ASF abre nova frente para distinguir Planos e Seguros de saúde

  • ECO Seguros
  • 2 Janeiro 2025

Com a confusão a elevar as reclamações dos consumidores, o supervisor considera que chegou a vez de as seguradoras vincarem a diferença entre planos de descontos e verdadeiros seguros de saúde.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) acaba de lançar a Consulta Pública n.º 1/2025, relativa ao projeto de recomendações sobre a diferenciação entre seguros de saúde e planos de saúde.

O motivo deve-se ao facto de a ASF “receber um número substancial de reclamações relativas a “planos de saúde”, que consubstanciam produtos nos quais o prestador oferece o acesso, em condições favoráveis, a certos tipos de cuidados de saúde, recebendo em contrapartida uma prévia prestação pecuniária, mas sem que corra qualquer risco enquadrável na atividade seguradora”. Trata-se de não dar espaço a publicidade enganosa e à habitual venda de “gato por lebre”.

A autoridade de supervisão considera que a diferença entre seguros e planos de saúde ainda não é clara para muitos consumidores e daí insistir nessa distinção: “Nos planos de saúde o custo dos cuidados de saúde no futuro é pago pelo adquirente, ainda que com desconto, não se verificando a cobertura do risco com base na técnica seguradora, ou seja, com base em cálculos estatísticos de frequência de sinistros como condição da determinação do preço do serviço de cobertura do risco”.

Para que a distinção junto dos consumidores portugueses tenha sucesso, a ASF elencou recomendações dirigidas a todas as companhias de seguros que exploram o ramo Saúde/Doença. Isto é, às empresas de seguros com sede em Portugal, às sucursais de empresas de seguros com sede em outro Estado membro da União Europeia, às empresas de seguros com sede em outro Estado membro da União Europeia que exerçam atividade em regime de livre prestação de serviços (LPS) e também às sucursais de empresas de seguros de um país terceiro.

6 recomendações para as seguradoras

No projeto de Recomendações que se submete a consulta pública, a ASF recomenda que as empresas de seguros que explorem o ramo “Saúde/Doença” em território português:

  • Não utilizem o termo “plano” para distinguir as várias opções ou pacotes de coberturas que integram o contrato de seguro. O material associado ao marketing e venda dos seguros de saúde deve primar pela clareza na aplicação dos conceitos, pelo que a utilização da palavra “plano” deve ser evitada e substituída por similares como por exemplo “opção”;
  • Se abstenham de comercializar produtos do tipo “planos de saúde”. Esta recomendação não deve obstar a que possam ser praticados preços convencionados com os prestadores de serviços de saúde da rede convencionada, quando se esgote o capital de alguma(s) cobertura(s) de um contrato de seguro de saúde;
  • Revejam a informação pré-contratual e o clausulado do contrato de seguro de saúde com vista a deixar claro que se trata de um “seguro de saúde”;
  • Promovam informação nos seus sítios na Internet sobre a distinção entre seguros de saúde e “planos de saúde”;
  • Asseguram a diferenciação entre estes produtos através de campanhas de informação, designadamente nas plataformas digitais dos seguradores;
  • Alertem nas campanhas informativas que sejam realizadas nas plataformas digitais dos seguradores que, em caso de conflito, o recurso aos meios específicos da atividade seguradora é exclusivo e reservado aos seguros de saúde, conferindo uma acrescida proteção aos consumidores.

O prazo de resposta é de 30 dias, em que de permeio terá lugar uma sessão de esclarecimento pública. As seguradoras que “não derem ou não tencionarem dar cumprimento às recomendações, devem informar a ASF, de forma fundamentada, das razões da sua decisão”, afirma o supervisor.

As empresas de seguros que informem a ASF que dão ou tencionam dar cumprimento integral a todas as presentes Recomendações, devem informar se autorizam a divulgação da sua decisão.

Finalmente, as empresas de seguros que autorizem a divulgação da decisão nos termos do ponto anterior passam a constar em lista divulgada pela ASF no Portal do Consumidor.

Pode ver o documento de consulta pública aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal alerta para falsas notícias sobre moeda de homenagem a Cristiano Ronaldo

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

O Banco de Portugal esclareceu que não colocou em circulação, nem tem previsto colocar, qualquer moeda de homenagem a Cristiano Ronaldo.

O Banco de Portugal (BdP) alertou esta quinta-feira para a circulação de falsas notícias sobre o lançamento de uma moeda em homenagem ao futebolista Cristiano Ronaldo, esclarecendo ainda que esta é uma atividade da Casa da Moeda.

O Banco de Portugal tem tomado conhecimento de notícias falsas divulgadas em sites estrangeiros, relativamente à emissão pelo Banco de Portugal de uma moeda de coleção, no valor de 7,5 euros, em homenagem ao futebolista Cristiano Ronaldo”, lê-se numa nota do supervisor financeiro.

A instituição liderada pelo antigo ministro das Finanças Mário Centeno esclareceu que não colocou em circulação, nem tem previsto colocar, qualquer moeda de homenagem a Cristiano Ronaldo. O BdP explicou também que a aprovação do plano numismático é uma competência da Casa da Moeda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mercado automóvel em Portugal aumentou 5,6% em 2024

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

No mês de dezembro, foram matriculados em Portugal 24.242 veículos automóveis, ou seja, mais 16,4% do que no mesmo mês de 2023.

O mercado automóvel aumentou 5,6% em Portugal no ano passado, em termos homólogos, atingindo 249.269 veículos, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal.

“De janeiro a dezembro de 2024, foram colocados em circulação 249.269 novos veículos, o que representou um aumento de 5,6% relativamente ao mesmo período do ano anterior”, lê-se num comunicado. Já no mês de dezembro, foram matriculados em Portugal 24.242 veículos automóveis, ou seja, mais 16,4% do que no mesmo mês de 2023, de acordo com a associação.

Segundo a ACAP, no que diz respeito aos ligeiros de passageiros, de janeiro a dezembro, as matrículas totalizaram 209.715 unidades, uma subida de 5,1% relativamente ao período homólogo. Em dezembro, “foram matriculados em Portugal 20.182 automóveis ligeiros de passageiros novos, ou seja, mais 21,3% do que no mesmo mês do ano de 2023”, indicou.

A associação precisou ainda que, em 2024, 57,3% dos veículos ligeiros de passageiros matriculados novos “eram movidos a outros tipos de energia, nomeadamente elétricos e híbridos”, sendo que 19,9% dos veículos ligeiros de passageiros novos eram elétricos. Em relação a dezembro, o peso dos elétricos foi de a 25,5% do mercado, indicou.

Por sua vez, o mercado de ligeiros de mercadorias registou, no último mês de 2024, “uma evolução positiva de 8,2%, face ao mês homólogo do ano anterior, situando-se em 3.577 unidades matriculadas”. Já em termos acumulados, este mercado atingiu 32.304 unidades, um aumento de 13,3% face ao ano de 2023, segundo os dados da ACAP.

De acordo com a associação, no mercado de veículos pesados, que abrange os de passageiros e de mercadorias, “em dezembro de 2024 verificou-se uma queda de 45,9% em relação ao mês homólogo de 2023, tendo sido comercializados 483 veículos desta categoria”. Já no ano de 2024, “as matrículas desta categoria totalizaram 7.250 unidades, o que representou um decréscimo do mercado de 8,3% relativamente a 2023”, concluiu a ACAP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Silopor vão pedir reuniões urgentes aos grupos parlamentares

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Os trabalhadores da Silopor decidiram solicitar reuniões ao Governo e grupos parlamentares na Assembleia da República face à “ausência de garantias das suas carreiras”,

Os trabalhadores da Silopor, em Almada, decidiram esta quinta-feira solicitar reuniões ao Governo e grupos parlamentares na Assembleia da República face à “ausência de garantias das suas carreiras”, na solução que o Governo preconiza para a empresa, revelou fonte sindical.

“No dia 26 de dezembro, um dos membros da administração da Silopor transmitiu aos trabalhadores do piquete de greve que é pretensão do Governo criar uma empresa, no âmbito da Administração do Porto Lisboa (APL), que assumirá a armazenagem dos cereais e os trabalhadores, mas sem dar garantias de que o Acordo da Empresa (AE) da Silopor se manterá”, disse à agência Lusa Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

Segundo Célia Lopes, “aquilo que é dito é que os trabalhadores manterão os direitos, mas nada é dito sobre os direitos que os trabalhadores venceriam mantendo-se na Silopor e com o acordo da empresa vigente”.

“E é essa garantia que os trabalhadores querem, a garantia de que não vão perder a previsão da sua carreira e a previsão dos direitos que estão previstos no acordo da empresa”, frisou Célia Lopes. A sindicalista lembrou ainda que o CESP já pediu também uma reunião ao primeiro-ministro, que, no passado dia 18 de dezembro, terá reencaminhado esse pedido para o Ministério das Finanças, mas que os trabalhadores ainda não tiveram qualquer resposta.

A Silopor, principal empresa portuária de armazenamento de granéis sólidos alimentares, que faz a gestão dos silos da Trafaria, em Almada, e do Beato, em Lisboa, tem uma capacidade global de 340 mil toneladas, o que permite o armazenamento, em média, de um total de 3,4 milhões de toneladas de cereais e farinhas durante um ano.

A empresa responsável pelo descarregamento e armazenamento de mais de metade dos cereais importados por Portugal entrou em processo de liquidação por imposição da Direção Geral da Concorrência da União Europeia no ano 2000 e tem sido gerida, desde então, por uma comissão liquidatária com mandato até 2025.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Idade máxima para entrar na PSP pode ir até aos 39 anos

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Com as novas regras deixa também de existir uma altura mínima de ingresso na PSP. Nos últimos anos têm sido cada vez menos os candidatos à PSP.

A idade máxima de admissão ao curso de agentes da PSP vai passar dos 30 para os 34 anos e para os 39 anos no caso de funcionários públicos e militares das Forças Armadas, segundo uma portaria publicada esta quinta-feira. A portaria que altera os requisitos de admissão ao curso de formação de agentes da Polícia de Segurança Pública foi publicada em Diário da República e entra em vigor na sexta-feira.

“Não ter completado 35 anos, ou, no caso dos trabalhadores detentores de vínculo jurídico de emprego público por tempo indeterminado, nas modalidades de contrato de trabalho em funções públicas ou de nomeação, não ter completado 40 anos, em ambos os casos até ao final do ano civil da abertura do concurso” são os novos requisitos de admissão ao cusso de agente da PSP.

Segundo a portaria, assinada pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, mantêm-se como requisitos ter nacionalidade portuguesa e pelo menos 18 anos.

O Governo justifica as alterações da portaria passados cerca de três anos com a “atualização das normas sobre a publicitação do procedimento concursal, sobre os prazos e a forma de apresentação de candidaturas e sobre a realização dos métodos de seleção”, bem como pela “revisão dos requisitos de admissão visando permitir a seleção com base num universo mais amplo de candidatos”.

Em 2022, quando entraram em vigor novos requisitos para entrar na PSP, também foram alteradas as idades máxima e mínima, passando a admissão dos 19 para os 18 anos de idade (a idade mínima) e dos 27 para os 30 (a idade máxima), além de ter permitido que os jovens que frequentam o 12.º ano de escolaridade possam entrar na formação.

Com as novas regras deixa também de existir uma altura mínima de ingresso na PSP. Nos últimos anos têm sido cada vez menos os candidatos à PSP. Na década de 1990 chegou a haver mais de 16.000 candidatos e em 2012 eram mais de 10.000, não chegando agora aos 3.000.

No ano passado, a PSP realizou um concurso para constituição de uma reserva de recrutamento para a admissão ao curso de formação de agentes e concorreram 2.800 jovens. Dados enviados na altura à Lusa davam contam que tinham concorrido ao curso de agente 2.865 candidatos, menos 178 do que em 2023, quando concorreram 3.043, menos 640 do que em 2022 (3.505), menos 2.709 do que em 2021 (5.574) e menos 321 do que em 2020 (3.186).

A portaria refere também que no concurso para a admissão ao curso de agente da PSP são utilizados como métodos de seleção as provas físicas, de conhecimentos e de avaliação psicológica, entrevista profissional de seleção e exame médico. Segundo o documento, o resultado da avaliação psicológica passa a ser válido por 24 meses, sendo até aqui de 18.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bloco, PCP, Livre e PAN pedem apreciação parlamentar à lei dos solos. PS pondera

Bloco, PCP, Livre e PAN chamaram alterações à lei dos solos ao Parlamento. "É um convite do Governo à corrupção", diz Mortágua. PS mantém jogo aberto e diz "estar a analisar".

Depois dos avisos deixados pelo Presidente da República, as alterações à lei dos solos vão ser alvo de uma apreciação parlamentar na Assembleia da República. O pedido foi apresentado e subscrito pelos 14 deputados do Bloco de Esquerda, Livre, PCP e PAN, esta quinta-feira. Para um diploma ser apreciado a nível parlamentar, o pedido tem de ser apresentado num prazo de 30 dias e subscrito por, pelo menos, 10 deputados.

Esta apreciação parlamentar, uma iniciativa conjunta, visa revogar por completo esta alteração que entendemos ser nociva“, explicou Mariana Mortágua numa conferência de imprensa, na Assembleia da República, esta quinta-feira. “O que está em causa é um convite do Governo à corrupção, promiscuidade entre poder local e empresas de construção imobiliário, especulação imobiliária e uma catástrofe ambiental”, acrescentou.

Em causa está a alteração à lei dos solos, promulgada pelo Presidente da República, a 26 de dezembro – ainda que com críticas – e que permite que os terrenos rústicos sejam convertidos em “habitação pública e acessível a custos controlados”. A reclassificação do solo de rústico para urbano fica “limitado aos casos em que a finalidade seja habitacional ou conexa à finalidade habitacional e usos complementares”.

O pedido de apreciação parlamentar acontece no mesmo dia em que Helena Roseta, antiga deputada, autarca e vereadora da Câmara de Lisboa, lançou um apelo num artigo de opinião no jornal Público, e no qual denuncia os vários elementos problemáticos no diploma.

Ao ECO, a arquiteta diz-se “contente” com a eficácia do repto lançado, argumentando que o diploma, tal como está, “não é aceitável”. “Nem o procedimento”, diz. “Fazer isto à socapa, fora do Parlamento, não é aceitável”, atirou.

“O território é muito desigual. As regras feitas em cima do joelho podem dar azo a grandes distorções”, acrescenta. “O que é preciso é trabalhar sobre o diploma. Agora há duas hipóteses: revogá-lo ou melhorá-lo. Depende dos deputados”, atira. “Não me passa pela cabeça que uma matéria tão importante e com tantas consequências não passe pelo Parlamento. Agora abre-se o debate”, responde, mostrando-se disponível para ir ao Parlamento, a pedido dos quatro partidos.

No pedido que deu entrada esta tarde na Assembleia da República, a que o ECO teve acesso, os quatro partidos justificam a apreciação parlamentar dizendo que o decreto-lei em causa “contraria todo o conhecimento acumulado sobre a possibilidade de redução de movimentos especulativos, sobre o impacto da artificialização do território, sobre o combate às alterações climáticas e mitigação dos seus efeitos e sobre a necessária transparência e controlo das iniciativas imobiliárias”.

Ademais, acrescentam, “está longe de garantir habitação que os rendimentos médios de quem vive e trabalha em Portugal possa pagar, não respondendo, por isto, responsavelmente, aos desafios e urgências sociais e ambientais que o país enfrenta, contribuindo antes para o seu agravamento”.

Ao que o ECO apurou, o contacto entre os partidos teve início esta manhã. Ao ECO, o Livre considerou que a apreciação do decreto-lei é uma “prioridade” para o partido. Já o PAN confirmou estar “disponível para subscrever conjuntamente ao pedido de apreciação parlamentar, à semelhança do Bloco de Esquerda e do PCP.

Além da apreciação parlamentar, o partido liderado por Paulo Raimundo indicou ao ECO que “vai entregar uma iniciativa legislativa para revogar” a lei dos solos, argumentando que esta “alteração decidida pelo Governo constitui um incentivo à especulação e ao desordenamento do território”.

Do lado do PS, o jogo mantém-se aberto. O ECO sabe que o partido, para já, ainda está a “analisar” a hipótese.

À direita, a Iniciativa Liberal recusa apresentar um pedido de apreciação parlamentar do diploma, embora tenha críticas e “muitas dúvidas” sobre a eficácia da medida, “nomeadamente o processo de reclassificação dos solos, que é pouco objetiva e arbitrária”. Ainda assim, o partido de Rui Rocha não pretende apreciar o decreto-lei por discordar da argumentação vinda da esquerda.

A decisão de avançar com uma apreciação parlamentar surge na sequência das críticas deixadas por Marcelo Rebelo de Sousa, a 26 de dezembro, aquando da promulgação do diploma.

Na altura, o Presidente da República considerou a mudança do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial – ou lei dos solos –, que passa a permitir construir casas em terrenos rústicos, como um “entorse significativo”, “em matéria de regime genérico de ordenamento e planeamento do território, a nível nacional e local”.

Ainda assim, o Palácio de Belém deu “luz verde” às alterações ao diploma “atendendo à intervenção decisiva das assembleias municipais e à urgência no uso dos fundos europeus e no fomento da construção da habitação”.

Esta quinta-feira, Helena Roseta, antiga deputada, autarca e vereadora da Câmara de Lisboa, apelou aos deputados, num artigo de opinião, para que usem “o seu poder constitucional de fiscalização do Governo” no sentido de avançar com uma apreciação parlamentar da alteração à lei em causa.

Num artigo de opinião intitulado “A grande entorse”, Roseta considera que as alterações “abrem intempestivamente novas oportunidades para a desordem territorial e para o agravamento do preço da habitação”.

“O diploma mantém algumas restrições resultantes da Reserva Agrícola e da Reserva Ecológica nacionais e obriga a que pelo menos 70% da área construída seja para habitação dita ‘de valor moderado’, podendo o restante destinar-se ao mercado livre”, acrescenta. No entanto, tece críticas ao que a lei considera ser esse “valor moderado”: “Pasme-se: é um valor que não exceda 125% da mediana de preço de venda no concelho, nem 225% da mediana nacional”, lê-se no artigo de opinião.

Notícia atualizada pela última vez às 18h59

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desconto nos bilhetes dos teatros nacionais entrou em vigor mas ainda tem falhas

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

O desconto de 50% para menores de 25 anos ainda não está operacional em todos os teatros nacionais. A tutela indica que pode haver "atualização na bilhética, mas deverá ser momentâneo".

A redução de 50% no preço dos bilhetes dos teatros nacionais, para os jovens até aos 25 anos, entrou em vigor na quarta-feira, mas o desconto ainda não está a ser aplicado em todos os espetáculos.

Em nota de imprensa, o Ministério da Cultura revelou esta quinta-feira que a 1 de janeiro entrou em vigor uma medida que fixa “uma percentagem de desconto de 50% nos espetáculos do Teatro Nacional D. Maria II, do Teatro Nacional São João, do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado/Teatro Camões”.

No entanto, numa simulação de compra de bilhetes feita pela agência Lusa, verifica-se que o desconto de 50% para menores de 25 anos ainda não está operacional em todos os teatros nacionais. Questionada pela Lusa, fonte oficial do Ministério da Cultura esclareceu, por escrito, que “as tabelas de preços ainda não estão todas homologadas”, referindo que “a única homologada” é a do Teatro Nacional de São João.

No entanto, como a Lusa verificou, o desconto não está a ser aplicado em todas as sessões de espetáculos cujos bilhetes já estão à venda. A título de exemplo, uma das sessões de “Fado Alexandrino”, de Nuno Cardoso, agendadas para a próxima semana, tem bilhetes a 11,20 euros na plateia, com o valor a descer para 8 euros e não para metade (5,6 euros) para crianças e jovens até aos 25 anos.

De acordo com a tutela, “pode haver uma questão de atualização na bilhética, mas deverá ser momentâneo”. “As restantes bilhéticas estarão atualizadas brevemente”, acrescentou.

O desconto de 50% no preço dos bilhetes dos teatros nacionais, para os jovens até aos 25 anos, tinha sido aprovado e anunciado pelo Governo em outubro passado, no âmbito de um pacote de 25 medidas intitulado “Acesso/Democratizar a Cultura”, em áreas da formação e criação cultural e artística ou preservação e valorização do património.

Esta medida nos teatros nacionais “pretende estimular e facilitar o acesso às programações e aos bens culturais do Estado”, afirma o gabinete de imprensa da ministra Dalila Rodrigues. O Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) e o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), ambos em Lisboa, estão encerrados para obras de renovação e têm os espetáculos agendados para outras salas no país.

Outro exemplo: a compra de bilhetes para o espetáculo “A farsa de Inês Pereira”, de Pedro Penim (TNDMII), para 13 de fevereiro no Teatro Variedades, em Lisboa, só permite um desconto de 20% para menores de 25 anos, de acordo com informação disponibilizada na bilheteira online deste teatro, na plataforma Blueticket.

Na BilheteiraOnline (BOL), os bilhetes para o concerto teatral “Quis saber quem sou”, também de Pedro Penim, a 25 e 26 de abril no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, têm um preço geral de 20 euros para a segunda plateia, passando para 16 euros para jovens até aos 25 anos.

Em fevereiro, este mesmo espetáculo está abrangido pelo desconto de 50% nas apresentações na sala Ponto C (Penafiel), com o bilhete normal a custar 12 euros, ficando a metade para “crianças e estudantes”, e no Teatro das Figuras (Faro), com bilhetes a 10 euros para o público em geral e cinco euros “para menores de 30”.

No Teatro Camões, em Lisboa, o espetáculo de dança “Coppélia ou a rapariga dos olhos de Esmalte”, previsto para abril, tem bilhetes à venda na plateia com um preço geral de 30 euros, descendo para 22,5 euros para menores de 25 anos, quando o valor deveria ser 15 euros.

O Teatro Nacional de São Carlos apresenta o concerto “Requiem da Guerra”, de Benjamin Britten, a 18 de janeiro no Teatro Camões, também na capital, e está a efetuar o desconto de 50% para pessoas com menos de 25 anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal volta a lembrar lei no caso Rosalino: não pode “assumir custos das Administrações Públicas”

Após Governo ter afirmado que Banco de Portugal criou "complexidade indesejável" no caso Rosalino, regulador destaca que pode processar salários de funcionários cedidos, desde que seja reembolsado.

O Banco de Portugal (BdP) defendeu esta quinta-feira que pagar o salário de Hélder Rosalino enquanto secretário-geral do Governo violaria as regras do Eurosistema, argumentando que a proibição do financiamento monetário é um dos pilares da União Económica e Monetária, a par do princípio da primazia do mandato e do princípio da independência. Após o Governo ter afirmado que a entidade liderada por Mário Centeno criou “complexidade indesejável”, o regulador bancário destaca que pode processar salários de funcionários cedidos, desde que seja reembolsado.

Ao ECO, fonte oficial do supervisor vincou que as regras da União Europeia têm como objetivo eliminar “expectativas de que o banco central possa assumir custos das administrações públicas”. A posição da instituição liderada por Mário Centeno surge após o Governo ter, em comunicado publicado na segunda-feira, ter responsabilizado o regulador pela desistência de Hélder Rosalino, argumentando que “a recusa do Banco de Portugal de continuar a pagar o salário de origem não impedia a poupança de recursos públicos, mas criou uma complexidade indesejável”.

Em causa está a polémica gerada em torno do salário de mais de 15 mil euros do ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino, que foi apontado para exercer funções como secretário-geral do Governo, mas entretanto desistiu do cargo. O Governo alterou a lei, permitindo que o secretário-geral do Governo pudesse optar por continuar a receber o salário de origem. Contudo, o governador do regulador, Mário Centeno, avisou que o supervisor não iria arcar com os custos, invocando estar proibido pelo Eurosistema.

Em declarações ao ECO, fonte oficial do regulador bancário sublinha que “no caso dos trabalhadores do Banco de Portugal cedidos para o exercício de funções em entidades públicas, a responsabilidade pelo pagamento das remunerações e outros benefícios de proteção social compete à entidade de destino, de acordo com o quadro legal vigente”.

Neste sentido, admite que “o Banco de Portugal pode processar esses encargos de natureza remuneratória e de proteção social, desde que seja posteriormente reembolsado desses montantes por parte dessas mesmas entidades e que tal fique definido nos acordos de cedência de interesse público celebrados, nessas situações, entre a as partes envolvidas”.

Qualquer pretensão no sentido de ser o Banco de Portugal a assumir essa despesa, sem o devido reembolso, violaria as regras do Eurosistema sobre a proibição de financiamento monetário”, argumenta, acrescentando que “a proibição do financiamento monetário é um dos pilares da União Económica e Monetária, a par do princípio da primazia do mandato e do princípio da independência”.

O BdP realça que estes pilares “visam, por um lado, assegurar a disciplina orçamental dos Estados-membros, eliminando expectativas de que o banco central possa assumir custos das administrações públicas” e que se pretende “ainda preservar a capacidade de o banco central prosseguir o seu mandato de manutenção da estabilidade dos preços“.

Qualquer pretensão no sentido de ser o Banco de Portugal a assumir essa despesa, sem o devido reembolso, violaria as regras do Eurosistema sobre a proibição de financiamento monetário.

Banco de Portugal

Deste modo, recorda que a proibição do financiamento monetário encontra-se prevista no Artigo 123.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e no artigo 21.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu (BCE), estando também consagrada “no artigo 18.º da Lei Orgânica do Banco de Portugal, desde a revisão deste diploma que entrou em vigor em janeiro de 1998″.

O Governo anunciou esta semana que Hélder Rosalino comunicou a indisponibilidade para assumir o cargo de secretário-geral do Governo. “A solução encontrada permitia que Dr. Hélder Rosalino mantivesse o vencimento auferido há vários anos no Banco de Portugal, o qual foi por este definido. E permitiria ao Estado português, no seu conjunto, a poupança de um segundo salário, correspondente à tabela legal para o Secretário-Geral do Governo”, defendeu em comunicado.

Perante a recusa de Rosalino em assumir as funções para as quais foi nomeado, o Governo disse que “irá proximamente designar uma outra personalidade como Secretário-Geral”, enquanto “o Banco de Portugal continuará a suportar o vencimento atual do Dr. Hélder Rosalino“.

(Notícia atualizada às 16h49)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Veolia no Super Bock Group em greve na segunda-feira

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Sindicato alega que e empresa Veolia se recusa a reunir para discutir o caderno reivindicativo e destaca a necessidade "corrigir ilegalidades várias relativas às escalas e horários de trabalho”.

Os funcionários da Veolia que trabalham nas instalações da Super Bock Bebidas têm greve marcada para segunda-feira, por melhores condições de trabalho e valorização salarial, segundo um comunicado do Sintab.

Na nota, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) disse que “os trabalhadores da Veolia Portugal, S.A que trabalham nas instalações da Super Bock Bebidas, S.A. em Matosinhos, estarão em greve a partir das 00:00 horas da próxima segunda-feira, dia 06 de janeiro de 2025, durante 24 horas”.

Segundo a mesma nota, “esta decisão foi tomada no plenário de trabalhadores do passado dia 19 de dezembro, provocada pela recusa da Veolia em reunir com o Sintab para discutir o caderno reivindicativo, bem como a necessidade corrigir ilegalidades várias relativas às escalas e horários de trabalho”.

O sindicato explicou que os trabalhadores da Veolia que estão na Super Bock, “reclamam há demasiado tempo a correção da sua escala de trabalho” para que “se cumpra a obrigatoriedade legal da introdução de um dia de folga entre mudanças de turno, o cumprimento do período normal de trabalho semanal de 40 horas e a impossibilidade de trabalhar mais de sete dias seguidos sem descanso”.

Estes problemas advêm da “insuficiência de técnicos contratados, uma vez que o contingente atual é insuficiente para cobrir todo o tempo, e a Veolia aloca mais tempo de trabalho a cada trabalhador, com alterações constantes à escala, sem sequer pagar trabalho suplementar para o efeito”, lamentou o sindicato.

Segundo o Sintab, não é “sequer conhecido qualquer pedido de autorização para trabalho em laboração contínua por parte da Veolia”.

Além disso, os trabalhadores reivindicam “aumentos salariais que se equiparem aos que são praticados em outras operações” da empresa no “mesmo âmbito, que diferem em cerca de 50%, e estão ainda muito aquém dos salários dos trabalhadores que asseguravam aqueles serviços, da Super Bock Bebidas, antes da sua externalização”.

A Veolia assegura, na Super Bock, “a operação nas centrais de energia, na ETAR, e na manutenção dos edifícios”, adiantou o Sintab.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dono da Melior e Portinsurance reforça em Espanha

  • ECO Seguros
  • 2 Janeiro 2025

O grupo segurador espanhol Concentra acaba de adquirir a López Torrijos Correduría de Seguros o que, segundo a empresa, terá impacto na oferta de produtos e na melhoria do suporte em Portugal.

O grupo segurador espanhol Concentra acaba de adquirir a López Torrijos Correduría de Seguros o que, segundo a empresa, terá impacto na oferta de produtos e na melhoria do suporte aos mediadores portugueses.

Reforço em Espanha da operação ibérica: Javier López-Linares, presidente executivo do Grupo Concentra, José María López Torrijos, diretor-geral da López Torrijos Corretora de Seguros, e José Luis Ocón, CEO do Grupo Concentra.

O Grupo Concentra, que em Portugal detém as corretoras Melior e Median e a mediadora Portinsurance , adquiriu a López Torrijos Correduría de Seguros, “reforçando a sua posição de liderança e ampliando a sua atuação em Espanha e Portugal”, refere a empresa compradora.

Fundada em 1972, a López Torrijos Correduría de Seguros conta com mais de 50 anos de experiência no setor e presença consolidada em Espanha, através de seis escritórios próprios e uma rede de delegações e comerciais.

Com esta operação, o Grupo Concentra ultrapassa os 260 milhões de euros em volume de prémios e conta agora com mais de 300 colaboradores. “Esta integração é um marco na nossa visão de crescimento e liderança ibérica” afirma José Luis Ocón, CEO do Grupo Concentra, “o know-how e o prestígio da López Torrijos fortalecem não só a nossa posição em Espanha, mas também criam oportunidades de partilha de experiências que beneficiarão clientes e parceiros em Portugal”.

A Concentra adquiriu em 2021 a corretora Melior, que no ano passado faturou 5,4 milhões de euros, juntou nesse ano a corretora Median com 1,6 milhões em volume de negócios e detém ainda a mediadora Portinsurance que obteve 3,94 milhões de euros de receitas em 2023.

As atividades do Grupo Concentra em Portugal são desenvolvidas com a Portinsurance para agentes exclusivos, com a Melior com o negócio corporate e através da Median para a área internacional.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Presidente de Moçambique toma posse em 15 de janeiro

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

A eleição de Daniel Chapo é, contudo, contestada nas ruas e o anúncio do Conselho Constitucional aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane.

O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique fixou esta quinta-feira, oficialmente, o dia 15 de janeiro para a tomada de posse do novo Presidente da República, que sucede a Filipe Nyusi, indica uma deliberação distribuída por aquele órgão.

Em 23 de dezembro, o CC, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Daniel Chapo, apontado pela Frelimo como uma “proposta jovem” e que vai ser o primeiro chefe de Estado nascido após a independência, assumirá a Presidência moçambicana no ano em que o país assinala 50 anos de independência, um período marcado, entretanto, pela maior contestação aos resultados eleitorais desde as primeiras eleições, 1994.

A sua eleição é, contudo, contestada nas ruas e o anúncio do CC aumentou o caos que o país vive desde outubro, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – candidato que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos mas que reclama vitória – em protestos a exigirem a “reposição da verdade eleitoral, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

Além de Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, no percurso até à Ponta Vermelha (Residencial oficial do Presidente da República), Chapo enfrentou nas eleições de 9 de outubro Ossufo Momade (que obteve 6,62%), líder e apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força de oposição, e Lutero Simango (que teve 4,02%), suportado e presidente do Movimento Democrático de Moçambique.

Mondlane, que lidera a contestação a partir do estrangeiro, afirmou, num dos seus diretos na sua rede social Facebook, que vai tomar posse no dia 15 de janeiro e, ainda hoje, vai anunciar, com detalhes, a próxima fase das manifestações, designada “Ponta de Lança”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Turismo do Alentejo queixa-se de “tratamento desigual” na abolição de portagens

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

"Há um tratamento desigual dado aos territórios do Alentejo Central e um pouco do Alto Alentejo", atravessados pela A6, em que "há um aumento do custo da portagem", indica a entidade.

O presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, queixou-se esta quinta-feira do “tratamento desigual” da região alentejana em relação a outras onde foram abolidas portagens em autoestradas, o que “afeta a competitividade turística” deste território.

“Não estou contra essa medida [abolição de portagens nas autoestradas do Interior e Algarve conhecidas como ex-Scut]. Estou contra que não se tenha usado a mesma bitola para com uma parte importante do interior do Alentejo”, afirmou à agência Lusa o responsável.

Falando a propósito do fim das portagens nas ex-Scut, em vigor desde quarta-feira, José Manuel Santos disse ver “com desagrado” que existe “um tratamento desigual” do Alentejo, numa área que “afeta a competitividade turística dos territórios do interior”.

Por um lado, salientou, a abolição de portagens nas autoestradas vai “na direção certa”, pois constitui “um estímulo e um incentivo à deslocação de pessoas, também turistas, para os territórios do interior, nomeadamente do norte e do centro”.

“Mas, em contrapartida, há um tratamento desigual dado aos territórios do Alentejo Central e um pouco do Alto Alentejo, que são atravessados pela autoestrada A6, em que verificamos, inclusive, que há um aumento do custo da portagem”, realçou. Segundo o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, o preço da portagem para viaturas ligeiras no troço Marateca – Caia da A6 aumentou, na quarta-feira, 35 cêntimos.

“Poderá dizer-se que é um aumento ligeiro de 35 cêntimos para quem faz o troço Marateca – Caia, mas não é um estímulo” à deslocação de turistas para a região, sublinhou, insistindo na ideia de que esta diferenciação é injusta. Assinalando que “o turista nacional é um cliente mais sensível ao fator preço”, o responsável avisou que a manutenção da portagem na A6 e até o aumento do preço “não ajudam à competitividade turística do Alentejo, essencialmente para o mercado interno”.

Queremos que o Alentejo seja um destino de férias para todos aqueles que querem vir usufruir da hospitalidade, qualidade e diversidade dos nossos recursos e produtos turísticos e preocupa-nos haver medidas que vão no sentido de favorecer outras regiões do país”, acrescentou.

As portagens foram abolidas na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 – Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 – Minho, esta última apenas nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

A proposta que “elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do interior e em vias onde não existam alternativas que permitam um uso com qualidade e segurança” foi apresentada pelo PS e aprovada com os votos favoráveis dos socialistas, Chega, BE, PCP, Livre e PAN, a abstenção da IL e os votos contra do PSD e CDS-PP.

A lei foi promulgada pelo Presidente da República em julho de 2024. De acordo com o PS, a medida tem um impacto orçamental de 157 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.