PR promulga eliminação de obrigações de reporte em IRS e deduções com trabalho doméstico

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2025

Com este decreto-lei, eliminou-se a obrigação de reporte, na declaração do IRS, de rendimentos não sujeitos a IRS, como o subsídio de refeição, e os sujeitos a taxas liberatórias, como os juros.

O Presidente da República anunciou este sábado a promulgação dos diplomas que eliminam a obrigação de reporte de juros e subsídio de refeição na declaração de IRS e a extensão do IRS Automático aos gastos com trabalho doméstico.

A promulgação destes dois diplomas, que foram aprovados pelo Governo em Conselho de Ministros na passada quinta-feira, consta da página da Presidência da República na Internet.

Um dos diplomas agora promulgados por Marcelo Rebelo de Sousa “procede à alteração do Código do IRS, eliminando obrigações de reporte na declaração de rendimentos e densificando estas obrigações no que respeita aos ativos detidos em países, territórios ou regiões com um regime fiscal claramente mais favorável“.

Segundo o Governo, com este decreto-lei, visou-se eliminar a obrigação de reporte, na declaração do IRS, de rendimentos não sujeitos a IRS, como o subsídio de refeição, e os sujeitos a taxas liberatórias, como os juros.

Além de eliminar o reporte daquelas tipologias de rendimentos, o diploma clarifica ainda quais os ativos detidos em países, territórios ou regiões com um regime fiscal claramente mais favorável que devem ser declarados, de forma a assegurar a certeza jurídica e a operacionalização efetiva desta obrigação.

No Orçamento do Estado para 2024, o anterior Governo introduziu uma norma determinando que, na declaração anual do IRS, seriam “obrigatoriamente reportados, designadamente, os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias não englobados e os rendimentos não sujeitos a IRS, quando superiores a 500 euros, bem como os ativos detidos em países, territórios ou regiões com regime fiscal claramente mais favorável”.

Já com o atual executivo, num comunicado emitido no final de janeiro, o Ministro das Finanças assinalou porém que os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias (categoria onde se incluem os juros de depósitos, por exemplo) “já são do conhecimento da Autoridade Tributária (AT)”, referindo a existência de “vários constrangimentos para a aplicação da norma em causa”, nomeadamente no que se refere à “identificação e quantificação dos rendimentos a considerar”.

Fonte oficial do Ministério das Finanças tinha também já referido que a obrigação de declaração de rendimentos, prevista no Orçamento para 2024, reduzia o número de sujeitos passivos que podem beneficiar do IRS automático, “suscitando ainda dúvidas quanto à dispensa de apresentação de declaração para contribuintes com rendimentos de trabalho ou pensões inferiores a 8.500 euros anuais”.

Já o segundo diploma promulgado pelo chefe de Estado possibilita que sejam abrangidos pelo IRS Automático os contribuintes que pagam salários a trabalhadores domésticos.

O Orçamento para 2024 criou uma nova dedução à coleta do IRS que permite deduzir um montante equivalente a 5% da remuneração paga por qualquer membro do agregado familiar pela prestação de trabalho doméstico até ao limite global de 200 euros. Esta dedução terá aplicação prática pela primeira vez este ano quando, a partir do dia 01 de abril e até 30 de junho, os contribuintes entregarem a sua declaração anual de IRS.

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Medidas de resposta imediata à covid-19 custaram 16,5 mil milhões de euros em três anos

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2025

Os gastos com as medidas dirigidas à atividade económica e à manutenção dos postos de trabalho constituem uma parte da fatura que a pandemia impôs. Os custos mais elevados foram em 2021.

O valor das medidas para enfrentar a pandemia de covid-19 superou 16,5 mil milhões de euros, em três anos, de 2020 a 2022, com a ‘fatura’ mais elevada a cair em 2021, segundo cálculos da Lusa com base na execução orçamental.

A súbita travagem da atividade económica na sequência dos vários confinamentos (gerais e parciais) impostos como forma de travar a propagação do coronavírus, obrigou muitas empresas a fechar portas e colocou milhares de pessoas em casa — muitos sem possibilidade de cumprir a sua função em teletrabalho.

As respostas públicas para mitigar os impactos desta nova situação foram surgindo e sendo adaptadas em função das restrições ditadas pela pandemia. O leque de medidas adotadas e os montantes que foram sendo gastos, refletem esta evolução e necessidade de ajustamento.

Segundo os dados disponíveis na síntese da execução orçamental, divulgados pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), em 2020 (após terem surgido em Portugal os primeiros casos de infeção) as medidas adotadas no âmbito de combate e prevenção da covid-19 e ‘reposição’ da normalidade ascenderam a 4.591,1 milhões de euros, com mais de metade deste valor a ser explicado pelo aumento da despesa (3.165 milhões de euros) e 1.426,1 milhões de euros a resultarem de medidas que conduziram a uma redução da despesa.

Um ano depois, o valor aumentou, chegando aos 7.743,7 milhões de euros, divididos entre uma redução de receita de 306,4 milhões de euros e um aumento da despesa total em 7.437,3 milhões de euros.

Em 2022, segundo os mesmos dados, o montante das medidas adotadas foi de 4.199,7 milhões de euros, sendo novamente o lado da despesa a explicar a maior fatia (3.723,8 milhões de euros) deste valor global.

A evolução da pandemia e o desenho (e adaptação) das medidas que foram sendo tomadas ao longo do tempo, tiveram, por seu lado, implicações no peso orçamental de cada uma destas respostas.

Em 2020, por exemplo, as medidas tomadas diretamente para aliviar a tesouraria das empresas, como a suspensão dos pagamentos por conta do IRC e perda da receita contributiva associada à isenção de pagamento da taxa social única (TSU) no âmbito do ‘lay-off’ simplificado ou do apoio à retoma progressiva, explicam 1,1 mil milhões dos 1,4 mil milhões de euros de quebra de receita então registados.

Já em 2022, a medida com maior impacto na receita fiscal foi a que permitiu a prorrogação dos pagamentos do IVA.

O comportamento da receita observado nestes três anos não refletiu apenas o efeito das medidas tomadas, tendo sido igualmente impactado pela quebra no consumo de bens e serviços (sobretudo nos períodos de confinamento geral ou de restrições à circulação e número de pessoas dentro das superfícies comerciais) ou ainda a diminuição da cobrança de taxas, multas e outras penalidades.

Do lado da despesa, os valores vão também mudando em função das soluções que foram consideradas as mais adequadas em cada momento.

É isso que explica que o ‘lay-off’ simplificado tenha sido o apoio para o qual foi canalizado o maior montante em 2020 (823,2 milhões de euros), mas que em 2021, os apoios à retoma progressiva e ao rendimento dos trabalhadores tenham absorvido uma da maiores fatias (547,8 milhões e 488,4 milhões de euros, respetivamente), enquanto a versão simplificada do ‘lay-off’ recuou para 368 milhões de euros.

Relativamente a 2022, a DGO salienta as medidas de apoio às empresas e ao emprego (1.321,6 milhões de euros), destacando o programa Ativar (362,2 milhões de euros), os apoios à economia (238,6 milhões de euros), outros apoios a empresas (278,9 milhões de euros) ou o incentivo a normalização (118,5 milhões de euros).

Os gastos com as medidas dirigidas à atividade económica e à manutenção dos postos de trabalho constituem apenas uma parte da fatura que a pandemia impôs, refletindo também o incremento das despesas com saúde (compra de vacinas, de testes, equipamento ou reforço de contratações de profissionais) ou as linhas de apoio à tesouraria das empresas.

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EUA reforçam restrições ao investimento chinês em setores estratégicos

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2025

No início de fevereiro, Trump impôs taxas aduaneiras de 10%, além das já existentes, sobre os produtos da China, mas na quarta-feira afirmou que um acordo comercial com Pequim "é possível".

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou na sexta-feira à noite um memorando destinado a travar o investimento chinês em setores estratégicos dos EUA, incluindo tecnologia e infraestruturas críticas.

O memorando tem como objetivo “promover o investimento estrangeiro e, ao mesmo tempo, proteger os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos, em particular contra as ameaças colocadas por adversários estrangeiros como a China“, lê-se num comunicado publicado no ‘website’ da Casa Branca.

A administração norte-americana acusa Pequim de explorar cada vez mais os recursos norte-americanos para “modernizar as suas operações militares, de inteligência e de segurança”.

A Casa Branca acusa ainda “certos adversários estrangeiros”, incluindo a China, de investir em empresas do país para “obter tecnologias avançadas e propriedade intelectual”.

Donald Trump tenciona pedir à Comissão para o Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) que “restrinja o investimento chinês em setores estratégicos norte-americanos, como tecnologia, infraestruturas críticas, saúde, agricultura, energia, matérias-primas e outros“, acrescenta-se no comunicado da Casa Branca.

A CFIUS é um painel com a função de avaliar o impacto das aquisições de empresas dos EUA por estrangeiros na segurança nacional do país. “O Presidente Trump está a cumprir a promessa de impedir que os adversários estrangeiros tirem partido dos Estados Unidos”, refere-se. A decisão surge numa altura de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

No início de fevereiro, Donald Trump impôs taxas aduaneiras de 10%, além das já existentes, sobre os produtos provenientes da China, mas na quarta-feira afirmou que um acordo comercial com Pequim “é possível”.

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B35 NXXT, a mestria artesanal e a inovação dos novos ténis Dior

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 22 Fevereiro 2025

A Dior voltou a desafiar os limites da moda contemporânea com os novos ténis B35 NXXT, em ráfia, concebidos por Kim Jones ainda antes da sua saída da maison e revelados no desfile Dior Summer 2025.

Este inovador modelo B35 NXXT destaca-se pela utilização surpreendente da ráfia, um material natural reinterpretado com mestria para dar forma a uma malha harmoniosa inspirada no padrão cannage, uma assinatura da maison Dior. Este padrão aberto não só amplia a sola assertiva dos ténis, como também confere um efeito tridimensional, elevando a peça a uma dimensão escultural e futurista. A conjugação da ráfia com encaixes de camurça, cortados a laser com precisão absoluta, reflete o compromisso da Dior com o detalhe e a sofisticação artesanal.

A construção dos B35 NXXT é um testemunho do engenho técnico dos ateliers da maison francesa. Cada par passa por um processo minucioso que inclui a urdidura dos fios, a tecelagem das fibras naturais e a montagem manual, culminando na fusão perfeita entre a parte superior do sapato e a sola volumosa. Este meticuloso trabalho artesanal garante que os ténis não sejam apenas uma expressão estética, mas também um objeto de conforto e funcionalidade.

Outro detalhe de destaque é a assinatura “Dior”, aplicada através de um sofisticado processo de alta frequência, reforçando a identidade da marca de forma discreta, mas impactante. Já o símbolo “47”, posicionado estrategicamente na ponta dos sapatos, presta homenagem à histórica coleção inaugural de Christian Dior, apresentada a 12 de fevereiro de 1947, perpetuando a ligação entre património e modernidade.

Disponíveis numa paleta de tons naturais – bege e castanho –, os B35 NXXT chegam numa edição limitada de 470 pares numerados, celebrando o savoir-faire da Dior em constante evolução.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 29 milhões de euros

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2025

O jackpot desta sexta-feira é de 29 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 29 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 21 de fevereiro:

Números: 1, 3, 11, 20 e 43

Estrelas: 2 e 11

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“Portugal deve manter o controlo da TAP”

Gestor Carlos Tavares defende que os portugueses devem manter o controlo da TAP e prioridade na privatização deve ser a devolução dos apoios públicos. Foi no podcast do ECO 'O Mistério das Finanças'.

 

Carlos Tavares foi, até há poucas semanas, presidente do grupo construtor automóvel francês Stellantis, regressou a Portugal e tem uma visão para o futuro da TAP, companhia que está em processo de privatização em curso. Convidado desta semana do podcast do ECO e da CNN Portugal ‘O Mistério das Finanças’, conduzido pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro, o gestor e empresário admite que está a avaliar o caso TAP — há quem o empurre para entrar na privatização, confessa –, e defende que o controlo maioritário da companhia deve ficar em mãos portugueses, incluindo o Estado. “Não estamos necessariamente a falar de capitais portugueses, mas de liderança portuguesa“. E a primeira linha no caderno de encargos da privatização deve ser a devolução dos mais de três mil milhões de euros de fundos públicos injetados pelo Estado na TAP, assinala.

Vai comprar a TAP? “Não está previsto, mas nunca se sabe. O futuro é o futuro e tem que se olhar para o futuro com um espírito aberto. A TAP é um projeto que tem criado, da parte dos meus amigos portugueses, um certo apelo, pedem-me que olhe para este projeto e eu tenho estado a estudar a TAP com muito interesse“, confessa o gestor.

Se ainda não decidiu, tem uma visão sobre o que deve ser o futuro da companhia, e esse passa pela manutenção do Estado como acionista de controlo. Assim, a TAP não deve ser vendida a um grupo europeu. Segundo, não deve ser vendida uma participação a um concorrente superior a 20% e, terceiro, o controlo deve ficar em Portugal.

A TAP pode ser um instrumento de criação de valor não só para si mesma como para a indústria do turismo português. É um valor de qualidade. Portanto, não podemos [admitir a] hipótese de que só empresas estrangeiras ou só gestores estrangeiros são capazes de gerir a TAP para criar valor. Isso seria uma hipótese mortífera. Não podemos aceitar essa hipótese”, afirma, quase indignado, Carlos Tavares.

A segunda hipótese, que já podemos pôr na nossa reflexão, é que o Estado já concluiu que não é um bom gestor da TAP. Exato, não é? Portanto, se essa conclusão está feita de maneira razoável e de maneira muito evidente, vamos ter na TAP gestores privados que possam criar esse valor. O que não quer dizer que não tenhamos interesse em guardar um controlo estratégico da ferramenta número um da indústria número um do país, que é o turismo“.

A primeira linha do caderno de encargos da TAP é garantir o reembolso das ajudas públicas. “A primeira coisa que queremos fazer é reembolsar a ajuda que foi dada durante o Covid e que foi muito bem dada, porque, se não, hoje a empresa não existiria. Nós teríamos a reestruturação E não estaríamos aqui a discutir desta oportunidade de criação de valor. Portanto, essa ajuda foi bem dada. Temos que reembolsar e isso vai levar um certo tempo, porque vai ser reembolsado na base dos lucros [futuros] da empresa“, insiste Carlos Tavares.

E de que forma Portugal pode manter o controlo da companhia? “O Estado pode perfeitamente estar abaixo dos 50%, digamos, com 40% [das ações. Se quisermos um grupo de acionistas portugueses que garantam o controlo português desta empresa, como do meu ponto de vista deveria ser, é muito fácil. Basta que 10% ou 20% do capital esteja na mão dos empregados, dos gestores e dos líderes da empresa, 40% nas mãos do Estado. A soma dos dois blocos é de 60%, portanto, podemos guardar um controlo português com o bloco de acionistas portugueses de mais de 50%, perfeitamente. O Estado pode ser minoritário e ter um compromisso de não interferir na gestão da empresa graças a uma liderança do Conselho de Administração que seja muito forte. Portanto, tudo isto é possível“.

E os outros 40% poderão ser reservados para uma parceria estratégica com outra companhia aérea, “desde que não haja ‘call'”, isto é, direito de compra a prazo da maioria do capital, e pode entrar um fundo de investimento estrangeiro, “sem qualquer tipo de problema”, antecipa Carlos Tavares.

O Podcast ‘O Mistério das Finanças’ estará disponível em breve nas plataformas de streaming.

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Semapa baixa lucros em 5% para 233 milhões de euros. Dividendo estável em 62,6 cêntimos

A holding vai distribuir 50 milhões de euros pelos acionistas, o mesmo valor do ano passado, reforçando o seu compromisso com a política de dividendos da empresa. Vendas e EBITDA subiram.

A Semapa fechou 2024 com um resultado líquido de 232,7 milhões de euros, 4,8% abaixo dos 244,5 milhões registados no ano anterior, com o crescimento no segmento do negócio da pasta e papel e no cimento a não conseguirem compensar a descida registada noutros negócios, nomeadamente a dotação de 10 milhões para a Fundação Pedro Queiroz Pereira. O conselho de administração vai propor a manutenção do dividendo de 0,626 euros.

A holding da família Queiroz Pereira fechou o ano com um volume de negócios de 2.849,4 milhões de euros, o que representa um aumento de 5,3% face ao período homólogo, com o negócio da pasta e do papel a ser responsável pela maior parcela deste valor: a Navigator gerou receitas de 2.088,3 milhões de euros; a Secil (cimento) 701,8 milhões de euros; e outros negócios 60,5 milhões.

Mais de 75% das receitas do grupo foram geradas no exterior, com as exportações e vendas no exterior a ascenderem a 2.144,7 milhões de euros.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) também registou uma evolução positiva, ao atingir 702,7 milhões de euros, mais 4,6% que o valor alcançado no ano anterior. Trata-se do segundo maior EBITDA de sempre do Grupo Semapa.

A Semapa justifica a descida do resultado líquido com vários fatores, nomeadamente os 10 milhões encaminhados para a nova Fundação Pedro Queiroz Pereira, para financiar as suas atividades por um período de pelo menos três anos.

O valor negativo do EBITDA das Holdings reflete a atribuição do donativo, correspondente à constituição da Fundação Semapa – Pedro Queiroz Pereira no valor de 10 milhões de euros“, refere o relatório.

Os lucros foram ainda penalizados pelo agravamento de 37,5 milhões de euros nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade; ou o reconhecimento de uma imparidade no Líbano.

O Conselho de Administração vai propor remunerar os acionistas com um dividendo de 0,626 euros por ação, a que correspondente a um valor total de aproximadamente 50 milhões de euros, o mesmo valor distribuído relativamente a 2023.

A empresa adianta ainda que manteve “a sua forte ambição” e investiu, em 2024, 541 milhões de euros, dos quais 190 milhões de euros em investimentos em participações financeiras, prosseguindo a execução dos planos estratégicos das diferentes subsidiárias.

O último ano ficou ainda marcado pela conclusão da aquisição da britânica Accrol Group Holdings pela Navigator, em maio do ano passado.

A dívida líquida remunerada consolidada atingiu 1.091,7 milhões de euros no final de 2024, um aumento de 79,7 milhões de euros face ao final de 2023, “o que demonstra a forte geração de caixa do Grupo, tendo em conta o período recente de forte investimento”.

“O cenário macroeconómico e de geopolítica global para 2025 revela todo um novo quadro após as eleições norte-americanas e a tomada de posse do novo presidente em janeiro de 2025. Um maior protecionismo da economia americana, com o aumento das tarifas nas relações comerciais entre Estados Unidos e o resto do mundo poderá levar-nos para um cenário repleto de desafios e oportunidades“, realça a empresa.

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Montenegro omite nomes de clientes e negócios em assessoria jurídica

O primeiro-ministro referiu que a empresa da sua família tem atividade na área proteção de dados e marketing mas não divulgou a lista dos clientes. Ficou por responder se prestou assessoria jurídica.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, não quis divulgar os nomes dos clientes da sua empresa familiar Spinumviva nem esclareceu se prestou assessoria jurídica, durante o debate parlamentar desta sexta-feira sobre a moção de censura apresentada pelo Chega, que acabou rejeitada.

No entanto, negou qualquer atividade no ramo do imobiliário, afastando, assim, um eventual conflito de interesses com a nova lei dos solos, que vai permitir que prédios rústicos sejam transformados em urbanizáveis, facilitando a construção. A proposta de lei ainda está em discussão na Assembleia da República.

Luís Montenegro preferiu não mencionar os nomes dos clientes em nome do sigilo contratual e da “relação de amizade” que tem com os acionistas. Mas, ao Correio da Manhã, já tinha adiantado que tinha prestado serviços ao grupo de comunicação social que detém aquele título e acabou por anuir com cabeça, em resposta ao PS, que celebrou contratos com o grupo Solverde, com sede em Espinho, terra natural do chefe do Executivo.

E listou as atividades que têm sido desempenhadas pela empresa, que criou quando estava fora da política: “Definição e implementação de boas práticas no tratamento de dados, regras de recolha e conservação de dados, códigos de conduta, ações de formação, atividade de marketing, controlo na área de recursos humano, da segurança e higiene no trabalho, e seguros de saúde”.

“É despropositado chamar a isto uma empresa imobiliária, é um tiro ao lado. Deter direta ou indiretamente gera conflito de interesses? É um absurdo. A sociedade não tem qualquer imóvel, os imóveis que eu tenho não têm enquadramento nas alterações legais da lei dos solos”, defendeu.

A este respeito referiu ainda que “a detenção de participações em sociedades imobiliárias não tem relação direta com a lei dos solos”. “O que é que esta sociedade pode fazer? Pode comprar e vender que é o que todos os deputados podem fazer”, atirou.

Para além disso, anotou que a lei dos solos, cuja alteração está em apreciação no Parlamento, “diz que, para os terrenos passarem de rústicos a urbanos, é preciso haver decisão municipal e tem de haver contiguidade com o edificado”.

“Onde tenho os terrenos em Rabal [em Bragança] ou Barrô [em Águeda] é impossível aplicar a lei dos solos”, vincou.

Montenegro elencou os resultados brutos e líquidos da Spinumviva desde a sua criação: “Em 2021, teve 67 mil euros brutos e 18 mil euros líquidos; em 2022, teve 415 mil brutos e 240 mil líquidos; em 2023, faturou 235 mil euros brutos e 85 mil euros líquidos; e as estimativas para 2024 são de 179 mil euros brutos e 23 mil euros líquidos”.

O pico de faturação em 2022 e 2023 “explica-se pela conjugação de dois fatores”, referiu. Assim, “em 2022, ainda antes da presidência do PSD”, Montenegro revelou que fechou e apresentou “a conta final do valor devido pela prestação de serviços de reestruturação de uma empresa familiar de comércio combustíveis que envolveu consultadoria de gestão, planeamento estratégico, apoio e formalização das respetivas operações de arrendamento e fornecimento de combustíveis”.

“Este trabalho”, acrescentou, “demorou mais de dois anos e foi responsável por sensivelmente metade do volume de negócios de 2022”.

O chefe do Executivo esclareceu que 2022 e 2023 “foram também os anos com maior incidência de auditorias na área de proteção de dados a clientes pontuais que se queriam adaptar ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados adaptar (RGPD)”, como foi “o caso de um grupo de comunicação social, uma fábrica de equipamentos industriais e uma empresa de transporte de mercadorias”.

O grupo de comunicação social é Cofina, agora designado de Media Livre, que detém o Correio da Manhã, tal como já tinha adiantado ao mesmo jornal.

Já em relação às “empresas âncora e com necessidade de acompanhamento permanente” por parte da Spinumviva, o primeiro-ministro elencou os seguintes clientes, mas sem mencionar nomes: “Uma empresa de retalho com 2.000 funcionários com lojas físicas e online; uma empresa que gere unidades hoteleiras e um negocio físico e online com cerca de 500 mil clientes e 1.200 funcionários; um estabelecimento de ensino privado sem contrato com o Estado com mais de 1.200 alunos; um grupo de farmácias; um grupo industrial no ramo do aço com centenas de fornecedores e cliente”.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, questionou o primeiro-ministro se a sociedade prestou serviços ao grupo Solverde de hotéis e casinos, com sede Espinho, do distrito de Aveiro, conselho donde é natural Luís Montenegro, e o chefe do Executivo consentiu com a cabeça.

No entanto, aquando da resposta às questões, o primeiro-ministro explicou porque não pode e não deve divulgar o nome do cliente: “Sou amigo pessoal dos acionistas dessa empresa, impondo-me a mim mesmo restrições e assim farei”.

Quanto ao destino dos lucros, que não têm sido distribuídos, “por decisão do fundador da empresa”, ou seja, do próprio Montenegro, e “não havendo necessidades financeiras dos sócios” – filhos e mulher –, “os lucros estão totalmente destinados ao investimento”.

“E temos dois objetivos: a eventual construção de uma adega e unidade turística no Douro e um investimento numa startup tecnológica”, indicou.

Sobre a transmissão da sua quota à mulher, Montenegro afirmou que “é perfeitamente legal”. De salientar que, aos olhos da lei, o primeiro-ministro continua a ser dono da sociedade uma vez que é casado em regime de comunhão de bens. Sobre esta matéria, o chefe do Executivo foi taxativo: “Nada me impede de deter participações sociais. Na minha declaração à Entidade para a Transparência dou conta da cotitularidade por força do nosso regime de casamento”, sublinha.

Questionado pelo líder e deputado do Chega, André Ventura, sobre a razão de ainda constar o telefone do primeiro-ministro nos dados da Spinumviva, Montenegro atirou: “O telefone é o meu porque é o que consta do registo inicial”.

Três perguntas do PS que ficaram por responder

Por responder ficaram dúvidas, lançadas pela líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, sobre se a Spinumviva prestou “serviços jurídicos de consultoria em matéria de proteção de dados por uma sociedade que não tem esse objeto, ao arrepio da lei dos atos próprios dos advogados vigente à data da prática dos atos”.

Leitão questionou, já perto do final do debate, se Montenegro estava “em condições de esclarecer sobre o cumprimento das obrigações declarativas, que aprovou o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, que determina que ‘a declaração também deve incluir os atos e atividades suscetíveis de gerar incompatibilidades e impedimentos, que compreende a identificação dos atos que geram, direta ou indiretamente, pagamentos, incluindo identificação das pessoas coletivas públicas e privadas a quem foram prestados os serviços'”.

Por fim, o PS perguntou se primeiro-ministro podia afirmar que cumpriu com as obrigações declarativas, “designadamente no quadro do regime jurídico de transparência fiscal que se aplica às sociedades profissionais de advogados, tendo em conta que que há sinais de ter ocorrido a prática de atos de consultoria jurídica”.

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Novo estádio municipal de Famalicão vai ser construído por privados

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

O estádio, com lotação de cerca de 10 mil lugares, vai ter um período de concessão de 53 anos (três no máximo para a construção e 50 para a exploração).

A construção do novo Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão será assegurada por privados, sem envolver qualquer financiamento camarário. Em comunicado, esta sexta-feira, a câmara do distrito de Braga refere que nos próximos dias será aberto o concurso público internacional para a conceção, construção e exploração do futuro Estádio Municipal de Famalicão – Complexo Desportivo e Empresarial.

O município sublinha que a estratégia é concessionar os terrenos e a edificação, “desafiando promotores privados a olharem para a área onde estão implantados o [atual] Estádio Municipal e o campo de treinos e a desenvolverem uma proposta que inclua, obrigatoriamente, a construção do novo estádio”.

Para o executivo liderado pelo social-democrata Mário Passos, aquela estratégia é a “que está em melhores condições de colocar a obra no terreno, sem envolver financiamento municipal e sem hipotecar o futuro das gerações vindouras”.

Os investidores e promotores interessados disporão de um terreno com uma área total máxima de construção de cerca de 85 mil metros quadrados, onde deverá ser obrigatoriamente construído o estádio municipal, um parque de estacionamento e uma área reservada para a construção de um espaço multifuncional.

Segundo o projeto, apresentado esta sexta, o estádio, que contará com quatro bancadas cobertas, deverá ter uma área mínima de construção de 19.900 metros quadrados e uma lotação de cerca de 10 mil lugares. Esta área de construção obrigatória poderá ser complementada por um conjunto de construções facultativas, nomeadamente a criação de um complexo empresarial para comércio ou serviços e de uma outra área destinada a estacionamento.

Mário Passos adiantou ainda que em causa está um período de concessão de 53 anos (três no máximo para a construção e 50 para a exploração). Citado no comunicado, o presidente da SAD do FC Famalicão, Miguel Ribeiro, disse acreditar que este “é um projeto que poderá ser de referência e replicado pelo mundo fora, porque não representa apenas um estádio para se jogar de 15 em 15 dias”.

“Pelo que aqui foi apresentado, o estádio e tudo o que o rodeia poderá ser criador de uma nova centralidade para Famalicão, porque o que se pretende é que toda a sua envolvência tenha a capacidade de ser usufruída sete dias por semana”, referiu.

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Parlamento chumba (sem surpresa) moção de censura ao Governo

Todos os partidos votaram contra a moção à exceção do Chega e do deputado não inscrito Miguel Arruda, que votaram a favor, bem como do PCP, que se absteve.

A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega foi chumbada esta sexta-feira, com os votos contra de todos os partidos à exceção do proponente e do deputado não inscrito Miguel Arruda, que votaram favoravelmente, e do PCP, que se absteve.

Intitulada “Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave”, a moção não vingou, tal como os partidos já tinham sinalizado.

A primeira moção ao Governo de Montenegro foi justificada pelo Chega pelas notícias de que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi sócio da empresa Spinumviva até junho de 2022 e que pertence agora à mulher e aos filhos. O Chega levantou questões sobre eventuais negócios imobiliários da empresa e potenciais conflitos de interesses com a nova lei dos solos, que ainda está em tramitação no Parlamento.

Num primeiro momento, Montenegro afastou qualquer conflito de interesses, alegando que tinha vendido a sua quota à mulher e aos filhos em 2022, quando assumiu a liderança do PSD. Mas uma notícia posterior do Correio da Manhã veio dar conta que essa transição é considerada nula aos olhos da lei, uma vez que o primeiro-ministro é casado em comunhão de adquiridos com a mulher.

Durante a cimeira no Brasil, que terminou esta quinta-feira, o chefe do Executivo indicou que iria esclarecer tudo durante o debate da moção de censura apresentada pelo Chega.

Luís Montenegro garantiu esta sexta-feira que todos os negócios da Spinumviva estão fora do ramo imobiliário e afastou qualquer potencial conflito de interesses com a nova lei dos solos. O chefe do Executivo confirmou que a sociedade prestou serviços ao grupo de comunicação social Cofina, que detinha o Correio da Manhã, – como já tinha adiantado a este jornal – e depois admitiu também uma relação com o grupo de hotéis e casino Solverde, com sede em Espinho, terra natal de Montenegro.

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Já estão disponíveis os formulários para novos residentes se inscreverem no regime fiscal

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

As inscrições podem ser feitas, excecionalmente em 2025, até 15 de março no Portal das Finanças,

Os formulários que permitem aos trabalhadores estrangeiros ou não residentes em Portugal nos últimos cinco anos beneficiar do novo incentivo fiscal à investigação científica e inovação (IFICI) já estão disponíveis, podendo a inscrição ser feita no Portal das Finanças.

O despacho com o modelo e as instruções de preenchimento dos formulários consta de um despacho do Ministério das Finanças, agora publicado em Diário da República, podendo as inscrições ser feitas, excecionalmente em 2025, até 15 de março.

“Os sujeitos passivos registados na AT como residentes em território português devem solicitar a sua inscrição para efeitos do IFICI até 15 de janeiro do ano seguinte àquele em que se torne fiscalmente residente em Portugal. Excecionalmente, em 2025, aquele prazo é até 15 de março”, lê-se no diploma.

Os pedidos de inscrição são feitos no Portal das Finanças, sendo a verificação do cumprimento dos requisitos efetuada pela AT, Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Agência Nacional de Inovação ou Startup Portugal, em função dos requisitos relativos ao requerente e à sua atividade.

É necessário não ter sido residente fiscal em Portugal nos cinco anos anteriores à inscrição no IFICI para se poder beneficiar deste regime, pelo que, tal como sucedia com o RNH, os emigrantes que tenham saído de Portugal (e mudado a residência fiscal) há mais de cinco anos, são elegíveis.

O regime fiscal do IFICI permite aos profissionais abrangidos pagarem uma taxa de IRS de 20% sobre rendimentos de trabalho dependente e independente (categorias A e B), contemplando isenções em outros rendimentos como mais-valias, por exemplo.

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Lítio: Associação sem informação do tribunal para reinício da prospeção em Boticas

  • Lusa
  • 21 Fevereiro 2025

O presidente da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso frisou que quem "decide é a juíza" e não o "Estado ou a empresa", depois da Savannah anunciou que pode retomar de imediato a prospeção.

O presidente da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB) disse esta sexta-feira desconhecer qualquer decisão por parte do tribunal, depois de a Savannah anunciar que pode retomar a prospeção de lítio em Boticas.

A Savannah Resources anunciou que pode retomar de imediato a prospeção de lítio na zona de Covas do Barroso, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, depois de uma providência cautelar ter suspendido os trabalhos durante duas semanas. “Neste momento não temos conhecimento de nada. Estamos tranquilos e serenos a aguardar que nos seja comunicada uma decisão do tribunal, mas até ao momento não temos qualquer notificação, nem do tribunal nem de ninguém”, afirmou Nelson Gomes à agência Lusa.

Relativamente ao reinício dos trabalhos, o responsável frisou que quem “decide é a juíza” e não o “Estado ou a empresa”. A providência cautelar foi interposta por proprietários de terrenos contra a servidão administrativa emitida pelo Ministério do Ambiente e deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela.

A Savannah explicou que os trabalhos podem ser reiniciados depois da emissão de uma “resolução fundamentada” pelo Estado português em resposta à providência cautelar. Segundo a empresa, na argumentação apresentada, o Estado considera “que qualquer adiamento da execução do ato administrativo impugnado judicialmente é mais oneroso e gravemente prejudicial ao interesse público, devendo ser mantida a sua plena eficácia”.

A Savannah referiu que a decisão tem efeito imediato e que planeia voltar aos trabalhos no terreno nos próximos dias. “A emissão desta resolução fundamentada é algo que já esperávamos por ser a sequência lógica definida na lei. Sabemos que todo o nosso trabalho, que tem sido feito sob elevado escrutínio, está a ser bem feito”, afirmou, citado num comunicado enviado à imprensa, Emanuel Proença, presidente executivo (CEO) da Savannah.

A Savannah disse que “a resolução fundamentada reitera a confiança do Estado português no projeto lítio do Barroso” e citou um documento assinado pela ministra Maria da Graça Carvalho: “A suspensão acarreta[ria] um atraso que resulta[ria] numa dilação na implementação do projeto e compromete[ria] no aprovisionamento seguro e sustentável desta matéria-prima estratégica para a transição energética e no contributo que toda a cadeia de valor das baterias, incluindo a reciclagem, terá para o desenvolvimento económico regional e nacional”.

Em resposta a um pedido de esclarecimentos da agência Lusa, o ministério apenas respondeu “trata-se de um procedimento habitual, no âmbito de providências cautelares relativas a atos administrativos do Ministério do Ambiente e Energia”.

A secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, entretanto exonerada, emitiu um despacho, publicado a 06 de dezembro em Diário da República, que autoriza a constituição de servidão administrativa, pelo prazo de um ano, o que permite à empresa Savannah aceder a terrenos privados para a prospeção de lítio.

Esta decisão foi contestada por proprietários afetados e autarcas. Após o anúncio da servidão administrativa, em dezembro, a empresa Savannah Resources anunciou poder “retomar o trabalho de campo e as perfurações necessárias” para o estudo definitivo (DFS) e o processo de conformidade ambiental do projeto lítio do Barroso, prevendo concluir estas etapas em 2025.

A empresa prevê iniciar a produção em 2027. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio de 2023.

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