Nevoeiro e sistema inoperacional voltam a cancelar voos no Aeroporto do Porto

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Entre as 6h10 e as 12 horas desta sexta-feira, foram cancelados quase duas dezenas de voos no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

O nevoeiro aliado à inoperacionalidade temporária do sistema de aterragem por instrumentos (ILS), devido às obras em curso no Aeroporto do Porto, levaram a atrasos e ao cancelamento de vários voos nesta sexta-feira, situação que se repete.

Segundo a página na Internet da ANA – Aeroportos de Portugal, entre as 06:10 e as 12 horas foram cancelados quase duas dezenas de voos, entre aterragens e descolagens, assim como se registam atrasos em diversos voos. Quatro voos tiveram que divergir para outros aeroportos.

A mesma situação já se tinha verificado na segunda-feira, 26 de maio, dia em que a NAV Portugal adiantou à agência Lusa que o nevoeiro que se fez sentir nessa manhã na zona do Porto “teve algum impacto nas operações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com registo de divergências nas primeiras duas horas de operação”.

“Importa sublinhar que o sistema de aterragem por instrumentos do Aeroporto do Porto se encontra temporariamente fora de serviço de forma programada devido às obras em curso naquela infraestrutura”, indicou então a empresa responsável pela gestão do tráfego aéreo.

Na segunda-feira, a NAV explicou que “a conjugação entre a indisponibilidade temporária do ILS e as condições de visibilidade reduzida explica as restrições verificadas” naquele dia, o que se voltou a verificar.

A NAV disse ainda que a situação no Aeroporto do Porto “foi comunicada atempadamente a todos os operadores aéreos e enquadra-se no planeamento habitual para este tipo de intervenções”.

As obras estão previstas decorrerem até fevereiro de 2026.

À semelhança do que aconteceu na segunda-feira, a Lusa questionou, nesta sexta-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal sobre quantos voos é que foram afetados e quando é que o ILS estará novamente operacional, mas, até ao momento, a gestora aeroportuária não respondeu.

Em 27 de maio de 2024, a ANA anunciou que o reforço da pista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, distrito do Porto, teria início em 31 de julho desse ano, acrescentando que a empreitada demoraria 19 meses e teria um investimento de 50 milhões de euros.

A ANA explicou que as obras visavam “reforçar as condições operacionais do aeroporto, sendo esta a maior intervenção realizada na pista desta infraestrutura”.

A intervenção na pista e áreas adjacentes inclui a repavimentação completa da camada de desgaste da pista 17-35, intervenções de reforço estrutural da pista, ajustamento da geometria da faixa da pista (strip), e na linha de aproximação (sinalização luminosa) das pistas 17 e 35, bem como a substituição dos sistemas de luzes da pista por LED.

A obra prevê ainda renovação integral do sistema de drenagem da pista e a instalação de infraestruturas civis para a implementação de equipamentos de navegação (ILS categoria II) na pista 35, que vão permitir operações em baixa visibilidade.

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“A Europa está claramente numa fase de excesso de regulação”, aponta economista Luís Cabral

O economista Luís Cabral aponta à complexidade da regulação europeia como um dos fatores que contribuiu para que a Europa tenha ficado "atrás na revolução digital" e estar "muito atrás" na inovação.

Na Europa, a teia da regulação está a apertar tanto que já sufoca a inovação e afasta investidores. O alerta foi lançado esta sexta-feira, em Lisboa, por Luís Cabral, professor de economia na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque, perante uma plateia atenta na conferência anual da CMVM, na Fundação Gulbenkian.

Num momento em que o Velho Continente procura recuperar o atraso face aos EUA e à China na corrida tecnológica, Luís Cabral colocou o dedo na ferida, referindo que “a Europa está claramente numa fase de excesso de regulação”.

As palavras do economista ecoaram numa plateia repleta de reguladores e decisores dos mercados financeiros, numa altura em que o debate sobre o papel da regulação na competitividade europeia ganha novo fôlego. A conferência, subordinada ao tema “Uma Nova Ambição para os Mercados de Capitais”, serviu de palco para Luís Cabral desenvolver uma análise provocadora sobre o estado da regulação nos dois lados do Atlântico.

A grande depressão dos anos 1930 teria acontecido se houvesse boa regulação? É difícil de fazer essa suposição, mas felizmente hoje temos mecanismos de regulação que permitem que não aconteçam com a escala da grande depressão de 1929.

Luís Cabral

Professor Paganelli-Bull de Economia e Negócios Internacionais na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque

O professor, que é também diretor do departamento de economia da prestigiada escola de negócios nova-iorquina desde 2015, não poupou críticas ao modelo europeu atual, embora tenha defendido uma visão com maior nuance do papel da regulação na economia.

Luís Cabral estruturou a sua intervenção em torno do conceito de que a regulação deve ser vista à imagem do filme “O Bom, o Mau e o Vilão”, exemplificando com casos históricos e contemporâneos para demonstrar as diferentes faces da intervenção regulatória. “A grande depressão dos anos 1930 teria acontecido se houvesse boa regulação? É difícil de fazer essa suposição, mas felizmente hoje temos mecanismos de regulação que permitem que não aconteçam com a escala da grande depressão de 1929“, argumentou.

O economista destacou também o exemplo da Securities and Exchange Commission (SEC) americana como um caso de “boa regulação”. “A vontade dos investidores fazerem negócios na bolsa americana deve-se também muito à força das instituições como a SEC”, sublinhou, numa clara alusão à importância de instituições regulatórias sólidas para o funcionamento eficaz dos mercados financeiros.

A Europa ficou atrás na revolução digital em curso. E estamos muito, muito atrás na inovação em muitos campos.

Luís Cabral

Professor Paganelli-Bull de Economia e Negócios Internacionais na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque

No polo oposto, Cabral apontou o setor da aviação europeia como exemplo bem-sucedido de desregulação, lembrando que se em 1986, na Europa, os voos tinham um custo médio de 51 cêntimos por milha contra 15 cêntimos nos EUA, em 2010 (realidade que se mantém mais ou menos igual hoje), essa relação inverteu-se completamente, com o custo a passar para 11 cêntimos na Europa face a 21 nos EUA. Essa evolução demonstra que a liberalização do setor aéreo europeu gerou benefícios tangíveis para os consumidores.

A análise mais dura de Cabral centrou-se no défice de inovação europeu. “A Europa ficou atrás na revolução digital em curso. E estamos muito, muito atrás na inovação em muitos campos”, com o economista a citar essa realidade pelo número de patentes de grande valor “em que o gap face aos EUA e à China é enorme”.

Luís Cabral reconheceu ainda que “a regulação não é uma palavra com boa fama”, mas argumentou que “pode e tem um valor enormíssimo.”

Para Luís Cabral, este fosso resulta de um “conjunto de barreiras à inovação na União Europeia, como a falta de capital, mercados fragmentados, um ecossistema de inovação pouco desenvolvido, o papel dos governos, fuga de cérebros e regulação.”

O timing desta crítica não podia ser mais pertinente. Recentemente, António Campinos, presidente da Organização Europeia de Patentes, admitiu recentemente que a Europa “perdeu produtividade e competitividade nas últimas duas décadas” ao concentrar-se demasiado na elaboração de regulamentos.

O equilíbrio no meio do Atlântico

Apesar das críticas ao modelo europeu, Luís Cabral mostrou-se igualmente preocupado com a direção oposta. “No caso dos EUA vejo o contrário. Os EUA até precisam de mais regulação e não esperava dizer isto”, confessou com alguma graça, defendendo que o equilíbrio da regulação estará “algures no meio do Atlântico”.

Esta posição reflete uma crescente consciência de que nem o laissez-faire absoluto nem a “hiperregulação” constituem soluções ótimas. “Mais do que quantidade de regulação é qualidade de regulação” e “para haver boa regulação tem de haver fortes instituições”, sublinhou o economista.

Luís Cabral reconheceu ainda que “a regulação não é uma palavra com boa fama”, mas argumentou que “pode e tem um valor enormíssimo”, sublinhando ainda que “não lhe damos tanto valor como devíamos.”

Esta defesa da regulação bem desenhada surge numa altura em que a União Europeia procura encontrar o equilíbrio entre manter os seus padrões de proteção e competir globalmente.

As declarações de Luís Cabral ecoam as preocupações expressas no relatório de Mario Draghi sobre competitividade europeia e nas propostas da “Bússola para a Competitividade” de Ursula von der Leyen, que procuram um “choque de simplificação” sem comprometer as garantias fundamentais.

O desafio, como ficou claro na intervenção do professor da NYU, será encontrar esse ponto de equilíbrio que permita à Europa recuperar terreno na corrida global pela inovação sem sacrificar os valores que a definem.

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Ordem dos Médicos avisou Governo sobre “disparidades” nas cirurgias fora de horas

Bastonário Carlos Cortes considera que houve uma "evidente falha de gestão local e nacional" e vai pedir formalmente a participação da Ordem no regime de controlo das listas de espera.

A Ordem dos Médicos vai enviar novo documento ao Ministério da Saúde e à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) sobre as cirurgias adicionais no âmbito do SIGIC e pedir formalmente a sua participação no sistema de resposta às listas de espera, alegando que tem avisado o Governo para esta situação desde 2019.

O bastonário Carlos Cortes considera que houve uma “evidente falha de gestão local e nacional”. Na manhã de sábado, logo após a divulgação pública do primeiro caso, a Ordem dos Médicos dirigiu um ofício à ULS de Santa Maria solicitando esclarecimentos formais que “até hoje permanecem por responder”, afirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

Formalmente, a Ordem dos Médicos remeteu à ACSS e ao Ministério da Saúde um ofício a 11 de junho de 2024 sobre “incongruências, perda de informação e disparidades nos valores dos atos de cirurgia”, bem como sobre a “falta de fiabilidade” no SIGIC. “Por exemplo, cirurgias complexas e prolongadas são muito menos valorizadas do que cirurgias menores”, detalhou o bastonário.

“Nos últimos dias, tornaram-se públicas notícias preocupantes de alegadas irregularidades no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, em que estão envolvidos profissionais de saúde. Situações que, a confirmarem-se, representam desvios inaceitáveis aos princípios da ética e da justiça na prestação das realidades de saúde”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos MédicosLusa

 

Questionado sobre o próximo ministro da Saúde, Carlos Cortes referiu apenas que as políticas públicas têm de mudar. Quanto ao novo sistema de gestão de lista de espera, que está a ser preparado por um grupo de trabalho especializado, admitiu que não conhece os trâmites do mesmo, mas apelou a uma “mudança profunda” e a um “plano de gestão robusto, transparente, escrutinável” composto por cinco pontos:

  • Mecanismos de validação clínica dos atos codificados (verificações independentes e regulares que assegurem que os atos médicos registados correspondem à realidade clínica)
  • Sistemas de alerta precoce para produção anómala centralizados na direção executiva do SNS (ferramentas que sinalizem automaticamente padrões anómalos de produção ou codificação)
  • Controlo externo regular (auditorias independentes com peritos)
  • Avaliação dos resultados produzidos
  • Inclusão formal da Ordem dos Médicos na operacionalização, monitorização e avaliação (incluindo apoio técnico)

As declarações do bastonário da Ordem dos Médicos surgem após a polémica em torno do dermatologista do Hospital de Santa Maria que recebeu mais de 400 mil euros por dez dias de trabalho. Na sexta-feira, a CNN Portugal revelou que o médico uma dezena de sábados de trabalho adicional em 2024, sendo que um deles foi utilizado para retirar lesões benignas aos pais.

As cirurgias ‘fora de horas’ foram realizadas através do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer procedimentos cirúrgicos fora do horário laboral para reduzir as filas de espera nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O caso ganhou mediatismo e, no início desta semana, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu abrir um processo de inquérito ao serviço de dermatologia da Unidade Local de Saúde Santa Maria e outro de auditoria transversal sobre cirurgias adicionais no SNS, onde existem 39 ULS e três institutos de oncologia (IPO) onde há produção acrescida (cirurgias além do tempo de trabalho normal).

O inspetor-geral da IGAS disse ao ECO que o órgão público que fiscaliza a saúde vai também avançar com uma auditoria aos sistemas de cirurgia robótica utilizados nos hospitais do Estado.

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Governo apela aos proprietários para “logo que possível” limparem terrenos

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Governo sublinha ainda que "é proibida a realização de queimadas", as "queimas requerem autorização prévia" e os trabalhos "devem, sempre que possível, ser feitos nas horas de menor calor".

O Governo apelou esta sexta-feira aos proprietários para que, “logo que possível”, limpem os seus terrenos, mas tendo em consideração as condições de segurança, após ter prolongado até 15 de junho o prazo de gestão de combustível devido à meteorologia.

Em comunicado, os ministérios da Agricultura e Pescas e da Administração Interna explicaram que, “considerando que as condições meteorológicas dos últimos meses limitaram os períodos disponíveis para a realização de trabalhos” de gestão de combustível na rede secundária, foi prolongado “o prazo de limpeza de matos e terrenos” até 15 de junho.

“Durante este período, a realização de trabalhos de limpeza e gestão de combustível continua sujeita às regras previstas no Decreto-Lei 82/2021, de 13 de outubro”, especialmente “nos dias com nível de perigo de incêndio rural ‘muito elevado’ ou ‘máximo'”, acrescenta-se na nota.

Nestes casos, salientam os ministérios de José Manuel Fernandes e Margarida Blasco, “os trabalhos só podem ser realizados com autorização prévia da autoridade municipal de proteção civil, mediante pedido com a localização e o calendário previsto das ações”, e desde que cumpram as condições de segurança estabelecidas.

Assim, os trabalhos “apenas podem ser realizados por entidades com códigos de atividade económica (CAE) identificados no anexo do decreto-lei”, as “viaturas de apoio a trabalhos sem maquinaria devem dispor de um extintor adicional com capacidade mínima de 2 kg” e, nos trabalhos com maquinaria, “devem ser aplicadas as medidas de segurança definidas” e usados “equipamentos com dispositivos de retenção de faíscas/faúlhas e extintores operacionais”.

Adicionalmente, os ministérios sublinham que “é proibida a realização de queimadas”, as “queimas requerem autorização prévia“, os trabalhos “devem, sempre que possível, ser feitos nas horas de menor calor (manhã ou final da tarde)”, e é “obrigatório garantir meios de vigilância e de primeira intervenção no local durante os trabalhos”.

“O Governo apela a todos os proprietários, entidades gestoras e demais responsáveis para que realizem, logo que possível, a limpeza dos seus terrenos, tendo sempre em consideração as condições de segurança, especialmente nos dias de maior calor”, lê-se na nota.

O prolongamento do prazo para os proprietários procederem à limpeza de terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas, como pediram as associações do setor, foi esta sexta-feira publicado em Diário da República, através de um despacho conjunto dos secretários de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, e das Florestas, Rui Ladeira.

O despacho altera um anterior, de 16 de abril, que determinava que os trabalhos na rede secundária de faixas de gestão de combustível podiam decorrer até ao próximo sábado.

A decisão foi tomada após consulta à AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Guarda Nacional Republicana, Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e Infraestruturas de Portugal.

A gestão de faixas de combustível em terrenos florestais em redor de edificações, infraestruturas e aglomerados, prevista na lei até 30 de abril, visa prevenir fogos rurais, mas a Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) pediu ao Governo o prolongamento de “mês e meio” no prazo, devido às condições meteorológicas.

Perante as dificuldades na contratação de empresas para a limpeza, nomeadamente por escassez de mão-de-obra e limitação de equipamentos, a FNAPF e a ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente consideraram insuficiente o prazo para a realização da maior parte dos trabalhos e pediram mais tempo, antes que as autoridades iniciem a fiscalização dos incumprimentos e aplicação de contraordenações.

O presidente da FNAPF, Luís Damas, disse à Lusa que voltou a pedir ao Governo o prolongamento do prazo pelo menos até meados de junho e, perante a decisão de prolongar até 15 de junho, mostrou-se satisfeito e comentou: “Ao menos temos mais esta janela de 15 dias”.

 

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Diogo Mónica, fundador da unicórnio Anchorage, é o angel investor do ano

A unicórnio Sword Health, o fundo Bynd Venture Capital e a startup Oceano Fresco foram igualmente reconhecidos pela Investors Portugal.

Conferência "New Money" - 19MAR22Diogo Mónica, o fundador da unicórnio Anchorage Digital, foi reconhecido com o prémio “Angel of the Year 2024” pelo seu papel enquanto investidor em mais de 150 startups ao longo de uma década. A unicórnio Sword Health, o fundo Bynd Venture Capital e a startup Oceano Fresco foram igualmente reconhecidos pela Investors Portugal, associação que reúne fundos que apostam em empresas em fase inicial.

Engenheiro, empreendedor e business angel português, cofundador da Anchorage Digital, partner da Haun e chairman da organização sem fins lucrativos de promoção de inovação com impacto, NEAR Foundation, Diogo Mónica recebeu o prémio “Angel of the Year 2024”. O investidor, que já ajudou a financiar mais de 150 startups nos últimos dez anos, foi distinguido pelo seu “apoio, como business angel e advisor, a empresas e startups portuguesas, ajudando-as a ganhar escala, expandir e a alcançar uma audiência global, contribuindo para a dinamização do setor early stage em Portugal”, informa a Investors Portugal, em comunicado.

A ronda de 30 milhões de euros levantada pela Sword Health, com participação dos investidores nacionais Lince Capital e Oxy Capital, garantiu à unicórnio fundada por Virgílio Bento o prémio “Investment of the Year 2024”. No ano passado, a empresa captou ainda cerca de 100 milhões de dólares adicionais e elevando o seu valor total para mais de 3 mil milhões de dólares.

O fundo Bynd Venture Capital foi distinguida com o prémio “Early Stage Investor of the Year 2024”, o reconhecimento surge no ano em que a sociedade assinala 15 anos de atividade em Portugal, e após lançar o seu terceiro fundo o ano passado, no valor de 40 milhões de euros, o Fund III.

A sociedade de capital de risco já investiu em mais de 60 empresas desde a sua fundação, em 2010, contando com mais de 35 ainda ativas no seu portefólio.

Já a Oceano Fresco, startup especializada na aquicultura regenerativa de bivalves em viveiro em mar aberto, foi reconhecida com o “ESG Award of the Year 2024”. A startup, que levantou uma ronda de financiamento de 17 milhões de euros o ano passado, foi distinguida pelo “trabalho desenvolvido na área da Economia Azul, sendo pioneira no cultivo sustentável de amêijoas em grande escala e impulsionando impactos ambientais positivos, com destaque para o sequestro de CO2 pelas conchas e para a promoção da biodiversidade”, justifica a Investors Portugal.

Efeito multiplicador do capital de risco na economia

Cada 100 milhões de euros investidos em capital de risco podem ter um efeito multiplicador permanente de 0,22% no PIB nacional e de 0,16% no investimento, apontam as primeiras estimativas do estudo “Capital de Risco e o SIFIDE em Portugal – Avaliação do Impacto Económico”, realizado pela Investors Portugal – Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa.

O mesmo montante investido através de fundos SIFIDE pode ter um “impacto igual ou superior”, pois estes fundos são obrigados a investir grandes volumes do capital mobilizado em empresas com uma componente significativa de Investigação e Desenvolvimento (I&D), estima ainda o estudo.

Ainda assim, o “investimento em capital de risco em Portugal representa menos de 0.05% do investimento total registado no país e ainda que é bastante baixo em relação ao PIB, correspondendo a menos de 0.01% do mesmo, de acordo com dados recentes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários”, destaca a Investors Portugal. “Esta realidade condiciona a competitividade de Portugal relativamente a outros mercados europeus, como o Reino Unido, Alemanha e até Espanha, onde o investimento em capital de risco é maior”, alerta.

“Estes dados preliminares revelam que o peso do investimento em capital de risco na economia portuguesa se encontra muito abaixo do verificado nos ecossistemas mais maduros e mais desenvolvidos na Europa”, afirmou Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal, citada em comunicado.

“De acordo com as estimativas, podemos compreender que o investimento em capital de risco é crucial para impulsionar não só o ecossistema empreendedor e da inovação em Portugal, mas sobretudo para alavancar o crescimento da economia nacional. A Investors Portugal, enquanto agregadora do ecossistema early stage no país, apela, por isso, à aposta em políticas públicas que incentivem o investimento em capital de risco, de modo a posicionar Portugal como um ecossistema competitivo e sustentável”, diz ainda.

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PJ concluiu investigação de burla em arrendamento de casas para férias com 20 arguidos

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

Atividade criminosa passava pela criação de perfis falsos nas redes sociais e plataformas de vendas online com vista a aliciar potenciais interessados em arrendamentos de casas para férias.

A Polícia Judiciária (PJ) concluiu uma investigação de burla por meio informático, associada ao arrendamento de casas para férias, na qual foram ouvidas 143 vítimas e constituídos 20 arguidos, indicou esta força de investigação criminal.

Em comunicado, a PJ refere que através da Diretoria do Norte, e no âmbito de um inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, “foram identificadas e ouvidas 143 vítimas, constituídos 20 arguidos, três dos quais em prisão preventiva, e identificadas 18 contas bancárias usadas pelos autores para receber os pagamentos”.

Segundo a investigação, “a atividade criminosa passava pela criação de perfis falsos nas redes sociais e plataformas de vendas ‘online’, com vista a aliciar potenciais interessados em arrendamentos de casas para férias, localizadas em várias zonas do país”.

“Depois de persuadidas, as vítimas realizavam os pagamentos, a título de reserva, para contas bancárias tituladas por terceiros angariados para o efeito, num esquema de ‘Money Mules’, que eram posteriormente usadas pelos autores das burlas para recebimento do dinheiro”, explica a PJ.

Com esta prática, “os suspeitos obtiveram um enriquecimento ilegítimo, fazendo disso modo de vida, causando um prejuízo patrimonial às vítimas quantificado em 150 mil euros”.

A PJ adianta que no âmbito desta investigação, detetou em 2023 o fenómeno criminal e realizou uma operação policial em julho de 2024.

“Tendo sido efetuadas 23 buscas domiciliárias e detidas seis pessoas pela prática dos crimes de burla qualificada, falsidade informática, branqueamento e uso de documento de identificação ou de viagem alheio. Foram, ainda, detidas outras duas pessoas por posse de arma e munições proibidas”, explica esta força de investigação criminal.

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Rússia aproveitou apagão energético na Península Ibérica para ampliar desinformação

  • Lusa
  • 30 Maio 2025

“A rede Pravda mais uma vez usou uma questão nacional para gerar milhares de conteúdos, muitos deles desinformação”, segundo uma investigação do fact-checking espanhol Maldita.

Uma rede de desinformação russa aproveitou o apagão energético na Península Ibérica para ampliar visibilidade de conteúdos desinformativos, atingindo quase 1.200 publicações em dois dias, segundo uma investigação do ‘fact-checking’ espanhol Maldita.

De acordo com a plataforma, entre 28 e 30 de abril, registaram quase 1.200 publicações em Espanha, o maior número desde que a rede começou a operar, no final de 2024.

O primeiro conteúdo sobre o apagão na rede de desinformação Pravda foi um breve alerta que anunciava “Notícias de Última Hora |Grande apagão a nível nacional”.

Este alerta redirecionava para o quinto canal mais referenciado por todas as páginas da Pravda em Espanha, onde havia uma publicação idêntica.

“Durante e após o apagão, espalharam a farsa de que um suposto “fenómeno atmosférico” teria causado a falha de energia […] divulgaram imagens de satélite que mostravam a Península Ibérica no escuro, embora muitas delas fossem falsas”, lê-se na investigação.

Segundo a plataforma, é possível concluir que os ‘picos’ deste tipo publicações geralmente correspondem a eventos específicos, relacionados com temas internos ou externos do país.

“A rede Pravda mais uma vez usou uma questão nacional para gerar milhares de conteúdos, muitos deles desinformação”, afirma a publicação.

No final do ano passado, a rede de desinformação com provável origem na Rússia, expandiu a sua área de atuação em Espanha, passando a produzir conteúdos em catalão, basco e galego, gerando, no total, mais de 150.000 conteúdos em apenas seis meses, de forma a aumentar também a visibilidade de diversos canais.

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Cláudia Azevedo diz que “é preciso recuperar o mojo das empresas em Portugal”

A CEO da Sonae considera que é tempo de parar de demonizar os lucros das empresas e que Portugal só pode competir no plano internacional com negócios fortes e literacia financeira.

Num período em que a cada ciclo eleitoral se reacende o debate sobre o papel das empresas e a legitimidade dos lucros, Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, lançou um repto direto à classe política e à sociedade portuguesa. “Em Portugal há muitas eleições. Muitas. E há muitos políticos que dizem que as empresas são más. Elas até pagam dividendos aos seus acionistas”, ironizou.

A intervenção da gestora foi feita esta sexta-feira na conferência anual da CMVM subordinada ao tema “Uma Nova Ambição para os Mercados de Capitais”, e serviu para pôr o dedo na ferida na baixa literacia financeira e na ainda dificuldade em valorizar o papel das empresas no desenvolvimento económico.

Num contexto europeu em que a urgência de criar uma verdadeira União dos Mercados de Capitais se cruza com o desafio de tornar o investimento acessível e atrativo para todos, Cláudia Azevedo defendeu que “as empresas são boas para a sociedade: crescem, contratam pessoas, pagam impostos, e isso é o que financia o setor público”.

Para a CEO da Sonae, é preciso “recuperar o mojo das empresas em Portugal” e deixar de olhar para os lucros e dividendos como um pecado capital, mas antes como motor do progresso económico e social.

Cláudia Azevedo sublinhou ainda que a literacia financeira não pode ser vista como um pré-requisito para a inovação nos produtos de investimento, mas sim como um processo a acontecer em simultâneo. “Sou uma grande defensora de fazer tudo ao mesmo tempo, caso contrário não fazemos nada”, disse.

Para acelerar este caminho, a líder do grupo Sonae apontou o exemplo sueco, onde produtos de investimento com incentivos fiscais despertam naturalmente o interesse e o conhecimento dos cidadãos, mesmo em idades mais avançadas.

Durante a sua intervenção, Cláudia Azevedo deixou ainda críticas à complexidade regulatória e à lentidão europeia, defendendo que “tudo tem de ser muito mais simples” e que só uma Europa a atuar em conjunto conseguirá competir com os EUA e a China.

A CEO da Sonae alertou ainda para as diferenças estruturais entre a Europa e os EUA na contratação de talento, particularmente no setor tecnológico. “Por exemplo, nas empresas de tecnologia, é muito fácil nos EUA conseguir alguém que já tenha sido gestor de software ao nível do conselho de administração, e historicamente não temos isso na Europa”, observou.

Esta questão do talento surge num contexto em que, segundo Cláudia Azevedo, “com a situação atual nos EUA é mais fácil” para as empresas europeias importarem talento, algo que considera “muito importante porque não é só qualquer pessoa, e o know-how e as pessoas são extremamente importantes”.

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Famílias deixaram mais 940 milhões parados na conta em abril e puxam depósitos para novo máximo

Aumento dos depósitos foi suportado pelo crescimento do dinheiro à ordem, com as famílias a deixarem mais de 42% das suas poupanças no banco paradas na conta. Apenas em abril foram mais 940 milhões.

Apesar de a remuneração dos depósitos ter caído pelo 15.º mês consecutivo para 1,69%, o montante acumulado em depósitos voltou a bater um novo recorde acima dos 193 mil milhões de euros. Uma subida que é justificada não pela aposta em aplicações a prazo, mas sim pelo dinheiro que ficou parado no banco, que mais do que cobriu as saídas de depósitos a prazo. Mais de 42% dos depósitos são responsabilidades à vista.

“No final de abril de 2025, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 193,1 mil milhões de euros, mais 506 milhões de euros do que em março”, revelam os dados do Banco de Portugal divulgados esta sexta-feira.

Segundo o Banco de Portugal, “esta variação resultou do aumento, de 940 milhões de euros, das responsabilidades à vista (constituídas quase na íntegra pelos depósitos à ordem)”, um crescimento “parcialmente compensado pela redução de 434 milhões de euros dos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso)”.

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Embora continuem a atingir níveis inéditos, os depósitos têm vindo a abrandar a taxa de crescimento, devido às reduzidas remunerações pagas pelos bancos. Estes produtos cresceram 5,7% face a abril de 2024, abaixo dos 5,9% registados em março. Trata-se do sexto mês consecutivo de desaceleração na taxa de crescimento.

“Esta tendência de desaceleração, observada desde novembro de 2024, estará relacionada com a redução verificada na remuneração destes depósitos e com o aumento que se tem verificado nos últimos meses nas subscrições líquidas de certificados de aforro”, justifica o supervisor.

Apenas em abril, as famílias portuguesas aplicaram, em termos líquidos, mais de 541 milhões de euros em Certificados de Aforro, levando o stock total a ultrapassar os 37 mil milhões de euros, num momento em que estes instrumentos continuam a remunerar acima dos depósitos, ainda que a taxa vá baixar em junho, devido à quebra da Euribor.

(Notícia atualizada)

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Travão a fundo no consumo e redução das exportações ditam contração do PIB no primeiro trimestre

Comparando com o trimestre anterior, o PIB diminuiu 0,5% em volume depois de um crescimento de 1,4% nos três meses anteriores, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O travão a fundo no consumo das famílias, depois da aceleração registada na reta final de 2024 na sequência do aumento do rendimento disponível, aliado à redução das exportações levou a uma contração em cadeia do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% no primeiro trimestre. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirma ainda o crescimento homólogo de 1,6%.

A informação divulgada esta sexta-feira pelo organismo de estatística confirma os dados preliminares divulgados no início do mês, mas permite uma leitura mais detalhada sobre o que contribuiu para a sua evolução.

Na comparação face ao último trimestre de 2024, o PIB diminuiu 0,5% depois de um crescimento de 1,4% nos três meses anteriores. Este comportamento resultou, por um lado, da diminuição do consumo privado. As despesas de consumo final das famílias residentes diminuíram 1,1% entre janeiro e março, quando no trimestre anterior avançou 2,8%, refletindo uma redução de 1% do consumo de bens não duradouros e serviços e uma diminuição de 2,8% da componente de bens duradouros.

Fonte: INE

Paralelamente, o investimento caiu 2,5% em cadeia, quando nos três meses anteriores tinha diminuído 0,9%, com o maior recuo a reduzir-se na componente do equipamento de transporte.

Por outro lado, reflete o contributo da procura externa líquida, que passou de positiva a negativa, devido a uma redução das exportações de bens e serviços e um crescimento das importações. Face ao último trimestre de 2024, as exportações totais diminuíram 0,4%, reflexo de uma diminuição de 0,7% da componente de bens e um aumento de 0,2% da componente de serviços.

Em sentido contrário, as importações totais cresceram 1% no primeiro trimestre, com um aumento de 1,4% na compra de bens ao exterior e uma diminuição de 0,6% na componente de serviços.

Quando comparado com o primeiro trimestre de 2024, o crescimento da economia portuguesa desacelerou para 1,6% no primeiro trimestre, menos 1,2 pontos do que nos três meses precedentes. Por componentes da procura interna verificou-se uma desaceleração homóloga do consumo privado no primeiro trimestre, que passou de uma variação homóloga de 4,9% no quarto trimestre de 2024, para 3,3%.

Por sua vez, o investimento acelerou significativamente, saltando de 1,5% no quarto trimestre de 2024 para 6% no primeiro trimestre deste ano, refletindo o “aumento expressivo da variação de existências, associado ao crescimento das importações de bens”. Já o contributo negativo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi mais acentuado, passando de -0,8 pontos para -2,0 pontos, refletindo um crescimento de 1,5% das exportações de bens e serviços e de 5,7% das importações.

Fonte: INE
Fonte: INE

(Notícia atualizada às 11h44)

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Crédito à habitação cresce ao ritmo mais rápido desde agosto de 2008

Os empréstimos para a compra de casa registaram um crescimento homólogo de 6%, com este tipo de crédito a manter uma trajetória de subida.

O crédito à habitação em Portugal continua a acelerar. Em abril, os empréstimos registaram uma taxa de crescimento homóloga de 6%, o ritmo de subida mais elevado desde agosto de 2008, revelam os dados do Banco de Portugal divulgados esta sexta-feira.

“O stock de empréstimos para habitação aumentou 789 milhões de euros relativamente a março, totalizando 105,2 mil milhões de euros no final de abril“, adianta o Banco de Portugal, acrescentando que, face ao mês homólogo, “manteve-se a trajetória de aceleração: o crescimento foi de 6%, o mais elevado desde agosto de 2008”.

Em termos de stock de crédito, o montante emprestado pelos bancos para comprar casa está no nível mais elevado desde o início de 2014.

Apesar dos preços dos imóveis continuarem a subir, o apetite por crédito à habitação mantém-se em níveis elevados, com uma parte significativa dos novos empréstimos a destinarem-se a jovens até aos 35 anos, que beneficiam da garantia pública.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, divulgado na semana passada, apenas no primeiro trimestre do ano, o mecanismo que permite aos jovens até aos 35 anos financiar a totalidade do valor da casa representou 9% do número de contratos e 13% do montante total dos novos contratos de crédito à habitação.

Outros segmentos de crédito também apresentaram uma evolução positiva, em abril. O montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 121 milhões de euros relativamente a março, para 30,9 mil milhões de euros. Em termos homólogos, estes empréstimos subiram 7,1%, acima dos 7% registados em março.

“Os empréstimos para consumo apresentaram uma taxa de variação anual de 7% (7,3% em março), e os empréstimos para outros fins registaram o maior crescimento anual desde julho de 2008 (7,1%)”, detalha do BdP.

Em termos globais, os empréstimos pedidos pelas famílias cresceram, em abril, 6,3%, face ao mesmo mês do ano anterior. Trata-se da maior taxa de variação anual desde setembro de 2008.

(Notícia atualizada às 12:00)

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Taxa de inflação acelera para 2,3% em maio

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Maio 2025

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou duas décimas face a abril, perante a subida das variações dos produtos energéticos (para 0,1%) e dos produtos alimentares não transformados (para 4,1%).

A taxa de inflação homóloga ter-se-á cifrado este mês em 2,3%, numa aceleração de 0,2 pontos percentuais relativamente a abril, indica a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O indicador de inflação subjacente — que exclui produtos com preços mais voláteis, como alimentos e energia — “terá registado também uma variação [homóloga] de 2,3%” em maio, contra os 2,1% do mês anterior.

Fonte: INE

O índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 0,1% em maio, em termos homólogos, o que compara com uma diminuição para 0,1% em abril.

Mais expressivo foi o aumento da taxa de variação homóloga do índice referente aos produtos alimentares não transformados, para 4,1%, acelerando oito décimas face ao mês precedente.

Em relação a abril, a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá sido de 0,4%, o que compara com 0,7% em abril e 0,2% em maio do ano passado. Para os últimos 12 meses, o INE calcula uma variação média do índice de 2,4%, igualando o mês anterior.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, utilizado para comparação com os restantes países europeus, terá registado uma variação homóloga de 1,7% (2,1% em abril).

O INE vai divulgar os dados definitivos do mês de maio a 12 de junho.

(Notícia atualizada às 11h24)

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