Sindicato atribui falta de formação na emergência pré-hospitalar a “deficiente gestão” do INEM

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

O INEM "está longe ainda de aplicar todos os protocolos e todos os quadros de competências que os técnicos de emergência hospitalar deviam ter", acusa o sindicato.

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) atribuiu este sábado as carências na formação dos técnicos de emergência pré-hospitalar identificadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a uma “deficiente gestão do anterior Conselho Diretivo” do INEM.

“Tem sido uma das nossas denúncias ao longo dos últimos anos. Todos os técnicos contratados a partir da publicação da carreira, em 2016, no novo quadro de competências, começaram a exercer funções sem que fosse concluída a formação que o INEM devia ter ministrado“, afirmou o presidente do sindicato em declarações à Lusa sobre o projeto de relatório da auditoria à legalidade e eficiência da gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Segundo Rui Lázaro, “esta formação devia ter sido dada durante os primeiros seis meses, que coincide com o período experimental, em que, por exemplo, se o técnico não tiver sucesso na conclusão da formação, o INEM pode, sem constrangimento, rescindir contrato”.

O INEM dava-lhes o mínimo de formação, colocava-os a trabalhar, por exemplo, nas centrais de emergência, e depois, à melhor oportunidade, ia dando [a formação], coisa que acabou por não vir a acontecer“, afirmou o dirigente sindical.

Conhecido na sexta-feira à noite, o projeto de relatório da auditoria pedida pela ministra da Saúde concluiu que há técnicos de emergência pré-hospitalar no INEM que ingressam na carreira sem ter os requisitos necessários.

De acordo com a IGAS, o instituto não conseguiu assegurar a realização dos cursos de formação para os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) nos termos em que foram aprovados.

Adicionalmente, Rui Lázaro realça que o INEM “está longe ainda de aplicar todos os protocolos e todos os quadros de competências que os técnicos de emergência hospitalar deviam ter”: “Portanto, mesmo que tivessem feito a formação, estando ainda os protocolos por aplicar, é uma formação praticamente sem sucesso”, sustenta.

De acordo com o presidente do STEPH, mesmo os técnicos que já concluíram formação, alguns deles já há mais de três e quatro anos, “vão necessitar de fazer o devido ‘refresh’ da formação para que possam estar devidamente operacionais para aplicar os procedimentos”.

Para Rui Lázaro, “isto acontece sobretudo por uma deficiente gestão do anterior Conselho Diretivo do INEM, que pouco ou nada fez para que este processo formativo fosse concluído com sucesso“.

“Há mais protocolos que já podiam estar implementados e no terreno, há mais cuidados de emergência médica que podiam estar a ser prestados aos cidadãos e que não estão, simplesmente porque o Conselho Diretivo do INEM não teve essa vontade”, afirmou.

Segundo sustenta, “os últimos [protocolos] que entraram em funcionamento foi por uma imposição do anterior ministro da Saúde, que obrigou o presidente do INEM a avançar com os referidos protocolos”, sendo que “desde a queda do Governo que o processo se encontra praticamente suspenso”.

Assim, refere, se é um facto que, “para todos os procedimentos e cuidados que estão a ser prestados, os técnicos estão devidamente formados, a questão é que o rol de procedimentos e de cuidados que os técnicos devem prestar vai muito além daquilo que prestam no momento e para estes, sim, ainda falta adquirirem a devida formação”.

Entre as conclusões do relatório da IGAS, Rui Lázaro destaca ainda as que apontam para eventuais “ilegalidades na nomeação para cargos dirigentes ou chefias intermédias”.

“Era importante que o Ministério Público investigasse as nomeações que ocorreram no INEM ao longo dos últimos tempos, até porque uma boa parte delas se mantiveram meses e anos em substituição. Porque é que não abriram os referidos concursos para a contratação destes dirigentes ou destes cargos de chefia? Fica a dúvida”, afirma.

O dirigente sindical diz que o STEPH vai ser ouvido nos próximos dias pela IGAS na sequência do inquérito às mortes eventualmente associadas a atrasos no atendimento de emergência médica e que, depois de conhecido o respetivo relatório, irá analisar “se avança ou não para uma denúncia ao Ministério Público”.

O projeto de relatório da auditoria pedida pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, avaliou quatro grandes áreas: meios de emergência médica, compras públicas, formação profissional e atração e retenção de trabalhadores em áreas críticas.

O projeto de relatório, que ficou concluído na sexta-feira, vai ser remetido ao INEM, para o exercício do contraditório, tendo a IGAS emitido 44 recomendações.

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ECO Quiz. Novo aeroporto, carne e empresas

  • Tiago Lopes
  • 21 Dezembro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

Uma das notícias que marcou a semana que agora termina foi a divulgação do Relatório Inicial do novo aeroporto de Lisboa pela ANA, onde apresenta uma estimativa de custos para a construção da infraestrutura. A obra será financiada através da alteração das taxas aeroportuárias e da extensão do prazo de concessão, sem aporte de verbas do Orçamento do Estado.

As várias associações ligadas ao setor da carne anunciaram que os preços vão sofrer alterações em 2025. Fonte oficial da APIC disse ao ECO que “os preços no mercado são o resultado da lei da procura e oferta, e também dos aumentos sofridos na produção”.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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Resgate antecipado de PPR para pagar crédito volta a ser penalizado em 2025

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

Uma vez que esta legislação não foi prorrogada, em 2025 volta a haver penalização quando um cliente quer resgatar antecipadamente um PPR mesmo que para pagar prestações da casa ao banco.

O resgate antecipado de planos poupança reforma (PPR) para pagar crédito à habitação volta a ter penalização em 2025, uma vez que a lei que suspendia essa penalidade financeira não foi prorrogada.

A possibilidade do resgate antecipado de planos poupança-reforma (mas também de planos poupança-educação e de planos poupança-reforma/educação) para pagar as prestações do empréstimo da casa sem as penalizações que habitualmente lhe estão associadas – como a devolução do benefício fiscal em sede de IRS — foi criada em 2022, num pacote que contemplou várias medidas para mitigar o impacto da subida da inflação no rendimento das famílias.

No final de 2023, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), os deputados aprovaram a proposta do PS que prolongou essa norma transitória para 2024.

Assim, até final deste ano, as famílias podem fazer o resgate parcial ou total dos planos de poupança (reforma e/ou educação) sem qualquer penalização ou limite de montante para pagamento de prestações de contratos de crédito ou entregas a cooperativas de habitação.

Agora, uma vez que esta legislação não foi prorrogada, em 2025 volta a haver penalização quando um cliente quer resgatar antecipadamente um PPR mesmo que para pagar prestações da casa ao banco.

Em entrevista à Lusa, a coordenadora do gabinete de proteção financeira da associação de defesa do consumidor Deco, Natália Nunes, considerou que “em momentos de dificuldade e perante a iminência de [o cliente] não conseguir pagar a prestação do crédito à habitação deveria ser dada a possibilidade de utilizar o PPR”.

Contudo, também recordou que não se pode “esquecer que o objetivo do PRR é poupar para a reforma” e que essa almofada financeira deve ser preservada para essa etapa da vida.

Não nos podemos esquecer que, este ano, a Comissão Europeia veio dizer que, possivelmente, quem se reforme em 2050 poderá ter uma reforma de 38,5% daquilo que é o seu último rendimento. (..) Portanto, tudo aquilo que conseguirmos amealhar para a idade da reforma é bastante positivo e devia ser um objetivo de todos nós. O PPR é um produto que é vocacionado para a poupança a longo prazo, para a poupança para a reforma, e deve ser essa a utilização que deve ser dada ao PPR”, afirmou.

Já sobre o prolongamento para 2025 da manutenção de isenção da cobrança de comissões por parte dos bancos em caso de amortização (total ou parcial) do crédito à habitação a taxa variável, Natália Nunes considerou a medida positiva, lamentando contudo que seja temporária.

Em bom rigor aquilo que entendemos que se justifica é que no crédito à habitação com taxa variável não houvesse qualquer comissão pela amortização antecipada, dando a possibilidade ao consumidor de, a qualquer momento, poder fazer amortizações totais ou parciais“, disse, rematando que, de qualquer forma, perante o cenário de a medida terminar no final deste mês, o facto de se poder prolongar mais um ano, “é positivo”.

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Ameaças de Trump preocupam jornalistas e correspondentes nos EUA

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

"Tenho de o fazer", disse Trump numa conferência de imprensa, na Florida. "Temos de endireitar a imprensa". Antes, o presidente eleito classificou os jornalistas de "inimigos do povo". 

As ameaças do Presidente eleito norte-americano Donald Trump de processar jornalistas e revogar licenças de órgãos de comunicação social, preocupam jornalistas e correspondentes nos Estados Unidos, a um mês da tomada de posse.

O que eu acho mais preocupante é que os apoiantes também são coniventes com essa atitude de ameaça constante à imprensa e entram no ataque constante aos jornalistas, colocando a profissão num mar de descrédito“, disse à Lusa a jornalista brasileira-americana Cleide Klock, correspondente da SBT na Califórnia. “Até acharam graça quando, num comício, Trump disse que não se importaria se os jornalistas fossem atingidos por tiros”, continuou.

A retórica usada por Donald Trump durante a campanha escalou na última semana, quando o Presidente eleito entrou com um processo contra o jornal Des Moines Register e a especialista em sondagens J. Ann Selzer. O motivo é uma sondagem referente ao estado do Iowa, publicada antes da eleição, cujas previsões estavam completamente erradas.

“Tenho de o fazer”, disse Trump numa conferência de imprensa, na Florida. “Temos de endireitar a imprensa”. Anteriormente, o presidente eleito classificou os jornalistas de “inimigos do povo”.

Este caso difere de outros processos interpostos por Trump porque acusa o jornal de interferência eleitoral, mas é similar ao que apresentou no Texas contra a CBS News, acusando a cadeia noticiosa de “práticas enganosas” por causa de uma entrevista a Kamala Harris.

O nomeado para diretor do FBI, Kash Patel, disse que a agência federal “irá atrás das pessoas nos meios de comunicação que mentiram sobre cidadãos americanos e ajudaram Joe Biden a defraudar as eleições presidenciais”.

Cleide Klock lembrou que este é um tema que vem desde o primeiro mandato de Donald Trump, altura em que se começou a referir à imprensa como ‘fake news’.

Com o aval do segundo mandato, Trump fortalece-se nesse discurso e acredito que teremos longos anos de batalha pela frente“, considerou. “Anos de medo sem uma total liberdade de imprensa, pilar necessário para uma democracia”.

A jornalista contou que no dia em que Trump ganhou a primeira eleição em 2016, estava a gravar uma peça na rua e os ocupantes de um carro gritaram ‘fake news’ quando viram a câmara e o microfone. “Essa foi a primeira vez que ouvi esse tipo de ataque na rua enquanto trabalhava nos EUA”, disse. “Naquele momento, eu soube que fazer jornalismo aqui já havia mudado“.

Em 2020, a administração Trump propôs restrições inéditas ao trabalho de jornalistas estrangeiros nos Estados Unidos, com a intenção de limitar a um máximo de 16 meses a presença dos correspondentes.

Alguns jornalistas que trabalham em Washington, D.C. que a Lusa contactou não quiseram prestar declarações porque querem perceber até que ponto a administração vai cumprir as ameaças.

A liberdade de imprensa é um direito fundamental na democracia norte-americana e a fasquia legal para provar dolo em tribunal é muito elevada, o que tem levado especialistas a antecipar que os processos não sairão vencedores.

No entanto, sugerem que a estratégia é empurrar órgãos de comunicação e jornalistas para batalhas legais morosas e dispendiosas, o que pode levar a uma situação de autocensura prévia.

Na semana passada, a Disney resolveu um processo de difamação interposto por Trump à ABC News, acordando o pagamento de 15 milhões de dólares antes do julgamento.

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Projeções para PIB abaixo da estimativa do Orçamento mas mais otimistas no excedente

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

Em 2025, o BdP é o único que aponta para um défice, de 0,1% do PIB. Comissão Europeia e CFP são os mais otimistas, de 0,4%, a OCDE volta a alinhar com as Finanças em 0,3% e o FMI projeta 0,2%.

A média das projeções das principais instituições internacionais e nacionais para o crescimento da economia portuguesa este ano fica abaixo da estimativa do Governo, enquanto as previsões para o saldo orçamental são mais otimistas.

Segundo um repositório disponibilizado pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) com as projeções macroeconómicas e orçamentais para a economia portuguesa das seis principais instituições, a média, atualmente, é de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7%, o que é abaixo da previsão do Governo, de 1,8%.

para o próximo ano, a média das previsões para a economia portuguesa é de um crescimento de 2,1%, acima da estimativa das Finanças, que é de 2%.

Estas médias já incluem o mais recente boletim do Banco de Portugal (BdP), que aponta para um crescimento de 1,7% este ano e 2,2% no próximo.

Por outro lado, no que diz respeito ao saldo orçamental, as instituições estão mais otimistas este ano, prevendo um excedente de 0,5% do PIB, enquanto no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) se estima que seja de 0,4%.

Todas as instituições estimam um excedente este ano: o CFP é o mais otimista, apontando para 0,7%, seguido pelos 0,6% estimados pelo Banco de Portugal. Já a OCDE iguala as estimativas do Ministério das Finanças, de 0,4%, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para 0,2%.

Em 2025, o BdP é o único que aponta para um défice, de 0,1% do PIB. Comissão Europeia e CFP são os mais otimistas, de 0,4%, a OCDE volta a alinhar com as Finanças em 0,3% e o FMI projeta 0,2%.

Olhando para o histórico dos últimos dois anos, entre as instituições internacionais, OCDE e Bruxelas são as mais pessimistas nas previsões para o crescimento económico, enquanto o FMI oscila junto à média. Já nos organismos nacionais, o Banco de Portugal mostrou-se várias vezes o mais otimista e o CFP costuma rondar a média.

Para o saldo orçamental, o FMI foi sempre o mais pessimista, enquanto a Comissão Europeia e a OCDE se encontram junto à média.

O Banco de Portugal, desde que começou a divulgar previsões para o saldo orçamental, esteve praticamente sempre mais otimista que a média, mas no último boletim, de dezembro, tornou-se a única instituição a prever um défice orçamental para 2025, de 0,1% do PIB. A média das projeções das instituições ficou, assim, mais baixa e aponta agora para um excedente de 0,2%, enquanto o Governo prevê que seja de 0,3%.

Quanto à evolução da economia em 2024, o Instituto Nacional de Estatística divulga esta segunda-feira as contas nacionais trimestrais, que confirmam (ou não) a estimativa rápida de um crescimento do PIB de 0,2% em cadeia e 1,9% em termos homólogos no terceiro trimestre, revelando também o excedente nos primeiros nove meses do ano.

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Luz Saúde assina acordo com C2 MedCapital e entra no Algarve

Luz Saúde assume quatro unidades no sul do país, localizadas entre Vilamoura e Tavira, e reforça em Lisboa, Porto e Covilhã. Acordo com C2 MedCapital sujeito à validação da Autoridade da Concorrência.

O grupo Luz Saúde, dono do Hospital da Luz, em Lisboa, está a alargar a sua rede médica, com aquisição de um portefólio composto por espaços médicos na capital, no Porto e na Covilhã, três cidades onde reforça posição, e ainda no Algarve. Ali, a empresa liderada por Isabel Vaz marca a sua estreia. A expansão, ainda dependente da decisão da Autoridade da Concorrência e de “outras condições precedentes”, segundo informa a empresa em comunicado, produz-se por intermédio de um acordo entre a Luz Saúde e o C2 MedCapital, detentor da maioria do capital destas unidades clínicas. A previsão de conclusão do negócio aponta para o primeiro trimestre.

A estreia da Luz Saúde no Algarve surge por via da absorção do grupo Hospital de Loulé, rede que inclui, para lá do próprio hospital nesta sede de concelho, quatro clínicas implantadas no Sotavento. São elas a Clínica do Plaza, em Tavira, Centro Clínico de Almancil, a Clínica Internacional de Vilamoura e a Clínica Internacional de Olhão.

À Covilhã, a Luz Saúde chegará através da aquisição de um edifício ainda em construção. Naquela cidade beirã, o grupo detido pela Fidelidade desde a queda do Grupo Espírito Santo está já presente com uma clínica inaugurada em 2022, num investimento superior a cinco milhões de euros.

Nota ainda para a assunção da Centro do Bebé — empresa que se descreve como “centro pré e pós parto” –, em Lisboa e no Porto.

A Luz Saúde detém atualmente 29 hospitais e uma unidade de residências sénior. Com as seis unidades no Algarve e Beira Baixa e as duas unidades da empresa Centro do Bebé, o grupo gerido por Isabel Vaz aproxima-se das 40 instalações de saúde em Portugal.

“Com um volume de negócios superior a 25 milhões de euros, o portfolio de unidades agora adquirido pela Luz Saúde aumenta o potencial de sinergias assistenciais dentro da rede Hospital da Luz, nomeadamente com o alargamento da atividade de saúde a toda a região sul do país”, indica a empresa da Fidelidade.

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Diário de Notícias deixa de ter edição em papel ao fim de semana

O DN vai deixar a ter edição em papel ao fim de semana. "Foi uma decisão natural e que vai ao encontro dos novos hábitos de consumo de informação que não podemos ignorar", justifica o diretor.

Quatro anos após voltar a ser diário, o Diário de Notícias vai deixar de ter edição em papel dois dias por semana, mas agora ao sábado e domingo, apurou o +M. O título passa a sair para as bancas de segunda a sexta-feira, sendo esta última posicionada como uma edição de fim de semana. A alteração terá efeitos a partir de janeiro, com a edição de dia 3 a marcar o início deste novo ciclo.

A informação foi confirmada ao +M/ECO por Filipe Alves, desde setembro diretor do título. “Foi uma decisão natural e que vai ao encontro dos novos hábitos de consumo de informação que não podemos ignorar. O DN tem quase dois milhões de leitores no digital, todos os meses. Vamos reforçar a aposta no digital e em novas formas de contar histórias”, justifica quando questionado.

Sim, claro que do ponto de vista simbólico há sempre aquela ideia de que “vamos deixar de sair em papel naqueles dois dias, e agora?”, mas se pensarmos bem o que interessa é ir ao encontro daquilo que os nossos leitores procuram, tanto no papel como no online. O mundo avança e não podemos ficar para trás. Há muitos jornais de grande qualidade, incluindo em Portugal, que saem em papel de segunda a sexta”, dá como exemplo o responsável.

Apesar do fim do papel ao fim de semana, Filipe Alves garante que “a edição impressa vai continuar a ser muito importante” e os “leitores que preferem este suporte vão ter uma edição de fim de semana, publicada à sexta-feira, devidamente reforçada com a melhor informação e análise sobre temáticas como política, sociedade, economia, cultura e internacional”, diz.

A alteração, acrescenta, não terá implicações em termos da equipa. “Não estão previstas, neste momento, mudanças a nível de equipa, para além das entradas e saídas que são normais num jornal desta dimensão”, garante.

“É passar de uma lógica de jornal que sempre procurou ser o jornal em papel mais atualizado da manhã seguinte, para uma lógica distinta, em que procuramos ter um jornal multiplataforma, que tem papel mas também digital e multimédia, e que está virado para as novas formas de consumo de informação e de conteúdos”, resume Filipe Alves.

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Tribunal de Contas tem “reservas” sobre independência da entidade reguladora da água dos Açores

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2024

O TdC recordou que um regulador precisa de “autonomia administrativa, financeira" e de gestão e que a ERSARA está sujeita "à superintendência e tutela” do governo regional.

O Tribunal de Contas (TdC) manifesta “reservas” sobre o cumprimento dos requisitos de independência na atividade da entidade reguladora de águas e resíduos dos Açores, inclusive devido à sua “sujeição à superintendência e tutela” do Governo Regional.

Na sequência de uma auditoria, o TdC recordou, no relatório, datado de 5 de dezembro, que um dos “aspetos primordiais” da Lei-Quadro das Entidades Administrativas Independentes é a “obrigatoriedade de a entidade reguladora observar determinados requisitos de independência”.

Em causa estão a “autonomia administrativa, financeira (capacidade de garantir condições de autossuficiência), de gestão” e a necessidade de possuir “independência orgânica, funcional e técnica e património próprio”, detendo o poder de sancionar infrações.

Na Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA), segundo o TdC, essa obrigatoriedade, “na generalidade, não se verifica no que respeita ao regime jurídico aplicável”, pela “sua sujeição à superintendência e tutela governamental regional” e por “não dispor do poder de aplicar sanções”.

“O Tribunal de Contas tem reservas quanto à satisfação pela ERSARA dos requisitos para efeitos de prossecução da sua atividade com independência”, sintetiza a instituição num comunicado divulgado com o relatório.

Na auditoria foi também avaliado se a regulação da qualidade do serviço de abastecimento público de água para consumo no arquipélago é baseada num sistema que permita recolher e divulgar informação sobre os serviços das entidades gestoras, resultando daí uma melhoria dos níveis de serviço público.

“O tribunal constatou não haver evidências de Planos Regionais de Água, entre 2014 e 2022, que previssem medidas para avaliar a eficiência e a eficácia das 19 entidades gestoras a operar na região e que o entendimento da ERSARA foi ‘pouco rigoroso’ no sentido de aceitar como válidas respostas com a menção ‘sem dados’”, é referido no comunicado.

No relatório, o tribunal recomenda ao Governo dos Açores que sejam criadas condições para “garantir que a ERSARA prossegue as suas atribuições com independência”, bem como que seja avaliado – pelo executivo e pelas 19 entidades de âmbito municipal – se o modelo de gestão de abastecimento de água atualmente em vigor “é o que garante maior economia, eficiência e eficácia ou se será mais favorável um modelo de gestão centralizada, colaborativa e de partilha de recursos”.

É ainda recomendado às gestoras municipais que apliquem metodologias de “tratamento de toda a informação necessária ao reporte de dados, no âmbito do sistema de avaliação da qualidade do serviço”.

Até 30 de junho de 2025, a Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática e as entidades gestoras devem informar o TdC acerca das medidas tomadas na sequência destas recomendações. No âmbito da auditoria, são devidos emolumentos de cerca de 17 mil euros pela ERSARA.

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INEM com operadores abaixo do mínimo em mais de metade do ano desde 2022

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2024

No primeiro semestre deste ano, nos turnos da noite e da manhã, os CODU foram assegurados com um número de operadores inferior ao previsto em mais de três em cada quatro dias (83,5%).

O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM tem operado, desde 2022, com um número de operadores abaixo do mínimo em mais de metade do ano, concluiu a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

O relatório da auditoria pedida pela ministra da Saúde, a que a Lusa teve acesso, revela que no primeiro semestre deste ano, nos turnos da noite e da manhã, os CODU foram assegurados com um número de operadores inferior ao previsto em mais de três em cada quatro dias (83,5%). A IGAS sublinha que o turno da manhã (08:00/16:00) é o que apresenta maior taxa de chamadas abandonadas, segundo o documento.

Um em cada três veículos de emergência médica do INEM estavam parados na oficina em outubro, indica também o IGAS, que destaca a antiguidade da frota. A frota de emergência médica do INEM era no início de outubro composta por 524 veículos, 170 dos quais estavam na oficina, o que representa 33%.

Dos 524 veículos de emergência médica, 76,7% têm data de matrícula até 2015 (inclusive), refere a IGAS, para quem a antiguidade da frota, bem como a utilização em condições bastante exigentes, “causa constrangimentos operacionais e aumento da despesa pública”, tendo em conta a frequência e o valor da reparação e manutenção.

No período em análise, o Serviço de Helitransporte de Emergência Médica esteve operacional em 97,30 % das horas de funcionamento previstas.

A IGAS refere, contudo, que o tempo de inoperacionalidade aumentou no período entre 2021 e o final do primeiro semestre deste ano. Para isto contribuíram fatores como a avaria de aeronaves e de equipamentos, inspeção, manutenção, limpeza e troca de aparelho, assim como a falta de tripulação, ou seja, de equipa médica (médico e enfermeiro) e de piloto e o excesso de horas de voo.

A IGAS diz ainda que não ficou evidente “a realização de uma análise periódica das horas de indisponibilidade do serviço de helicópteros de emergência médica e dos respetivos motivos”, de modo a que possam ser ponderadas “medidas mitigadoras”, bem como a informação possa ser considerada na preparação dos procedimentos de contratação pública relativos a estes serviços.

A auditoria avaliou quatro grandes áreas: meios de emergência médica, compras públicas, formação profissional e atração e retenção de trabalhadores em áreas críticas. O projeto de relatório da auditoria, que ficou concluído hoje, vais ser remetido ao INEM, para o exercício do contraditório, tendo a IGAS emitido 44 recomendações.

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IMT proíbe plataforma TVDE exclusiva para mulheres por ser discriminatória

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2024

O instituto apontou desconformidade com o "artigo 7.º da Lei n.º45/2018 que determina que não pode haver discriminação no acesso aos serviços TVDE".

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) determinou a cessação da atividade da Pinker, plataforma TVDE exclusiva para mulheres, por falhar o princípio de não discriminação, adiantou esta sexta-feira à Lusa esta entidade.

No início de dezembro, o IMT tinha determinado até 13 de dezembro o prazo para a Pinker prestar os “esclarecimentos necessários” de forma a ser levantada a suspensão da sua licença. Em resposta enviada esta sexta à Lusa, o IMT referiu que “após análise dos esclarecimentos prestados, em sede de audiência prévia”, decidiu “pela cessação da atividade da plataforma TVDE Pink Riders”.

O instituto apontou desconformidade com o “artigo 7.º da Lei n.º45/2018 que determina que não pode haver discriminação no acesso aos serviços TVDE”.

“Os utilizadores, efetivos e potenciais, têm igualdade de acesso aos serviços de TVDE, não podendo os mesmos ser recusados pelo prestador em razão, nomeadamente de ascendência, idade, sexo”, indica o artigo da lei que rege a atividade. A Lusa tentou obter uma reação junto da fundadora do projeto, Mónica Faneco, mas não foi possível até agora.

A plataforma eletrónica de transporte de passageiros em veículos descaracterizados (atividade de TVDE) assumia como principal diferença perante as suas concorrentes a operar em Portugal, a Uber e a Bolt, a condição de só aceitar motoristas do sexo feminino e ser para uso exclusivo de mulheres.

Em 11 de dezembro, Mónica Faneco tinha adiantado que recusava “imposições” ao modelo de negócio e que tinha apresentado duas contestações ao IMT. Na argumentação, Mónica Faneco mantinha que a plataforma “não faz discriminação, só se for discriminação positiva”, e sublinha estar a “defender os direitos das mulheres”.

A fundadora destacava ainda que iria para outros mercados europeus, nomeadamente Espanha, e que estava também em conversações para começar a operar em Itália.

Entretanto, lançou também este mês a petição “Promoção da Criação de Empresas Exclusivas para Mulheres”, no entendimento de que a constituição destas empresas — tanto como empreendedoras, empregadoras e colaboradoras — “constitui uma resposta concreta para fomentar a igualdade de género, garantindo espaços de trabalho inclusivos, seguros e adaptados às suas necessidades específicas”.

“Iniciativas semelhantes implementadas noutros países têm gerado impactos positivos, incluindo o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, o empoderamento económico e a melhoria das condições laborais”, refere a petição disponível no ‘site’ peticaopublica.com, que contava, às 20:30 de hoje, com cerca de 1.200 assinaturas.

As peticionárias pedem que a Assembleia da República promova o debate e o estudo da viabilidade legal, técnica e económica de incentivar a criação de empresas exclusivas para mulheres em Portugal, além de incentivos fiscais, financeiros e de formação que encorajem o empreendedorismo feminino, com especial atenção às mulheres em situação de vulnerabilidade económica ou social.

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Preços na CP vão aumentar em média 2,02% em 2025

A partir de 1 de janeiro de 2025, entram em vigor novos preços para todos os serviços de comboio, com um aumento médio de 2,02%, assegura a empresa.

A CP – Comboios de Portugal avisou esta sexta-feira os utilizadores que os preços vão aumentar no próximo ano. Assim, a partir de 1 de janeiro, entram em vigor novos preços para todos os serviços, com um “aumento médio de 2,02%”.

“O preço do Passe Ferroviário Verde e dos passes Navegante e Andante não terá qualquer alteração“, assegura a CP num e-mail enviado aos utilizadores.

Por exemplo, se pretende ir de Lisboa ao Porto num Alfa Pendular, o bilhete, apenas de ida, vai passar a custar 34,60 euros em classe turística. Já num Intercidades, o bilhete passa a custar 27,40 euros.

Vai viajar de comboio no próximo ano? Então consulte aqui o novo preço do seu bilhete.

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Pelo menos dois mortos em atropelamento de multidão num mercado de Natal na Alemanha

  • Lusa e ECO
  • 20 Dezembro 2024

Um carro foi conduzido em direção à multidão e atropelou várias pessoas num mercado de Natal em Magdeburgo, no leste da Alemanha.

Pelo menos duas pessoas morreram e 68 ficaram feridas num atropelamento à multidão que estava no mercado de Natal em Magdeburgo, no leste da Alemanha. O ministro presidente do estado da Saxónia-Anhalt, Reiner Haseloff, não descarta um aumento das vítimas mortais uma vez que várias pessoas foram gravemente feridas.

O condutor do carro, alugado para o ataque, já foi detido. Haseloff adiantou que o suspeito é um médico saudita de 50 anos, que está na Alemanha desde 2006 e tem autorização de residência. Os serviços de informação alertaram recentemente para o facto de os mercados de Natal serem um “alvo ideologicamente adequado para pessoas motivadas pelo islamismo”.

Magdeburgo, localizada a oeste de Berlim, é a capital do land Saxónia-Anhalt e tem uma população de cerca de 240 mil habitantes.

Em dezembro de 2016 a Alemanha sofreu um atentado com um camião num mercado de Natal, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), no qual morreram 12 pessoas no centro de Berlim.

(atualizado às 21h34)

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