O propósito das marcas e dos líderes, com Ricardo Costa

  • Conteúdo Patrocinado
  • 20 Novembro 2024

O CEO do Grupo Bernardo da Costa, acredita numa liderança humanizada, centrada nos colaboradores, no seu valor e no seu envolvimento.

Para assinalar os 10 anos em Portugal, a Keller Williams acaba de lançar “Leadership Bites”, um videocast sobre liderança, pessoas, empresas, empreendedorismo e inovação. Com ligação a todos os setores, o objetivo de cada episódio é descobrir e partilhar, através de testemunhos de alguns thought leaders nacionais, fórmulas e caminhos para o sucesso, em diferentes áreas da vida. A condução deste videocast, no ar todas as quartas-feiras, ficará a cargo de Marco Tairum, CEO da Keller Williams Portugal. Recebe, no episódio de estreia, o líder do Grupo Bernardo da Costa.

Nascido em Braga, em 1978, Ricardo Costa passou ao lado de uma carreira em Medicina. Trocou os corredores dos hospitais por Engenharia e Gestão Industrial e hoje é considerado um dos rostos nacionais na área dos negócios e dos recursos humanos. Para Ricardo Costa, a felicidade é o grande motor do lucro e da prosperidade nas empresas.

Ricardo Costa, CEO Grupo Bernardo da Costa, e Marco Tairum, CEO da Keller Williams Portugal

Para o CEO do Grupo Bernardo da Costa, vivemos uma revolução industrial profundamente ligada às pessoas. Acredita numa liderança humanizada, centrada nos colaboradores, no seu valor e no seu envolvimento. Uma liderança que cuida e que escuta, que aceita o erro como parte do percurso e que compreende o propósito de cada indivíduo dentro das organizações.

Repudia expressões como “retenção de talento”. Para Ricardo Costa, as organizações não são prisões e por isso o objetivo não pode ser reter, mas sim atrair e envolver. E se tem consciência de que o salário continua a ser um dos principais fatores de atração, considera crucial que este seja complementado com a atenção ao propósito, às perspetivas, à formação e à flexibilidade dos colaboradores.

O desfasamento da qualificação entre empresários e funcionários é, para Ricardo Costa, um dos grandes desafios da liderança atual. Para o CEO, é fundamental dotar os líderes de soft skills: liderar não se resume a gerir processos, implica, acima de tudo, orientar pessoas.

Considera que o trabalho pode e deve ser uma fonte de felicidade e que as empresas não são feitas de pessoas, mas sim as próprias pessoas, o maior ativo das organizações. Não existem empresas felizes sem que as pessoas o sejam, e é por isso essencial que se acompanhe atentamente o percurso de cada colaborador: escutá-lo, compreendê-lo e, sempre que necessário, ajustar o seu propósito e o seu papel na organização. Garantir que se tem “a pessoa certa na função certa, no momento certo”.

Assista ao episódio completo aqui:

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lusíadas abre novo espaço dedicado à saúde no desporto

  • ECO
  • 20 Novembro 2024

O Lusíadas Sport conta com 50 profissionais e 13 gabinetes e destina-se tanto a amadores como profissionais do desporto. O espaço abre esta quarta-feira perto do Hospital Lusíadas.

O grupo Lusíadas Saúde inaugura esta quarta-feira a Lusíadas Sport. O centro médico desportivo conta com 50 profissionais, três gabinetes de consulta e 11 para tratamentos.

“O lançamento da Lusíadas Sport representa um passo significativo na expansão da nossa oferta de serviços de excelência, ajustados às necessidades dos portugueses e ao perfil de cada cliente. Queremos não apenas acompanhar, mas também antecipar a procura por cuidados especializados na área da medicina desportiva, proporcionando um acompanhamento integral e de qualidade, acessível a todos, independentemente das suas capacidades ou nível de prática desportiva”, refere Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde, citado em comunicado divulgado aos jornalistas.

O centro localiza-se em Lisboa, nas imediações do Hospital Lusíadas e, segundo a empresa, fornece um acompanhamento a todas as fases da prática desportiva, desde a prevenção e recuperação de lesões até ao aumento e melhoria do rendimento desportivo. Além dos gabinetes de consulta e de tratamentos, esta instalação conta com uma área de reabilitação, um espaço dedicado ao fitness e uma sala para aulas de grupo.

A unidade de saúde disponibiliza também serviços como medicina desportiva, fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala, fisiologia do exercício, personal trainers, nutrição e psicologia, entre outros. De acordo com a empresa, este espaço é dedicado tanto a desportistas amadores como a atletas profissionais.

O centro é inspirado no conceito do Vivalto Sport, implementado em França pela Vivalto Santé, empresa de saúde privada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Madrid On Ice”: Riyadh Air Metropolitano transforma-se numa das maiores pistas de gelo da Europa

  • Servimedia
  • 20 Novembro 2024

Para além da patinagem no gelo, “Madrid On Ice” oferecerá uma experiência completa para toda a família, com workshops para crianças e adultos, espetáculos de luzes no gelo e outros divertimentos.

O estádio Riyadh Air Metropolitano acolherá este Natal o “Madrid On Ice”, uma das maiores pistas de gelo da Europa, com uma superfície de mais de 4.760 metros quadrados de gelo em torno do perímetro do relvado do estádio, com capacidade para mais de 1.500 patinadores em simultâneo e uma vasta gama de mais de 3.000 patins e equipamentos.

Os participantes poderão também desfrutar de bancas com produtos típicos da época, como chocolate com churros, castanhas assadas e rebuçados.

Esta iniciativa, que estará aberta ao público de 21 de dezembro a 5 de janeiro, está a preparar-se para ser um plano de Natal único em Madrid, convidando os visitantes a celebrar o Natal de uma forma especial e num ambiente espetacular.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 20 de novembro

  • ECO
  • 20 Novembro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 20 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Real Betis participa na COP29 para reafirmar o empenhamento do futebol espanhol na luta contra as alterações climáticas

  • Servimedia
  • 20 Novembro 2024

O Real Betis, em representação do futebol espanhol e da LALIGA, esteve presente na COP29, em Baku (Azerbaijão).

Inscreveu-se como um dos fundadores da Football Clubs Climate Alliance, uma iniciativa promovida pelo Qarabag e pela Associação Europeia de Clubes (ECA) com o apoio da Presidência da COP29 e da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Este projeto, que em Espanha conta também com o apoio do Atlético de Madrid, inclui outros clubes europeus, como o Liverpool e o Tottenham (Reino Unido); o Fenerbahçe e o Galatasaray (Turquia); a Udinese (Itália); o Porto (Portugal); o Flamengo (Brasil) e o Malmö (Suécia). De acordo com um comunicado do Real Betis, “ao assinarem a Declaração de Baku, estes clubes comprometem-se a sensibilizar para as questões climáticas e a promover a luta contra as alterações climáticas utilizando a influência do futebol. Além disso, mostram a sua disponibilidade para cooperar não só entre si, mas também com outras organizações relevantes, incluindo a iniciativa “Desporto para a Ação Climática”.

O clube verde e branco, representado pelo diretor da Fundação Real Betis Balompié e porta-voz da Forever Green, Rafael Muela, foi apoiado pelo Governo espanhol, bem como pelo Governo da Andaluzia, que, juntamente com o seu presidente Juan Manuel Moreno Bonilla, reuniu-se com empresários espanhóis radicados em Baku para “partilhar, no contexto andaluz, as perceções e propostas dos empresários e do governo regional para aproveitar ao máximo a transição para uma economia descarbonizada, do ponto de vista industrial, económico e social”, segundo o comunicado.

“Durante a Cimeira do Clima não assinámos apenas uma Declaração. Para nós e para todos os clubes que fazem parte dela, é um compromisso de ação e um apelo à ação. Temos de utilizar o poder do futebol para mobilizar todos os intervenientes na luta contra as alterações climáticas de uma forma coerente e para melhorar o nosso impacto no ambiente. Todos nós queremos mobilizar a sociedade, juntamente com os nossos adeptos e todos os nossos aliados, para conseguir uma verdadeira mudança”, afirmou Rafael Muela, diretor da Fundação Real Betis Balompié e porta-voz da Forever Green.

Durante a sua estadia na capital do Azerbaijão, Muela participou em várias mesas redondas sobre as alterações climáticas e o trabalho que a indústria do futebol, também em Espanha, está a desenvolver neste domínio. Nelas, destacou, entre outras questões, a plataforma empresarial Forever Green promovida pelo clube verde e branco, bem como as ações levadas a cabo pelo Betis em matéria de sustentabilidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon publica os seus “10 melhores” brinquedos para o Natal

  • Servimedia
  • 20 Novembro 2024

Uma lista que inclui as últimas tendências e que inclui desde propostas originais a clássicos de sempre, alguns inspirados no cinema e outros educativos para os mais pequenos.

A empresa disse em comunicado que inicia a contagem decrescente para o Natal preparando a sua Loja de Brinquedos com mais de dois milhões de produtos para todas as idades, gostos e orçamentos, e anunciando a sua lista dos ‘Top 10 Brinquedos’ para 2024. Selecionados por especialistas da Amazon e inspirados nas palavras-chave dos brinquedos mais procurados pelos clientes. A lista inclui estes brinquedos, que foram classificados pelos clientes com quatro estrelas ou mais, e inclui entrega rápida.

A seleção inclui as últimas tendências, desde ofertas originais como o “FungiPot” da Famosa e o “Urso Falante” da Simba até clássicos intemporais como a Nancy. Há também brinquedos inspirados no cinema, como a nave da Guerra das Estrelas e o mini-universo de poções do Harry Potter. E outros de marcas de topo como a Play-Doh e brinquedos educativos para os mais pequenos aprenderem enquanto brincam, como os da Zuru e da Educa, esta última com o selo de sustentabilidade Climate Pledge Friendly (CPF).

“A nossa lista dos 10 melhores brinquedos oferece opções para todas as idades, interesses e orçamentos, tornando mais fácil encontrar o presente perfeito para este Natal. Os clientes podem fazer as suas compras com a certeza de que a nossa lista oferece o melhor em termos de diversão e entretenimento, e brinquedos classificados com 4 estrelas ou mais”, afirmou Maria Baquedano Huertas, Diretora da Loja de Brinquedos da Amazon.co.uk.

Por ocasião do lançamento desta lista, a Amazon informou que os clientes podem poupar 10% na compra dos brinquedos do “Top 10” entre esta segunda-feira e as 23h59 de 24 de novembro. Além disso, os brinquedos comprados entre 1 de novembro e 6 de janeiro de 2025 podem ser devolvidos até 6 de fevereiro e, pela primeira vez, a Amazon está a ativar as ferramentas “Ver em 3D” e “Ver no seu quarto” para os brinquedos da lista.

A lista da Amazon inclui: Play-Doh Pizza Delivery Motorcycle, LEGO Star Wars Imperial Star Destroyer Starship, Simba’s ScreamerZ Bear with Sound, Famosa’s FungiPot Garden Keepers, Famosa’s Nancy Air Styler Doll, Hatchimals’ Mystery Hatch PUFFICORN Surprise Egg, Brinquedo interativo de aprendizagem Eggy Wawa Learn on The Farm da ZURU, Harry Potter Potions Class Mini Collectable da MGA’S MINIVERSE, jogo de tabuleiro Lince da Educa e brinquedo de construção em madeira Pista de Marbles da Hape. Estes e outros brinquedos podem ser consultados em http://www.amazon.es/toptentoys2024 e https://www.amazon.es/b?node=599385031.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quase metade dos cães e gatos em Espanha sofre de alguma patologia

  • Servimedia
  • 20 Novembro 2024

Condições ocasionais como diarreia ou vómitos representam a primeira razão para estes animais visitarem o veterinário, de acordo com o relatório U&A sobre Petfood da IPSOS Espanha (2021),

Todos os anos, mais de 40% dos cães e gatos do nosso país sofrem de alguma patologia, entre as quais se destacam os problemas gastrointestinais.

Neste contexto, os especialistas apontam para a importância de uma dieta adaptada a cada patologia. O excesso de peso e a obesidade são a segunda patologia mais frequente, com 63% dos gatos e 59% dos cães, de acordo com um inquérito realizado pela Associação para a Prevenção da Obesidade em Animais de Estimação.

Este estudo atribui o aumento de peso nos animais de companhia a fatores como a inatividade, a sobrealimentação ou o envelhecimento. De facto, no caso dos cães, 9 em cada 10 pessoas acreditam erradamente que o seu animal de estimação está com o peso correto, de acordo com o estudo da IPSOS.

Por esta razão, os especialistas indicam que o controlo preventivo e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações maiores. Recomendam que se consulte um veterinário para que este prescreva um tratamento que ajude na recuperação após o diagnóstico do problema de saúde, bem como uma dieta adequada.

ALIMENTAÇÃO

As dietas de prescrição veterinária têm um papel muito importante na gestão do tratamento e no controlo dos sintomas, uma vez que são especificamente formuladas para responder às necessidades nutricionais específicas de cada patologia. Podem ter uma utilização pontual ou fazer parte de um tratamento a longo prazo, como no caso das alergias ou intolerâncias alimentares.

Uma alimentação incorreta ou deficiente pode agravar os sintomas de certas patologias, como as doenças hepáticas, digestivas ou cardíacas, segundo o Manual Veterinário da empresa biomédica MSD. Atualmente, cerca de 35% dos gatos e 41% dos cães não consomem dietas prescritas pelo veterinário como parte do tratamento de uma patologia, de acordo com o relatório U&A sobre Petfood da IPSOS Espanha. Muitos donos de animais de estimação não sabem que existem alimentos especificamente formulados para o tratamento de patologias ou não conhecem os seus benefícios e o seu papel fundamental em alguns problemas crónicos.

Por outro lado, algumas pessoas subestimam a gravidade da condição do seu animal de estimação ou não têm um diagnóstico claro, o que pode levá-las a não optar por dietas prescritas por veterinários. De facto, o relatório IPSOS Spain U&A Petfood indica que 25% dos donos de animais não consideram necessário dar uma dieta específica ao seu cão ou gato com uma patologia.

A este respeito, estudos do Ohio State University Veterinary Medical Center e do Canadian Veterinary Journal explicam que factores como a falta de conhecimentos sobre “como selecionar objetivamente o melhor alimento ou avaliar os resultados da investigação nutricional”, podem “levar os donos a alimentar os seus animais de estimação com uma dieta que não é nutricionalmente adequada, segura ou apropriada para a fase de vida ou condições médicas do seu animal”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Os cinco desafios do futuro gestor da dívida pública portuguesa

Pedro Cabeços assume presidência do IGCP em 2025 e tem pela frente o desafio de cumprir a meta de redução da dívida pública até 83% do PIB e expandir a rede de venda de Certificados de Aforro.

O próximo presidente do IGCP, a agência de gestão da dívida pública, vai ser Pedro Cabeços, um homem dos mercados que trabalho, até recentemente, no Royal Bank of Scotland, sucedendo na liderança a Miguel Martín, que assumiu a presidência em 2022, o IGCP contribuiu de forma decisiva para cumprir o objetivo político de redução do rácio da dívida pública face ao PIB, que em 2023 ficou abaixo dos 100% do PIB pela primeira vez desde 2009. Agora, com a nomeação de Pedro Cabeços para iniciar funções a partir do início do próximo ano, como o ECO noticiou em primeira mão, abre-se um novo capítulo na gestão da dívida pública portuguesa.

O novo gestor da dívida pública nacional, que conta com uma vasta experiência em mercados financeiros internacionais, incluindo passagens pelo Morgan Stanley e Royal Bank of Scotland, enfrenta, desde logo, o desafio de dar continuidade à trajetória positiva da dívida pública nos últimos anos.

Depois, cabe-lhe a tarefa de colocar em prática a estratégia delineada no “Plano de Atividades e Orçamento 2025-2027” do IGCP para os próximos três anos e trabalhar com o Governo para atingir o plano ambicioso traçado pelo Executivo para os próximos anos em matéria de dívida pública que, conforme revelado no Relatório do Orçamento do Estado para 2025 e também no “Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo 2025-2028”, pretende reduzir o rácio da dívida de 95,9% do PIB no final deste ano para 87,2% do PIB em 2027 e para 83,2% em 2028.

Neste contexto, Pedro Cabeços enfrentará cinco grandes desafios nos próximos três anos à frente do IGCP:

1) Redução sustentada do rácio da dívida pública

O primeiro e talvez mais premente desafio para o novo presidente do IGCP será garantir uma gestão eficiente da dívida pública que contribua para o cumprimento do objetivo delineado pelo Governo de reduzir de forma “sustentada e gradual” o rácio da dívida relativamente ao PIB até 2028.

O Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo 2025-2028 estabelece uma meta ambiciosa: reduzir a dívida pública de 95,9% do PIB em 2024 para 83,2% em 2028, uma diminuição de 12,7 pontos percentuais em apenas quatro anos.

Para atingir este objetivo, Pedro Cabeços e a sua equipa terão de implementar uma estratégia de gestão da dívida que equilibre cuidadosamente vários fatores:

  • Emissão de nova dívida: será crucial planear as emissões para aproveitar as melhores condições de mercado, minimizando os custos de financiamento.
  • Gestão do perfil de maturidades: alongar a maturidade média da dívida pode ajudar a reduzir o risco de refinanciamento, mas também pode implicar custos mais elevados no curto prazo.
  • Aproveitamento de oportunidades de recompra: identificar e executar operações de recompra de dívida quando as condições de mercado forem favoráveis.
  • Coordenação com a política orçamental: trabalhar em estreita colaboração com o Ministério das Finanças para assegurar que a gestão da dívida está alinhada com os objetivos orçamentais globais.

Esta tarefa será particularmente desafiante num contexto de incerteza económica global e de volatilidade nos mercados financeiros, provocada por um ambiente de elevada tensão geopolítica na Europa e no Médio Oriente.

2) Diversificação da base de investidores num cenário de menor intervenção do BCE

O segundo grande desafio para Pedro Cabeços será alargar e diversificar a base de compradores de obrigações do Tesouro português. Este objetivo ganha especial relevância num momento em que o Banco Central Europeu (BCE) está a reduzir a sua presença no mercado de dívida soberana.

Com o fim dos programas de compra de ativos e a gradual redução do reinvestimento das obrigações que atingem a maturidade, o IGCP terá de encontrar novos investidores para absorver a oferta de dívida portuguesa. Esta tarefa implica:

  • Intensificar as ações de promoção junto de investidores institucionais de diferentes geografias, com especial foco em mercados emergentes e na Ásia, que arrancou recentemente com um roadshow do IGCP ao continente asiático com esse propósito.
  • Reforçar as relações com os agentes primários de dívida pública (Primary Dealers), incentivando-os a uma participação mais ativa na colocação da dívida portuguesa, ao mesmo tempo que mantém uma comunicação clara e transparente com as agências de rating, visando potenciais melhorias na notação de crédito da República Portuguesa.
  • Explorar novos instrumentos de dívida, como o Multi-currency Euro-Commercial Paper Programme e o Euro Medium Term Note Programme, para atrair diferentes perfis de investidores; e otimizar o recurso ao financiamento multilateral, nomeadamente para projetos de investimento apoiados por programas da União Europeia.

A capacidade de Pedro Cabeços em implementar esta estratégia de diversificação será crucial para garantir uma procura estável e diversificada pela dívida portuguesa, reduzindo a dependência de um número limitado de investidores e mitigando riscos de mercado.

3) Expansão dos canais de distribuição dos Certificados de Aforro

O terceiro desafio significativo para o novo presidente do IGCP e a sua equipa passará pela promoção de uma maior concorrência na comercialização dos Certificados de Aforro, alargando a sua venda a mais instituições financeiras além do Banco Big, que iniciou a distribuição destes produtos em março de 2024 após uma revisão do regulamento destes títulos de dívida da República destinados ao retalho.

Esta expansão dos canais de distribuição dos Certificados de Aforro é fundamental por várias razões:

  • Aumento da acessibilidade: permitir que mais portugueses tenham acesso fácil a estes produtos de poupança, contribuindo para o aumento da taxa de poupança nacional.
  • Fomento da concorrência: uma maior diversidade de distribuidores pode levar a uma melhoria nos serviços prestados e potencialmente a custos mais baixos para o Estado na sua comercialização.
  • Potencial aumento da captação: uma rede de distribuição mais ampla pode gerar um aumento do volume de subscrições, fornecendo uma fonte de financiamento estável para o Estado.

Para concretizar este objetivo, Pedro Cabeços terá de negociar acordos com novas instituições financeiras interessadas em distribuir Certificados de Aforro e, não menos importante, assegurar que os sistemas informáticos do IGCP, que segundo Miguel Martín “são obsoletos”, estão preparados para integrar novos distribuidores de forma eficiente e segura.

Além disso, será necessário desenvolver programas de formação para os novos parceiros e implementar mecanismos de controlo e supervisão adequados para monitorizar a atividade dos novos distribuidores.

4) Implementação do plano de transformação digital do IGCP

Nas mãos do futuro presidente do IGCP estará também a concretização do ambicioso plano de transformação digital do IGCP, aprovado em Conselho de Ministros e publicado em Diário da República a 14 de outubro, com um investimento de 22,3 milhões de euros.

Este projeto de modernização tecnológica é essencial para melhorar a eficiência operacional da agência e a qualidade dos serviços prestados. Os principais aspetos deste plano incluem:

  • Modernização dos sistemas de informação: substituição de sistemas obsoletos por soluções mais modernas e flexíveis, capazes de suportar as necessidades atuais e futuras da gestão da dívida pública e a automatização de processos por via da implementação de fluxos de trabalho digitais e sistemas de business intelligence para agilizar operações e melhorar a tomada de decisão.
  • Reforço da cibersegurança: implementação de mais e melhores medidas de segurança da informação para proteger dados sensíveis e garantir a integridade das operações, para que situações como a que levaram à suspensão do AforroNet em setembro e outras não voltem a suceder.

A implementação bem-sucedida deste plano de transformação digital exigirá de Pedro Cabeços e da sua equipa uma gestão cuidadosa do projeto, garantindo que os prazos e orçamentos são cumpridos e uma visão estratégica clara sobre como a tecnologia pode ser utilizada para melhorar a gestão da dívida pública e o serviço aos aforradores.

5) Adaptação a um ambiente de mercado em mudança

O último grande desafio para Pedro Cabeços para os próximos três anos passará pela sua capacidade de conseguir gerir a dívida pública com vista a minimizar os encargos da dívida numa perspetiva de longo prazo, num ambiente de mercado repleto de desafios.

Entre esses obstáculos destaca-se desde logo a incerteza geopolítica criada pelas tensões internacionais e conflitos regionais, particularmente na Europa e no Médio Oriente, que podem afetar a perceção de risco dos investidores. Mas não só.

  • Evolução regulatória: novas regras e regulamentos, tanto a nível nacional como europeu, podem impactar as estratégias de gestão da dívida.
  • Mudanças nas preferências dos investidores: crescente foco em critérios ESG (Environmental, Social and Governance) na tomada de decisões de investimento.
  • Inovação financeira: surgimento de novos instrumentos financeiros e tecnologias que podem alterar a dinâmica dos mercados de dívida.

Para enfrentar este desafio, Pedro Cabeços terá de manter uma monitorização constante dos mercados e adaptar rapidamente as estratégias de emissão e gestão da dívida, desenvolver cenários e planos de contingência para diferentes condições de mercado.

Caberá também à sua equipa explorar a possibilidade de emissão de novos tipos de instrumentos de dívida, como obrigações verdes ou obrigações sustentáveis para atender às mudanças nas preferências dos investidores.

Pedro Cabeços enfrenta assim um conjunto de desafios significativos ao assumir a presidência do IGCP. A redução sustentada do rácio da dívida pública, a diversificação da base de investidores, a expansão dos canais de distribuição dos Certificados de Aforro, a implementação do plano de transformação digital e a adaptação a um ambiente de mercado em constante mudança são tarefas que exigirão uma gestão estratégica e cuidadosa.

O sucesso na superação destes desafios será crucial não apenas para o IGCP, mas para a saúde das finanças públicas de Portugal a longo prazo. A capacidade de Pedro Cabeços e da sua equipa em navegar por este cenário complexo, aproveitando a sua experiência em mercados financeiros internacionais, será determinante para manter a trajetória positiva da gestão da dívida pública e para atingir as metas ambiciosas estabelecidas pelo Governo para os próximos anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer acelerar nomeação da nova administração do Banco de Fomento

O Executivo não renovou o mandato de Ana Carvalho na liderança do BPF. CEO já informou a tutela que quer sair em dezembro e não está disponível para ficar até à entrada de Gonçalo Regalado.

Os acionistas do Banco de Fomento querem acelerar a nomeação da nova administração, para assegurar que estará em funções no início de 2025, já que a atual presidente executiva quer sair no final deste ano. No entanto, o processo de tomada de posse do novo CEO, Gonçalo Regalado, está dependente do Banco de Portugal.

“Os acionistas do Banco Português de Fomento estão a diligenciar no sentido de assegurar que um novo conselho de administração esteja em funções com a maior brevidade possível”, disse ao ECO fonte oficial do banco, quando questionada sobre a indisponibilidade de Ana Carvalho em continuar à frente da instituição depois de terminado o mandato. Os acionistas do banco são a DGTF (41,285% do capital), o IAPMEI (47,015%), o Turismo de Portugal (7,93%) e a Aicep (3,77%), entidades tuteladas pelas Finanças e pela Economia.

A opção do Executivo de Luís Montenegro foi afastar Ana Carvalho da liderança do banco ao não renovar o mandato da dirigente. Recorde-se que o anterior ministro da Economia, António Costa Silva também afastou Beatriz Freitas da instituição, reforçando a cúpula do banco com Ana Carvalho e Celeste Hagatong (que saiu este verão por questões de saúde). O objetivo era refundar o banco.

Mas as críticas dos empresários e dos bancos persistiram, apesar da mudança, o que levou o novo Governo a adotar a mesma estratégia. A escolha, tal como o ECO avançou, recaiu sobre Carlos Leiria Pinto, para chairman, e Gonçalo Regalado, para presidente executivo. Ambos, juntamente com a equipa entretanto escolhida, têm de passar agora por um processo de fit and proper do Banco de Portugal.

O Ministério da Economia revelou a semana passada que o processo de fit and proper já foi desencadeado junto do Banco de Portugal. Um processo no qual o Banco de Portugal avalia os candidatos, mas só depois da luz verde do regulador é possível assumirem funções, algo que pode durar três a quatro meses.

De acordo com o Ministério da Economia, a nova administração vai crescer. A comissão executiva passará a ter seis membros e o conselho de administração 12. Na prática é mais um elemento em cada um dos órgãos. O objetivo é dar maior robustez ao banco e cumprir as boas práticas defendidas pelo regulador.

Com a recusa de Ana Carvalho em continuar a desempenhar o cargo para além do mandato, a assembleia-geral, na qual as contas de 2024 têm de ser aprovadas, será realizada já sem a responsável.

“Em conformidade com os prazos legais, as contas consolidadas devem ser aprovadas até ao final de maio de 2025, sendo que as assembleias-gerais devem ser convocadas com, pelo menos, 30 dias de antecedência”, explicou ao ECO fonte oficial da instituição. “O Banco Português de Fomento está já a trabalhar, em conjunto com o seu auditor, para assegurar o cumprimento dos prazos estabelecidos”, acrescentou a mesma fonte.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 20 Novembro 2024

O INE vai divulgar a Síntese Económica de Conjuntura e o Eurostat os dados da produção na construção. Começa a conferência anual sobre estabilidade financeira e política macroprudencial do BCE.

Esta quarta-feira, o INE vai divulgar a Síntese Económica de Conjuntura e o Índice de Preços na Produção Industrial, ambos referentes a outubro. Já o Eurostat vai revelar os dados da produção na construção referentes a setembro. Em Frankfurt, vai começar a sexta conferência anual sobre estabilidade financeira e política macroprudencial organizada pelo BCE. A marcar do dia está ainda os dados do Banco de Portugal sobre as emissões de títulos de dívida e a reunião da ministra do Trabalho com a Concertação Social.

Como evolui a atividade económica?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta quarta-feira a Síntese Económica de Conjuntura referente a outubro. A atividade económica diminuiu em agosto face ao mês anterior, mas o indicador de clima económico aumentou em setembro face a agosto, tendo atingido o máximo desde abril de 2023. O INE vai ainda apresentar o Índice de Preços na Produção Industrial referentes a outubro. Em setembro, os preços da produção industrial cresceram 0,9% face ao mesmo mês do ano passado.

Eurostat revela produção na construção

O Eurostat vai revelar esta quarta-feira os dados da produção na construção referentes a setembro. Em agosto, a produção na construção baixou 2,5% na Zona Euro e 2,4% na União Europeia, em termos homólogos, mas Portugal teve a terceira maior subida entre os 27 Estados-membros. Na comparação com julho, o indicador subiu 0,1% nos países da moeda única e 0,4% no bloco comunitário. A Eslovénia (-17,1%), Eslováquia (-10,9%) e Hungria (-6%) apresentaram os maiores recuos homólogos, enquanto a Bulgária (5,5%), os Países Baixos (2,5%) e Portugal (2%) tiveram as maiores subidas.

Conferência sobre estabilidade financeira e política do BCE

Começa esta quarta-feira, em Frankfurt, a sexta conferência anual sobre estabilidade financeira e política macroprudencial organizada pelo Banco Central Europeu (BCE). O encontro reúne académicos, banqueiros centrais e participantes no mercado para apresentar e discutir novos estudos sobre estabilidade financeira e temas macrofinanceiros de particular interesse para os bancos centrais. A abertura contará com o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.

Banco de Portugal divulga dados dos títulos de dívida

O Banco de Portugal vai divulgar os dados das emissões de títulos de dívida pública referentes a outubro. Em setembro, os títulos de dívida pública valorizaram-se 2,1 mil milhões de euros. Já as emissões líquidas de títulos de dívida ESG totalizaram 1,0 mil milhões de euros. A maturidade residual média dos Bilhetes e Obrigações do Tesouro português continuou a aumentar, situando-se em 7,8 anos em setembro de 2024.

Ministra do Trabalho reúne com Concertação Social

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, vai presidir os trabalhos da reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social, pelas 15h00. Entre os assuntos em discussão está o acordo tripartido de Valorização Salarial e Crescimento Económico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SNS, águas subterrâneas ou proteína vegetal. Estudos e grupos de trabalhos também são aposta para o OE

Tornou-se tradição do processo orçamental e volta a repetir-se este ano. Águas subterrâneas, património artístico-cultural ou limiar da pobreza menstrual são alguns dos temas do estudos propostos.

Estratégia Nacional para a Proteína Vegetal, grupo de trabalho sobre o centro de contacto do SNS, relatório sobre o estado das águas subterrâneas em Portugal ou grupo de trabalho para a salvaguarda do património artístico-cultural. Estes são alguns dos objetivos que os partidos querem alcançar nas votações da especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que arrancam esta sexta-feira e se estendem até à próxima quinta-feira, mostrando que nem só de propostas que mexem com o teto da despesa vive esta fase.

Os pedidos de estudos, relatórios e a constituição de grupos de trabalho tornaram-se já uma tradição no processo orçamental e este ano não é exceção. O PAN e o Livre, à semelhança de anos anteriores, lideram o número de propostas que extravasam a matéria orçamental.

Entre as diversas propostas entregues pela deputada única Inês Sousa Real incluem-se a criação de uma “Estratégia Nacional para a Proteína Vegetal“, um “estudo nacional sobre os custos de aquisição de materiais e ferramentas de caráter obrigatório e necessário para a conclusão de um ciclo de estudos no Ensino Superior” e um “estudo que proceda à definição de um limiar nacional de pobreza menstrual e de uma taxa anual de risco de pobreza menstrual, bem como dos termos da sua divulgação anual”.

Propõe também que “até ao final do primeiro semestre de 2025, o Governo entrega à Assembleia da República e divulga publicamente um relatório que identifique, de forma desagregada, todas as medidas que pretende adotar no em matéria de política climática“.

O PAN quer ainda, entre outras medidas extraorçamentais, ver vertido na lei do Orçamento que, durante o ano de 2025, “o Governo, em articulação com a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, leva a cabo as diligências necessárias à elaboração de um guia de proteção contra o assédio, que indique às vítimas de assédio nas suas diversas modalidades os direitos de que dispõem, a tramitação a seguirem em caso de assédio e os mecanismos de apoio disponíveis”, assim como um “estudo sobre a situação profissional dos enfermeiros em início de carreira“.

Pelo Livre chega, entre outras, a proposta de criação, em 2025, de um grupo de trabalho multidisciplinar e especializado para avaliar o funcionamento e a estrutura que assegura o funcionamento do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de um grupo de trabalho para a promoção de práticas de arquivo das artes performativas e a criação de um Conselho Nacional para o Bem-estar e Proteção Animal (CNBPA), um órgão consultivo independente.

Entre os vários objetivos do Livre para a especialidade do OE2025 incluem-se ainda que “o Governo retoma a Estratégia Nacional para os Animais Errantes, elaborada pelo Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas” ou a criação do Instituto de Língua e Cultura Mirandesa.

A contribuir para o número de propostas de matéria extraorçamental estão ainda propostas como as do Chega para “criação de um grupo de trabalho para a salvaguarda do património artístico-cultural” e para “criação de grupo de trabalho com o objetivo de estudar e propor soluções para as questões pendentes relativas aos cidadãos portugueses residentes nos antigos territórios” ou do Bloco de Esquerda para que, até ao final do primeiro trimestre de 2025, o Governo proceda “à atualização do relatório «Olhar para o futuro para guiar a ação presente – Uma estratégia plurianual de requalificação e modernização do sistema de execução de penas e medidas tutelares»”.

O PCP, por exemplo, propõe, que, até ao fim de 2025, o Governo crie “a Carta Desportiva Nacional, em articulação com as autarquias, considerando o previsto na Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto”.

ParlamentoLusa

A estas juntam-se as propostas do PSD/CDS para que, até ao final de 2025, o Governo elabore “um relatório do estado das águas subterrâneas em Portugal, sistematizando a informação referente aos vários sistemas de aquífero, bem como a evolução quantitativa e qualitativa ao longo da última década, quando possível desagregando a informação por região (NUTSII)” e de, criação de um grupo de trabalho que analise, até ao final do primeiro semestre de 2025, os encargos em cada tipologia de cuidados continuados, no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados”.

Além da elaboração de estudos, são também diversas as propostas que preveem que o Governo “estude” determina matéria. Entre estas inclui-se que, “durante o ano de 2025, o Governo, em articulação com as autoridades de transportes de cada área metropolitana e comunidade intermunicipal, estuda a viabilidade de criação de um passe nacional multimodal” (PAN), ou que o Governo “estuda a criação de um crédito fiscal, a atribuir a todos os aderentes ao Programa 3C – Casa, Conforto e Clima, de até 10% do valor referente à sua participação no Programa despendido por projeto” (Livre).

Os dois partidos que suportam o Governo, o PSD e CDS, por exemplo, querem que fique inscrito no OE2025 que o Governo “avalia o desenvolvimento de incentivos à criação de salas de creche, por empresas, para apoio a descendentes de trabalhadores, membros dos órgãos sociais, e restantes trabalhadores” e “estuda a extensão das medidas de ação social escolar aos alunos que frequentam o ensino particular e cooperativo“.

O número de propostas que entram para a especialidade com matérias fora do âmbito do Orçamento aumentou nos últimos anos. Muitas vezes serviu como moeda de troca entre o Governo de António Costa e os partidos mais pequenos, como o PAN e o Livre. Exemplos disso são a aprovação, em 2023, de um grupo de trabalho para a execução do Plano de Ação Nacional para a Gestão e Conservação de Tubarões e Raias (PAN) ou um estudo de diagnóstico e avaliação do transporte escolar e da “mobilidade flexível, polivalente e ecológica” (Livre) e, em 2024, de criação de uma unidade orgânica para estudo da língua mirandês (Livre) ou um estudo sobre a presença do gato bravo em Portugal e o seu estado de conservação (PAN).

De acordo com um levantamento feito pela Lusa no ano passado, relativamente ao Orçamento do Estado para 2023, a maioria dos estudos, grupos de trabalho e avaliações, propostos por partidos da oposição e aprovados continuava no papel aquando da entrega do OE2024.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer tornar permanente aumento salarial na mobilidade da Função Pública após três anos

Um funcionário público que mude de categoria, sem concurso, pode ganhar mais, mas regride para o ordenado inicial, quando se torna efetivo no novo cargo. Executivo quer corrigir a situação no OE2025.

O Governo quer garantir que o aumento salarial de um funcionário público que passa para outra categoria em situação de mobilidade, sem concurso público, se torna permanente ao fim de três anos, quando há a consolidação na nova posição. O objetivo é evitar que o trabalhador regrida para o ordenado de origem, que é inferior, segundo os esclarecimentos prestados ao ECO pela especialista em Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, Ana Rodrigues de Almeida, sócia contratada da Abreu Advogados, com base na proposta que o Executivo entregou esta terça-feira aos sindicatos. O projeto de diploma visa clarificar o pedido de autorização legislativa que foi inscrito no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Entretanto, a informação foi confirmada ao ECO pelo Ministério das Finanças.

“O trabalhador em mobilidade na categoria, em órgão ou serviço diferente ou cuja situação jurídico-funcional de origem seja a de colocado em situação de requalificação, pode ser remunerado pela posição remuneratória imediatamente seguinte àquela em que se encontre posicionado na categoria ou, em caso de inexistência desta, pelo nível remuneratório que suceda ao correspondente à sua posição na tabela remuneratória única”, de acordo com a lei atual e que a proposta do Executivo mantém. “E nunca pode ficar a ganhar menos”, acrescenta Ana Rodrigues de Almeida.

Contudo, no momento da consolidação na nova categoria, isto, é quando o trabalhador fica efetivo na nova posição, volta ao “posicionamento remuneratório detido na situação jurídico-funcional de origem”, de acordo com o está estabelecido no número 5 do artigo 99.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Pública.

A nova redação dada a este ponto pela proposta do Governo garante que “o posicionamento remuneratório detido durante a mobilidade […] só se consolida após um período de exercício efetivo de funções com a duração de 36 meses”. Assim, o trabalhador mantém o novo ordenado, mais alto, se ficar no cargo durante pelo menos três anos, clarifica a jurista.

"O posicionamento remuneratório detido durante a mobilidade […] só se consolida após um período de exercício efetivo de funções com a duração de 36 meses.”

Proposta do Governo

A legislação atual define que a consolidação acontece quando “a mobilidade tenha tido, pelo menos, a duração de seis meses ou a duração do período experimental exigido para a categoria, caso este seja superior”, que pode ir até 240 dias ou oito meses. “O trabalhador que foi em mobilidade para uma posição nova passou a ganhar mais, mas só temporariamente, porque, quando o funcionário se consolida na nova categoria, volta ao salário de origem, ficando com um vencimento inferior face aos seus pares que exercem as mesmas funções”, detalha Ana Rodrigues de Almeida. De salientar, contudo, que este trabalhador pode não ficar efetivo ao fim de seis meses ou oito meses, mantendo-se em mobilidade durante anos. E, enquanto esta situação se mantiver, continua a ganhar pela posição remuneratória mais elevada, ou seja, não regride para o ordenado anterior.

Com a mudança à lei, “o Governo vem corrigir um tratamento desigual, porque deixa de haver trabalhadores com responsabilidades e cargos iguais e com vencimentos diferentes”, colocando como requisito a manutenção em mobilidade durante 36 meses ou três anos, salienta a especialista.

Além disso, passa a “regular algo que já acontecia na prática, que é o prolongamento dos trabalhadores em mobilidade por vários anos, quando a lei determina que, no máximo devem estar dois anos nessa situação”. Com a agravante de que estes trabalhadores podem deixar de beneficiar do aumento salarial que lhes foi atribuído, se consolidarem na nova categoria. A alteração proposta pelo Executivo de Luís Montenegro garante assim a manutenção da nova posição remuneratória, desde que o funcionário permaneça na categoria três anos.

A advogada alerta que “este regime deveria ser usado de forma muito limitada e excecional para colmatar necessidades urgentes de trabalhadores”. Mas, nos últimos anos, “os vários Governos têm recorrido com demasiada frequência a este instrumento”, assinala Ana Rodrigues de Almeida.

Uso abusivo do regime arrisca ser inconstitucional

A própria lei estabelece que “a mobilidade tem a duração máxima de 18 meses”, podendo ser prorrogada pelo “período máximo de seis meses quando esteja a decorrer procedimento concursal que vise o recrutamento de trabalhador para o posto de trabalho preenchido com a mobilidade”. “A colocação de trabalhadores pelo regime de mobilidade, sem abertura de procedimento concursal deveria servir apenas para satisfazer faltas emergentes de recursos humanos, enquanto decorre o concurso público, mas o que tem acontecido é que esses trabalhadores permanecem em mobilidade anos, porque os vários Orçamentos do Estado têm colocado uma norma que prorroga a vigência das mobilidades“, assinada.

O artigo 20.º da proposta orçamental para o próximo ano estabelece que “as situações de mobilidade existentes à data da entrada em vigor da presente lei cujo limite de duração máxima ocorra durante o ano de 2025 podem, por acordo entre as partes, ser excecionalmente prorrogadas até 31 de dezembro de 2025”.

"Todos os cidadãos têm o direito de acesso à função pública, em condições de igualdade e liberdade, em regra por via de concurso.”

Constituição da República Portuguesa

Esta situação até “levanta dúvidas constitucionais, uma vez que o recrutamento de funcionários para a Administração Pública deve ser feito por concurso público e não por escolha de um dirigente”, sinaliza a jurista. A Constituição da República Portuguesa determina, no artigo 47.º, que todos os cidadãos têm o direito de acesso à função pública, em condições de igualdade e liberdade, em regra por via de concurso“.

“O facto de o Governo abrir agora a porta a que um funcionário público possa beneficiar de um aumento salarial que se torna permanente ao fim de três anos por via da mobilidade e sem concurso público agrava o risco de inconstitucionalidade da forma como está a ser usado o regime”, avisa Rodrigues de Almeida.

A jurista considera ainda que “esta é uma forma de colmatar falhas quando os concursos ficam desertos, designadamente no caso dos informáticos ou dos juristas, mas também de não abrir concursos públicos”.

Funcionários em mobilidade já são 11% do total

Os dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) mostram que pelo menos desde 2019 a entrada de trabalhadores através do regime de “mobilidade e outras situações” tem estado sempre a aumentar. Há cinco anos, 52.818 entraram por aquela via, num universo de quase 700 mil funcionários, o que corresponde a 7% do total. No ano passado, o número já ia nos 68.241, o que representa 9% do emprego público, que se fixou em pouco mais de 756 mil trabalhadores. As estatísticas mais recentes indicam que, até setembro deste ano, 83.359 funcionários deram entrada na Administração Pública por via da mobilidade, o que significa 11% do universo de 746,5 mil empregados do Estado.

De salientar que a DGAEP junta os números dos trabalhadores que entram em mobilidade, sem concurso públicos, e “outras situações” que inclui também “recrutamento interno, cedência, regresso de licença sem remuneração ou de período experimental, comissão de serviço (início ou regresso)”, de acordo com o mesmo instituto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.