Lesados do BES fora do processo crime de Ricardo Salgado

Segundo a decisão dos juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa, a que o ECO/Advocatus teve acesso, os lesados terão de pedir indemnizações nos tribunais cíveis.

O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou, esta quinta-feira, que os lesados do caso BES vão ficar fora do processo-crime que tem Ricardo Salgado como principal arguido. Segundo a decisão dos desembargadores, a que o ECO teve acesso, os lesados terão de pedir indemnizações nos tribunais cíveis.

“Acorda-se em julgar improcedentes os 96 recursos interpostos pelos arguidos, assistentes e lesados, mantendo-se o despacho recorrido”, pode ler-se no acórdão de 808 páginas, a que o ECO/Advocatus teve acesso. Assim sendo, o julgamento do processo BES/GES poderá ser concluído num prazo entre dois a três anos.

“Em síntese final, como se deixou explanado no presente acórdão, a decisão proferida não tem nada de discricionário ou arbitrário, não postergou nenhum princípio constitucional e não procedeu a nenhuma interpretação violadora da Constituição da República Portuguesa. Não violou igualmente qualquer norma inscrita nem na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, nem na Declaração Universal dos Direitos Humanos”, explica a decisão.

Em abril deste ano, os lesados do BES contestaram o envio dos pedidos de indemnização dos lesados do Banco Espírito Santo (BES) para os tribunais cíveis. Depois de, no final de janeiro, a juíza do processo BES, Helena Susano ter decidido afastar os 2.475 lesados do caso. Assim, os lesados ficam impedidos de receber qualquer indemnização no processo-crime, obrigando-os a ter de fazer pedidos de indemnização em processos separados. A magistrada justifica esta decisão porque, “como é sabido, os presentes autos revestem-se de uma extensão e complexidade singular na vida judiciária portuguesa. Instaurados há cerca de dez anos entraram, apenas no final do ano passado, na fase de julgamento”, diz o despacho de Helena Susano, que pediu escusa do julgamento, mas foi rejeitada pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Admite, no entanto, que “não se pense que o tribunal, ao tomar esta decisão, se mostra insensível à necessidade de novo impulso processual por parte dos demandantes, agora na instância cível, ao cabo do tempo já decorrido”.

Para a magistrada, a continuidade desses pedidos no processo também conhecido como Universo Espírito Santo “retardaria de uma forma intolerável” o julgamento, algo que a defesa destes lesados contesta.

Agora, os juízes desembargadores da Relação de Lisboa, consideram que “o alegado manifesto aumento da demora na obtenção de uma decisão definitiva sobre o mérito do pedido de indemnização civil e eventuais suspensões decisórias, são matérias que, como acima se referiu, se remetem ao campo das hipóteses. Teses hipotéticas, salvo o devido respeito, não fundam efetivas violações interpretativas inconstitucionais. Acresce que a decisão das partes em recorrerem ou não para o Tribunal Constitucional, é matéria que apenas a cada uma respeita, é voluntária e não obrigatória, cabendo-lhes decidir se pretendem ou não, por essa via, dilatar o tempo de obtenção de decisão quanto aos seus pedidos, em jurisdição cível, caso por tal caminho optem”, escrevem. “Por seu turno, a remessa para os meios cíveis não apresenta nenhum acrescer de dificuldades probatórias, pela singela razão de que a prova, recolhida pelo MP e constante no processo-crime, poder ser usada em processo cível. Basta, para tanto, que os recorrentes se dêem ao trabalho de identificar qual o material probatório que pretendem usar nos seus processos cíveis”.

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EDP recebe 700 milhões do BEI para projetos de renováveis e expansão da rede elétrica no Sul da Europa

O financiamento será usado para projetos solares fotovoltaicos e eólicos terrestres da EDP Renováveis em Portugal, Espanha e Itália, e modernizar redes de eletricidade na Península Ibérica.

A EDP e o Banco Europeu de Investimento (BEI) assinaram dois empréstimos, no valor de 700 milhões de euros, para financiar o lançamento de projetos energéticos da EDP Renováveis em Espanha, Portugal e Itália, bem como a expansão e modernização das redes de distribuição de eletricidade da EDP em Espanha e Portugal.

O primeiro empréstimo, de 500 milhões de euros, constitui a primeira parcela de um empréstimo-quadro verde aprovado no montante de 900 milhões de euros para impulsionar a produção de energia renovável na Europa através do lançamento de projetos solares fotovoltaicos e eólicos terrestres da EDP Renováveis em Portugal, Espanha e Itália, representando cada país cerca de um terço da capacidade instalada total planeada de 1.943 MW, explica a empresa em comunicado.

De acordo com a informação divulgada pela empresa, as novas instalações fornecerão energia verde equivalente ao consumo médio anual de energia de mais de um milhão de agregados familiares, sendo que o projeto inclui a instalação de potencialmente 1.559 MW de capacidade fotovoltaica e 384 MW de capacidade eólica em terra entre 2024 e 2026. “A operação contribui para o objetivo da EDP de aumentar em 18 GW a capacidade renovável até 2026“, explica a empresa.

Já o segundo empréstimo de 200 milhões de euros constitui a primeira parcela de um empréstimo-quadro aprovado no montante de 800 milhões para financiar a expansão, o desenvolvimento e a digitalização das redes de distribuição de eletricidade da EDP em Espanha e Portugal.

“O projeto responderá ao crescimento da procura e da produção renovável distribuída e melhorará a resiliência das redes de distribuição. Entre outras atividades, incluirá a modernização de infraestruturas críticas, incluindo a renovação e a expansão de linhas aéreas e cabos subterrâneos, a modernização de subestações e transformadores e a implementação de soluções digitais, nomeadamente contadores inteligentes”, detalha o comunicado, adiantando que este investimento irá permitir uma gestão mais inteligente da energia, reduzindo as perdas na rede e facilitando a integração de fontes de energia renováveis.

“Estes empréstimos relançam o relacionamento de longo prazo entre a EDP e o BEI e estão em total consonância com a política financeira do Grupo de alargar a maturidade média da sua carteira de dívida, reforçando a sua flexibilidade financeira”, afirmou Rui Teixeira, CFO do Grupo EDP.

O administrador com o pelouro financeiro da elétrica destaca ainda que “o apoio do BEI permitir-nos-á continuar a impulsionar a implantação das energias renováveis, a reforçar as redes de distribuição e a concretizar a nossa visão de um planeta mais sustentável”.

Já Nuno Ascenso Pires, chefe da divisão de operações de crédito do BEI em Portugal refere que “o Banco Europeu de Investimento tem a maior satisfação em apoiar a EDP nos seus esforços para aumentar a produção de energia renovável e expandir as redes de distribuição na Europa”. “Estes projetos ajudarão a acelerar a transição ecológica da Europa, que constitui um objetivo estratégico da União Europeia. Os projetos contribuirão ainda para reduzir a dependência da Europa face às importações de combustíveis fósseis, aumentando assim a segurança energética“, conclui.

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CMS Portugal assessora Sonepar na compra da Elpor e da Mtaron

A equipa da CMS que assessorou a Sonepar na compra de duas empresas (Elpor e Mtaron) foi liderada pela sócia de Corporate M&A Margarida Vila Franca.

A CMS Portugal assessorou a Sonepar, um grupo familiar francês independente de distribuição B2B de equipamentos elétricos, serviços e soluções omnicanal, na compra de duas empresas: a Elpor e a Mtaron.

A equipa da CMS envolvida na operação foi liderada pela sócia de Corporate M&A Margarida Vila Franca e contou ainda com a participação dos associados Francisco Verdelho e Miguel Santos Ferreira e do estagiário João Fragoso Cardoso.

Fundada em 1978, a Elpor oferece soluções completas em distribuição e gestão de energia, iluminação, renováveis e equipamentos elétricos especiais para os setores de instalação e energia. Já a Mtaron, fundada em 1998, fornece uma gama completa e diversificada de produtos elétricos para instaladores, setor onde tem uma forte presença.

“Com estas aquisições, a Sonepar fortalece a sua presença local e amplia as suas ofertas para todos os profissionais, especialmente na região de Lisboa“, refere o escritório em comunicado.

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Filiais estrangeiras são produtivas, pagam melhor e contribuem mais para o PIB português

As 10.705 filiais de empresas estrangeiras contribuem com 38 mil milhões para o PIB português e valem 682 mil empregos com salário médio de 1.745 euros, 42,5% acima do que pagam as firmas nacionais.

Apesar de serem apenas 2,1% do total e até terem reduzido o seu peso em 2023, face ao ano anterior, as 10.705 filiais de empresas estrangeiras em Portugal valem 18,5% do emprego, 29% do volume de negócios e 27,8% do valor acrescentado bruto (VAB) das sociedades não financeiras existentes no país.

O retrato é traçado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), contabilizando que, em 2023, estas filiais de grupos internacionais empregaram cerca de 682 mil pessoas, registaram vendas de 154 mil milhões de euros e contribuíram com 38 mil milhões de euros para o PIB português, pelo grau de incorporação de valor gerado ao longo do processo produtivo.

Em termos médios, cada filial dá emprego a 64 pessoas, um valor “significativamente superior” à média das sociedades nacionais (6 pessoas), tendo entre 2022 e 2023 acrescentado 43 mil postos de trabalho. Com a produtividade aparente do trabalho a atingir 55.674 euros e a remuneração média mensal a subir 5,9% para 1.745 euros, estas empresas estrangeiras estão 67% e 42,5%, respetivamente, acima dos valores observados nas sociedades nacionais.

Entre 2010 e 2023, as filiais estrangeiras registaram, em média, uma produtividade aparente do trabalho superior em 18,8 mil euros à média das sociedades nacionais. Também a remuneração média mensal foi sempre superior nas filiais estrangeiras, em média mais 417 euros que nas sociedades nacionais, contabiliza o gabinete de estatísticas num horizonte mais alargado.

Evolução da produtividade e da remuneração média mensal (2010 – 2023)

Fonte: INE, Sistema de Contas Integradas das Empresas

Ainda assim, em 2023, o VAB das filiais de empresas estrangeiras em termos nominais (+11,3%) cresceu abaixo do das sociedades nacionais (14,6%). As 652 filiais de grande dimensão contribuíram com 65,7% do total do VAB gerado por estas empresas, com o INE a salientar que a maior parte (67%) foi gerado por sociedades controladas por entidades sediadas na União Europeia.

Espanha destacou-se como o país com maior número de filiais (18,5% do total), mas em termos de VAB, com um peso de 15,6%, o país predominante foi França: contribuiu com quase seis mil milhões de euros para o PIB português.

Já considerando a distribuição setorial das filiais de empresas estrangeiras com maior peso no VAB, por países de origem do controlo do capital, França lidera nos transportes e armazenagem (40,9%) e na construção e atividades imobiliárias (21,6%), Espanha predomina na agricultura e pescas (38,9%) e o Luxemburgo nos ramos do alojamento e restauração (28,5%), e da informação e comunicação (25,3%). Finalmente, a Alemanha ocupa a primeira posição nos setores do comércio (18,8%) e da indústria e energia (16,9%).

Investimento a aumentar, exportações a encolher

Num ano em que a taxa de investimento das filiais de empresas estrangeiras equivaleu à das sociedades nacionais (23%), embora face a 2022 tenham tido um aumento superior (1 p.p. vs. 0,4 p.p.), as filiais com perfil exportador, que são um pouco menos de metade do total (43,3%), viram o VAB crescer 14,4%, acima dos 9% observados nas filiais sem perfil exportador.

Tal como aconteceu com as exportações totais do comércio Internacional no país, que recuaram 1,4% no ano passado, também as vendas destas filiais para fora do território nacional, que valem 38% das exportações nacionais de mercadorias, inverteram a trajetória de crescimento dos anos anteriores e encolheram 56 milhões de euros face a 2022.

Por outro lado, a análise ao volume de negócios das filiais de empresas estrangeiras a operar em Portugal mostra que, em termos homólogos, o maior crescimento em 2023 aconteceu no setor da informação e comunicação (15,6%). Ao passo que, “sobretudo influenciado pela diminuição do preço dos produtos energéticos”, na indústria e energia teve um ligeiro decréscimo de 0,1% neste indicador.

No que respeita ao VAB, a maior subida aconteceu na agricultura e pescas (20,2%), impulsionada pelo azeite, seguida dos setores da informação e comunicação e do alojamento e restauração (16,4% e 15,7%, respetivamente).

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Chocolate e bacalhau mais caros amargam preço do cabaz de Natal

O preço de um cabaz com os produtos tradicionais para o Natal voltou a encarecer face ao ano passado. O chocolate para culinária foi o produto que mais subiu, mas é o bacalhau que mais pesa na conta.

A ceia de Natal vai voltar a ficar mais cara, este ano. A subida do preço do bacalhau, do chocolate e do peru aumentam em mais de 5% o preço de um cabaz com produtos tradicionais para esta quadra festiva, face ao valor pago um ano antes, de acordo com as contas da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco).

O cabaz de Natal, que serviu de base aos cálculos da Deco, inclui 16 produtos: azeite virgem extra, couve, vinho branco DOC Alentejo, arroz carolino, perna de peru, batata vermelha, carcaça tradicional, ovos, óleo alimentar, abacaxi, leite UHT meio gordo, farinha para bolos, vinho tinto DOC Douro, tablete chocolate para culinária, bacalhau graúdo e açúcar branco.

Este mesmo cabaz, que custava 50,80 euros no dia 20 de dezembro de 2023, esta quarta-feira, dia 18 de dezembro, custava 53,36 euros. Ou seja, no espaço de um ano, os preços destes produtos aumentaram 2,58 euros, ou 5,09%. O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou na semana passada que a taxa de inflação homóloga acelerou para 2,5% em novembro.

A tablete de chocolate foi o produto que mais subiu no último ano, registando um agravamento de 41% (82 cêntimos), de 1,86 euros para 2,68 euros. A subida do preço do cacau ao longo do ano tem vindo a amargar os preços do chocolate.

A Riberalves compra 4% do total de bacalhau pescado no mundo.Paula Nunes / ECO

Na lista dos produtos que ficaram mais caros no último ano seguem-se dois produtos que não podem faltar na mesa de Natal: o peru e o bacalhau. Ambos viram os preços subir 18%, sendo que, no caso do bacalhau, apenas na última semana, este produto ficou mais caro 8%. Ainda que os aumentos homólogos sejam idênticos, o bacalhau é o que mais vai pesar na carteira das famílias. Enquanto no ano passado, custava 12,84 euros neste cabaz, agora custa 15,05 euros, mais 2,21 euros. Já o custo do peru aumentou 78 cêntimos, para 5,11 euros.

Óleo, vinho branco e carcaça tradicional seguem-se na lista dos produtos que mais sobem face ao período homólogo, registado subidas de 9%, 8% e 6%, respetivamente.

Em sentido oposto, o preço do açúcar branco, couve e arroz carolino desceram em relação ao mesmo período do ano passado. Adoçar as sobremesas do Natal vai ser mais barato 28%, ou 49 cêntimos, com o preço do açúcar atualmente nos 1,24 euros. Já a couve e o arroz custam menos 20% e 10% do que no ano passado, respetivamente.

O azeite virgem, que disparou mais de 82% no ano passado, travou a tendência de subida e recuou 6% no último ano, para 9,52 euros.

Em termos globais, os aumentos são ainda mais expressivos, contabilizando as subidas acumuladas nos últimos dois anos. Recuando a 2022, a Deco calcula que, entre o dia 05 de janeiro de 2022 e hoje, registaram-se aumentos de 113% no azeite, 61% na tablete de chocolate culinária, 56% na batata vermelha, 54% na farinha para bolos e 47% no arroz carolino.

Contas feitas, comprar o mesmo cabaz de natal custa hoje mais 15,34 euros, o que representa uma subida de mais de 40% face ao início de 2022.

 

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Comarca de Lisboa prevê que julgamento de Sócrates comece antes do verão

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2024

A Comarca de Lisboa prevê que o julgamento do antigo primeiro-ministro José Sócrates "possa arrancar antes do verão", no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, que "carece de obras".

A Comarca de Lisboa prevê que o julgamento do antigo primeiro-ministro José Sócrates “possa arrancar antes do verão”, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, que “carece de obras”, adiantou à Lusa fonte do Conselho Superior da Magistratura (CSM).

“O Tribunal de Monsanto foi identificado como a solução ideal, atendendo à dimensão e complexidade do processo. Contudo, o edifício carece de obras necessárias, que se espera que arranquem atempadamente”, explicou a mesma fonte.

O processo principal da Operação Marquês foi distribuído a 11 de dezembro, por sorteio, ao juiz 19 do Tribunal Central Criminal de Lisboa, ocupado por Susana Seca.

Citando informação da Comarca, a mesma fonte referiu que, “embora não exista uma data definitiva fechada” para o início do julgamento, se prevê “que este possa arrancar antes do verão”. A atribuição de “exclusividade” à juíza-presidente está “a ser avaliada”.

A Comarca já assegurou que “dará parecer positivo, tendo em conta as especificidades e exigências” do processo, que vai ser integralmente digitalizado. O procedimento tem o apoio da estrutura de Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade constituída em 2023 no seio do CSM.

Este esforço tem como objetivo facilitar o manuseamento e consulta do processo, garantindo uma maior celeridade e eficiência na preparação do julgamento”, justificou a fonte.

A 7 de dezembro, José Sócrates insistiu, em conferência de imprensa, ser inocente e alegou que o processo não poderia seguir para julgamento por existirem recursos pendentes, incluindo um do seu primo, também arguido, para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

“O recurso do Sr. José Paulo Pinto de Sousa não deu entrada no tribunal. Estamos a aguardar”, esclareceu à Lusa, na terça-feira, fonte oficial daquele órgão. O STJ decidirá nessa altura se a contestação tem efeito devolutivo ou suspensivo. Este último suspende, ao contrário do primeiro, a tramitação do caso.

José Sócrates, de 67 anos e primeiro-ministro de 2005 a 2011, responde no processo principal da Operação Marquês por 22 crimes: três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal. O processo conta, no total, com 22 arguidos a quem foram imputados, globalmente, 118 crimes.

O antigo governante está simultaneamente acusado de mais seis crimes noutro processo separado, em abril de 2021, da Operação Marquês. O caso aguarda nova decisão instrutória.

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João Mota da Costa é o novo sócio da VFA

A colaborar com a VFA desde 2017, João Mota da Costa desenvolve a sua atividade, especialmente, nas áreas de Insolvência e Contencioso.

A sociedade de advogados VFA promoveu João Mota da Costa a sócio. Assim, o escritório passa a contar com cinco sócios no total.

Para Paulo Valério, managing partner da firma, a entrada do João Mota da Costa para o colégio de sócios é um “passo natural, que reconhece um percurso profissional conjunto de quase dez anos, premiando a capacidade técnica e de gestão do João, mas, também, o seu compromisso com os valores da VFA”.

A colaborar com a VFA desde 2017, João Mota da Costa desenvolve a sua atividade, especialmente, nas áreas de Insolvência e Contencioso.

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Abreu Advogados assessora Cusp Capital em ronda de investimento na Meight Technologies

A equipa da Abreu que assessorou a Cusp Capital na ronda de investimento na Meight Technologies foi liderada e coordenada pelo advogado principal André Modesto Pinheiro.

A Abreu Advogados assessorou a Cusp Capital, empresa de venture capital focada em tecnologia, numa ronda de investimento na Meight Technologies, empresa portuguesa de tecnologia especializada em soluções inteligentes para o setor de transportes através de uma plataforma baseada em inteligência artificial.

A equipa da Abreu envolvida na operação foi liderada e coordenada pelo advogado principal André Modesto Pinheiro e contou com o apoio do associado João Diogo Barbosa. Na transação estiveram ainda as sócias contratadas Joana Maldonado Reis e Mafalda Teixeira de Abreu, os associados sénior Filipa Vicente Silva e José Maria Alves Pereira e a associada Liliana dos Santos Soares.

A Cusp Capital é uma empresa de venture capital focada no desenvolvimento de software e tecnologia europeia, investindo em empresas early-stage que estão prestes a redefinir os seus setores, contribuindo para novos paradigmas socioeconómicos e tecnológicos. Nos últimos 15 anos, a empresa investiu mais de 600 milhões de euros em empresas como a Zalando, a Delivery Hero, a Klarna, a Scalable Capital, a data Artisans, a Personio e a SoSafe.

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Euribor cai e a três meses para um novo mínimo desde março de 2023

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2024

Esta quinta-feira, a taxa Euribor caiu para 2,839% a três meses, para 2,637% a seis meses e para 2,469% a 12 meses.

A Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses, no prazo mais curto para um novo mínimo desde março de 2023. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,839%, continuou acima da taxa a seis meses (2,637%) e da taxa a 12 meses (2,469%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, desceu para 2,637%, menos 0,015 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também baixou, para 2,469%, menos 0,005 pontos que na quarta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 2,839%, menos 0,013 pontos do que na sessão anterior.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.

A média da Euribor em novembro desceu em todos os prazos, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio: 0,160 pontos, para 3,007%, a três meses (contra 3,167% em outubro); 0,214 pontos, para 2,788%, a seis meses (contra 3,002%); e 0,185 pontos, para 2,506%, a 12 meses (contra 2,691%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o Banco Central Europeu (BCE) cortou, pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

Em 17 de outubro na Eslovénia, a instituição liderada por Christine Lagarde tinha descido as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda vez consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Volume de negócios das empresas de comércio cresceu 4,6% em 2023

O volume de negócios das empresas de comércio totalizou 194,8 mil milhões de euros, em 2023. Destaque para a atividade automóvel que cresceu 17,7%, no mesmo período.

O setor comercial em Portugal acelerou o ritmo de crescimento, em 2023. O volume de negócios das empresas de comércio totalizou 194,8 mil milhões de euros, em 2023, um aumento de 4,6% quando comparado com o ano anterior, altura em que o volume de negócio das empresas atingiu os 17,9%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quinta-feira.

Segundo o relatório, esses valores foram atingidos graças às 217,4 mil empresas que compõem o setor e aos 842,4 mil trabalhadores que nele trabalham (mais 2% em comparação com 2022) e cujas remunerações alcançaram os 12,9 mil milhões de euros em termos nominais, um crescimento de 11,4%.

O INE indica que as empresas de comércio representavam 14,4% do total de empresas não financeiras, sendo responsáveis por 35,4% do volume de negócios do total destas empresas.

No documento, o gabinete de estatísticas revela que em 2023, o valor acrescentado bruto (VAB) fixou-se em 26,5 mil milhões de euros (+8,6% face a 2022) e que a margem comercial global subiu 6% para 35,3 mil milhões de euros. Já a margem comercial por empresa foi de 162 mil euros.

ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO – Inquérito às Empresas de Comércio
2023
INE

Comércio automóvel dispara 17,7%

No ano em que se verificou um aumento das vendas de carros, o INE indica que a atividade de comércio automóvel foi a principal responsável pelo crescimento do volume de negócios, tendo registado uma valorização de 17,7% nesse campo, tendência que se verificou também na margem comercial global (12,9%) e por empresa (10,3%). Já o número de trabalhadores subiu 3,3%.

Na atividade de “comércio de veículos automóveis”, o gabinete de estatística revela que esta gerou, em 2023, um volume de negócios de 20,5 mil milhões de euros, correspondendo ao maior aumento homólogo do setor do comércio automóvel (19,6%, em 2023 depois de um aumento de 14,4% em 2022). Esta atividade foi também a mais representativa deste setor (73,9%).

Já a o “comércio de peças e acessórios” teve o segundo maior contributo para o aumento de volume de negócios do setor (13,9%).

ESTATÍSTICAS DO COMÉRCIO – Inquérito às Empresas de Comércio
2023
INE

De entre os dez principais produtos vendidos nesta atividade, gabinete de estatística revela que o maior destaque vai para as vendas de automóveis ligeiros por grosso (31,6%) e a retalho (26,4%). Naquele ano, o volume de negócios médio por empresa de comércio automóvel fixou-se em 828,6 mil euros, mais 14,9% que no ano anterior.

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Portugal é o 7.º país da UE com mais energia proveniente de fontes renováveis

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2024

35% do consumo final de energia em Portugal provinha de fontes renováveis no ano passado, mais quatro décimas do que em 2022. Meta fixada pelo Governo é de 80% até 2026.

Portugal, com 35%, está no sétimo lugar da tabela dos Estados-membros com mais fontes renováveis no consumo final de energia, com a média da União Europeia (UE) a fixar-se nos 24,5% em 2023, segundo dados publicados esta quinta-feira pelo Eurostat.

De acordo com o serviço estatístico da UE, no bloco europeu, a percentagem de fontes renováveis aumentou, em 2023, face aos 23% do ano anterior e em Portugal avançou na comparação com os 34,6% de 2022.

Percentagem de energia proveniente de fontes renováveis nos países da UE em 2023

Fonte: Eurostat

Entre os Estados-membros, a Suécia, com 66,4%, tem a maior percentagem de fontes renováveis no consumo energético final, seguida pela Finlândia (50,8%) e pela Dinamarca (44,9%).

No fim da tabela, com as menores quotas de fontes renováveis, estão o Luxemburgo (11,6%), Bélgica (14,7%) e Malta (15,1%).

A União Europeia está a 18 pontos percentuais de atingir o objetivo fixado para 2030 de 42,5% de fontes renováveis, enquanto a meta fixada por Portugal é de 80% até 2026.

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Turismo traz mais 1,6 mil milhões para a economia nacional

A balança de pagamentos registou um crescimento homólogo de 84% para um excedente de 9,4 mil milhões de euros até outubro, com forte impulso do turismo e das exportações.

Os dados mais recentes da Balança de Pagamentos, divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, revelam um excedente externo de 9,4 mil milhões de euros nos primeiros dez meses de 2024. Trata-se de um crescimento homólogo de 84% face aos 5,1 mil milhões de euros registados até outubro do ano passado, demonstrando uma melhoria substancial na posição financeira do país face ao exterior.

Segundo o Banco de Portugal, este desempenho positivo deve-se a vários fatores, com destaque para a evolução favorável do saldo da balança de bens e serviços que até outubro aumentou 2,8 mil milhões de euros em comparação com o mesmo período de 2023.

A redução do défice da balança de bens em 823 milhões de euros, impulsionada por um “aumento das exportações superior ao das importações”, contribuiu significativamente para este resultado. Paralelamente, o excedente da balança de serviços registou um aumento de 1.965 milhões de euros, com o turismo a desempenhar um papel crucial, apresentando um crescimento de 1.617 milhões de euros no saldo de viagens e turismo.

Os dados do Banco de Portugal destacam também o comportamento em termos de investimento e financiamento externos. Até outubro, Portugal investiu 21,6 mil milhões de euros em ativos financeiros no exterior, enquanto obteve 12,2 mil milhões de euros em financiamento de não residentes. Esta dinâmica reflete uma posição mais robusta da economia nacional, com uma capacidade crescente de investir além-fronteiras, ao mesmo tempo que continua a atrair investimento estrangeiro.

A melhoria do saldo da balança de rendimento primário, com uma redução do défice em 1.340 milhões de euros, também merece destaque por parte do Banco de Portugal. Esta evolução positiva deve-se principalmente a “uma maior atribuição de fundos da União Europeia sob a forma de subsídios”.

Adicionalmente, o comunicado do Banco de Portugal revela também um aumento do excedente da balança de rendimento secundário em 242 milhões de euros “fruto, em grande medida, de uma menor contribuição financeira de Portugal para o orçamento da União Europeia”, contribuiu para o fortalecimento da posição externa do país.

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