacho. Fonte oficial indica ao ECO que a empresa liderada por Rodrigo Costa está há cerca de um mês a tentar devolver os 200 milhões de euros que ficaram por utilizar, mas que só recebeu esta quinta-feira os dados da conta para a qual o montante tem de ser devolvido.

Ademais, frisa a mesma fonte, as verbas disponibilizadas estão numa conta autónoma em nome da REN mas gerida pela Caixa Geral de Depósitos, sendo os valores apenas movimentados com indicações do Estado.

Como referido, é a segunda vez que um Governo pede à REN a devolução de verbas deste apoio, num total de 900 milhões dos 1.000 milhões do apoio que tinha sido anunciado em 2022. Em outubro do ano passado, o ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, emitiu um despacho a pedir a devolução de 700 milhões de euros. Naquela altura, também tinha sido dado um prazo de dez dias para que as verbas fossem devolvidas.

A devolução à Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) dos montantes não utilizados ao abrigo deste apoio era já uma das condições previstas no diploma que criou este programa: “Caso não seja esgotada a verba transferida ao abrigo do presente decreto-lei, o GTG transfere o respetivo remanescente a favor do Estado”, lê-se no decreto-lei de 9 de dezembro de 2022.

Assim, dos 1.000 milhões de euros disponibilizados para minimizar o impacto do aumento do preço dos gás nas empresas, como resultado da guerra na Ucrânia, terão ficado por utilizar 900 milhões, tendo em conta os pedidos de devolução já apresentados.

Do apoio disponibilizado, foram distribuídos 68,6 milhões de euros até agosto de 2023 pelas empresas mais afetadas. Na altura, a REN explicou que a principal razão para um uso tão escasso do fundo estava na acentuada queda dos preços de gás natural. Afinal de contas, o apoio foi criado apenas em outubro de 2022, para o ano de 2023, quando as subidas mais acentuadas dos preços do gás natural aconteceram nos segundos e terceiros trimestres de 2022.

Mas o valor dado distribuído pelas empresas até ao final de 2023 terá sido maior. No relatório e contas da empresa, referente ao ano de 2023, lê-se que “à data de 31 de dezembro de 2023” a REN já tinha efetuado pagamentos ao abrigo deste apoio, “assim como o reembolso do montante de 700.000 milhões de euros ao Estado português”. Assim, o montante registado na rubrica “Regime transitório de estabilização de preços do gás” quer no ativo quer no passivo, era, na altura, de 228.789 milhares de euros.

O ECO questionou a REN sobre o valor total do apoio que chegou às empresas até à data de hoje, mas a empresa não respondeu até à publicação desta notícia.

São beneficiárias deste apoio as empresas consumidoras de gás em alta, média e baixa pressão nos pontos de entrega, com consumos anuais superiores a 10.000 metros cúbicos, com algumas exceções. O desconto é aplicado diretamente pelos comercializadores “no mês seguinte ao da faturação do respetivo consumo, uma vez realizado o pagamento da fatura pelo cliente, devendo o desconto ser expressamente identificado na fatura em que é refletido”.

Este apoio para as empresas relativo ao gás natural foi anunciado pelo anterior Governo no pico da crise energética, no âmbito de um pacote de ajudas no valor global de três mil milhões de euros, dirigido também ao mercado de eletricidade, e estava previsto no acordo assinado na Concertação Social com as confederações patronais e a UGT. Dos três mil milhões de euros previstos no pacote de apoio à fatura energética, dois mil milhões foram destinados ao mercado de eletricidade e mil milhões ao do gás natural.

(notícia atualizada às 18h05 com resposta da REN)

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Conclusão da venda do JN e da TSF marcada para dia 30

O atraso tem a ver com os prazos de comunicação aos trabalhadores. A seguir à conclusão do negócio, segue-se a compra da participação do WOF na empresa de Galinha e a venda das participações na Lusa.

A conclusão do negócio que vai passar para a Notícias Ilimitadas o Jornal de Notícias, Jornal de Notícias História, sites NTV e Delas, Notícias Magazine, O Jogo, Volta ao Mundo, Evasões e a empresa dona da TSF passou para dia 30, sabe o +M.

O adiamento para terça-feira da próxima semana terá a ver com o prazo que se segue à comunicação aos trabalhadores da transmissão de estabelecimento, que só termina no dia 30, estando os restantes detalhes fechados. A confirmar-se, os títulos ainda da Global Media passam para a Notícias Ilimitadas no final do mês.

A Ilíria, do empresário Jorge Bobone, será a maior acionista individual da nova empresa, com 35%, após ter comprado a participação de 25% da OTI investimentos. Segue-se a Parsoc, com 30%, Domingos de Andrade (20%) e a Mesosytem (15%). A Notícias Ilimitadas terá também uma participação dos atuais donos da Global Media, que ficam com 30%, sendo os restantes 9% de uma cooperativa de jornalistas.

Também no início da próxima semana deve ficar concluída a compra da participação do World Opportunity Fund na Páginas Civilizadas, que permitirá a Marco Galinha voltar a controlar a totalidade do capital da empresa, o que por sua vez abre a porta ao Governo para o processo de compra da participação de 22,35% da Páginas Civilizadas e de 23,36% da Global Media na Lusa.

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Freguesia de Benfica quer fixar 916 novos moradores até 2026

Junta de Freguesia de Benfica quer criar 250 habitações para arrendamento a baixo custo no Bairro de Benfica e fixar 916 novos moradores até 2026.

Freguesia de Benfica26 julho, 2024

A Junta de Freguesia de Benfica entrega, esta sexta-feira, as primeiras dez habitações no âmbito do concurso do programa de arrendamento acessível (PRA). Este é mais um passo para dar resposta ao problema de habitação em Lisboa com vista a ter 250 habitações para arrendamento a baixo custo no Bairro de Benfica até 2026, fixando na localidade 916 novos moradores.

“Trata-se de uma iniciativa pioneira, integrada no maior investimento de sempre de uma Junta de Freguesia“, assinala a autarquia num comunicado.

Esta medida “pretende dar resposta a famílias em situação de carência habitacional na cidade de Lisboa, destinada sobretudo a jovens adultos, jovens famílias, famílias monoparentais, entre outras, e permitirá fixar na freguesia cerca de 916 novos moradores”, detalha a Junta de Freguesia.

Concorreram 2.900 ao primeiro concurso para estas dez habitações de arrendamento acessível, de tipologias T1 a T3, situadas no Bairro de Benfica, com financiamento europeu.

A Junta de Freguesia tem aberto até 22 de agosto outro concurso para mais 14 casas, algumas prontas a atribuir e outras em fase de reabilitação.

A Junta de Freguesia também submeteu para aprovação do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) 272 candidaturas, num valor superior a 69 milhões de euros, para criar habitação na localidade ao abrigo do programa 1º Direito.

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Finanças voltam a exigir cativação de 2,5% aos ministérios no Orçamento do Estado para 2025

Haverá ainda retenção de receita de impostos no caso de haver pagamentos em atraso. Os projetos orçamentais devem ser carregados no site da DGO entre 31 de julho e 14 de agosto.

Os vários serviços e departamentos ministeriais vão ter de manter uma reserva de 2,5% de toda a sua despesa na elaboração do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), uma cativação, centralizada no Ministério das Finanças, que tem estado sempre prevista no desenho dos vários planos orçamentais. Haverá ainda retenção de receita de impostos no caso de haver pagamentos em atraso, segundo uma circular da Direção-Geral do Orçamento (DGO) com as instruções para o OE, publicada esta sexta-feira. O Governo de Luís Montenegro deverá aprovar hoje os tetos de despesa.

“Na elaboração dos orçamentos de atividades de cada entidade deve ser considerada uma reserva no valor de 2,5%, do total da despesa, com exceção das financiadas por receitas referentes a indemnizações compensatórias e fundos europeus”, lê-se na mesma nota. Encontram-se também excecionadas “da aplicação da reserva as entidades pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde e ao Ensino Superior”. No entanto, o cálculo desta cativação “incide sobre a contrapartida nacional das despesas financiadas por fundos europeus”, de acordo com as diretrizes da DGO.

Para além disso, e “nos programas que evidenciem aumento dos pagamentos em atraso, deve ser constituída uma reserva adicional de receitas de impostos, no valor de 50% do valor do aumento verificado entre 30 de junho de 2023 e 30 de junho de 2024”, indica a circular, assinada pelo subdiretor-geral da DGO, Filipe Alves.

As reservas orçamentais constituem uma espécie de provisão para a cobertura de riscos e que corresponde a uma cativação (normalmente de 2,5%) do orçamento de cada programa orçamental da Administração Central, estando excecionadas as instituições pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde e ao Ensino Superior, bem como as entidades públicas reclassificadas abrangidas pelo regime simplificado. A mobilização desta almofada está sujeita à autorização prévia do Ministro das Finanças, isto é, não basta a assinatura da tutela setorial para que essa verba possa ser alocada a determinada despesa.

Finanças só descativaram 4% das almofadas dos ministérios até maio

No Orçamento do Estado para 2024, o então ministro das Finanças, Fernando Medina, decidiu passar exclusivamente para a responsabilidade dos ministros setoriais a libertação das cativações, que antes estava sob a alçada do Ministério das Finanças. A almofada para este ano é de 824 milhões de euros e, até maio, foram afetados 406 milhões de euros, isto é, cerca de metade, segundo a última síntese da execução orçamental, relativa a maio. Mas este é outro instrumento de controlo de despesa. As reservas orçamentais continuam dependentes da autorização das Finanças. Dos 412 milhões de euros colocados inicialmente de parte, foram descativados apenas 18 milhões de euros até maio, ou seja 4,4%.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) tem sido bastante crítica em relação ao espartilho das Finanças às verbas dos ministérios. “Dar aos ministros setoriais a possibilidade de gerirem uma pequena parcela da dotação dos seus programas orçamentais para responder a riscos durante a execução seria uma forma mais racional de os responsabilizar financeiramente pela utilização do dinheiro dos contribuintes nas respetivas políticas”, lê-se no relatório de apreciação à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2024.

“Este instrumento representa atualmente 2,5% da despesa total do programa. Por que não atribuir ao ministro setorial a responsabilidade exclusiva por poder libertar até metade deste valor? A ideia seria criar, desta forma, uma espécie de dotação provisional setorial“, sugere a entidade que presta apoio aos deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), no Parlamento. Os peritos consideram que “responsabilizar os ministros setoriais pela gestão da cobertura destes riscos torná-los-ia mais solidários para com a responsabilidade financeira maior do ministro das Finanças”.

Ministérios têm de submeter os orçamentos até 14 de agosto

Em relação ao calendário para o desenho do OE2025, a circular indica que, até 31 de julho, os coordenadores dos vários programa orçamentais têm de comunicar à DGO, por email, o modelo de distribuição dos plafonds, isto é, dos tetos de despesa.

Depois, as várias entidades das Administrações Públicas têm de carregar os seus planos orçamentais nos sistemas de registo do OE2025 (em http://sigo.gov.pt) entre 31 de julho e 14 de agosto, “devendo as entidades proceder ao registo, com o detalhe exigido no Sistema de Orçamento do Estado (SOE), das quantias previstas no quadro do Orçamento e Plano Orçamental Plurianual”, de acordo com as instruções da DGO.

“Nos casos de incumprimento da data-limite estabelecida para o carregamento nos sistemas dos projetos de orçamento, será considerado o Orçamento de 2024 com os ajustamentos que o Ministério das Finanças entenda como conveniente introduzir, por forma a viabilizar a finalização dos trabalhos do Orçamento do Estado ou, no caso de inexistência desse orçamento, de acordo com a informação financeira que for possível obter”, alerta a DGO.

Os registos ou alterações posteriores a 14 de agosto “apenas serão autorizados pela DGO em casos muito excecionais, devidamente justificados, e quando solicitados pelo coordenador do programa”, segundo a mesma nota.

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“Preferes sair quando estás em alta?”, pergunta O Escritório para a Solverde.pt

  • + M
  • 26 Julho 2024

Solverde.pt comunica a chegada de Crash Games a Portugal. A campanha é d'O Escritório, com planeamento da Media Duyes.

Um casal dentro do carro, à noite, a namorar em frente a uma paisagem romântica. Até que a mulher decide terminar a relação. “Preferes sair quando estás em alta? Chegaram os Crash Games, os jogos de casino que só tens de saber quando saltar”, anuncia a voz off no novo filme da Solverde.pt, campanha que assinala a chegada a Portugal deste formato de jogos inspirado no universo blockchain.

Presente em televisão, digital, outdoor, a campanha “Preferes sair quando estás em alta?” é d’O Escritório, com produção da Hand. Sofia Rivas é a produtora executiva, Gonçalo Morais Leitão o realizador e Paulo Castilho diretor de fotografia. A agência de meios é a Media Duyes.

A campanha é protagonizada por “O Avião”, um jogo desenvolvido pela produtora portuguesa Darwin. “Esta é uma forma de entretenimento completamente disruptiva que chega finalmente a Portugal, através da Solverde.pt. Os Crash Games envolvem uma lógica de jogo veloz e divertida, próxima do gaming, que vai dinamizar o universo de casino online, até hoje, essencialmente ancorado em slot machines”, diz Américo Loureiro, diretor da Solverde.pt, citado em comunicado.

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Tecnologia de rega à medida das necessidades testada no Fundão

  • Lusa
  • 26 Julho 2024

Investigadores testam tecnologia de rega à medida das necessidades no Fundão e concluem pela existência de "claro ganho em termos de poupança de recursos hídricos".

Uma nova tecnologia está a ser testada no Fundão para encontrar soluções simples e de baixo custo que otimizem a irrigação na agricultura, utilizando água em função da necessidade de cada árvore, no âmbito do projeto europeu MED-WET.

Na reta final, depois de três anos de investigação e de ano e meio de testes-piloto em cerejeiras e pessegueiros, os responsáveis do projeto, uma parceria entre a Universidade da Beira Interior (UBI) e a Câmara Municipal do Fundão, no distrito de Castelo Branco, mostram-se otimistas.

“Os resultados são animadores, particularmente porque demonstram a versatilidade da tecnologia SLECI, podendo ser aplicada a diversas produções, bem como em contextos bastante diferenciados de solos e cenários climáticos”, referiu o coordenador do projeto, João Leitão, professor do Departamento de Gestão e Economia da UBI e investigador do Research Center in Business Sciences (NECE).

Apesar destas conclusões serem resultado de uma primeira análise de eficiência comparativa face ao sistema de rega gota a gota, que precisa de continuar a ser reforçada com novos dados, através da monitorização e análise de mais períodos de verão, o investigador referiu que se constatou que há um “claro ganho em termos de poupança de recursos hídricos”.

Os resultados são animadores, particularmente porque demonstram a versatilidade da tecnologia SLECI, podendo ser aplicada a diversas produções, bem como em contextos bastante diferenciados de solos e cenários climáticos.

João Leitão

Coordenador do projeto de investigação

João Leitão sublinhou que essas conclusões consideraram a subida das temperaturas médias no período verificado e os picos observados nos meses de julho e de agosto, que implicaram um aumento considerável da rega gota a gota e um volume “bastante inferior” do método SLECI.

A tecnologia testada em regiões mediterrânicas — Fundão, Malta e Marrocos –, partindo da premissa de um contexto marcado pelas alterações climáticas e seca, “apresenta uma combinação de gotejadores SLECI que fornecem diferentes volumes de água adaptados às necessidades específicas das árvores”, pormenorizou o docente da UBI.

Segundo o responsável, a tecnologia testada “tem de inovador o efeito autorregulador”, funcionando com uma pressão hidráulica baixa e fazendo depender a quantidade de água libertada de fatores como o tipo de solo e o teor de humidade no solo.

O efeito autorregulador é causado pela tensão de sucção em constante mudança no solo. Quando o solo circundante está seco, a tensão de sucção aumenta e o sistema libertará um maior volume de água”, explicou à agência Lusa João Leitão.

A água é transferida para o solo através de elementos de argila colocados a uma determinada profundidade junto às raízes da cultura e, comparativamente ao sistema de rega gota a gota, as árvores têm de ter tempo de reação e de adaptação, indicou.

Temos trabalhado uma solução promissora para a conservação da água e para uma agricultura eficiente.

João Leitão

Coordenador do projeto de investigação

O académico acrescentou que foram recolhidos, semanalmente, dados relacionados com os volumes de água utilizados, as condições climatéricas, a percentagem de água no solo – a monitorização contínua é fundamental para a implementação da tecnologia SLECI — e analisadas, pontualmente, as características do solo e o crescimento dos frutos, para tentar perceber de que forma a SLECI pode interferir com o calibre.

Temos trabalhado uma solução promissora para a conservação da água e para uma agricultura eficiente“, afirmou João Leitão, sobre o projeto europeu MED-WET (Improving MEDiterranean irrigation and Water supply for smallholder farmers by pro­viding Efficient, low-cost and nature-based Technologies and practices), que envolve oito entidades de cinco países.

A apresentação pública dos resultados está prevista para outubro, na Feira de Inovação Agrícola do Fundão, depois de uma segunda fase de recolha de dados. Mas já começou a ser dada formação a agricultores, com o objetivo de transferir esse conhecimento para a implementação de negócios agrícolas mais sustentáveis.

O MED-WET contempla tecnologias testadas noutros países, como a construção de terras húmidas, no Egito, e o protótipo de casa solar com vertente de dessalinização, em Malta.

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Chega apresenta resolução que recomenda ao Governo atualização imediata das tabelas de retenção de IRS

O presidente do Chega considera que as tabelas de retenção de IRS devem ser atualizadas "nos próximos dois meses", antes do início do processo negocial do OE para 2025.

O presidente do Chega anunciou que o partido deu entrada na Assembleia da República de um projeto de resolução que recomenda ao Governo que faça uma atualização das tabelas de retenção de IRS “nos próximos dois meses”, justificando que o processo deverá ocorrer antes das negociações para o Orçamento do Estados para 2025, em setembro.

O Chega deu deu entrada de um projeto de resolução na AR pedindo e recomendando ao Governo que atualize as tabelas de retenção de IRS, e que o faça nos próximos dois meses porque em setembro, com a entrada do processo orçamental na AR, ficará muito mais difícil definir novas tabelas de retenção”, afirmou André Ventura numa conferência de imprensa, esta sexta-feira.

Rejeitando ter intenções de criar “perturbações políticas”, André Ventura argumenta que uma atualização das tabelas de IRS já estava “orçamentalmente prevista aquando da publicação do programa do Governo”, antes das eleições em março, e que por isso a justificação dada pelo Executivo de que a baixa do IRS não tem “cabimento orçamental é errada”.

“Fizemos as contas e não deixam margem para dúvidas sobre o que estamos a falar quando pedimos uma descida do IRS: o impacto da entrada em vigor do novo IRS teria o mesmo impacto orçamental que a medida que o próprio Governo levou ao Parlamento“, aponta Ventura, detalhando que esse impacto se traduz em 348 milhões de euros.

“O Governo insiste em brincar com as tabelas do IRS. É uma tentativa desesperada do Governo de procurar boicotar a todo o custo a entrada em vigor” da medida do PS “aprovada pelo Parlamento”, continuou o líder do Chega.

Além de defender que as novas tabelas de IRS sejam atualizadas este ano para que os contribuintes sintam ainda este ano um “alívio nos rendimentos, André Ventura argumenta ainda que “o Governo deve executar a política fiscal que o Parlamento define: menos IRS, menos pagamento das portagens e menos IVA na eletricidade” — todas medidas apresentadas pelo PS, aprovadas na AR à revelia do Governo, e promulgadas pelo Presidente da República, no início da semana.

As novas tabelas preveem que as taxas de IRS diminuam entre 0,25 e 1,5 pontos até ao sexto escalão, atualmente com um rendimento coletável de mais de 27.146 euros até 39.791 euros, face à tabela em vigor. Ainda assim, todos os escalões vão sentir a descida devido à progressividade do imposto.

A taxa aplicada ao primeiro escalão diminui de 13,25% para 13%, no segundo escalão de 18% para 16,5%, no terceiro de 23% para 22% e no quarto escalão de 26% para 25%. Já a taxa do quinto escalão cai de 32,75% para 32% e o sexto escalão de 37% para 35,5%.

A reação de André Ventura surge dias depois de o primeiro-ministro ter pedido tanto ao PS como ao Chega que clarifiquem se a descida nas tabelas de retenção da fonte se aplica no próximo ano ou ainda este ano. Para Luís Montenegro, “a decisão da Assembleia da República de se querer substituir ao Governo em matérias que são claramente de ação executiva” tem “consequências” nomeadamente do ponto de vista orçamental.

(Notícia atualizada às 13h18)

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Novo alívio nos combustíveis. Gasóleo cai 1,5 cêntimos e gasolina baixa 1 cêntimo na próxima semana

Preço dos combustíveis vão aliviar pela terceira semana seguida. O litro gasóleo deverá cair 1,5 cêntimos e o da gasolina registará uma baixa de um cêntimo na próxima segunda.

Os combustíveis vão voltar a baixar no início da próxima semana. O preço do gasóleo deverá cair 1,5 cêntimos e o da gasolina registará uma baixa de um cêntimo na segunda-feira, segundo adiantou fonte do setor ao ECO. Será a terceira semana de alívio nos preços dos combustíveis, reduções que chegam em pleno período de férias dos portugueses.

Confirmando-se esta evolução, o preço do gasóleo vai cair para 1,5495 euros por litro a partir da meia-noite de segunda-feira, o mais baixo desde a semana de 10 de junho, de acordo com os dados oficiais disponibilizados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

a gasolina baixará para 1,715 euros por litro, o preço mais baixo desde a semana de 17 de junho, segundo a mesma fonte.

Os preços ao consumidor final podem diferir de posto de abastecimento para posto de abastecimento.

A evolução dos preços dos combustíveis tem por base o comportamento da cotação do barril de petróleo e derivados nos mercados internacionais, tendo ainda em conta fatores cambiais, nomeadamente a relação entre o euro e o dólar.

A cotação do Brent está em queda há três semanas, incluindo esta semana, em que acumula uma desvalorização de 0,8%. O barril negociado em Londres está a cotar nos 81,98 dólares — ou 75,60 euros, o valor mais baixo em quase dois meses. O abrandamento da economia chinesa continua a condicionar os preços do “ouro negro”, segundo os analistas.

(Notícia atualizada às 13h09)

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Feira espera turistas de 17 países e retorno de 15 milhões com Viagem Medieval

A Viagem Medieval em Santa Maria da Feira, conhecida como a maior recriação histórica em território europeu, deverá gerar 15 milhões de euros de retorno económico. Capta turistas de 17 países.

De 31 de julho a 11 de agosto, Santa Maria da Feira regressa à Idade Média com mais uma edição da Viagem Medieval, num investimento de 2,1 milhões de euros. O evento, que é conhecido como “a maior recriação histórica em território europeu”, vai receber cerca de 700 mil visitantes oriundos de 17 países. O município estima um retorno económico no concelho superior a 15 milhões de euros.

Captamos cada vez mais turismo estrangeiro e há um crescimento notório da Viagem Medieval nos mercados internacionais. Só na primeira fase de pré-venda, as pulseiras da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria foram adquiridas online em 17 países diferentes“, afirma ao ECO/Local Online, Amadeu Albergaria, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.

O autarca refere que estes números representam um crescimento face à edição do ano passado, tendo em conta que na primeira fase de pré-venda foram vendidas pulseiras a visitantes de onze países.

Captamos cada vez mais turismo estrangeiro e há um crescimento notório da Viagem Medieval nos mercados internacionais.

Amadeu Albergaria

Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira

“É um dos principais eventos da região, com muita história, muito bem organizado e consolidado. É um evento que atrai milhares de visitantes“, salienta o presidente do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins, em declarações ao ECO/Local Online.

A nível nacional foram vendidas pulseiras em todos os distritos do país no arranque da pré-venda. Aveiro, Porto, Coimbra, Lisboa e Braga estão no top cinco dos distritos com maior número de pulseiras adqueridas.

As portas do recinto abrem às 12h30 e estão previstos 110 espetáculos diários, 17 áreas temáticas e cinco praças de animação. A pulseira para os 12 dias tem o valor de 11 euros; o bilhete diário custa cinco euros de segunda a quinta-feira, seis euros à sexta e domingo, e sete euros ao sábado.

As crianças até aos cinco anos estão isentas de pagamento e a autarquia oferece pulseiras aos estudantes até ao 12º ano de escolaridade do concelho. “Aumentamos o preço das pulseiras e dos bilhetes para esta edição, mas estes preços vão manter-se no próximo ano”, assinala Amadeu Albergaria, justificando com a inflação dos custos associados à organização do evento.

A Viagem Medieval em Terras da Feira recebe cerca de 50 mil visitantes por dia e os alojamentos locais e hotéis ficam lotados. “Os municípios à volta também são beneficiados”, garante o autarca. Uma semana antes de o evento arrancar, “três alojamentos já estavam com lotação esgotada” e os “restantes com uma taxa de ocupação de 90%“, detalha Amadeu Albergaria.

A Viagem Medieval de Santa Maria da Feira é um evento âncora para o território.

Luís Pedro Martins

Presidente do Turismo do Porto e Norte

O presidente do Turismo do Porto e Norte (TPN) considera que Viagem Medieval da Feira é um “evento âncora para o território”. Luís Pedro Martins não “acredita no monoturista” e justifica que os turistas que se deslocam ao evento “têm interesse em conhecer outras atrações numa região que prima por ser tão diversa”.

Este ano a recriação é dedicada ao reinado de D. Duarte, aclamado rei de Portugal em 1433. O conhecido ator Pedro Laginha dá corpo ao D. Duarte. O evento, que já vai na 27ª edição e ocupa 37 hectares do centro da Feira, conta com 2.000 pessoas a trabalhar diariamente. Entre eles, 390 voluntários dos 16 aos 80 anos.

Dos trajes à gastronomia até ao ambiente envolvente, tudo neste evento é alusivo à época Medieval: os porcos rodam no espeto, o pão com chouriço é cozinhado em fornos a lenha, e a sangria é servida em copos que lembram a época assim como as limonadas e refrescos. Para sobremesa não faltam crepes artesanais, frutos secos caramelizados, bolos típicos, entre muitas outras iguarias. O evento conta com 18 tabernas, dois restaurantes, 60 bancas e 60 artesões.

A Viagem Medieval em Terras de Santa Maria da Feira já angariou vários prémios e distinções ao longo dos anos. A recriação histórica voltou a ser distinguida pelos portugueses como um evento “Cinco Estrelas Regiões em 2022 e 2023″. Este galardão vem juntar-se aos vários prémios nacionais e internacionais já arrecadados pelo evento, como o 1.º Prémio “Melhor Evento Cultural promovido pela Eventoplus (Espanha, 2017), 1.º Prémio “Best Cultural Event” e 2.º Prémio “Grand Prix Best Event Eventex” da Global Eventex Awards (Irlanda, 2017).

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Dinheiro do Kremlin agora financia defesa ucraniana

A União Europeia transferiu 1,5 mil milhões de euros para a Ucrânia de ativos russos congelados. Esta foi apenas a primeira tranche de outras previstas. A próxima está agendada para março de 2025.

A União Europeia (UE) deu um passo significativo no apoio à Ucrânia ao transferir a primeira tranche de 1,5 mil milhões de euros resultantes dos ativos russos congelados. Este montante, gerado por receitas extraordinárias de ativos imobilizados do Banco Central da Rússia, será canalizado para fortalecer as capacidades defensivas da Ucrânia e apoiar a sua reconstrução.

“A União Europeia está ao lado da Ucrânia. Hoje transferimos 1,5 mil milhões de euros em receitas de ativos russos imobilizados para a defesa e reconstrução da Ucrânia. Não há melhor símbolo ou uso para o dinheiro do Kremlin do que tornar a Ucrânia e toda a Europa um lugar mais seguro para viver“, referiu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, esta sexta-feira, em comunicado.

Os recursos transferidos provêm de receitas extraordinárias acumuladas devido à imobilização dos ativos e reservas do Banco Central da Rússia, uma consequência das sanções impostas pela União Europeia e após a invasão russa da Ucrânia.

Estas receitas, geradas pela acumulação de saldos de caixa extraordinários nos balanços dos depositários centrais de valores mobiliários (CSD), não pertencem à Rússia e são agora direcionadas para apoiar a Ucrânia.

Cerca de 1,4 mil milhões do montante global enviado esta sexta-feira para a Ucrânia será alocada à Facilidade Europeia para a Paz (EPF), destinada à aquisição de equipamentos militares prioritários, como sistemas de defesa aérea e munições para artilharia. O restante será canalizado para a Facilidade da Ucrânia, focada na reconstrução do país.

“A primeira tranche dos lucros extraordinários proporcionará apoio concreto no terreno”, destaca Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, notando ainda que, “com 1,4 mil milhões de euros alocados à Facilidade Europeia para a Paz estamos prontos para financiar a aquisição de equipamentos militares prioritários, nomeadamente defesa aérea e munições para artilharia – e também através de aquisições para a indústria de defesa ucraniana.”

A decisão de utilizar as receitas extraordinárias para apoiar a Ucrânia foi formalizada pelo Conselho da União Europeia em maio, após propostas da Comissão Europeia e do Alto Representante, tendo na altura definido uma repartição dos recursos da seguinte forma: 90% da contribuição financeira das receitas extraordinárias irá para a Facilidade Europeia para a Paz (EPF) e 10% irá para a Facilidade da Ucrânia para apoiar, respetivamente, as necessidades militares e de reconstrução da Ucrânia.

A próxima transferência de receitas extraordinárias está prevista para março de 2025, continuando o compromisso da União Europeia em apoiar a Ucrânia a longo prazo.

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