BCP vence dois IRGAwards, incluindo o de CEO para Miguel Maya

37ª edição dos IRGAWards, da Deloitte, premiou ainda projetos e responsáveis da Casais, da Sonae, da CGD, e atribuiu a distinção de Lifetime Achievement a Carlos Moreira da Silva.

Miguel Maya venceu o principal prémio na 37ª gala de entrega dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte, que decorreu esta quinta-feira à noite no Pavilhão Carlos Lopes , em Lisboa. O presidente executivo do BCP foi eleito pelo júri como o melhor CEO pelo trabalho realizado em 2024.

Recorde-se que, tal como o próprio Miguel Maya lembrou, as ações do BCP subiram perto de 70% no ano passado, uma das melhores performances da Europa, enquanto este ano já vão com uma valorização de perto de 40%.

“Tenho poucas certezas, mas uma absoluta: a performance do BCP só é possível porque fazemos parte de uma equipa, em que a maioria é extremamente talentosa”, referiu Miguel Maya quando recebeu o prémio, que lhe foi entregue um dia após a apresentação de resultados e no mesmo dia que a assembleia-geral do banco.

O CEO do BCP destacou ainda que em 2024 a ação do banco valorizou quase 70%, acima do mercado, e este ano a valorização em bolsa já se encontra em torno dos 40%. E enalteceu os IRGAwards como “uma iniciativa importante num momento em que o mundo vive duas guerras” e assiste à “emergência de líderes autocráticos sem capacidade de cooperação”.

Nesta categoria estavam ainda nomeados João Manso Neto, da Greenvolt, que venceu há dois anos; Pedro Castro e Almeida, do Santander; Rogério Henriques, da Fidelidade; e Paulo Macedo, que venceu na edição anterior.

IRGA Awards 2025: Miguel Maya, CEO do Millennium BCP vence CEO AwardHugo Amaral/ECO

Paulo Macedo acabou por subir na mesma ao palco, para receber em nome do banco público o Transformation Award, Projeto Transformação Multidimensional na Experiência de Cliente. E aproveitou para lembrar que também no setor público é possível fazer grandes transformações e também aí há gente muito boa a trabalhar.

“Estamos convencidos de que é preciso ir acompanhamento e indo à frente da transformação. E desfazer o mito de que no público não se consegue fazer coisas boas”, referiu o CEO do banco do Estado, Paulo Macedo.

O Prémio CFO foi para João Dolores, da Sonae, que agradeceu aos milhares de colaboradores do grupo Sonae e que tinha pela frente os seguintes finalistas: Guy Pacheco, dos CTT; Miguel Bragança, do BCP, que venceu na edição passada; Manuel Preto, do Santander; e Paula Geada, da Caixa Geral de Depósitos.

Já no que toca aos Investor Relations, mais um prémio para o BCP, desta feita na pessoa de Bernardo Collaço. Os restantes finalistas nesta categoria foram Ana Fernandes, da Greenvolt; Cláudia Falcão, da Jerónimo Martins; João Gonçalves Pereira, da Galp; e Miguel Viana, da EDP.

Depois de várias nomeações noutros anos, Bernardo Collaço conquistou, pela primeira vez, o prémio de IRO. “O reconhecimento coloca um desafio ainda maior”, admitiu ao público, acrescentando que estes profissionais das relações com investidores têm “sido colocados à prova com a volatilidade dos mercados”.

O prémio de sustentabilidade foi levado para casa pela construtora Casais, graças ao projeto Construção Industrializada -Residência Universitária de Beja.

IRGA Awards 2025: Carlos Moreira da Silva vence Lifetime Achievement AwardHugo Amaral/ECO

Um dos momentos altos da noite foi a entrega do prémio Lifetime Achievement. Já no fecho do evento, a distinção foi recebida por Carlos Moreira da Silva, gestor e investidor com largo percurso nas empresas portuguesas e que é atualmente presidente da associação Business Roundtable Portugal.

Quando subiu ao palco para receber o galardão de carreira, Carlos Moreira da Silva, o também dono da BA Glass deixou duas garantias: “Estou aqui todos os dias a reinventar e a criar novos líderes. Estou permanentemente à procura de novos horizontes”. Ressalvando que “teve muita sorte”, justificou os seus sucessos com o “trabalho em equipa” e responsabilizou-se pelos “alguns insucessos” que também marcaram este percurso de décadas, ao longo das quais construiu um império no setor do vidro, dos investimentos e passou por empresas como Banco BPI, Sonae and 3i Group España.

A incerteza como nota dominante

Na intervenção antes da entrega dos prémios, o CEO e managing partner da Deloitte afirmou que a tecnologia e a Inteligência Artificial “assumem um papel determinante” no contexto económico e geopolítico internacional, funcionando como “o verdadeiro instrumento estratégico desta nova era”.

Neste “tempo bizarro” e “de ansiedade, em que os alinhamentos são difusos e instáveis”, a Europa tem a necessidade de investir na sua soberania e autonomia militar, alertou António Lagartixo. “A Europa tem uma janela de oportunidade para se redefinir. O euro pode reforçar a sua posição como moeda de troca mundial”, crê.

Ainda assim, o CEO e managing partner da Deloitte destacou boas notícias para Portugal, apesar das consecutivas eleições legislativas, e mais duas (autárquicas e presidenciais) a caminho. “Os indicadores continuam relativamente positivos”, garantiu António Lagartixo, referindo-se à taxa de desemprego estável, à descida de inflação, entre outros fatores macroeconómicos. “Assim os consigamos manter no futuro”, almejou.

A mesma nota da incerteza envolvente foi tocada por Vítor Bento, presidente do Júri dos IRGAwards, que ainda assim salientou a grande qualidade dos projetos e dos nomeados que chegaram a finalistas, que dificultaram ao máximo o trabalho de escolha dos vencedores.

IRGA Awards 2025: os vencedores da noiteHugo Amaral/ECO

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Governo Trump proíbe Harvard de receber estudantes estrangeiros

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

A universidade acolhe este ano cerca de 6.700 "estudantes internacionais", o que corresponde a 27% do total anual de alunos.

O Governo Trump retirou esta quinta-feira à prestigiada universidade privada de Harvard o direito de admissão de estudantes estrangeiros, privando a instituição de uma importante forma de aumentar a sua visibilidade. Segundo o seu site na Internet, a universidade acolhe este ano cerca de 6.700 “estudantes internacionais”, o que corresponde a 27% do total anual de alunos.

“A certificação do programa SEVIS (Student and Exchange Visitor) da Universidade de Harvard é revogada com efeitos imediatos”, escreveu a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, numa carta dirigida à instituição, contra a qual o Governo do Presidente republicano, Donald Trump, lançou uma grande ofensiva, cortando-lhe inclusive financiamento federal.

Este programa é o principal sistema através do qual os estudantes estrangeiros são autorizados a estudar nos Estados Unidos. De acordo com a secretária da Segurança Interna, esta decisão significa que Harvard está proibida de receber estudantes titulares de vistos F ou J para o ano letivo de 2025-2026, uma enorme perda potencial para Harvard.

O Governo Trump iniciou há vários meses um forte ataque ao ensino superior nos Estados Unidos, acusando as universidades privadas mais prestigiadas do país de terem permitido o florescimento do antissemitismo e de não terem protegido suficientemente os estudantes judeus durante manifestações contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

De uma forma mais geral, o campo republicano critica as grandes universidades norte-americanas por promoverem ideias de esquerda, consideradas demasiado progressistas. As associações de defesa das liberdades individuais consideram que ofensiva de Trump às universidades é um ataque à liberdade de expressão e uma tentativa de calar as críticas a Israel.

Na sua mensagem de correio eletrónico, que foi divulgada, a secretária da Segurança Interna critica Harvard por se recusar a transmitir informações ao Governo, “enquanto perpetua um ambiente perigoso no campus, hostil aos estudantes judeus, encorajando simpatias pró-[movimento islamita palestiniano] Hamas e utilizando políticas racistas de ‘diversidade, equidade e inclusão'”.

Pelo contrário, tais políticas de diversidade são justificadas pelos seus defensores como um meio de corrigir desigualdades históricas na sociedade norte-americana. No seu braço-de-ferro com Harvard, o Governo Trump já tinha cortado mais de 2.000 milhões de dólares (1.772 milhões de euros) em subsídios à universidade situada perto de Boston, no nordeste dos Estados Unidos.

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Carlos César vai propor eleições imediatas para secretário-geral do PS

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

As diretas deverão ser marcadas para finais de junho ou inícios de julho, segundo a proposta do presidente do partido. A solução também teve o apoio do líder cessante Pedro Nuno Santos.

O presidente do PS, Carlos César, vai propor à Comissão Nacional do partido a realização de eleições imediatas para o cargo de secretário-geral socialista, entre o fim de junho e início de julho, adiantou à Lusa fonte oficial, tal como o ECO já tinha avançado.

De acordo com a mesma fonte, Carlos César ouviu nas últimas horas “diversas personalidades apontadas como possíveis candidatos à liderança do PS e optou pelo cenário de eleições imediatas apenas para o cargo de secretário-geral do partido” na sequência da demissão de Pedro Nuno Santos do cargo após a pesada derrota nas legislativas de domingo.

Esta proposta, que será levada à Comissão Nacional do PS de sábado, foi subscrita também pelo líder do PS cessante, de acordo com a mesma fonte.

Caso este calendário seja aprovado, será expectável que a eleição ocorra entre “o final do mês de junho ou início de julho”, disse a mesma fonte do partido.

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Miranda com nova sócia e novo sócio de capital

A Miranda acaba de reforçar o seu núcleo de sócios com a promoção a sócia da ex-associada coordenadora Rosário Paixão. Bem como a passagem à categoria de sócio de capital do sócio João Amaral.

A Miranda & Associados acaba de reforçar o seu núcleo de sócios com a promoção a sócia da ex-associada coordenadora Rosário Paixão. Bem como a passagem à categoria de sócio de capital do sócio João Amaral.

Com estas promoções, “a sociedade demonstra uma vez mais a sua aposta no crescimento orgânico e reconhecimento do mérito e do contributo dos seus advogados para o seu progresso, nacional e internacional”, segundo comunicado do escritório.

A nova sócia Rosário Paixão, que havia reiniciado a sua colaboração com a firma em 2010, tem desenvolvido a sua prática nas áreas do Direito Mineiro e do Direito Comercial e Societário, sendo ainda um elemento da equipa dedicada à jurisdição de Angola. É licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto e pós-graduada em Gestão e Fiscalidade pelo Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais e em Direito Comercial Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

O mais recente sócio de capital da Miranda, João Amaral, ingressou na Firma em 2006 e a sua atividade tem sido multidisciplinar, com destaque para as áreas do Direito Laboral e de Contencioso e clientes internacionais do setor energético. Destaca-se ainda o seu papel no âmbito da jurisdição de Guiné Equatorial, em que é um dos sócios responsáveis pela coordenação do respetivo Grupo de Jurisdição. O advogado é licenciado em Direito Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa e tem um LL.M em International Business Law na Faculdade de Direito de Leiden, na Holanda.

Para Diogo Xavier da Cunha, managingpartner da Miranda, “é com especial gosto que acolhemos a Rosário no nosso grupo de sócios. É uma colega que está connosco há muitos anos, que se identifica com os nossos valores e que trabalha continuamente para assegurar aos nossos clientes serviços jurídicos com os elevados padrões de qualidade que esperam de nós. Graças ao seu empenho e qualidade, a Rosário é hoje uma referência no setor mineiro. A promoção do João Amaral a sócio de capital é também motivo de grande satisfação e orgulho para nós. O João cresceu profissionalmente na Miranda e o seu percurso é verdadeiramente ilustrativo da dimensão internacional da Firma. As suas qualidades pessoais e o seu excecional talento e empenho têm sido extremamente importantes para a afirmação da Miranda e da Miranda Alliance no acompanhamento de clientes de referência internacionais numa jurisdição especialmente exigente, como é o caso da Guiné Equatorial.”

Acrescenta ainda que “estes são momentos de especial regozijo e alegria para a Miranda e para toda a Miranda Alliance e mostram o nosso compromisso em possibilitar aos nossos advogados uma carreira profissional de longo prazo. Continuamos a apostar no reconhecimento do mérito, do trabalho de qualidade e do empenho e dedicação no apoio aos nossos clientes como vetores fundamentais da progressão na carreira dos nossos advogados.”

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Receita do Adicional ao IMI consignada à Segurança Social aumenta 10,9% em 2024

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

A receita deste Adicional ao Imposto Municipal sobre os Imóveis (AIMI) permitiu transferir para a chamada ‘almofada’ da Segurança Social um total de 139,48 milhões de euros no ano passado.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) recebeu 139,48 milhões de euros do Adicional ao IMI em 2024, uma subida de 10,9% face ao ano anterior, segundo a Conta Geral do Estado (CGE).

Criado durante o primeiro governo liderado por António Costa, o Adicional ao IMI contempla taxas diferentes consoante o proprietário dos imóveis sejam um particular ou uma empresa, sendo a receita obtida consignada ao FEFSS, após deduções.

De acordo com os dados da CGE, publicada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), a receita deste Adicional ao Imposto Municipal sobre os Imóveis (AIMI) permitiu transferir para a chamada ‘almofada’ da Segurança Social 127,3 milhões de euros em 2022 e 125,8 milhões de euros em 2023.

Em 2024 a receita do AIMI aumentou, invertendo a queda registada um ano antes, permitindo transferir para o FEFSS mais 13,7 milhões de euros, num total de 139,48 milhões de euros. O Adicional ao IMI é pago anualmente, durante o mês de setembro, com base nos valores patrimoniais tributários (VPT) dos prédios que constem das matrizes em 01 de janeiro do ano a que imposto respeita.

Ao contrário do IMI, que visa cada imóvel separadamente, o Adicional incide sobre a soma do VPT dos prédios urbanos (incluindo terrenos para construção), exceto os prédios urbanos classificados como “comerciais, industriais ou para serviços” e “outros”. De fora do alcance deste imposto ficam ainda os imóveis que no ano anterior tenham estado isentos ou não tenham sido sujeitos ao pagamento do IMI.

Enquanto no caso das empresas a taxa do imposto é de 0,4%, para os particulares estão previstos três patamares de taxas: uma taxa de 0,7% sobre o valor patrimonial dos imóveis que exceda os 600 mil euros; outra de 1% quando o valor ultrapassa um milhão de euros; e uma terceira de 1,5% para os valores acima dos dois milhões de euros.

Os casais podem duplicar o valor isento em cada um dos patamares de taxas (para 1,2 milhões de euros, dois milhões de euros e quatro milhões de euros) caso optem e informem a AT de que querem ser tributados em conjunto. Já os imóveis detidos por entidades sujeitas a um regime fiscal mais favorável pagam uma taxa de 7,5%.

A receita total gerada pelo AIMI (antes de aplicadas as deduções) ascendeu a 147,9 milhões de euros em 2024, contra 145 milhões de euros em 2023.

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Sagres tenta definir o que é ser português em nova campanha. A conclusão é que “Somos o que nos vai na alma”

  • + M
  • 22 Maio 2025

Para dar vida à nova campanha, a pergunta “O que nos vai na Alma?” já tinha sido espalhada pela marca como teaser nas ruas, televisão e redes sociais.

A Sagres apostou na assinatura “Somos o que nos vai na alma” para a sua nova campanha. Mas esta é mais do que uma assinatura, funcionando também como “manifesto que define a riqueza da alma portuguesa“.

Afinal, “quem somos nós?” e “o que é isto de ser português?”. A Sagres andou à procura das respostas a esta questões, mas acabou por encontrar mais uma pergunta e mais profunda: “O que nos vai na alma?”.

Sem se deparar com uma resposta única, a marca mostra assim em campanha que o que vai na alma dos portugueses não tem de os afastar, mas sim unir. “Todos temos uma alma muito portuguesa onde cabem várias coisas ao mesmo tempo, às vezes até contraditórias, mas isso só nos torna únicos e especiais como povo“, refere-se em nota de imprensa.

Com criatividade da McCann, consultoria da Proud e produção da Playground, a campanha marca presença em televisão, digital e outdoor, com a música ‘Desfado’ de Ana Moura. O planeamento de meios é da Dentsu.

“A Cerveja Sagres é feita de orgulho, de memórias, de um património que une os portugueses. Mais do que uma cerveja, a Sagres faz parte da nossa cultura, tem alma portuguesa e sabor a casa. Com esta nova campanha, queremos mostrar e celebrar tudo o que nos torna únicos, como as tradições e contradições na forma como vivemos, sentimos e partilhamos todos os momentos. Porque esta Alma Portuguesa, Somos Nós!”, diz Catarina Ferraz, responsável de marketing da Cerveja Sagres, citada em comunicado.

Para dar vida à nova campanha, a pergunta “O que nos vai na Alma?” já tinha sido espalhada pela marca como teaser nas ruas, televisão e redes sociais, “desafiando todos a parar e pensar sobre o que somos”. O músico Carlão foi o responsável por abrir as portas ao lançamento da campanha com o manifesto “Alma Portuguesa”.

A “Alma Portuguesa” vai continuar presente ao longo do ano, através de ativações nos vários territórios onde a marca de cerveja atua, desde a música até ao desporto ou à cultura, “reforçando a forte ligação emocional da marca com os portugueses e todos os que escolhem o nosso país para viver ou visitar”.

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Membros da direção do PAN apresentam demissão em desacordo com liderança de Sousa Real

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Anabela Castro e Nuno Pires justificam a sua saída com o "desacordo com o rumo atual da gestão interna do partido", alegando que o PAN deixou de ser "o espaço ético, respeitador coerente e plural".

Dois membros da comissão política nacional do PAN eleitos pela lista da atual líder, Inês de Sousa Real, demitiram-se desse órgão, acusando a direção de desrespeito pela democracia interna, centralização do poder e silenciamento dos críticos.

Os dois membros em causa são Anabela Castro e Nuno Pires, eleitos para a Comissão Política Nacional do PAN – órgão máximo de direção entre congressos – pela lista A, afeta à líder Inês de Sousa Real, e transmitiram a decisão através de um comunicado enviado no dia 18 de maio, pouco antes do fecho das urnas das eleições legislativas.

No comunicado, a que a Lusa teve acesso, Anabela Castro e Nuno Pires justificam a sua saída com o “desacordo com o rumo atual da gestão interna do partido”, alegando que o PAN deixou de ser “o espaço ético, respeitador coerente e plural que o diferenciava no panorama político nacional”.

“A direção atual (ou parte dela), revela uma visão demasiado autocentrada e autocrática, de quem não se responsabiliza pelos resultados, saídas e descontentamentos que o partido tem sistematicamente sofrido, optando em vez disso por criarem narrativas de traição e de abandono, com ataques a qualquer posição ou crítica divergente do atual status quo“, lê-se.

Anabela Castro e Nuno Pires acusam a direção de silenciar as divergências e atacar os críticos, lamentando que as reuniões da comissão política sejam um “pró-forma para cumprir calendário, onde a estratégia se centra em jogos de poder, mais do que nas causas”.

“O centralismo das decisões e a crescente marginalização de vozes críticas refletem uma deriva que consideramos grave e que mina a confiança de quem, como nós, acreditou que era possível fazer política de forma diferente. A nossa presença e participação nesta Comissão tornou-se, assim, insustentável”, acrescentam.

A nível interno, os dois membros apontam situações “inaceitáveis” de limitação do debate interno, destacando o curto de espaço de tempo – 12 horas – entre a aprovação do programa eleitoral de 2025 e a sua divulgação pública, “sem qualquer possibilidade real de análise e contributos como sempre se fez até então”.

Anabela Castro e Nuno Pires opõem-se também ao que dizem ser uma “obsessiva promoção e proteção da porta-voz” de Hugo Alexandre Trindade, líder da distrital do PAN no Porto, a quem é apontado um comportamento “intencionalmente incorreto com outros membros do partido, sem que tenha qualquer legitimidade ou posição que o justifique”.

Ao líder da distrital do Porto, são criticadas “observações/proferidas” a um elemento do partido de Santarém e a “mentira e omissão de reposição de verdade num chat da distrital do Porto” onde terá denegrido a imagem do deputado municipal de Matosinhos, Albano Lemos Pires.

Os dois membros criticam uma individualização das decisões por parte Inês de Sousa Real e Hugo Alexandre Trindade em “matéria que são da responsabilidade da CPP ou da CPN” como “contratações, definições de eventos ou tomadas de posição coletivas, sobrepondo-se aos órgãos e colocando em causa os princípios basilares do projeto político”.

No mesmo documento, Anabela Castro e Nuno Pires dizem que a direção evita a “auto-análise a auto-consciência crítica”, com a defesa da causa dos partidos a serem feitas “em função da ‘espuma dos dias’, de ilusões ou ‘graçolas de marketing”, de forma infantilizada e que, acrescentam, banaliza “a verdadeira natureza dos problemas”.

Contactada pela Lusa, a direção do PAN confirma a saída dos dois membros da comissão política nacional, a quem agradece o trabalho desenvolvido, e refere que “a renovação de membros é natural e parte integrante da vida democrática do partido. O partido convocou para este sábado uma reunião para abordar os resultados eleitorais e “dar continuidade ao processo de auscultação interna promovido por esta mesma direção”, lê-se na resposta.

Anabela Castro e Nuno Pires, contactados pela Lusa, recusaram prestar quaisquer esclarecimentos.

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“É um milagre dos Santos”, diz a Super Bock em campanha

  • + M
  • 22 Maio 2025

Patrocinadora das Festas de Lisboa e arraiais populares, a marca vai também estar presente em mais de 200 locais, entre arraiais, pontos de venda, ativações de marca e experiências.

Com junho e os Santos Populares à porta, a Super Bock — que volta a patrocinar as Festas de Lisboa, arraiais e marchas populares –, lança a campanha “É um milagre dos Santos”.

O intuito passa por celebrar “aquilo que realmente importa nesta altura do ano: estar com os amigos e aproveitar este evento único”, pelo que a campanha destaca aquilo que “só os Santos têm o poder de fazer”, como “juntar amigos que há muito não se veem, fazer dançar quem nunca dança e descobrir facetas novas entre os amigos”, refere-se em nota de imprensa.

Afinal, é graças ao Santos Populares que “até o amigo poupado paga rodadas”, o “amigo calado canta até ficar rouco” e o “amigo caseiro passa a noite fora”.

“A Super Bock é a marca da amizade e dos momentos partilhados. Estar nas Festas de Lisboa enquanto patrocinador oficial é estar onde a amizade acontece — sem filtros e de forma genuína –, com tudo o que faz dos Santos Populares uma celebração tão nossa e única. Queremos continuar a ser a cerveja que acompanha os reencontros, os abraços, os brindes e a alegria dos amigos“, diz Bruno Albuquerque, diretor de marketing cervejas e patrocínios do Super Bock Group, citado em comunicado.

Assinada pel’O Escritório, a campanha marca presença em social media, mupis, outdoor nas estações de metro, táxis e social media com o objetivo de “celebrar os Santos Populares enquanto evento único e agregador de todos os amigos na capital”. O planeamento de meios foi da Initiative.

A marca de cerveja vai também estar presente em mais de 200 locais da cidade de Lisboa, entre arraiais, pontos de venda, ativações de marca e experiências, sendo que a marca estará presente e integrada em diversas festas como no “Grande Arraial de Benfica”, nos “Santos à Campolide” ou nos arraiais de Caselas, CCPSE, São Miguel, ADCEO, Academia de Santo Amaro, Mouraria, Carnide, Bica, Os Pobrezinhos, Santa Catarina e dos Navegantes.

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BE em diálogo com Livre e PAN para “projetos de convergência autárquica” em Lisboa

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Mariana Mortágua manifestou "inteira disponibilidade" para uma aliança à esquerda em Lisboa e indicou que "conversações estão neste momento em curso".

A coordenadora do BE revelou esta quinta-feira que o partido está em diálogo com o Livre e o PAN para apresentarem “projetos de convergência” nas próximas eleições autárquicas e manifestou “inteira disponibilidade” para uma aliança à esquerda em Lisboa.

Mariana Mortágua assinalou que no último ano o BE “promoveu um conjunto de reuniões com outros partidos da esquerda” e “desse diálogo nasceram conversas que já existem neste momento, com o Livre, com o PAN, para projetos de convergência autárquica, para poder eleger em todo o país vereadores à esquerda, e para poder combater a direita”.

Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República na sequência das eleições legislativas de domingo, a líder bloquista indicou que “essas conversações estão neste momento em curso”.

“Nós apostamos nelas precisamente para dar essa força de união e de convergência, da mesma forma como mantemos a nossa inteira disponibilidade para em Lisboa conversar para uma alternativa que possa congregar todos os partidos à esquerda do Partido Socialista, e o Partido Socialista, para derrotar Carlos Moedas”, indicou.

Na quarta-feira, também após uma reunião no Palácio de Belém, o porta-voz do Livre pediu à esquerda uma “reflexão rápida” antes das eleições autárquicas.

Rui Tavares pediu à esquerda que “desperte”, vá “ao encontro das populações” nas autárquicas e faça tudo o que estiver ao seu alcance “para que haja, na maior parte das câmaras possíveis nas quais a extrema-direita ficou em primeiro, listas progressistas nas quais os eleitores progressistas e democráticos saibam que podem votar”.

A possibilidade de uma coligação pré-eleitoral entre PS, Livre, BE e PAN à Câmara Municipal de Lisboa tem sido falada há meses, ainda sem acordo fechado. A CDU terá candidato próprio, o comunista João Ferreira.

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Lucros dos bancos resistem à descida dos juros

Margem financeira dos maiores bancos caiu 8% no arranque do ano, mas lucros dos bancos ainda resistem à baixa das taxas de juro.

A redução das taxas de juro já está a afetar a margem financeira dos bancos, mas os lucros das cinco principais instituições financeiras em Portugal resistiram nos três primeiros meses do ano, estabilizando nos 1,22 mil milhões de euros em termos agregados.

Ainda assim, nem todos os bancos tiveram o mesmo nível de resistência. Por exemplo, Santander e Novobanco viram os seus lucros baixarem para 268,8 milhões e 177,2 milhões, respetivamente.

A Caixa e BCP mostraram estabilidade nos resultados graças à reversão de imparidades. E o BPI registou um lucro mais elevado agora do que há um ano porque contabilizou os dividendos de Angola neste primeiro trimestre (em vez de no segundo, como em 2024) e sem isso também teria observado uma descida do resultado.

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Os banqueiros estão a contar com “normalização” dos seus resultados devido à descida das taxas de juro. Desde o verão passado que o Banco Central Europeu (BCE) inverteu o rumo da política monetária e começou a baixar as taxas oficiais, condicionando a capacidade de os bancos obterem rendimentos mais elevados com empréstimos que concedem às famílias e empresas.

Por conta disso, a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – já comprimiu nos três primeiros meses do ano: caiu quase 8% para 2,2 mil milhões de euros.

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Neste particular, o Santander foi o mais afetado: a margem caiu quase 20%. A Caixa teve uma redução da margem de 11%. No BPI e Novobanco, observaram-se quedas de 9% e 7%, respetivamente. O BCP foi o único dos grandes bancos que viu a margem subir, mas deve essa evolução positiva ao negócio na Polónia.

As comissões bancárias subiram para 630 milhões, o que acabou por atenuar um pouco a queda da margem financeira.

Por seu turno, os custos operacionais voltaram a subir: no BCP aumentou 10% com o CEO Miguel Maya a admitir que ainda está a sentir o impacto da inflação elevada dos últimos dois anos. A subida dos custos fez com que o rácio de eficiência se deteriorasse, mas a banca portuguesa mantém-se como das mais eficientes entre pares europeus com rácios cost-to-income abaixo dos 40%.

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Crédito perto dos 200 mil milhões

Para contrariar o impacto da descida das taxas de juro, os bancos esperam um aumento do negócio com mais crédito concedido à economia.

Os dados mostram que a carteira de empréstimos dos cinco maiores bancos em Portugal cresceu 5% e está perto da barreira dos 200 mil milhões de euros. Todos os bancos aumentaram as suas carteiras, com o Santander e a Caixa a destacarem-se com crescimento de 9% e 7%, respetivamente.

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Para dar suporte à concessão de crédito, os bancos contam com uma base de depósitos de 230 mil milhões de euros no final de março, mais 5,5% em comparação com março de 2024.

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Partidos foram a Belém falar de estabilidade, mas revisão constitucional roubou foco mediático

Marcelo acredita ser possível, pelo menos no horizonte mais próximo, estabilidade governativa. Debate sobre alterações à Lei Fundamental ganhou tração com anúncio da IL.

Marcelo Rebelo de Sousa abriu esta semana as portas de Belém para receber a primeira ronda de conversas com os partidos com assento parlamentar sobre os resultados das eleições legislativas antecipadas de domingo, que deram a vitória à AD, uma subida vertiginosa ao Chega e uma derrota histórica ao PS. O foco dos contactos do Presidente da República foi a estabilidade da solução governativa, mas uma eventual revisão da Constituição roubou as atenções.

Na terça-feira, PSD, PS e Chega foram recebidos por Marcelo Rebelo de Sousa, que ao final do dia se mostrou confiante em estabilidade. “Vamos ter estabilidade”, disse o chefe de Estado em declarações aos jornalistas, considerando que “correu bem, qualquer das três” audiências. “Vamos ver, isto continua. Os três [PSD, PS e Chega] continuam para a semana”, vincou.

Se nesse dia Luís Montenegro saiu do encontro sem declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, o seu parceiro de coligação, CDS-PP, foi vocal sobre a prioridade em cima da mesa: “A formação do Governo“.

“Portugal não quis instabilidade e crise política e deseja agora estabilidade e um Governo a continuar a resolver os problemas dos portugueses”, afirmou Nuno Melo em declarações aos jornalistas. O presidente dos centristas defendeu que “não há dúvida nenhuma sobre quem ganhou este campeonato” das eleições, apelando à responsabilidade da oposição para que permita ao Executivo prosseguir a implementação de um projeto “irresponsavelmente interrompido”.

O líder demissionário do PS, Pedro Nuno Santos, ainda marcou presença na reunião de terça-feira em Belém, mas a reunião foi sobretudo “de despedida.

“Desejo que a situação política estabilize rapidamente e que o país possa fazer o seu caminho”, afirmou o socialista à saída do encontro que durou apenas 15 minutos. O Presidente da República espera agora a decisão que sairá da reunião da Comissão Política Nacional do PS no sábado para aferir as condições de governabilidade do Executivo de Luís Montenegro, sem maioria absoluta.

Numa altura em que a AD não assumiu qualquer parceiro preferencial, a “estabilidade” é promessa do líder do Chega, que reclama para si o título de líder da oposição. “O país não precisa de mais eleições, o país não quer mais eleições, o país precisa de um rumo e uma ordem. Procuraremos ser um farol de estabilidade, mas não a qualquer custo”, disse André Ventura, em declarações aos jornalistas à saída do encontro, traçando três linhas.

“A luta contra corrupção é um pilar fundamental da nossa ação política. O combate a um país de portas abertas e a uma imigração descontrolada é um pilar fundamental. E o combate à subsidiodependência que tem destruído grande parte do tecido social, atribuindo subsídios a quem não precisa deles, permitindo que algumas minorias vivam à conta de subsídios e à custa de quem trabalha são linhas que nos separam dos dois partidos principais do sistema português”, elencou.

O tema da estabilidade estendeu-se também ao segundo dia de audiências. Na quarta-feira foi a vez da Iniciativa Liberal (IL) ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa. O partido que durante a campanha eleitoral chegou a sinalizar terem existido contactos com a AD sobre uma eventual coligação pós-eleitoral, acabou por afastar o cenário ainda na noite de domingo, após serem conhecidos os resultados.

À saída do encontro em Belém, o líder dos liberais, Rui Rocha, revelou que não tem mantido contactos com o primeiro-ministro reeleito, Luís Montenegro, e que o partido irá viabilizar as medidas que considere adequadas, mas defendeu que é um partido responsável.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Revisão da Constituição ‘rouba’ cena

Após o encontro com o Presidente da República, Rui Rocha anunciou que o partido irá apresentar um projeto de revisão constitucional, para retirar peso ao papel do Estado na economia, tal como já fez em anteriores legislaturas. “A IL apresentará um projeto de revisão constitucional. Não é um ajuste de contas com a história, é uma oportunidade de futuro para que todos se reconheçam numa Constituição que traz mais liberdade e tem menos pendor ideológico”, afirmou o líder dos liberais aos jornalistas.

Na legislatura da maioria absoluta de António Costa, o Parlamento iniciou um processo de revisão constitucional, interrompido em novembro de 2023 após o anúncio de dissolução do Parlamento. Na ocasião, a IL apresentou uma proposta na matéria com a qual queria retirar “carga ideológica à Constituição”. Para abrir o processo de alteração à Lei Fundamental é necessário dois terços da Assembleia, algo que a direita toda junta agora tem.

O CDS-PP salientou que “quando chegar o tempo” o partido “terá uma posição que será pública, desde logo a partir do seu grupo parlamentar“, mas considerou que “é um direito dos deputados”. No entanto, Nuno Melo recordou que, em 1986, o CDS-PP foi “o único partido que votou contra a Constituição por ser marcadamente ideológica“.

O tema mereceu críticas à esquerda. “Seria muito importante que o senhor primeiro-ministro, ao ser indigitado, e que será, naturalmente, Luís Montenegro, da AD, que desse sinais de que esta legislatura não é uma legislatura para fazer uma revisão constitucional”, disse o porta-voz do Livre, Rui Tavares, em declarações aos jornalistas à saída da audiência em Belém.

“A IL disse para não estarmos com papões e hoje a IL apresentou um projeto de revisão constitucional a seguir a umas eleições extremadas. Já sabíamos que a IL gostava de motosserras, agora percebemos que gosta de mandar gasolina para o fogo com uma Assembleia da República, na qual é possível uma maioria apenas com a direita ou a extrema-direita ao contrário de outras revisões que contaram com o consenso de setores da direita e da esquerda”, argumentou.

Esta quarta-feira, embora admita que “é sempre possível melhorar o texto constitucional”, o secretário-geral do PCP defendeu que “é preciso é que a Constituição todos os dias se concretize na vida das pessoas, no trabalho, na saúde, na habitação, no direito das pessoas”.

“Precisamos de um caminho de uma alternativa deste caminho, não para alterar a Constituição, mas para que seja uma realidade na vida de cada um. Se aqueles que estão tão preocupados e empenhados em alterar a Constituição se empenhassem na sua concretização a vida da maioria dos que vivem no nosso país”, afirmou à saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou mais de uma hora.

Ainda à esquerda, o Bloco de Esquerda (BE) também se mostrou contra a ideia. “Venha de um partido como a IL, que quer acabar com os serviços públicos, ou venha de um partido como o Chega, que quer acabar com liberdades individuais, parece-me que temos todos razões para preocupar, porque são as nossas liberdades coletivas e individuais que estão em risco”, disse a líder bloquista à saída do encontro em Belém.

Para Mariana Mortágua, “nenhuma outra resposta que não fechar as portas a uma revisão da Constituição, travá-la, lutar por todos os democratas por todas as pessoas que em Portugal gostam do Estado Social” existe.

O Presidente da República ainda irá receber na sexta-feira o PAN e o JPP, no rescaldo das eleições legislativas. A AD venceu com 32,1% dos votos, a que se somam mais 0,62% dos três deputados eleitos pela coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores. Quando falta atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, o PS é o segundo partido mais votado, com 23,38% dos votos, com 58 deputados, os mesmos que o Chega, que tem menor votação, 22,56%.

Segue-se a IL, em quarto lugar, com 5,53% dos votos e nove deputados, e o Livre, com 4,2% e seis parlamentares. A CDU, com 3,03% dos votos elegeu três deputados, enquanto o BE com 2% e o PAN com 1,36% elegeram uma deputada cada. O JPP, da Madeira, entrou no parlamento com 0,34% dos votos em termos nacionais e um parlamentar.

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Rui Moreira concorda com petição para suspender segunda fase do metrobus do Porto

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

O autarca do Porto diz que não se justifica ter uma "via que acabaria com uma das ciclovias que é mais utilizada pelas pessoas, não apenas para bicicletas, mas também para andar a pé".

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira afirmou esta quinta-feira concordar com a petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

Em declarações à margem da abertura da Feira de Artesanato de Castilla-La Mancha, no Largo Amor de Perdição, o autarca afirmou ter recebido com agrado a petição anunciada pelo primeiro subscritor e candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto, Pedro Duarte, em que pede “ponderação antes de avançar com a segunda fase” da obra pois “implica uma alteração (…) irreversível” da zona da Avenida da Boavista onde está projetado ser implantado.

“Isto corresponde exatamente aquilo que temos vindo a insistir junto do Metro do Porto, que não se justifica ter uma via dedicada no centro, que acabaria com uma das ciclovias que é mais utilizada pelas pessoas, não apenas para bicicletas, mas também para andar a pé. Parece-me perfeitamente razoável”, acrescentou Rui Moreira.

Neste contexto, prosseguiu o autarca independente, parece-lhe “muito avisado” o lançamento da petição, defendendo “que a população, sejam candidatos, seja quem for, se envolva nisto”.

“Naturalmente, esta é uma altura de candidaturas autárquicas, e portanto, é importante também que este tema seja debatido na cidade”, insistiu.

Também questionado pela Lusa sobre a posição do candidato independente à Câmara Municipal do Porto Nuno Cardoso, que considerou “o gesto” de Pedro Duarte, atualmente ministro dos Assuntos Parlamentares, “no mínimo desconcertante” e um “exercício de contradição”, argumentando que “o ministro, que até agora nunca se pronunciou publicamente sobre o avanço da obra – mesmo quando a primeira fase já decorria há anos – desperta agora para criar uma petição… contra o seu próprio governo”, Rui Moreira começou por lembrar que o projeto não é deste Governo.

“Se neste momento as pessoas se mobilizam em campanha eleitoral, é ótimo. Agora, se estão em desafio com o Governo ou não, isso não compreendo, essa é uma análise que não me compete fazer. Eu sou presidente de Câmara, não me compete fazer. Olho mais para isto como um movimento de cidadania, mas também é para isto que servem as eleições autárquicas”, disse.

Lembrando estar no final do seu último mandato, Rui Moreira afirmou ser “bom que quem venha a jogo diga o que pensa sobre a cidade e consiga mobilizar, principalmente nesta altura em que as pessoas estão mais atentas, aquilo que é vontade dos cidadãos”. No mesmo ímpeto, o autarca retomou críticas à administração da Metro do Porto para dizer que o veículo experimental prometido para estar a circular no canal do metrobus no princípio de maio, ainda não foi visto.

“Para a população ficar tranquila, fazia mais sentido perceber como funciona e (…) só depois iniciar a segunda fase”, sublinhou o autarca, que, sobre o mesmo tema, fez outro reparo, nomeadamente a questão do abastecimento a hidrogénio dos futuros autocarros.

Segundo Rui Moreira, a central de produção de hidrogénio que está a ser construída em instalações da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) “não vai estar pronta seguramente nos próximos 10 meses, ou seja, para conversa séria, no próximo ano”, o que obrigará que a “energia verde para esses autocarros vai ter que vir, provavelmente, de Sines, por terra”.

“Também por essa razão parece-nos que faria todo o sentido pôr a primeira fase a funcionar (…) corrigir aquilo que tenha que ser corrigido, (…) ter a formação do pessoal da STCP que vai ter que operar aqueles autocarros, (…) e quando estiver em velocidade de cruzeiro (…) então sim iniciar a segunda fase”, insistiu.

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