Mercado de seguros: 40 anos de evolução e novas perspetivas

  • ECO Seguros
  • 15 Julho 2025

Especialistas dos setores dos seguros e da banca reuniram-se na conferência “Mercado de seguros: 40 anos de evolução e novas perspetivas”, uma iniciativa da MetLife e do ECOseguros.

As tendências estruturais que estão a redefinir o setor segurador e o canal de bancassurance foram os temas em discussão na conferência “Mercado de seguros: 40 anos de evolução e novas perspetivas”, promovida pela MetLife e o ECOseguros, onde se reuniram vários especialistas dos setores dos seguros e da banca.

Na abertura da sessão, Oscar Herencia, VP South of Europe & General Manager, MetLife in Iberia, começou por parabenizar a MetLife pelos 40 anos de existência e revelou a sua saída do cargo de diretor-geral da MetLife Portugal, ao fim de 18 anos: “Hoje é um dia especial e um dia difícil. Sou muito feliz em Portugal, mas vou para o Chile para uma das maiores operações da MetLife. É uma oportunidade profissional gigante“.

Oscar Herencia, VP South of Europe & General Manager, MetLife in Iberia

No primeiro painel de debate, com o tema “Perspetivas e 40 Anos de Evolução da Proteção Financeira”, Inês Medina, Country Manager, Wizink Bank, destacou a importância dos seguros na contratação de um crédito. “Isto dá ao cliente uma enorme tranquilidade, sabendo que protege o orçamento familiar em caso de situações de crise. E traz uma oportunidade de salvaguardar o sobre-endividamento, sendo uma rede de proteção que serve não só ao cliente, mas também às instituições financeiras“, explicou.

Esta salvaguarda é, de acordo com Hugo Carvalho da Silva, CEO, Banco Primus, uma vantagem para os clientes, mas também para as próprias instituições financeiras, que têm visto o número de créditos aumentar: “A questão da proteção e da previsibilidade têm sido elementos extremamente importantes na evolução do perfil creditício da população. Muitas vezes temos uma certa imagem negativa do crédito, que é errónea, e, de facto, o rácio de NPL é um bom barómetro para perceber isto. Os seguros têm uma importância crucial principalmente quando falamos na aquisição de bens duradouros“.

Neste ponto, Oscar Herencia também destacou a “sensibilidade maior” que a sociedade portuguesa tem em relação à necessidade de estar protegida. No entanto, ressalvou também a importância de o mercado se saber adaptar às necessidades dos clientes, que têm vindo a mudar. “Há pessoas muito novas que começam a ter algumas necessidades que temos de cobrir, mas a expectativa de vida é cada vez mais longa e temos de cobrir pessoas mais velhas. Isto está a acontecer em toda a Europa”.

Esta adaptação passa por saber personalizar a oferta a cada segmento de clientes que, no caso dos mais novos, precisam de soluções mais digitais e imediatas. Para Inês Medina, este é um caminho “inevitável”: “Não há como trabalhar com perfis genéricos no futuro porque nem é isso que as novas gerações querem. Querem algo muito mais personalizado e orientado para as suas necessidades imediatas, com um sistema on/off que lhes permita ligar um seguro ou desligá-lo quando não precisam dele. Com isto, as seguradoras vão poder oferecer soluções muito mais personalizadas para as necessidades reais dos clientes”.

A mesma opinião foi partilhada por Hugo Carvalho da Silva, que elogiou o trabalho que a MetLife tem desenvolvido com o Banco Primus no sentido de promover a customização da sua oferta. “Esta questão do imediatismo caracteriza a nossa atualidade e os tempos de resposta na concessão de crédito. Se há 20 anos demorávamos duas a três horas a tomar uma decisão, hoje em dia são 30 minutos. Aí dou mérito à MetLife, que nos tem ajudado a customizar a nossa oferta para os clientes, sempre numa perspetiva omnicanal”.

Mas, para fazer essa customização, é crucial perceber e educar o cliente. Isto porque, segundo Oscar Herencia, há um conforto, principalmente no povo português e espanhol, em acreditar nas pensões de reforma, bem como no serviço público de saúde, e isso “tirou-lhes a necessidade de olhar para isto”. “Eu acho que os mercados, especialmente os do sul da Europa, deviam começar a pensar numa colaboração público-privada muito maior. É impossível viver num mundo sem seguros, esta é a maior indústria do mundo. Não é só uma oportunidade de negócio, mas uma responsabilidade educar as pessoas para a necessidade de estarem protegidas, especialmente no mundo em que vivemos hoje, de mudança permanente”, afirmou.

Painel de debate “Perspetivas e 40 Anos de Evolução da Proteção Financeira”, com Inês Medina, Country Manager, Wizink Bank; Hugo Carvalho da Silva, CEO, Banco Primus; e Oscar Herencia, VP South of Europe & General Manager, MetLife in Iberia

O papel do Bancassurance

Na segunda parte do evento, o debate centrou-se no tema “Bancassurance: Uma Revolução Centrada no Cliente”. Sobre isto, Catarina Ribeiro, Head of Product Management, Bankinter Consumer Finance, começou por dizer que “o modelo Bancassurance está a resultar” e apoiou-se em resultados como processos mais digitalizados, preços competitivos e uma cultura de compliance. “Há aqui uma maior proximidade e uma consciência comum de nos certificarmos que a venda é bem feita e que o cliente está bem informado“, disse.

Apesar dos aspetos positivos, Catarina Ribeiro não deixou de mencionar os desafios que ainda “causam fricção neste modelo”: “O desafio é cumprir a regulamentação sem prejudicar a venda do produto. E outro ponto é a retenção do cliente. Acho que este modelo pode trabalhar isto muito bem porque, por um lado, a banca tem acesso privilegiado a muita informação do cliente, portanto consegue perceber em que momento da vida ele está e, por outro, as seguradoras têm a sua expertise relativamente ao produto. Isto, em conjunto, pode criar seguros muito mais modelares e flexíveis, que não sejam só um one shot e que não sejam tão dispensados quando há alguma dificuldade. Seria interessante o cliente, com facilidade, poder acrescentar e retirar coberturas, aumentar e diminuir o seu capital seguro”.

Contudo, antes de fazer a retenção do cliente, é importante perceber que existem duas dimensões nos seus perfis. “Na banca tradicional, temos maioritariamente um perfil tradicional e envelhecido, mas depois há, em simultâneo, um perfil de cliente mais jovem, mais informado, que é mais digital e exigente e que quer experiências de subscrição digitalizadas, flexíveis, modulares e que não se satisfaz com um produto isolado, seja no produto financeiro, seja na solução de seguros”, explicou Licínio Santos, CEO do Montepio Crédito.

O CEO acrescentou que o perfil de cliente jovem procura “um produto integrado e que lhe permita conveniência, proteção e estabilidade no tempo” e que, por isso, o objetivo passa por “sermos um ator global e termos a capacidade de entregar soluções integradas aos distintos púbicos, tanto ao perfil de cliente mais envelhecido e tradicional, que quer um contacto pessoal, ou aquele que é mais informado e mais digital e que quer um contacto meramente através de um canal de subscrição digital“.

A adaptação a cada perfil de cliente é fundamental e a bancassurance tem precisamente esse objetivo. Ela surge no seguimento do embedded insurance que, de acordo com Ricardo Sanchez Pato, Deputy GM and Corporate Business Director in Iberia, MetLife, apesar de ser um tema em voga nos últimos tempos, é algo em que a MetLife já trabalha “há muitos anos”, precisamente para conseguir captar todos os tipos de clientes, inclusivamente aqueles que não teriam qualquer tipo de seguro se não existisse esta opção.

“A embedded insurance une uma solução de proteção com um produto financeiro ou outro. Há segmentos da população que não tem qualquer tipo de proteção pessoal e, através deste embedded insurance, estão a aceder a esta proteção. Se não existisse bancassurance, havia muitas famílias que não teriam seguro porque não têm um plano de proteção pessoal e financeiro. Então, para mim esta é a reflexão mais importante. Com a nova regulamentação, há muito mais consciência para incrementar o valor de cliente e isto é um bom exemplo de valor acrescentado“, concluiu.

Painel de debate “Bancassurance: Uma Revolução Centrada no Cliente”, com Catarina Ribeiro, Head of Product Management, Bankinter Consumer Finance; Licínio Santos, CEO do Montepio Crédito; e Ricardo Sanchez Pato, Deputy GM and Corporate Business Director in Iberia, MetLife

Assista aqui a toda a conversa:

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Bruxelas apresenta novo orçamento de longo prazo. O que já se sabe sobre o braço de ferro que aí vem

Proposta da Comissão é apresentada esta quarta-feira. Todos querem garantir verbas para as políticas que defendem. Portugal quer manter o poder das regiões. Leia aqui o que já se sabe.

A Comissão Europeia vai apresentar esta quarta-feira a proposta para o próximo Quadro Financeiro Plurianual (QFP), ou seja, o orçamento de longo prazo da União Europeia (UE) pós-2027, adaptado às novas prioridades, com destaque para a defesa. A presidente do executivo comunitário vai fazê-lo sob alta pressão ou não fosse esta a altura em que todos querem garantir verbas para as políticas que mais os afetam.

No essencial, o QFP determina os montantes máximos que o orçamento da União pode atribuir aos seus principais setores de atividade entre 2028 e 2034, máximos estes fixados por categoria de despesas, correspondentes às principais políticas da União. Cerca de 93% dos fundos beneficiam habitualmente os cidadãos, as regiões, os municípios, os agricultores, as universidades e as empresas, enquanto as despesas administrativas da União representam menos de 7% do orçamento total, de acordo com dados do Parlamento Europeu.

Após a apresentação de quarta-feira seguem-se cerca de dois anos de negociação e Ursula von der Leyen vai ter de encontrar o equilíbrio entre os defensores dos países da coesão, nos quais se inclui Portugal, os que querem uma abordagem mais dura e ainda o Parlamento Europeu. Tradicionalmente, a estas vozes juntam-se os lobby de diversos setores, com destaque para os agricultores.

Em fevereiro, Bruxelas colocou em consulta pública (que terminou em 7 de maio) as linhas-mestre que defende para o quadro financeiro plurianual que arranca em 2028. A instituição liderada por Ursula von der Leyen anunciou uma reforma do orçamento comunitário de longo prazo, de modo a ter mais flexibilidade na gestão, reforçar o investimento em defesa, mas também responder ao desafio colocado pelo reembolso dos empréstimos do NextGeneration. Neste sentido, considera que é preciso introduzir novos recursos próprios.

O status quo não é uma opção. É preciso fazer escolhas. A UE deve maximizar o impacto de cada euro que gasta, concentrando-se nas prioridades e objetivos da UE onde a ação da UE é mais necessária”, argumentou na altura.

A nova abordagem sinalizada pela Comissão Europeia segue cinco prioridades:

  • Alterar a estrutura do plano que estabelece as despesas da UE, em particular para projetos e políticas plurianuais. Em vez dos habituais programas o orçamento passaria a contar “com um plano para cada país com reformas e investimentos importantes, projetados e implementados em parceria com autoridades nacionais, regionais e locais”.
  • Criar um Fundo Europeu de Competitividade, que deve estabelecer uma capacidade de investimento para apoiar setores estratégicos e tecnologias críticas.
  • Estabelecer um financiamento da defesa renovado, de modo a ser mais “direcionado e alinhado com interesses estratégicos” e contribuindo para uma nova política externa.
  • Incorporar salvaguardas adicionais que protejam o Estado de Direito.
  • Criar “receitas modernizadas para garantir financiamento suficiente e sustentável” para as prioridades comuns.

O roteiro comunitário esteve longe de agradar a todos os Estados-membros e desde então o tema tem sido trabalhado nas instâncias europeias. Em março, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, instou os líderes europeus a debaterem uma “abordagem abrangente em matéria de despesas e receitas”.

Neste sentido, apontou duas questões para guiar a discussão:

  • Como abordar a principal equação financeira do próximo QFP, ou seja, como garantir que o orçamento disporá dos recursos necessários para a União Europeia alcançar os objetivos que se propôs?
  • Qual será o papel dos novos recursos próprios no próximo QFP, especialmente à luz do futuro reembolso do Next Generation EU?
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. EPA/OLIVIER MATTHYSEPA/OLIVIER MATTHYS

Dimensão do Orçamento

Os desafios que a União Europeia enfrenta acumulam-se, já que aos tradicionais, como a competitividade, juntaram-se o imperativo da defesa, a guerra comercial e o pagamento da dívida emitida para financiar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O orçamento atualmente em vigor dispõe de 1,2 biliões de euros para financiar as suas políticas e uma das grandes questões para esta quarta-feira prende-se com a dimensão do próximo QFP. A Comissão Europeia não estará muito disponível para aumentar de forma significativa a conta do próximo orçamento, pelo que a estratégia de fazer mais com o mesmo será um dos principais desafios de von der Leyen.

O Politico (em inglês) avança esta terça-feira que a presidente do executivo comunitário vai recuar e prometer mais dinheiro para as regiões mais pobres do que o previsto anteriormente. Em cima da mesa estavam cortes de 20% nas verbas para a agricultura e Coesão, de modo a direcioná-las para novos desafios como a defesa, inovação e alargamento.

De acordo com um documento a que o Politico teve acesso, Ursula von der Leyen cedeu à última hora em algumas matérias, na tentativa de apaziguar os ânimos de áreas políticas tão opostas como do italiano Raffaele Fitto e da romena Roxana Mînzatu.

A medida que prevê que a Comissão continue a distribuir grande parte do seu financiamento para as regiões mais pobres da Europa a partir de 2028 é vista como suficiente para garantir o apoio político dos 27 comissários da UE, disseram dois funcionários da UE ao Politico.

Segundo o Politico, existem algumas cedências quanto ao plano inicial de aumentar significativamente o poder dos governos centrais na gestão dos fundos regionais, recuando assim face ao objetivo da presidente do executivo comunitário de fundir vários programas num único fundo nacional, em que a libertação dos fundos estaria vinculada à implementação de reformas.

Como argumento para suportar a ideia inicial, a Comissão Europeia considerava que a medida iria facilitar o acesso das verbas pelos beneficiários, assim como incentivar a produtividade.

Conversas com Fomento.
Ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida
Ricardo Castelo/ECO

Portugal defende separação entre Coesão e Agricultura e manter poder das regiões

Portugal defende que os novos desafios da União Europeia não podem ser alcançados à custa das políticas comunitárias atuais. Ou seja, a aposta na competitividade e na defesa não deve ser financiada com as verbas da coesão ou da Política Agrícola Comum (PAC). Como o ECO conta aqui, numa carta endereçada à presidente da Comissão Europeia, o Governo português sustenta que coesão e agricultura devem ser fundos autónomos com financiamento adequado, marcando assim posição contra os possíveis cortes na Política de Coesão e nas verbas para a Agricultura.

Esta missiva, entregue em Bruxelas na semana passada surge após uma outra, na qual 14 países, amigos da Coesão, incluindo Portugal, rejeitavam os cortes que se antecipa estarem em cima da mesa.

O Governo português sustenta que coesão e agricultura devem ser fundos autónomos com financiamento adequado.

Se ficarem garantidas as regras de que os fundos europeus se vão continuar a dirigir sobretudo às regiões mais pobres, algo distinto do sistema PRR, e se ficar garantida a participação das diferentes instituições do Estado — Central, Regional, e Local e não como no PRR em que é o Estado Central que faz tudo –, se isto ficar garantido e ficar garantida a separação dos fundos da coesão e dos fundos da agricultura, teremos conseguido o essencial das nossas pretensões”, resumiu o ministro da Economia e Coesão, Manuel Castro Almeida, em declarações ao ECO à margem do primeiro Conversas com Fomento.

Rejeitar qualquer proposta que junte os fundos da Coesão e da agricultura é, aliás, a posição defendida pelo Parlamento Europeu, que a par do Conselho terá de aprovar o documento. “Os tratados têm de ser respeitados. Não é aceitável que políticas que são essenciais, como é o caso da agricultura, não se mantenham de uma forma autónoma e sem estarem associadas a 27 Estados-membros”, sublinhou a eurodeputada do PS Carla Tavares, co-relatora do PE para as negociações do QFP.

Em conferência de imprensa em Bruxelas, Carla Tavares e o eurodeputado e co-relator Siegfried Mureşan defenderam que o próximo orçamento deve ser “ambicioso” e “transparente” e avisaram a Comissão Europeia de que o Parlamento “não hesitará” em devolver o processo se a proposta não “respeitar os desígnios europeus”.

Os eurodeputados reforçaram ainda a ideia de que um fundo de competitividade fundindo vários programas existentes é inadequado. “Entendemos que esta área tem de ser mais do que a fusão de um conjunto de programas já existentes. Foi uma das primeiras áreas que enquanto relatores começámos a trabalhar e fomos claros que fazer um rebranding e juntar todos os programas existentes não era um caminho que nos parecesse razoável”, acrescentou a eurodeputada portuguesa.

Novos recursos próprios

A Comissão Europeia propôs na sexta-feira três novos impostos para financiar a despesa: sobre resíduos elétricos não reciclados, produtos de tabaco e as grandes empresas na UE com lucros superiores a 50 milhões de euros. Esta possibilidade, no âmbito dos novos recursos próprios, está contudo longe de estar fechada com os Estados-membros.

Em 2021, Bruxelas já tinha proposto novos fontes, como as receitas do regime de comércio de licenças de emissão e os recursos gerados pelo mecanismo de ajustamento carbónico fronteiriço proposto pela UE.

O Parlamento Europeu defende precisamente que a Comissão Europeia avance na discussão sobre as novas fontes de receita, uma vez que o quadro financeiro plurianual vive essencialmente das contribuições dos Estados-membros. Ou seja, aumentar o orçamento sem novos recursos significará aumentar as contribuições nacionais.

A defesa é uma área muito relevante, mas não aceitamos que seja feita à custa da coesão. Tem de se encontrar caminhos de financiamento”, disse Carla Tavares, aludindo à necessidade de encontrar novos recursos próprios. Nesta matéria, Siegfried Mureşan classificou como “irresponsável fazer o rollover da dívida [emitida para financiar o PRR] sem definir como será paga.

“Não vamos concordar com esse adiamento. O rollover da dívida não pode ser uma solução ao invés dos novos recursos próprios”, disse.

Com base na proposta da Comissão, o orçamento de longo prazo terá de ser adotado por unanimidade pelos 27 Estados-membros da UE no Conselho, após aprovação pelo Parlamento Europeu. Antes disso, os próximos passos passam por Estrasburgo entregar o relatório sobre a proposta da Comissão, o que está previsto para o outono.

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Governo acompanha demolições “com preocupação”, diz ministro da Habitação

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

Miguel Pinto Luz reconheceu que “quem está a resolver o problema da habitação são os autarcas” e não este ou anteriores governos.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou esta terça-feira que o Governo está a acompanhar “com preocupação” a demolição de habitações precárias e que tem implementado políticas públicas para apoiar os municípios. “Estamos a acompanhar de perto, como não podia deixar de ser”, disse Miguel Pinto Luz, aludindo à demolição de casas precárias nos concelhos de Loures e Amadora.

“A preocupação é grande, mas não basta estar preocupado”, admitiu o ministro, em Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, onde visitou obras destinadas a habitação com renda acessível, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Considerando ser necessário “agir”, o ministro afirmou que “é isso que o Governo tem vindo a fazer, com políticas públicas que têm vindo, precisamente, a atacar esses problemas”.

Em declarações à margem da visita à Rádio Condestável, Miguel Pinto Luz reconheceu que “quem está a resolver o problema da habitação [no país] são os autarcas” e não este ou anteriores governos. Apesar de se tratar de “um dever que cabe ao Governo Central”, foram os autarcas “que disseram presente”, quer nas candidaturas ao PRR, quer na implementação do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.

O ministro manifestou ainda satisfação pelo facto de Portugal estar, “pela primeira vez”, a cumprir prazos e orçamentos e adiantou que o Governo está “a trabalhar de forma afincada para que, em setembro/outubro deste ano”, possam ser apresentadas medidas direcionadas para as conclusões de um estudo do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que aponta que 250 mil casas não estão no mercado de venda ou de arrendamento.

A autarquia de Loures iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias construídas pelos próprios moradores no Talude Militar, onde vivem 161 pessoas. Na Amadora foram também demolidas algumas construções ilegais no antigo Bairro de Santa Filomena.

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Wonderland Lisboa prepara décima edição com nova identidade 

  • + M
  • 15 Julho 2025

O evento de Natal, que foi recentemente premiado com o selo ‘Best Sunny Christmas Market’ na Europa, conta com uma nova identidade desenvolvida pela DJ.

Foto: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

O Wonderland Lisboa vai regressar ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, entre 28 de novembro de 2025 e 4 de janeiro de 2026. Naquela que será a sua décima edição, o evento de Natal recém-premiado conta com uma nova identidade, desenvolvida pela DJ.

O evento, que resulta de uma parceria da Media Capital com a Niu, foi recentemente distinguido pela European Best Destinations com o selo ‘Best Sunny Christmas Market’ na Europa, e está também nomeado para o ‘Best Christmas Market’ em Portugal.

“A 10ª edição do Wonderland Lisboa representa um trabalho feito de pessoas para pessoas. Por detrás de cada instituição, marca ou empresa, estão as pessoas que nos acompanham ano após ano. Este ano, temos como objetivo que o Wonderland Lisboa se torne no postal de Natal da cidade de Lisboa, e com o compromisso de sempre: tornar o Natal de todos cada vez mais mágico”, diz Nuno Santana, CEO da Niu Experience Agency, citado em comunicado.

Já José Eduardo Moniz, diretor-geral da TVI, aponta que o Wonderland Lisboa, que no ano passado registou mais de um milhão de visitantes, “é muito mais do que um evento”, consistindo num “ponto de encontro que celebra o espírito de família, a proximidade e a emoção — valores que estão no centro da identidade da TVI”.

“Temos orgulho em promover este projeto desde a primeira hora, e em vê-lo crescer, ano após ano, como uma referência incontornável do Natal em Portugal. Ao longo de uma década, o Wonderland Lisboa soube sempre reinventar-se, surpreender e inovar. Acompanhamos esse percurso com entusiasmo e compromisso, certos de que este evento continuará a proporcionar momentos únicos a quem nos vê e visita”, acrescenta.

Novo logótipo do Wonderland Lisboa.

Por parte da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, patrocinadora do evento, a vice-provedora Rita Prates diz que a parceria é “uma aposta ganha”, que se pauta por valores que “tudo têm a ver com a Santa Casa — é um evento para todos, de verdadeira inclusão”.

Também presente no evento de apresentação da nova identidade, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, apontou que o Wonderland Lisboa “vai muito além de um evento de Natal” e realçou que este evento representa a alma de Lisboa, que é feita através “da família, da inovação e da tradição”.

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No quinto dia de julgamento, Sócrates acusa governos de Costa e Passos Coelho de “covardia” no TGV

Na última sessão de julgamento antes das férias judiciais, Sócrates abordou o tema do TGV e acusou os governos de António Costa e Pedro Passos Coelho de "covardia" por abandonarem projeto do TGV.

Na sessão desta terça-feira, no âmbito da Operação Marquês, a última antes das férias judiciais, José Sócrates abordou o tema do TGV, acusando os governos de António Costa e Pedro Passos Coelho de “covardia” por abandonarem projeto de alta velocidade.

“O Governo que sucedeu foi o primeiro a acabar com o TGV e depois ainda tiveram o descaramento de culpar o Tribunal de Contas. (…) Mentira. (…) Desorçamentaram-no e, portanto, nunca teria condições para ser aprovado pelo Tribunal de Contas”, referiu. Segundo o antigo primeiro-ministro, em novembro de 2011, o governo liderado por Passos Coelho decidiu “acabar com o TGV”.

E depois o governo socialista, apenas por isso ser o projeto do Sócrates, decidiu não fazer nada no TGV e comportou-se de forma lamentável no pedido de indemnização dessas empresas”, disse.

Em 2016, o Tribunal Arbitral julgou contra o Estado, condenando-o a pagar uma indemnização que seria superior a 160 milhões, mas o Estado decidiu recorrer. “O Estado comportou-se de uma total covardia e sem respeito e lealdade pela palavra que teria dado e não pagou. E não pagou porque temia o Ministério Público“, acrescenta.

Sócrates denunciou ainda “cinco absurdos da acusação” e sublinhou que a acusação é “falsa” e “profundamente injusta”, “com consequências devastadoras para o desenvolvimento do país”.

“Em primeiro lugar, a acusação sustenta pagamentos corruptos feitos em 2007 para um projeto que nunca se realizou e que se destinavam a obter indemnizações do Estado que até hoje não foram pagas. Não é grande o absurdo, é apenas estranho e singular”, começou por enunciar Sócrates.

Sobre os alegados “pagamentos corruptos”, o arguido considera que a acusação sustenta que os pagamentos eram “contrapartida, não de uma escolha viciada”, mas de uma “potencial indemnização resultante de um potencial chumbo”.

Afinal de contas, eu sou acusado de não querer fazer o TGV, mas de fingir que queria, mas no fundo esconder o desejo íntimo e criminoso de querer que o Tribunal de Contas chumbasse o projeto para a empresa ter uma indemnização“, referiu.

Sócrates garante que não conhecia “homem dos bastidores” do Grupo Lena

O Ministério Público acredita que Ribeiro dos Santos, antigo administrador da RAVE, entidade que supervisionava a construção do TGV, foi o “homem dos bastidores” do Grupo Lena para influenciar o Governo a atribuir o concurso do TGV à empresa ligada a Carlos Santos Silva e a Joaquim Barroca.

Mas Sócrates garantiu, na sessão desta terça-feira, não conhecer Ribeiro dos Santos e que foi o seu Executivo que o afastou das funções da RAVE.

“Não faço ideia porque o afastei, foi-me proposta a nomeação de um outro presidente e eu dei o meu consentimento. Eu não conheço Ribeiro dos Santos“, assumiu em tribunal, alertando que o afastamento “deve ser” do conhecimento do antigo ministro das Obras Públicas, Mário Lino.

José Sócrates criticou ainda a tese do Ministério Público referente à parte de que o Grupo Lena teria assumido a totalidade dos alegados “pagamentos corruptos”.

“Uma empresa, que tinha 13,5%, paga tudo e os outros não sabem nada. Não cabe na cabeça de ninguém. Não tem aparente razão“, sublinha.

Sócrates cita acórdão do Tribunal Arbitral

Na sessão desta terça-feira, Sócrates trouxe um acórdão de 2016 do Tribunal Arbitral relativo à introdução da cláusula indemnizatória no contrato com o Grupo Lena. Numa tentativa de rebater a tese do Ministério Público sobre o favorecimento no concurso do TGV ao consórcio Elos, Sócrates lê passagens do acórdão e assume que este denuncia toda a hipocrisia”.

Este é um acórdão muito bem escrito, muito esclarecedor e que denuncia toda a hipocrisia do Estado e como se comportou quando abandonei funções e revela o comportamento absolutamente íntegro de todos aqueles que participaram neste concurso”, disse, relembrando que a acusação foi feita um ano depois do acórdão.

“A cláusula não resultou de nenhum impulso político e não é ilegal nem prejudicial ao interesse público. E, no entanto, é disso que eu estou acusado. Que eu próprio fui o autor [desta cláusula]”, disse.

O antigo primeiro-ministro sublinhou também que a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, de 2021, diz que “o contrato reproduz a norma legal aprovada pela lei” e admite que só soube da cláusula quando foi acusado. “Nunca ninguém me tinha alertado na vida para esta cláusula, nem discutido comigo em nenhuma circunstância. Tudo isto é construído apenas para me atingir”, referiu.

Questionado pela juíza se nas fases de negociação com os dois concorrentes do projeto – Elos e Altavia – discutiram a cláusula indemnizatória, o arguido respondeu: “Os dois queriam… acho que essa cláusula foi proposta pelo consórcio ganhador, mas os dois queriam”.

Uma coisa é certa: o antigo primeiro-ministro assume que, após a acusação do Ministério Público, “nunca mais se falou do TGV no país”. “Os espanhóis construíram 2.500 quilómetros e Portugal zero. Só vamos descobrir o impacto disto quando chegarmos a 2030 e tivermos de fazer uma viagem pelo Alentejo até Badajoz e só assim ir para Madrid”, disse referindo-se aos planos do atual Governo de concretizar essa rota de alta velocidade.

A comparação entre o MP e a “Inquisição”

O antigo primeiro-ministro comparou o Ministério Público à Inquisição, sublinhando ser vítima da acusação e que a linguagem do órgão público é tão “vaticânica” que mostra o que “está por detrás”.

“Em 2017 o Ministério Público apresentou a sua acusação, onde diz que eu instrumentalizei ministros. Era essa a minha técnica. Diz que não interferia nos concursos de forma a evitar suspeitas, mas interferia nas regras de procedimento e conformação dos contratos. Esta linguagem tão “vaticânica” mostra o que está por detrás… alguma intenção oculta lá teria“, referiu.

Segundo Sócrates, o Ministério Público diz que o antigo primeiro-ministro não interferia para disfarçar, porque, “como na inquisição, estava possuído pelo demónio”.

“A acusação diz que instrumentalizei os ministros e por via deles os administradores e, por ventura, os assessores para beneficiar a empresa Lena – isso é absolutamente falso. Não se encontra neste processo ninguém que diga isso”, refere.

O arguido foi mais longe e assume que a tese de “manipulação” é “estapafúrdia”, mas “pode ser adotada para perseguir o seu alvo”.

“Eu gostaria que o MP fizesse perguntas relativamente ao meu dinheiro”

Na sessão da parte da tarde, Sócrates falou sobre a tentativa do seu Governo em antecipar o concurso do TGV. A tese do Ministério Público defende que o antigo primeiro-ministro pressionou os administradores da RAVE e da REFER a antecipar o concurso após ter sido informado, através de Carlos Santos Silva, de que o Grupo Lena tinha tido acesso a resmas de informação confidencial.

“Foi uma reunião que eu fiz no meu gabinete com a secretária de Estado Ana Paula Vitorino. A versão que é contada na acusação nem é honesta, nem é verdadeira”, assumiu, defendendo que foi discutida uma hipótese, “não foi uma pretensão”, e que essa hipótese foi sugerida pelo ministro Mário Lino.

De acordo com José Sócrates, a antecipação de concursos sem ter as avaliações de impacto ambiental concluídas foi “um erro cometido noutros governos”, pois tal implicou mais custos em fases posteriores.

O arguido garantiu que nunca sugeriu “quaisquer pedidos de pareceres jurídicos”, nomeadamente o parecer que acabou por considerar legal a introdução da cláusula indemnizatória em caso de chumbo do Tribunal de Contas. “Não é verdade que em algum momento tenha dado qualquer instrução de pedido de pareceres jurídicos. Isso foi desmentido por toda a gente”, acrescentou.

Sobre o “circuito do dinheiro”, Sócrates considera que o Ministério Público apresenta uma série de faturas e de pagamentos alegadamente como contrapartidas, mas que “as faturas que ocorreram entre 2009 e 2011, decorreram em meses não coincidentes com datas relevante do processo”.

Eu gostaria que o Ministério Público fizesse perguntas relativamente ao meu dinheiro e não dos outros“, atira.

As casas na Venezuela

Outro dos tópicos abordados por José Sócrates foram as casas sociais na Venezuela. Segundo a acusação, entre fevereiro e junho de 2007, Joaquim Barroca transferiu 2,3 milhões para Carlos Santos Silva, que alegadamente seria enviado para o antigo primeiro-ministro como contrapartida pela atribuição de contratos ao Grupo Lena para a construção de casas sociais na Venezuela.

Em que momento o Governo português tomou conhecimento de que na Venezuela havia um projeto casas sociais? A resposta é fevereiro de 2008. Em que ano é que eu fui à Venezuela? Em maio de 2008″, garante, avançando ainda que nem nas suas notas das reuniões constavam informações sobre as casas.

O arguido assumiu que os vários governos que sucederam o seu mantiveram uma relação económica com a Venezuela, nomeadamente no âmbito da construção das casas sociais.

Por que razão no meu Governo essa atitude era criminosa e, quando se trata do governo de Paulo Portas e Augusto Santos Silva, é apenas diplomacia económica“, questionou, garantindo que não teve “qualquer influência” na decisão de a empresa Lena ter sido convidada a ir a Venezuela no âmbito dos projetos relacionados com a construção das casas sociais.

O que está em causa na Operação Marquês?

José Sócrates e os restantes 20 arguidos da Operação Marquês começaram a ser julgados no Campus de Justiça, mais de uma década depois de se ter conhecido o processo que acusa um ex-primeiro-ministro de corrupção.

Após decisões instrutórias, confirmações de recursos pelo Tribunal da Relação de Lisboa, extinções de sociedades acusadas pelo Ministério Público (MP) e prescrições, a acusação inicial do Ministério Público já perdeu sete arguidos, dos 28 iniciais.

O principal arguido, José Sócrates, inicialmente acusado de 31 crimes, vai responder por 22, entre os quais três de corrupção passiva de titular de cargo político, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal qualificada.

O amigo do antigo primeiro-ministro e empresário Carlos Santos Silva é o arguido com mais crimes imputados pela acusação do Ministério Público, respondendo por 23 crimes, contra os 33 iniciais, entre eles um crime de corrupção passiva de titular de cargo político, um de corrupção ativa, 14 de branqueamento de capitais e sete de fraude fiscal qualificada.

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Arquiteto Eduardo Souto de Moura distinguido com Praemium Imperiale do Japão

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

O Praemium Imperiale, criado em 1988 e atribuído pela Associação de Arte do Japão, reconhece anualmente o contributo internacional de cinco personalidades nas Artes e na Cultura,

O arquiteto português Eduardo Souto de Moura foi distinguido com o Praemium Imperiale, um prémio internacional atribuído pela Associação de Arte do Japão, anunciou esta terça-feira a organização.

O Praemium Imperiale, criado em 1988, reconhece anualmente o contributo internacional de cinco personalidades nas Artes e na Cultura, e nesta 36.ª edição, entre as personalidades distinguidas figura Eduardo Souto de Moura, na área da Arquitetura.

Além de Souto de Moura foram ainda premiados os artistas plásticos Marian Abramovic (Sérvia) e Peter Doig (Reino Unido), o pianista András Schiff (Reino Unido) e a coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker (Bélgica).

A carreira de Eduardo Souto de Moura, nascido no Porto em 1952, soma mais de uma dezena de prémios, como o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, atribuído em 2018, e o Pritzker, o “Nobel da arquitetura”, em 2011, pelo conjunto da obra.

Entre outras distinções, recebeu o Prémio da X Bienal Ibero-americana de Arquitetura e Urbanismo, em 2016, o Prémio Wolf de Artes, de Israel, em 2013, o Prémio Pessoa, em 1998, e o Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte – Portugal, em 1996. Nos Estados Unidos, a sua carreira foi reconhecida pela Academia Americana de Artes e Letras, com o Prémio Arnold W. Brunner 2019.

A Casa das Histórias Paula Rego (Cascais), o Estádio Municipal de Braga, a Torre Burgo (Porto), o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (Bragança), a remodelação do Museu Nacional Grão Vasco (Viseu) e os interiores dos Armazéns do Chiado (Lisboa) contam-se entre os seus projetos, assim como o pavilhão da Serpentine Gallery, nos jardins Kensington (Londres), feito em parceria com Álvaro Siza, com quem iniciou a carreira, em 1981.

Esta não é a primeira vez que a cultura portuguesa é reconhecida com os Praemium Imperiale do Japão. Em 2024, foi distinguida a pianista Maria João Pires e em 1998 o arquiteto Álvaro Siza. O Praemium Imperiale foi criado em 1988 pela Associação de Arte do Japão para reconhecer “o trabalho excecional” em Pintura, Escultura, Arquitetura, Música e Teatro ou Cinema.

Segundo a organização, “o prémio homenageia personalidades de todo o mundo que transcendem as fronteiras nacionais e étnicas, dando corpo à cultura e às artes do nosso tempo”. Este ano, a cerimónia de entrega do prémio está marcada para 22 de outubro em Tóquio, noticiou a Agência France-Presse.

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Primeiro-ministro da Ucrânia apresenta demissão e acelera remodelação governamental

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

É previsível que o primeiro-ministro demissionário continue no Governo ucraniano, uma vez que Zelensky recomendou que Shmigal fique à frente do Ministério da Defesa.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, apresentou esta terça-feira a demissão ao parlamento, um dia depois de o Presidente ucraniano ter confirmado Yulia Svyrydenko como candidata ao cargo.

Shmigal, que liderou o Governo da Ucrânia desde 4 de março de 2020, no período mais longo desde a independência do país, agradeceu a Volodymyr Zelensky pela confiança, bem como aos combatentes por permanecerem na linha de frente durante todos estes anos de invasão russa. “Obrigado a toda a equipa pelo trabalho incansável pelo nosso país! Glória à Ucrânia!», partilhou Shmigal nas redes sociais.

No entanto, é previsível que o primeiro-ministro demissionário continue, no futuro imediato, no Governo ucraniano, uma vez que Zelensky recomendou a Svyrydenko para contar com Shmigal à frente do Ministério da Defesa, devido à “vasta experiência” do governante.

O presidente ucraniano voltou a reunir-se, neste dia, com Yulia Svyrydenko, para preparar o arranque do novo Governo, que procura aumentar a produção da indústria de armamento do país.

Zelensky escreveu nas redes sociais que o novo Governo deve trabalhar para responder às exigências do Exército em relação aos drones, bem como numa “desregulação significativa” capaz de “libertar o potencial económico da Ucrânia” e implementar programas de apoio à população.

O encontro realizou-se um dia depois de Zelensky ter anunciado que a ministra das Finanças era a candidata para suceder a Denis Shmigal, uma mudança que deverá ser confirmada nos próximos dias no parlamento, numa sessão onde será debatida a composição do novo Governo, sendo esperadas várias mudanças.

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Teresa Carrascal Sanchez vai liderar Fidelidade em Espanha

A gestora acaba de assumir o cargo de mandatária-geral da Fidelidade Espanha, sucedendo a José Ignacio Aldasoro que se reformou após 19 anos à frente da sucursal.

Teresa Carrascal Sánchez acaba de assumir o cargo de mandatária-geral da Fidelidade Espanha, sucedendo a José Ignacio Aldasoro que liderou a sucursal da companhia portuguesa nos últimos 19 anos e que agora se reformou.

Teresa Carrascal Sanchéz vai liderar Fidelidade em Espanha.

A nova gestora, licenciada em gestão de empresas, tem uma experiência internacional de mais de 20 anos em direção financeira e desenvolveu a sua carreira em empresas multinacionais dos setores dos seguros, tecnologias de informação e serviços, como mais recentemente na resseguradora francesa SCOR e na WTW, onde esteve 12 anos. Ultimamente desempenhava funções de Chief Financial Officer do Atlantic Group, com operações seguradoras em sete países.

A Fidelidade Espanha obteve 58 milhões de euros em prémios em 2024, distribuindo seguros de Vida e acidentes pessoais, pelo seu componente de proteção financeira, habitação, com produtos multirriscos e seguros para empresas, cobrindo desde pequenos negócios até grandes indústrias, incluindo responsabilidade civil e danos materiais.

Com cerca de 100 colaboradores, a Fidelidade Espanha tem, desde 2023, uma parceria com a Santalucía, 9.ª maior seguradora do país para venda de seguros de animais domésticos, patrimoniais e empresariais, através de agentes, suportados pela Santalucía.

Agentes e corretores são o canal predominante de distribuição da Fidelidade em Espanha, sendo responsável por cerca de 80% das vendas a empresas e particulares através de uma rede de mediadores independentes e agentes exclusivos. O canal bancário representa 10% das vendas, não existindo acordos especiais e cerca de 7 % do total de vendas são efetuadas diretamente por telefone ou plataformas digitais.

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Sporting contrata JPMorgan para avançar com emissão de dívida de 100 milhões

  • ECO
  • 15 Julho 2025

Leões preparam-se para seguir as pisadas do FC Porto e avançar com uma emissão de dívida junto de investidores privados com a ajuda do banco americano JPMorgan Chase.

O Sporting está a trabalhar com o banco norte-americano JPMorgan Chase num plano para se financiar em pelo menos 100 milhões de euros em dívida nos próximos meses, avança a Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês), citando fontes próximas do processo.

O clube leonino está a considerar avançar com uma emissão de obrigações junto de investidores privados, seguindo os passos do rival FC Porto, que no ano passado colocou 115 milhões de euros em títulos através de uma colocação privada.

Os fundos servirão para refinanciar a dívida existente e suportar as operações do dia-a-dia dos atuais campeões nacionais, acrescentaram as mesmas fontes, ressalvando que ainda não é certo que os leões avancem com a operação de financiamento.

O clube português não quis fazer qualquer comentário aos planos de financiamento e o porta-voz do JPMorgan não esteve disponível para comentar.

A Bloomberg lembra que são vários os clubes europeus que têm procurado a ajuda de bancos de investimento para encontrar fontes de financiamento para a renovação dos seus estádios, transferências de jogadores e suprir necessidades financeiras.

Por exemplo, o espanhol Bétis está a trabalhar com o Goldman Sachs num plano para se financiar em 250 milhões de euros para financiar a remodelação do seu recinto desportivo.

Liderada por Frederico Varandas, a SAD leonina anunciou recentemente planos para expandir a capacidade do Estádio de Alvalade e criou uma nova empresa para potenciar as receitas do estádio e do museu.

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Austeridade em França. Bayrou corta feriados e congela pensões

  • ECO
  • 15 Julho 2025

Eliminação de dois feriados e o congelamento de pensões são algumas das medidas que o primeiro-ministro francês prevê implementar para reduzir o défice.

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, apresentou esta terça-feira um plano de austeridade que inclui cortes orçamentais de 43,8 mil milhões de euros ao longo de quatro anos para reduzir o défice e travar o aumento da dívida. A eliminação de dois dos 11 feriados e pensões congeladas são algumas das medidas.

A redução do emprego público, cortes nos gastos sociais e de saúde e uma contribuição solidária por parte dos “mais ricos” são outras das medidas delineadas por Bayrou. Mais especificamente, este plano prevê que um em cada três trabalhadores do setor público que se reforme não seja substituído.

Outra medida que o governo francês quer implementar é um travão aos gastos do Estado, exceto na defesa, serviço da dívida e contribuições para a União Europeia durante um ano.

O défice público francês aumentou no ano passado para 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior de toda a zona do euro e muito acima do limite de 3% estabelecido pelas regras europeias.

O governo estabeleceu uma meta para reduzir progressivamente o défice para 5,4% do PIB este ano e para 4,6% em 2026, ficando abaixo do limite de 3% até 2029.

No entanto, o Tribunal de Contas alertou no início deste mês que o ritmo atual não permitirá atingir essa meta até 2029 e recomendou medidas mais duras.

A urgência em reduzir o défice é agravada pela proposta do presidente Emmanuel Macron de aumentar os gastos com defesa em mais de 6,5 mil milhões de euros ao longo de dois anos. Macron pretende acomodar o esforço militar adicional sem recorrer a novas dívidas. “A nossa independência militar é inseparável de nossa independência financeira”, argumentou o presidente.

A líder de extrema-direita francesa, Marine Le Pen, disse esta terça-feira que derrubará o primeiro-ministro francês Bayrou, caso não reavalie o seu plano de austeridade.

Após sete anos de gestão catastrófica, Emmanuel Macron e François Bayrou são incapazes de economizar de verdade e apresentam mais uma conta aos franceses: quase vinte mil milhões de euros em impostos e privações”, disse Le Pen na terça-feira no X, enquanto o governo de Bayrou apresentava sua proposta.

“Este governo prefere atacar o povo francês, os trabalhadores e os aposentados, em vez de caçar o desperdício”, diz a líder da extrema-direita francesa.

(Notícia atualizada ás 18h01 com mais informação)

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Visapress aumenta monitorização e cobrança de licenças por uso abusivo de imagens online

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

A medida visa assegurar que a utilização de conteúdos jornalísticos e texto e imagem seja devidamente licenciada e remunerada, protegendo os interesses dos seus representados.

A Visapress, entidade responsável pela defesa dos direitos de editores e criadores de conteúdo jornalístico no mercado português, anunciou que vai intensificar a monitorização e cobrança de licenças por uso abusivo de imagens online.

Em comunicado, a Visapress salienta que vai avançar uma nova fase de atuação, que passa pela “intensificação da monitorização de conteúdos online e a cobrança ativa de licenças para o uso abusivo de imagens e outros conteúdos protegidos por direitos de autor”.

A medida visa assegurar que a utilização de conteúdos jornalísticos e texto e imagem seja devidamente licenciada e remunerada, protegendo os interesses dos seus representados.

A Visapress “tem vindo a comunicar com proprietários de ‘websites’ onde foram identificadas infrações, sublinhando a sua intenção de fiscalizar de forma mais proativa as publicações na Internet”, adianta a entidade.

O objetivo é claro: identificar e regularizar utilizações não autorizadas de material protegido por direito de autor, que até agora não estavam devidamente licenciadas“, remata a Visapress, que detalha a sua atuação.

A entidade irá “monitorizar regularmente a internet para detetar o uso de imagens e textos sem a devida licença” e “quando uma infração for identificada, será enviada uma comunicação detalhada ao responsável pelo ‘website’, incluindo as capturas de ecrã que comprovam a utilização em causa e no caso de imagens os detalhes das mesmas“.

A Visapress, “ciente de que muitas utilizações indevidas podem ocorrer de forma não intencional”, permite “uma solução para regularização: a aquisição de uma licença retroativa“, refere a entidade. A licença cobre a utilização já existente da imagem no site, na forma como se encontra atualmente, e estende-se para o futuro.

A nova abordagem “representa um passo significativo na defesa dos direitos de autor em Portugal, reforçando a importância do licenciamento e da remuneração justa pelo trabalho de quem cria e investe em informação de qualidade“, concluem.

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Zurich ativa campanha de verão para se aproximar dos consumidores

A ação decorre até ao final de agosto e conta com a embaixadora Patrícia Sampaio como rosto da campanha em Lisboa e Porto. Quer reforçar o posicionamento da marca junto dos clientes. 

A Zurich Portugal quer reforçar a sua presença junto dos portugueses durante o verão levando a campanha “Cuidamos” a cidades e praias de norte a sul do país. Segundo avançou em comunicado, a seguradora aposta numa abordagem integrada com a ativação da marca nas praias e com a presença da judoca Patrícia Sampaio, embaixadora da marca, em zonas urbanas do Porto e Lisboa.

Emília Sanches, diretora de Marketing da Zurich Portugal: “Neste verão, queremos ir para além da nossa missão de cobrir riscos. Queremos estar presentes na vida das pessoas, oferecendo-lhes não só proteção, mas também cuidado e bem-estar”.

Sob o mote “Mais do que cobrir riscos, cuidamos do seu verão”, ativação da campanha abrange a costa portuguesa de norte a sul, com iniciativas que incluem distribuição de brindes para a época balnear, bem como mensagens de prevenção e segurança. A iniciativa é divulgada diariamente através da rádio, nomeadamente no “Programa Café da Manhã”, da RFM, onde a Zurich patrocina dicas diárias para um verão mais seguro.

A campanha decorre até 31 de agosto e pretende, segundo a seguradora, reforçar o posicionamento da marca junto dos clientes.

“Neste verão, queremos ir para além da nossa missão de cobrir riscos. Queremos estar presentes na vida das pessoas, oferecendo-lhes não só proteção, mas também cuidado e bem-estar”, afirma Emília Sanches, diretora de Marketing da Zurich Portugal. “Com estas ações de verão materializamos, uma vez mais, o nosso compromisso em acompanhar os nossos clientes e a comunidade, promovendo um verão mais seguro e protegido através de ações focadas na prevenção e com ofertas úteis”.

Paralelamente, a Zurich leva também esta mensagem para o ambiente urbano. A judoca Patrícia Sampaio, embaixadora da campanha, é o rosto visível da ação “Cuidamos” nas cidades de Lisboa e Porto, surgindo em suportes out of home de grande formato, como o elétrico rápido da capital e o Metro do Porto, bem como em vias movimentadas como a A5/CRIL e nas Amoreiras.

“Estamos entusiasmados por levar a nossa mensagem de cuidado e prevenção para as ruas das duas maiores cidades de Portugal, de uma forma tão visível e simbólica com a nossa embaixadora”, assegura Emília Sanches, diretora de Marketing da Zurich Portugal. “Com a sua disciplina e dedicação, a Patrícia Sampaio representa na perfeição os valores de excelência e mentalidade vencedora que a Zurich defende e que queremos transmitir.”

Os elétricos e o Metro do Porto, decorados com a imagem da judoca e a mensagem da campanha, vão circular pelas rotas mais movimentadas e turísticas de Lisboa e do Porto, para garantir uma elevada visibilidade e impacto junto de residentes e visitantes.

Com mais de um século de presença em Portugal, a Zurich Portugal, parte do Zurich Insurance Group, conta em Portugal com uma equipa de mais de 550 colaboradores e uma rede de distribuição que ultrapassa os 1.800 parceiros, entre agentes, corretores, bancos e entidades associadas, servindo atualmente cerca de 830 mil clientes.

 

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