BCP vence dois IRGAwards, incluindo o de CEO para Miguel Maya
37ª edição dos IRGAWards, da Deloitte, premiou ainda projetos e responsáveis da Casais, da Sonae, da CGD, e atribuiu a distinção de Lifetime Achievement a Carlos Moreira da Silva.
Miguel Maya venceu o principal prémio na 37ª gala de entrega dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte, que decorreu esta quinta-feira à noite no Pavilhão Carlos Lopes , em Lisboa. O presidente executivo do BCP foi eleito pelo júri como o melhor CEO pelo trabalho realizado em 2024.
Recorde-se que, tal como o próprio Miguel Maya lembrou, as ações do BCP subiram perto de 70% no ano passado, uma das melhores performances da Europa, enquanto este ano já vão com uma valorização de perto de 40%.
“Tenho poucas certezas, mas uma absoluta: a performance do BCP só é possível porque fazemos parte de uma equipa, em que a maioria é extremamente talentosa”, referiu Miguel Maya quando recebeu o prémio, que lhe foi entregue um dia após a apresentação de resultados e no mesmo dia que a assembleia-geral do banco.
O CEO do BCP destacou ainda que em 2024 a ação do banco valorizou quase 70%, acima do mercado, e este ano a valorização em bolsa já se encontra em torno dos 40%. E enalteceu os IRGAwards como “uma iniciativa importante num momento em que o mundo vive duas guerras” e assiste à “emergência de líderes autocráticos sem capacidade de cooperação”.
Nesta categoria estavam ainda nomeados João Manso Neto, da Greenvolt, que venceu há dois anos; Pedro Castro e Almeida, do Santander; Rogério Henriques, da Fidelidade; e Paulo Macedo, que venceu na edição anterior.

Paulo Macedo acabou por subir na mesma ao palco, para receber em nome do banco público o Transformation Award, Projeto Transformação Multidimensional na Experiência de Cliente. E aproveitou para lembrar que também no setor público é possível fazer grandes transformações e também aí há gente muito boa a trabalhar.
“Estamos convencidos de que é preciso ir acompanhamento e indo à frente da transformação. E desfazer o mito de que no público não se consegue fazer coisas boas”, referiu o CEO do banco do Estado, Paulo Macedo.
O Prémio CFO foi para João Dolores, da Sonae, que agradeceu aos milhares de colaboradores do grupo Sonae e que tinha pela frente os seguintes finalistas: Guy Pacheco, dos CTT; Miguel Bragança, do BCP, que venceu na edição passada; Manuel Preto, do Santander; e Paula Geada, da Caixa Geral de Depósitos.
Já no que toca aos Investor Relations, mais um prémio para o BCP, desta feita na pessoa de Bernardo Collaço. Os restantes finalistas nesta categoria foram Ana Fernandes, da Greenvolt; Cláudia Falcão, da Jerónimo Martins; João Gonçalves Pereira, da Galp; e Miguel Viana, da EDP.
Depois de várias nomeações noutros anos, Bernardo Collaço conquistou, pela primeira vez, o prémio de IRO. “O reconhecimento coloca um desafio ainda maior”, admitiu ao público, acrescentando que estes profissionais das relações com investidores têm “sido colocados à prova com a volatilidade dos mercados”.
O prémio de sustentabilidade foi levado para casa pela construtora Casais, graças ao projeto Construção Industrializada -Residência Universitária de Beja.

Um dos momentos altos da noite foi a entrega do prémio Lifetime Achievement. Já no fecho do evento, a distinção foi recebida por Carlos Moreira da Silva, gestor e investidor com largo percurso nas empresas portuguesas e que é atualmente presidente da associação Business Roundtable Portugal.
Quando subiu ao palco para receber o galardão de carreira, Carlos Moreira da Silva, o também dono da BA Glass deixou duas garantias: “Estou aqui todos os dias a reinventar e a criar novos líderes. Estou permanentemente à procura de novos horizontes”. Ressalvando que “teve muita sorte”, justificou os seus sucessos com o “trabalho em equipa” e responsabilizou-se pelos “alguns insucessos” que também marcaram este percurso de décadas, ao longo das quais construiu um império no setor do vidro, dos investimentos e passou por empresas como Banco BPI, Sonae and 3i Group España.
A incerteza como nota dominante
Na intervenção antes da entrega dos prémios, o CEO e managing partner da Deloitte afirmou que a tecnologia e a Inteligência Artificial “assumem um papel determinante” no contexto económico e geopolítico internacional, funcionando como “o verdadeiro instrumento estratégico desta nova era”.
Neste “tempo bizarro” e “de ansiedade, em que os alinhamentos são difusos e instáveis”, a Europa tem a necessidade de investir na sua soberania e autonomia militar, alertou António Lagartixo. “A Europa tem uma janela de oportunidade para se redefinir. O euro pode reforçar a sua posição como moeda de troca mundial”, crê.
Ainda assim, o CEO e managing partner da Deloitte destacou boas notícias para Portugal, apesar das consecutivas eleições legislativas, e mais duas (autárquicas e presidenciais) a caminho. “Os indicadores continuam relativamente positivos”, garantiu António Lagartixo, referindo-se à taxa de desemprego estável, à descida de inflação, entre outros fatores macroeconómicos. “Assim os consigamos manter no futuro”, almejou.
A mesma nota da incerteza envolvente foi tocada por Vítor Bento, presidente do Júri dos IRGAwards, que ainda assim salientou a grande qualidade dos projetos e dos nomeados que chegaram a finalistas, que dificultaram ao máximo o trabalho de escolha dos vencedores.

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