Trabalhadores têm até esta segunda-feira para se inscreverem no regime fiscal para novos residentes

  • Lusa
  • 31 Março 2025

Incentivo fiscal à investigação científica e inovação, cuja data limite para a inscrição é 15 de janeiro do ano seguinte àquele em que a pessoa se tornou residente, foi prolongado até 31 de março.

O prazo para os trabalhadores que se tornaram residentes em Portugal em 2024 apresentarem o pedido de inscrição no IFICI, o regime fiscal que veio substituir o do residente não habitual, termina esta segunda-feira.

Em causa está o incentivo fiscal à investigação científica e inovação, cuja data limite para a inscrição é 15 de janeiro do ano seguinte àquele em que a pessoa se tornou residente, mas que este ano foi excecionalmente prolongada até 31 de março, pelo facto de apenas em fevereiro ter ficado concluída toda a arquitetura necessária para que a inscrição se verifique.

Estes pedidos de inscrição são feitos no Portal das Finanças, sendo a verificação do cumprimento dos requisitos efetuada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Agência Nacional de Inovação ou Startup Portugal – consoante o tipo de atividade e posto de trabalho em causa.

Esta comprovação dos requisitos e envio dos pedidos de inscrição à AT deve ser feita, excecionalmente este ano, até ao final de abril, segundo um despacho da secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, de 21 de fevereiro.

O processo culmina a 15 de maio, data (igualmente excecional) até à qual a AT terá de disponibilizar aos contribuintes em causa informação relativa à sua inscrição.

É necessário não ter sido residente fiscal em Portugal nos cinco anos anteriores à inscrição no IFICI para se poder beneficiar deste regime, pelo que, tal como sucedia com o RNH, os emigrantes que tenham saído de Portugal (e mudado a residência fiscal) há mais de cinco anos, são elegíveis.

O regime fiscal do IFICI permite aos profissionais abrangidos pagarem uma taxa de IRS de 20% sobre rendimentos de trabalho dependente e independente (categorias A e B), contemplando isenções em outros rendimentos como mais-valias, por exemplo.

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Governo quer acelerar deportação de imigrantes em situação irregular

  • ECO
  • 31 Março 2025

Uma das medidas que vão ser apresentadas é a extinção da primeira notificação para abandono voluntário do território nacional, o que vai diminuir em cerca de dez dias o prazo para sair do país.

O Governo vai apresentar esta segunda-feira ao Conselho Nacional para as Migrações e Asilo um conjunto de medidas para acelerar a deportação de imigrantes em situação irregular. Entre elas, avança o Diário de Notícias, constam a extinção da etapa processual redundante de primeira notificação para abandono voluntário do território nacional — o que vai diminuir em cerca de dez dias o prazo para sair do país — e a redução dos prazos de recurso para a decisão final de regresso.

Este trabalho deverá ficar a cargo da Polícia de Segurança Pública (PSP), através da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF). A apresentação das medidas ao Conselho, liderado pelo socialista António Vitorino, é um ato consultivo, porque a entidade não possui poderes para aprovar ou não as medidas Ademais, como o Governo está em gestão, as propostas dependem também de a Aliança Democrática (coligação que junta o PSD e CDS) vencer as eleições legislativas marcadas para 18 de maio.

Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, foram efetuadas nesse ano 444 notificações de abandono voluntário do território nacional e 195 processos de expulsão administrativa. Destes, 36 foram arquivados. O total de imigrantes deportados foi de 146, sendo 42 no âmbito de expulsões administrativas, quatro levados até à fronteira e 100 em procedimentos em que a pena acessória imposta foi de expulsão do território nacional.

Ministro rejeita copiar “países com pulsões securitárias agressivas”

Em declarações aos jornalistas após a reunião com o Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, o ministro da Presidência rejeitou que as medidas propostas envolvam o que se vê “em países com pulsões securitárias agressivas”.

“Portugal é um dos três países da Europa que menos executa retornos de pessoas que tiveram decisões de abandono por violarem as regras, inclusive por razões de segurança. Portugal não estava a fazer retorno porque o SEF foi desmantelado e porque foram criadas regras cheias de obstáculos burocráticos“, afirmou António Leitão Amaro.

O governante reforçou que haverá um “investimento em sistemas tecnológicos” que “respeita os direitos humanos, como o direito a ser ouvido e a ter aconselhamento, e uma proteção especial a cidadãos vulneráveis”.

A própria PSP, que será responsável por levar a cabo este trabalho, “terá o seu caminho de reforço de meios”, acrescentou, lembrando “o plano de investimentos no sistema de imigração e asilo que inclui um investimento de cerca de 30 milhões de euros nos centros de instalação temporária e para reforço de recursos humanos nas instituições que trabalham nesta área, em que a despesa prevista é de cerca de 20 milhões de euros”.

(Notícia atualizada às 15h13 com as declarações do ministro António Leitão Amaro)

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Hoje nas notícias: Lone Star, imigração e IRS

  • ECO
  • 31 Março 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Herdade da Ferraria foi vendida por 1,5 milhões à mulher do presidente da GNB Real Estate, gestora de ativos imobiliários do Novobanco, um preço considerado “de saldo” por a propriedade ser edificável. O Governo em funções apresenta esta segunda-feira ao Conselho Nacional para as Migrações e Asilo uma série de medidas para acelerar a deportação de imigrantes sem direito a ficar no território nacional. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Gestor da Lone Star vende à mulher quinta do Novobanco a preço de saldo

A Herdade da Ferraria, com mais de 260 hectares, foi vendida em 2022 pela gestora de ativos imobiliários do Novobanco, a GNB Real Estate, pelo valor de 1,5 milhões de euros a Ana Flor Argos, mulher do presidente dessa entidade. A propriedade foi vendida como rústica e devoluta, apesar de possuir “capacidade edificatória de 50.441,14 metros quadrados, dos quais cinco mil para habitação própria”, e, segundo um responsável com experiência no setor imobiliário, a confirmação de edificabilidade da Herdade, na dimensão que se perspetivava, deveria ter elevado o preço, no mínimo, entre 10 a 15 milhões.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo apresenta medidas para acelerar deportação de imigrantes em situação irregular

O Governo vai apresentar esta segunda-feira, diante do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, um conjunto de medidas que visam acelerar a deportação de imigrantes em situação irregular. Entre elas consta a extinção da etapa processual redundante de primeira notificação para abandono voluntário do território nacional, o que vai diminuir em cerca de dez dias o prazo para sair do país, e reduzir os prazos de recurso para a decisão final de regresso. Este trabalho deverá ficar a cargo da Polícia de Segurança Pública (PSP), através da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF). A apresentação ao Conselho liderado por António Vitorino é um ato consultivo, pois a entidade não tem poderes para aprovar ou não as medidas. Ademais, como o Governo está em funções de gestão, estas propostas dependem também de a AD vencer as eleições legislativas marcadas para 18 de maio.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

AD vê nova “redução ambiciosa no IRS”

O ministro das Finanças vê uma nova “redução de IRS ambiciosa” se a Aliança Democrática continuar a liderar o Governo após as eleições legislativas antecipadas. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, Joaquim Miranda Sarmento não avança um número em concreto, mas diz que será “muito focada na classe média”. Além da redução no IRS, pretende baixar a taxa de IRC para os 15%, um objetivo que vem das eleições anteriores.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Rendas subiram mais de 20% em 30 concelhos no ano passado

O valor mediano dos novos contratos de arrendamento aumentou 10,5% a nível nacional, atingindo os 7,97 euros, na segunda metade de 2024 face ao mesmo período do ano anterior. Mas, numa análise por concelhos, em 30 verificou-se um agravamento das rendas de mais de 20%, com Monção e Arganil a registar as maiores subidas — de 44% e 37%, respetivamente. Apenas 15 municípios apresentaram descidas nos valores por metro quadrado no segundo semestre do último ano.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Novo medicamento para o tratamento da obesidade chega às farmácias

O Wegovy, medicamento injetável que faz parte da nova geração de fármacos indicados para o tratamento da obesidade e do excesso de peso, vai poder ser prescrito pelos médicos em Portugal a partir de terça-feira. A venda nas farmácias está prevista arrancar no dia 7 de abril, mas não será comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelo que o preço mensal é de 244,80 euros. Atualmente, este medicamento é comercializado em 11 países europeus (Alemanha, Dinamarca, Espanha, França, Irlanda, Itália, Noruega, Polónia, Reino Unido, Suécia e Suíça), bem como nos EUA, Canadá, Japão e Emirados Árabes Unidos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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Roberta Medina: “Se a gente não sonhar, como é que você cria o futuro?”

  • ECO
  • 31 Março 2025

Roberta Medina, empresária e produtora de eventos, é a 23.ª convidada do podcast E Se Corre Bem?, onde defende o poder das grandes ideias e sonhos como motores de transformação.

Conhecida por ser uma das grandes responsáveis pelo sucesso do Rock in Rio, Roberta Medina partilha neste episódio a origem do festival, os bastidores da sua criação e os desafios que enfrentaram pelo caminho. “O Rock in Rio é muito mais uma plataforma de comunicação do que um festival”, afirma. “Reverbera não só marcas, mas reverbera as ideias”, diz.

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Filha de Roberto Medina, Roberta cresceu numa família apaixonada pela capacidade de sonhar e fazer acontecer. “É importante o sonho, não é? Se a gente não sonhar, como é que você cria o futuro?”, diz, ao lembrar a influência do pai, que colocava “Walt Disney no céu”. O Rock in Rio nasceu desse espírito visionário: “O que são as startups? O que são as novas ideias? O que é inovação, se não um sonho com um nome moderno?”, questiona.

Na conversa, revela também o lado menos glamoroso do início do festival: “A primeira edição do festival foi um desastre financeiro.” O sonho enfrentou obstáculos políticos e logísticos sérios, como o embargo da obra da cidade do Rock, a semanas do evento, por suspeitas de motivações políticas.

Roberta Medina, empresária e produtora de eventos, é a 23.ª convidada do podcast E Se Corre Bem?

Apesar dos desafios, a intuição e a paixão sempre fizeram parte do processo. Sobre o planeamento do Rock in Rio afirma que “tem muito de intuição, de convicção, de paixão e compromisso de fazer dar certo.”

Instalada em Portugal, país que considera “do coração”, Roberta Medina partilha também a necessidade de desacelerar. “Tenho uma família muito acelerada. E eu brinco que a forma de dar certo foi morar em Portugal. Para desacelerar e ser um pouquinho mais devagar”, explica.

"Você não é capaz de criar muitos cenários se não se colocar nos sapatos do outro”

Roberta Medina, empresária e produtora de eventos

Com uma visão pragmática, mas profundamente humana, defende que ideias fortes só sobrevivem se forem pensadas com os outros em mente: “Você não é capaz de criar muitos cenários se não se colocar nos sapatos do outro.” E, acima de tudo, rejeita o pensamento pequeno: “Dependendo do que você queira fazer, não pode ser um pensamento pequeno. Senão reduz o tamanho da sua ideia.”

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

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“Já valorizamos o biogás para produção de energia elétrica”

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  • 31 Março 2025

Nuno Soares, presidente da Tratolixo, fala ao ECO sobre o projeto inovador para aproveitar os resíduos orgânicos. Atualmente, a empresa produz eletricidade suficiente para 15 mil pessoas.

Há desafios, mas sobretudo oportunidades na implementação de um mercado de biometano em território nacional. À boleia da apresentação recente do plano nacional para este gás renovável, a Goldenergy e a Axpo Iberia organizaram, esta semana, a conferência “Qualificar Portugal para uma Economia do Biometano” para promover uma reflexão sobre o caminho que o país deve seguir.

À margem do evento, o ECO falou com Nuno Soares, presidente da Tratolixo, sobre um projeto inovador que a empresa está a desenvolver nos municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.

Que papel têm empresas como a Tratolixo na cadeia de valor para a produção de biometano?

O papel de empresas como a Tratolixo no sector do biometano é absolutamente fundamental. Todos nós, enquanto produtores de resíduos, geramos uma grande quantidade de resíduos alimentares ricos em carbono, que podem servir como matéria-prima para valorização. Através do processo de valorização orgânica, conseguimos produzir biogás, que pode ser convertido em biometano. Atualmente, já valorizamos esse biogás para produção de energia elétrica e estamos a avaliar a possibilidade de, no futuro, transformá-lo em biometano.

Nuno Soares, presidente da Tratolixo

Pode dar exemplos de recursos que todos temos em casa e que podem ser aproveitados para este processo?

Tudo o que resulta dos restos alimentares é essencial para este tipo de valorização. Através da digestão anaeróbica, conseguimos produzir biogás, que pode ser posteriormente refinado para biometano, um substituto natural do gás natural.

A Tratolixo tem um projeto inovador. O que pode dizer sobre o saco verde que criaram e o seu impacto na produção de biometano?

Atualmente, a maioria dos resíduos orgânicos ainda vai parar aos resíduos indiferenciados. Com o projeto do saco verde, implementado nos municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, incentivamos a separação dos resíduos alimentares diretamente nas casas das pessoas. Esse material é então tratado na nossa central através da digestão anaeróbica, aumentando a produção de biogás. Já conseguimos gerar energia elétrica suficiente para abastecer cerca de 15 mil pessoas diariamente. No futuro, pretendemos converter esse biogás em biometano.

Quais são os principais desafios para massificar este mercado?

Os desafios são diversos. O primeiro começa na separação dos resíduos por parte da população, que deve ver esses materiais como um recurso e não como um resíduo. Outro grande desafio é a escolha da tecnologia adequada para a purificação do biogás e a sua conversão em biometano. Além disso, existem desafios regulamentares e de financiamento, uma vez que, atualmente, todo o investimento para a ligação à rede de distribuição recai sobre o produtor. Em países como França, parte desse custo é assumido pelo operador da rede, o que facilita o desenvolvimento do sector.

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Tarifas de Trump atiram ouro para recorde acima dos 3.100 dólares

Incerteza em torno da política comercial da Casa Branca continua a puxar o lustro ao ouro. Valorização do metal amarelo deverá continuar, com analistas a verem onça nos 3.500 dólares até final do ano.

O ouro continua a brilhar a cada anúncio de mais tarifas por parte do Presidente americano, Donald Trump, que intensifica a incerteza em relação a uma guerra comercial global. A onça atingiu pela primeira vez os 3.100 dólares com os investidores à procura de refúgio no chamado metal amarelo.

Ainda há poucas semanas quebrou a barreira dos 3.000 dólares e já deu um novo salto de 100 dólares, com o preço spot a atingir esta segunda-feira os 3.119,9 dólares por onça.

“O ouro está com o vento a seu favor neste momento. A política comercial dos EUA, a política orçamental dos EUA, a geopolítica e a desaceleração do crescimento — tudo está a soprar na direção do ouro”, referiu o analista de mercados financeiros da Capital.com, Kyle Rodda.

Ouro segue de vento em popa:

Fonte: Refinitiv

“Os mercados ainda não perceberam quais serão as respostas de retaliação”, o que também está a ajudar o ouro, disse o analista da Marex, Edward Meir.

Desde o início do ano este metal precioso já escalou cerca de 18%. Ao contexto de incerteza em torno das tarifas e dos conflitos geopolíticos, juntou-se a perspetiva de cortes nas taxas de juro e ainda as compras dos bancos centrais em todo o mundo.

Neste ambiente, a perspetiva é a de que a cotação do ouro mantenha a tendência de valorização. Pelo menos os analistas apontam nesse sentido, como o banco AZN, que aponta para os 3.200 dólares nos próximos seis meses.

“Mantemos a nossa visão otimista, no meio de fortes ventos favoráveis ​​decorrentes da escalada das tensões geopolíticas e comerciais, da flexibilização da política monetária e das fortes compras do banco central”, explicaram os analistas da AZN numa nota publicada em meados de março.

O Citi vê o ouro nos 3.500 dólares até final do ano “sustentado por uma procura muito maior de cobertura/investimento devido aos receios de aterragem forçada/estagflação nos EUA”.

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Fundación Jiménez Díaz reforça o seu compromisso com a sustentabilidade e a eficiência no setor da saúde

  • Servimedia
  • 31 Março 2025

O hospital reuniu numerosos especialistas no seu primeiro “Simpósio sobre Sustentabilidade no Setor da Saúde” para analisar os desafios ambientais do setor.

O Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz realizou o seu primeiro “Simpósio sobre sustentabilidade no setor da saúde”, um encontro em que vários especialistas analisaram os desafios ambientais que o sistema de saúde enfrenta e as estratégias para minimizar o seu impacto no ambiente.

A conferência foi aberta pelo Dr. Javier Arcos, diretor do hospital, e por Leticia Moral, Diretora de Infra-estruturas, Equipamentos e ESG do Quirónsalud, que salientaram a importância de “avançar para um sistema de saúde mais sustentável e liderar a adaptação à mudança”.

Arcos sublinhou que “os efeitos das alterações climáticas representam um desafio iminente para o sistema de saúde, pelo que devemos integrar critérios ambientais na tomada de decisões”. Ao mesmo tempo, sublinhou que “este encontro fornece-nos as chaves para avançarmos para um modelo de cuidados de saúde que proteja tanto as pessoas como o nosso ambiente, gerando assim um impacto positivo e transformador no planeta e nas pessoas”.

Durante a primeira sessão do encontro, Aurora Herraiz e María José Checa, Diretora de Responsabilidade Social Corporativa e Subdiretora de Enfermagem da Fundação Jiménez Díaz, respetivamente, moderaram uma sessão centrada na relação entre as alterações climáticas e a saúde.

Nesta intervenção, o Dr. Felipe Villar, chefe adjunto do Departamento de Pneumologia do hospital, salientou que “as alterações climáticas afetam diretamente a nossa saúde, agravando as patologias respiratórias crónicas como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica), o que representa um desafio crescente para os sistemas de saúde”.

Por seu lado, a Dra. María del Pino Henríquez, Diretora de ESG/Sustentabilidade da Quirónsalud, abordou a necessidade de avançar para um modelo de saúde mais sustentável, destacando a importância de reduzir a pegada ambiental do setor através da descarbonização e da utilização eficiente dos recursos naturais e sublinhando a conveniência de uma colaboração coordenada entre todos os atores do setor.

O impacto ambiental da atividade hospitalar foi outro dos temas do simpósio. Bibiana Navarro e o Dr. Javier Bécares, Diretor de Qualidade e Chefe do Departamento de Farmácia Hospitalar do centro de Madrid, respetivamente, moderaram um painel no qual o Dr. Maruxa Hernández, Diretor Corporativo de Farmácia da Quirónsalud, apresentou o conceito de “Farmácia Hospitalar Sustentável”, que promove a utilização racional de medicamentos e a eliminação de fármacos com elevado impacto ambiental. Destacou também a eliminação de determinados gases anestésicos, a digitalização na distribuição farmacêutica e a formação do pessoal em práticas sustentáveis, áreas em que o grupo implementou várias ações.

O Dr. Álvaro Flores, especialista do Serviço de Medicina Preventiva da Fundación Jiménez Díaz, destacou o papel fundamental da alimentação na saúde e na sustentabilidade. “A alimentação é uma das ferramentas mais poderosas para melhorar a saúde humana e a sustentabilidade do planeta. A adoção de uma dieta baseada na saúde planetária, com predominância de alimentos de origem vegetal, reduz o impacto ambiental e tem benefícios económicos e de saúde significativos”, afirmou.

Neste contexto de eficiência, o Diretor Corporativo de Engenharia e Manutenção da Quirónsalud, Antonio Sierra, explicou as estratégias para melhorar a eficiência energética e a sustentabilidade nos hospitais, para as quais apresentou o projeto DOME para a digitalização e monitorização dos edifícios, a promoção do autoconsumo com energias renováveis e a otimização dos sistemas de ar condicionado. Destacou ainda a modernização com tecnologias sustentáveis e a implementação de um sistema de gestão de energia baseado na norma ISO 5001.

SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS

As soluções sustentáveis na gestão de cuidados de saúde foram o foco da sessão seguinte, moderada pelo Dr. Óscar Gómez e Manuel de Diego, diretor de Continuidade de Cuidados e membro do Departamento de Qualidade do hospital, respetivamente.

Nela, a Dra. Beatriz Piñeiro, coordenadora da Estratégia de Economia Circular do Serviço Galego de Saúde (Sergas), deu o exemplo do modelo de gestão sustentável e da estratégia de economia circular do Serviço Galego de Saúde; e Emilio Lozano, coordenador do Sistema Integrado de Gestão Ambiental e Energética da Gestão de Cuidados de Saúde Primários da Comunidade de Madrid (SIGAE-GAAP), abordou a sustentabilidade desde o primeiro nível de cuidados, mostrando exemplos específicos de medidas, projectos, alianças e campanhas de sensibilização e formação para boas práticas ambientais.

Além disso, a Dra. Mar Fernández, especialista do Serviço de Alergologia, apresentou a evolução dos propulsores nos inaladores e o seu impacto ambiental. “A redução da pegada de carbono é fundamental, mas a segurança dos doentes e o controlo da doença devem ser sempre prioritários”, afirmou.

Julián Checa, gestor de projetos e responsável funcional da Área de Diagnóstico por Imagem dos Sistemas e Tecnologias de Informação da Fundación Jiménez Díaz, analisou os benefícios do transporte sustentável através do impacto das consultas não presenciais na redução das emissões. “Graças à monitorização dos dados de mobilidade num projeto-piloto, conseguimos calcular uma poupança de 133,6 toneladas de CO2, equivalente à plantação de mais de 5300 árvores”, afirmou.

Para concluir a sessão, o Dr. Felipe Villar apresentou aos participantes o Programa Ambiente e Saúde, MAS+, lançado na Fundación Jiménez Díaz em 2021, que contempla o desenvolvimento de iniciativas em diferentes áreas de atividade do hospital para reduzir a pegada de carbono gerada pela prática dos cuidados de saúde.

Estas iniciativas incluem a implementação de sistemas energéticos sustentáveis, melhorias na utilização de gases anestésicos e inaladores, a aplicação de protocolos de reciclagem e esforços na investigação, sensibilização e promoção da digitalização. “A sustentabilidade nos cuidados de saúde não é apenas uma questão de redução das emissões, é também uma questão de otimização dos recursos, de melhoria da eficiência energética e de promoção de práticas médicas responsáveis que garantam um impacto positivo tanto no ambiente como na qualidade dos cuidados. A oportunidade de mudar hábitos beneficiará o doente”, concluiu.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de março

  • ECO
  • 31 Março 2025

Ao longo desta segunda-feira, 31 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Persan adquire o Grupo Mibelle para liderar o mercado dos cuidados domésticos e pessoais

  • Servimedia
  • 31 Março 2025

Torna-se uma das maiores empresas de produção do seu setor, com mais de 3.000 empregados e um volume de negócios superior a mil milhões de euros.

A multinacional Persán, líder europeu nos setores do cuidado do lar e do cuidado pessoal, assinou um acordo com o retalhista suíço Migros para adquirir o Grupo Mibelle, empresa especializada em cuidados pessoais e cosméticos, cuidado do lar, nutrição, bem como no desenvolvimento de ingredientes ativos. A empresa espanhola assume assim todos os empregados e instalações do Grupo Mibelle na Suíça, França, Reino Unido, Países Baixos, EUA e Austrália.

Com esta transação, a Persán torna-se um dos maiores intervenientes mundiais no fabrico e comercialização de produtos de higiene pessoal e doméstica de marca própria. A aquisição do Grupo Mibelle é um marco histórico na expansão internacional da Persán.

A empresa andaluza tem mais de 2.000 empregados e três fábricas em Sevilha (Espanha), Wróblowice (Polónia) e Saint-Vulbas (França). Com os 1.400 empregados do Grupo Mibelle, a Persán passará a ter mais de 3.000 empregados e um volume de negócios superior a mil milhões de euros.

O CEO da Persan, Antonio Somé, declarou em comunicado que “é com grande satisfação que anunciamos este acordo com a Migros, que ajudará a Persan a reforçar a sua presença internacional”. “A aquisição do Grupo Mibelle permitir-nos-á aceder a novas categorias tecnologicamente avançadas e continuar a desenvolver produtos inovadores e de qualidade para todos os nossos clientes”.

Na sua opinião, “o Grupo Mibelle partilha valores e visão estratégica com a Persán, pelo que não temos dúvidas de que esta operação será benéfica para todas as partes. Nesta nova etapa, manteremos as marcas que nos trouxeram até aqui: o compromisso com as pessoas, a inovação, a tecnologia e a sustentabilidade. Estamos ansiosos por explorar as oportunidades que este passo histórico nos traz”.

Matthias Wunderlin, diretor da Migros Industrie, afirmou: “Estamos muito satisfeitos por termos encontrado um novo proprietário extremamente competente e competitivo para o Grupo Mibelle. A empresa cresceu com sucesso para além do mercado suíço e do objetivo que a Migros definiu para o seu futuro. Como parte da Persan, a Mibelle terá um proprietário que permitirá ao grupo prosseguir a sua estratégia de crescimento e expansão internacional com ainda mais sucesso no futuro.

Entretanto, o CEO do Grupo Mibelle, Peter Müller, afirmou: “Estamos convencidos de que, com a Persan como novo proprietário, reforçaremos ainda mais as nossas relações com os clientes, que beneficiarão de competências e capacidades adicionais que nos permitirão oferecer-lhes soluções ainda mais inovadoras e uma gama de produtos ainda mais abrangente.

 

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Ordem dos Advogados: eleições antecipadas, ação judicial pelo meio, dois candidatos arqui-inimigos e redes sociais a fervilhar

Segunda volta das eleições para bastonário dos advogados realiza-se esta segunda-feira. Na 1ª volta, Fernanda de Almeida Pinheiro obteve 33,81% (6.496 votos) e João Massano 30,95% (5.946 votos).

O dia D para a Ordem dos Advogados (OA) chegou. A partir das 21.00 desta segunda-feira, dia 31 de março, os cerca de 36 mil (36.585) advogados inscritos no país vão saber quem será o próximo ou próxima bastonária. Frente a frente estão dois candidatos: Fernanda de Almeida Pinheiro, atual bastonária, e João Massano, atual líder da Regional de Lisboa. Uma segunda volta que se prevê renhida já que, segundo os resultados obtidos na primeira volta, apenas 550 votos separaram os dois advogados.

Assim, a 18 e 19 de março, Fernanda de Almeida Pinheiro obteve 33,81% (6.496 votos) e João Massano 30,95% (5.946 votos). Votaram 22.566 advogados (embora descontando os votos nulos e em branco acabaram por contar apenas 19.211), cerca de quase 60% do total.

Mas este não foi um período calmo nem previsível numa instituição centenária como a Ordem dos Advogados. A 27 de novembro do ano passado, um ano e meio antes do período eleitoral ordinário e quando nada o fazia prever e por alguns considerado de ‘golpe palaciano’, a bastonária anunciou a convocação de eleições antecipadas para todos os órgãos da instituição. “Este novo estatuto impunha a criação de novos órgãos e naturalmente esses dois órgãos tinha um regime transitório da norma previa duas opções: podíamos designar o órgão ou convocar eleições antecipadas até 31 de março de 2025”, dizia a bastonária. A OA optou, à data, designar e dar posse ao Conselho de Supervisão e ao Provedor do Beneficiário dos Serviços.

“Porém, tal decisão gerou alguma divisão na nossa classe, com críticas públicas àquela designação (incluindo de titulares de órgãos da Ordem), apresentação de recursos daquela deliberação e ameaças públicas de ações judiciais. A Ordem dos Advogados não pode viver refém de controvérsias internas, litígios judiciais ou debates infindáveis sobre a regularidade de atos administrativos. O cenário atual não só cria desconfiança e insegurança quanto aos atos praticados pelo Conselho de Supervisão, como compromete a capacidade da Ordem de se focar nos verdadeiros desafios da advocacia”, acrescentava.

Isto deixou os futuros candidatos com apenas três meses – com período de Natal e final do ano pelo meio – para recolher assinaturas suficientes e elaborar as listas de candidatos. Certo é que acabaram por ser apenas quatro os candidatos a bastonário, ao contrário dos atos eleitorais anteriores que contavam com mais de seis candidatos ao cargo. Nas semanas que se seguiram, Fernanda de Almeida Pinheiro foi alvo de críticas pelos seus opositores. A polémica atingiu o ponto máximo quando um grupo de seis advogados chegou a interpôr uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa, alegando que a marcação das eleições era ilegal e que as mesmas deveriam ser suspensas. Embora o Tribunal tenha acabado por permitir a realização das mesmas – não apreciando a questão jurídica em si mas admitindo que não era competente para essa decisão e sim o Conselho Superior da própria Ordem – semanas e dias antes da primeira volta de 18 de março ainda pairava no ar a dúvida sobre se as eleições se realizariam, de facto.

O mês de março tem sido profícuo em publicações, vídeos, críticas e apoios formais nas redes sociais de ambos os candidatos e equipas respetivas. A campanha da lista U , encabeçada por Fernanda de Almeida Pinheiro e com uma equipa idêntica à que foi eleita em dezembro de 2022, com o mote de “Juntos Pela Ordem que Queremos” tem atualmente 1,4 mil gostos e 1,9 mil seguidores só no facebook. João Massano – que escolheu o mote “Juntos Podemos Mais” para a sua lista R – tem site e um perfil no Instagram com 7.200 seguidores, uma página de Linkedin com mais de 21 mil seguidores e 8,2 mil seguidores na rede social Facebook.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23
Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida PinheiroHugo Amaral/ECO

 

E se a candidatura da atual bastonária arrecadou mais votos, na primeira volta, na zona do distrito judicial do Porto, a de Massano arrecadou mais votos no de Lisboa, área onde aliás Massano exerce o cargo de presidente do CRL da OA desde 2019. Mas não é apenas isto que diferencia estas duas candidaturas. É público e notório que a relação de ambos está apetrechada de divergências que incluiu um conflito que foi parar ao Tribunal Administrativo de Lisboa no ano passado, relativamente à elaboração de um regimento para os trabalhadores do Conselho Regional de Lisboa (liderado por Massano) sem alegadamente ter competência estatutária adequada. Recentemente, os candidatos trocaram acusações no Facebook sobre a questão da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), um dos temas mais fraturantes da campanha. Massano chegou a ser alvo de três processos disciplinares, na sequência de queixas do Conselho Geral de Fernanda de Almeida Pinheiro.

Fernanda de Almeida Pinheiro tomou posse no dia 9 de janeiro de 2023 como bastonária dos Advogados. Tem 55 anos, é licenciada em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa, tendo exercido a profissão como advogada de empresa entre 2002 e 2007 e como Diretora de Recursos Humanos, junto de sociedades da área das Tecnologias de Informação. Foi Vice-Presidente da APAPI–ADV – Associação Portuguesa da Advocacia em Prática Individual entre maio de 2020 e 2022. Autora de diversos artigos de revistas e plataformas ligadas ao Direito, é também autora do livro de Poesia “Que Côr tem a Paixão” que foi publicado em dezembro de 2016 e comentadora residente do canal NOW.

Contratou, em fevereiro, pela terceira vez, serviços de assessoria de imprensa in-house (a primeira saiu ao fim de uns meses, a segunda esteve a cargo da Lift). Na última semana publicou vídeos contra o seu oponente – em que referia um alegado contrato ilegal realizado por João Massano em investigação no Tribunal de Contas – e usou e abusou das redes sociais (pela página da campanha ou através da sua equipa) para apontar o dedo a Massano, a José Costa Pinto (ex-candidato que alcançou o terceiro lugar) e até jornalistas da área, acusando-os de serem parciais e tendenciosos.

Mas o momento que mais críticas gerou ocorreu a 27 de março – em que, perante o apoio formal a Massano por parte de José Costa Pinto, enviou um mail à classe com o título “A verdade veio ao de cima! Depois não digam que não avisámos! SADT, CPAS e a Associação das Sociedades de Advogados (ASAP): a peça que faltava no puzzle destas eleições!”. Para enviar esse mail, a bastonária terá usado a base de dados a que tem acesso enquanto bastonária dos quase 40 mil advogados.

“Como já tínhamos alertado, a candidatura do Dr. João Massano está repleta de membros ligados a grandes sociedades de advogados e à ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal”, diz o mail. Listando de seguida nomes como Eduarda Proença de Carvalho (ex- Uría e atual Proença de Carvalho Advogados ), Manuel Protásio (da VdA), Paula Ponces Camanho
(Morais Leitão) e André Matias de Almeida (atual Proença de Carvalho, ex- Albuquerque e Associados mas que a candidata, por lapso, o coloca como ex sócio da Uría Menendez). E relembrando a posição de José Moreira da Silva, líder da ASAP, relativamente ao que chama de “temas cruciais” como o SADT (em que as sociedades querem “repensar” o acesso ao direito, considerando o atual sistema “manifestamente pernicioso” e “incapaz de garantir uma assistência jurídica de qualidade”) e a CPAS (“a atual caixa de previdência é o melhor regime para os advogados”), citando artigos da imprensa.

Continuando, a bastonária admite que Massano “não ficou por aqui!” descrevendo, de seguida, que a lista liderada por José Costa Pinto, agora fora da corrida, “também incluía vários membros de sociedades associadas da ASAP – incluindo o próprio candidato. E o que fez essa lista depois? Apoia agora o Dr. João Massano”, diz a bastonária. Referindo-se a José Costa Pinto, Gonçalo Gama Lobo, Félix Bernardo, Joana Whyte, João Martins Costa, Paulo Saragoça da Matta. “O puzzle está completo! “, dizia.

O tiro acabou por lhe sair pela culatra porque, desde então e até esta segunda-feira, a página de João Massano encheu-se de apoios de alguns dos nomes mais sonantes da advocacia portuguesa que, até então, não tinham ainda anunciado o apoio formal ao advogado.

Exemplos disso são os penalistas Paulo de Sá e Cunha, Paulo Saragoça da Matta e Manuel Magalhães e Silva. Bem como Agostinho Pereira de Miranda, sócio fundador da Miranda, Artur Marques ou António Garcia Pereira. Na quinta-feira, o também antigo bastonário, Guilherme de Figueiredo, demonstrou o seu apoio público a João Massano. António Schwalbach, Rogério Alves, Angelo D’ Almeida Ribeiro e Artur Marques seguiram-nos. Maioria destes advogados que, a 18 e 19 de março, votaram em José Costa Pinto.

João Massano, 54 anos, concluiu a licenciatura, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1994. Em 2004 tornou-me sócio fundador da ATMJ. Mestre em Direito em 2006, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Manteve uma carreira académica durante cerca de 17 anos, como docente universitário na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na Universidade Lusófona e na Universidade Moderna. Agora trabalha em prática individual, com escritório próprio.

Ligado ao Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados (CR Lisboa) desde 2011, primeiro, como Vogal Tesoureiro do CRL (triénio 2011-2013) depois, nos dois mandatos seguintes, como Vice-Presidente responsável pelo pelouro da Formação (triénios 2014-2016 e 2017-2019) e, finalmente (desde 2019), como Presidente do CR Lisboa.

Massano – que optou durante a campanha eleitoral por uma postura menos crítica e mais virada para as linhas do seu programa – não deixou de admitir que foi alvo de campanhas de assassinato de caráter. “Na campanha, atacaram-nos sem parar. Insultos, humilhações, ataques pessoais — a mim e à minha equipa. Mas não temos medo. Estamos aqui e vamos continuar a avançar.
Cada ataque só reforça a nossa determinação. Porque acreditamos que somos a melhor opção para o futuro da Advocacia.
Porque é tempo de mudar”, dizia no arranque de 2025. Para assessoria de imprensa, o advogado conta com uma das maiores agências de comunicação do país, liderada por António Cunha Vaz.

Advocatus Summit Porto - 22SET20
João Massano, presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos AdvogadosHugo Amaral/ECO

 

Propostas de Fernanda de Almeida Pinheiro e João Massano. Descubra as diferenças

Fernanda de Almeida Pinheiro, a CPAS e a atualização das tabelas dos advogados oficiosos

Sob o lema “Juntos pela Ordem que queremos”, a atual bastonária recandidata-se para assegurar uma “resposta firme” que garanta que as reformas em curso, com a da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) e do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT), não sejam interrompidas. No seu anúncio de candidatura, nas redes sociais, defendeu que “a Advocacia portuguesa enfrenta hoje desafios que exigem coragem, determinação e, acima de tudo, continuidade. Continuar as reformas que já estão em marcha, continuar a dignificar a nossa profissão e continuar a construir uma Ordem mais moderna, mais inclusiva e mais próxima de todos os Advogados “.

Fernanda de Almeida Pinheiro compromete-se a resolver de forma definitiva o problema da CPAS, garantindo direitos sociais, contribuições ajustadas à realidade económica de cada profissional e direitos adquiridos, e a avançar com as revisões periódicas da tabela da SADT.

Entre as medidas apresentadas está ainda a ampliação dos benefícios, com mais ferramentas tecnológicas, formação especializada e redes de apoio à jovem Advocacia, o reforço da inclusão e igualdade, garantindo que a OA seja representativa e acessível a todos os Advogados e continuar o trabalho de valorização pública da profissão e representação ativa através de uma participação constante em processos legislativos e em fóruns institucionais, com vista à defesa firme dos direitos, prerrogativas e interesses da Advocacia.

Na mesma publicação nas redes sociais, assumiu que “o nosso compromisso é claro: não subiremos quotas, continuaremos a lutar por uma Ordem forte e transparente, e avançaremos com as reformas em curso. Juntos, faremos da Advocacia portuguesa um exemplo de modernização, dignidade e inclusão”.

Propostas de João Massano

Sobe o mote “Juntos Podemos Mais”, o atual Presidente do CR de Lisboa lançou a candidatura porque acredita “que há outro caminho – um caminho melhor – para a OA. Um rumo que permita devolvê-la ao seu posicionamento original, de instituição que tem competências fundamentais”, tais como, “defender o Estado de Direito e colaborar na administração da Justiça, representar a profissão de Advogado e reforçar a solidariedade entre os Advogados, promover o acesso ao conhecimento e aplicação do direito e contribuir para o desenvolvimento da cultura jurídica e ser ouvida na construção legislativa relevante para o exercício da Advocacia e colaborar na sua alteração para melhor”.

O mesmo acredita que, nos últimos anos, “estas competências têm sido descuradas, com efeitos perniciosos para a credibilidade da Ordem e para a reputação da Advocacia e de todos os Advogados”. Massano defende ainda que esse posicionamento, que considera errado, tem tido consequências nefastas para a profissão, tais como, “um clima de desunião e mal-estar na classe, que tem afastado os Advogados da vida da Ordem (…)”, bem como “uma erosão da reputação e da notoriedade da Ordem e da Advocacia, levando mesmo a que algumas portas se venham fechando ao seu contributo para construir uma Justiça melhor”.

Na apresentação pública da candidatura, João Massano apresentou os principais pontos da sua candidatura:

  • Dignificar: recuperar a dignidade da profissão e o papel institucional da Ordem dos Advogados;
  • Defender: unir os Advogados à sua Ordem, com medidas como: (i) lutar pela dignificação dos atos próprios, (ii) negociar a reversão ou adequação à realidade da profissão das alterações ao Estatuto, (iii) criar uma Comissão Contra o Isolamento da Advocacia, etc.;
  • Dotar: (i) resolver o problema da proteção social dos Advogados, considerando uma terceira via entre CPAS e Segurança Social, (ii) continuar a programar e desenvolver a formação contínua e diversificada, (iii) pugnar pela dignidade dos Advogados inscritos no SADT, etc.;
  • Desafiar: (i) colocar o cidadão no centro do SADT, (ii) resolver o problema das custas judiciais como obstáculo ao acesso à Justiça, (iii) pugnar pela implementação da taxa reduzida de IVA para a prestação dos serviços jurídicos e (iv) continuar o combate à procuradoria ilícita.

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Sem comprador, TikTok tem uma semana de vida nos EUA. Rede social é “joguete” na guerra comercial

Prazo para comprar posição aos chineses da ByteDance acaba no próximo sábado. Trump propôs desconto nas tarifas sobre as importações chinesas em troca da venda da rede social, mas Pequim recusou.

O TikTok está a ser utilizado como arma de arremesso na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, a uma semana de terminar o prazo para a venda da rede social: 5 de abril de 2025. Donald Trump propôs esta semana um desconto nas tarifas sobre as importações chinesas caso a China desse o braço a torcer no acordo relacionado com a rede social de vídeos, o que Pequim depressa rejeitou.

O processo arrasta-se há meses e tem apenas uma proposta de compra concreta em cima da mesa, que poderá não ser suficiente para mudar o futuro – e suspensão – da tecnológica nos Estados Unidos, onde tem 170 milhões de utilizadores.

Nuno Mateus Coelho, especialista em cibersegurança, considera que os Estados Unidos estão a “manietar” a China através da tecnologia. “Temos aqui duas visões antagónicas. Os Estados Unidos precisam de fazer uma espécie de mostra interna de que estão decididos a seguir a política America First, mas já perceberam que tecnologicamente a China chegou ao ponto de não retorno”, começa por explicar o professor académico de Segurança Informática, em declarações ao ECO.

“Nesta altura do campeonato, a China atingiu uma evolução que a América ou tenta a todo o custo impedir ou já perdeu o comboio, o que obriga os Estados Unidos a terem uma política extremamente dura com a China sem ser belicista. Por sua vez, a China já percebeu que os Estados Unidos estão a tentar dividi-la da Rússia, portanto também não vai ceder no TikTok”, diz Nuno Mateus Coelho, acrescentando que o país asiático está “assustadoramente” à frente nos microprocessadores, computadores, softwares, câmaras de videovigilância, baterias ou automóveis e não vai vender o TikTok de “mão beijada”. “O TikTok é o elo mais fraco, o joguete no meio da guerra tática entre duas potências”, conclui.

"O TikTok é o elo mais fraco, o joguete no meio da guerra tática entre duas potências”

Nuno Mateus Coelho

Professor de Segurança Informática

Na lista de interessados em ficar com a posição da chinesa ByteDance surgiram nomes como Microsoft (que em 2020 tentou comprar o TikTok, mas as conversas fracassaram) ou a Oracle (embora Donald Trump não tenha confirmado), contudo só a startup de inteligência artificial (IA) Perplexity AI apresentou uma oferta formal na semana passada.

A Perplexity AI pretende fundir-se com o TikTok e implementar várias mudanças, nomeadamente: reconstruir o algoritmo a partir de informação vinda de data centers dos EUA controlados por norte-americanos, tornar o sistema de recomendação “transparente” e de código aberto (open source) e construir a infraestrutura de IA com chips Nvidia Dynamo.

Ou seja, americanizar a app. “A Perplexity está singularmente posicionada para reconstruir o algoritmo do TikTok sem criar um monopólio, combinando capacidades técnicas de classe mundial com a independência de Little Tech [das pequenas tecnológicas]”, justificou a empresa com sede em São Francisco.

O presidente dos EUA chegou a informar que estava a negociar com “quatro grupos diferentes”, era favorável a uma “guerra de propostas” e que “muita gente queria” o TikTok, mas… “It’s up to me”, como quem diz “eu é que decido” quem ficará com a rede social, porque é a segurança do país que está em causa.

O advogado Mário João Fernandes acredita que a venda “forçada” do TikTok vai beneficiar a quota de mercado das restantes tecnológicas com base nos EUA, além de levantar questões jurídicas “complexas” quanto à restrição do direito de propriedade (para proteger interesses de segurança nacional) e liberdade de expressão. “Como alega, sem sucesso, a empresa perante o Supremo Tribunal“, diz, referindo-se aos argumentos da ByteDance de que a legislação que proíbe o TikTok nos EUA é inconstitucional porque viola a liberdade de expressão.

“Do ponto de vista regulatório, e depois de realizada a venda, há que acautelar eventuais problemas de concentração excessiva (concorrência) e, eventualmente, de conflito de interesses, caso se verifique alguma intervenção por parte de membros da nova Administração Trump num procedimento em que possam ter interesse”, explicou o consultor da Abreu Advogados.

"Do ponto de vista regulatório, e depois de realizada a venda, há que acautelar eventuais problemas de concentração excessiva”

Mário João Fernandes

Consultor da Abreu Advogados

 

Para o vice-presidente da Junitec – Júnior Empresas do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Vicente Megre, “a transição suave das operações ocidentais do TikTok para um consórcio de empresas ocidentais seria o desfecho mais positivo”. “No entanto, apesar de a interrupção abrupta do funcionamento do TikTok não servir a ninguém, poderá mesmo ser inevitável”, antecipa.

Na opinião de Vicente Megre, os europeus devem estar atentos a este tema, pois não pertence a “uma realidade distante”, como se viu com a polémica nas eleições romenas. Mais: “A verdadeira questão para os europeus prende-se agora com o facto de devermos ou não estar confortáveis caso as operações ocidentais do TikTok passem para mãos americanas. E todas as outras redes sociais de ADN americano”, adverte.

TikTok, a crónica de um regresso anunciado

Manter a rede social TikTok operacional nos Estados Unidos foi uma das primeiras medidas de Trump assim que tomou posse. E, mesmo na véspera da chegada à Casa Branca, quando a aplicação ficou inacessível mais de 12 horas para os utilizadores norte-americanos, o presidente norte-americano escreveu na Tuth Social “salvem o TikTok”, mostrando-se preparado para agir e reverter a suspensão que antes caracterizou como “expectável”.

O comentário aconteceu logo após a decisão do Supremo Tribunal de ‘chumbar’ o recurso do TikTok e manter a lei que o proibia nos Estados Unidos a partir de 19 de janeiro, caso a empresa não fosse vendida pela casa-mãe, a chinesa ByteDance. Na véspera do bloqueio, multiplicaram-se as mensagens de despedida dos criadores de conteúdo locais e o TikTok esteve mesmo com os ‘dois pés de fora’ da maior economia do mundo, mas uma conversa frutífera com Xi Jinping mudou o desfecho desta história.

“Acabei de falar com o presidente da China, Xi Jinping. A chamada foi muito boa tanto para a China como para os EUA. Espero que resolvamos muitos problemas em conjunto, e começando imediatamente. Discutimos o equilíbrio entre comércio, fentanil, TikTok e muitos outros assuntos. O presidente Xi e eu faremos todo o possível para tornar o mundo mais pacífico e seguro”, garantiu Trump, poucos antes de o Tik Tok sofrer manobras de reanimação.

Trump foi mais além e deu detalhes sobre o que espera desse potencial negócio: que os Estados Unidos tivessem uma posição acionista de 50% na sociedade conjunta (joint venture) que, idealmente, seria criada para a transação. Porquê? Para o “manter em boas mãos” e assegurar que se mantém online. Bastaram então pouco mais de 24 horas para que rubricasse uma ordem executiva que atrasa a aplicação da lei e dá mais tempo para fechar essa venda: 5 de abril de 2025.

"Marketing com PME mostra que ByteDance não quer ceder nesta venda, assim como não quis no prazo inicial.”

Vicente Megre

Vice-presidente da Junitec

“Se esta foi ou não uma boa decisão, só os próximos dias poderão responder, mediante a capacidade de Trump em efetivamente fazer este negócio acontecer. No momento em que escrevo [28 de março], nada parece favorável. Nos últimos meses, o TikTok tem investido fortemente em campanhas de marketing que exibem testemunhos de donos de pequenas e médias empresas, explicando o quão importante o TikTok tem sido para os seus negócios. Isso reforça a posição da empresa de não querer aceder a esta venda, assim como não quis no prazo inicial”, assinala o porta-voz da Junitec.

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Apoio à compra de veículos verdes abre hoje. E não exige compra antecipada

O novo aviso permite que o beneficiário tenha a candidatura aprovada antes de fazer a despesa, de forma a não ter de tomar o risco.

As candidaturas aos apoios a veículos sem emissões abrem esta segunda-feira. O Governo tem 13,5 milhões de euros para apoiar a compra destes veículos, e lança os incentivos com uma “inovação”: os consumidores já não têm de avançar com a compra sem saberem se irão ter direito a um incentivo. Primeiro, a candidatura é aprovada, e só depois é necessário apresentar fatura.

As candidaturas já podem ser apresentadas através de um formulário disponível no site do Fundo Ambiental, por um período de 45 dias corridos que começa a contar a partir de 31 de março, ou até que se esgote o número de incentivos na tipologia a que se candidata. No ato de candidatura não é necessário apresentar o comprovativo de aquisição do veículo.

Se a candidatura for aprovada, o beneficiário dispõe de um prazo de 90 dias para entregar os documentos exigidos, nomeadamente a fatura e recibo de compra do veículo, através do formulário disponível no site do Fundo Ambiental. “Dessa forma, o candidato pode saber, com antecedência, se terá direito ao apoio financeiro disponibilizado pelo Fundo Ambiental”, lê-se no comunicado onde o Ministério do Ambiente anunciou a abertura do aviso. São aceites despesas com data a partir de 1 de janeiro de 2025.

Veja abaixo as categorias abrangidas por estes incentivos e a dotação disponível para cada uma delas.

Uma das novidades do aviso é a subida do teto do preço máximo dos veículos ligeiros que dão direito a apoio: o “cheque” de 4.000 euros pode ser entregue para ajudar na compra de um veículo ligeiro de passageiros até 55.000 euros, desde que tenha cinco lugares.

No entanto, também foram acrescentadas condições, face a avisos anteriores: para se beneficiar do cheque é necessário apresentar um documento que comprove o abate de um veículo da mesma categoria com mais de 10 anos, tendo o abate ocorrido desde 2023.

O incentivo relativo a carregadores para veículos elétricos consiste na atribuição de 80% do valor de aquisição do carregador, até ao máximo de 800 euros, correspondendo um carregador a um lugar de estacionamento. A este pode acrescer 80% do valor da instalação elétrica associada ao carregador adquirido, até ao máximo de 1000 euros.

No que diz respeito às bicicletas, não são apenas as elétricas que podem usufruir dos apoios, mas também as convencionais ou de carga.

Por fim, é lançado também um aviso para veículos de mercadorias, que além de acesso a bicicletas de carga também dá direito a ajuda na aquisição de ligeiros de mercadorias 100% elétricos e novos, sem definir um teto para o valor despendido.

A aprovação de candidaturas ao incentivo é efetuada pelo Fundo Ambiental, através da atribuição do número sequencial de candidatura para a tipologia a que se destina, correspondente à ordem da data e hora de submissão da candidatura.

Há ainda referência no aviso a uma segunda fase de candidaturas, que ocorrerá consoante a procura verificada no primeiro aviso. Nessa segunda fase, que teria o dia 30 de novembro como limite para o pedido de pagamento, o Fundo Ambiental analisa o saldo disponível em cada uma das tipologias apoiadas e pode, em função disso, abrir o segundo aviso em função não só desse saldo como também da procura verificada no primeiro aviso.

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