Sim, as transferências imediatas ficaram mais baratas desde esta quinta-feira. E tudo por conta de um regulamento europeu aprovado há cerca de um ano e que impede os bancos de cobrarem mais por uma transferência imediata do que cobram pelas transferências normais a partir de 9 de janeiro.

Nota importante: isto não significa o fim da comissão nas transferências imediatas. Essa comissão não pode é ser superior à comissão praticada nas transferências normais.

Tendo em conta o preçário que era praticado pelos cinco principais bancos nacionais, uma transferência imediata chegava a custar até mais 80% do que uma transferência normal. Era o que se passava no Novobanco, que a partir da passada quinta-feira deixou de poder fazer isso: em vez de cobrar dois euros, passou a cobrar 1,10 euros pelas transferências imediatas, pois essa é a comissão aplicada às transferências normais.

Na Caixa Geral de Depósitos (CGD), o custo de uma transferência imediata baixou dos 1,50 euros para 0,95 euros, uma redução de 0,55 euros.

No Santander e BPI, as transferências imediatas baixaram para 1,25 euros, reduzindo 0,45 euros e 0,75 euros em relação aos preços anteriores. No BCP, cada transferência imediata passou a custar 1,20 euros, menos 0,50 euros face ao que era praticado no banco.

Outra nota importante: a estes valores acresce o imposto de selo de 5%.

O popular serviço do MB Way permite a realização de transferências imediatas e em muitas situações sem qualquer custo associado para o cliente. Estas transferências são baseadas em cartão (e não em conta) e são permitidas apenas aos clientes que usam este serviço.

Por lei, as transferências realizadas por via do MB Way estão isentas de comissões quando não excedam 30 euros por operação, 150 euros por mês ou 25 transferências realizadas nesse período.

Caso o cliente exceda estes limites, poderá estar sujeito a comissão.

As mudanças decorrem sobretudo da fraca adesão dos europeus às transferências imediatas. Identificou-se que o fator preço era um dos entraves principais à utilização generalizada das transferências imediatas. Os bancos cobravam mais por este tipo de transferências do que pelas transferências tradicionais.

Em Portugal, as transferências imediatas representaram menos de 7% do número total de transferências realizadas em Portugal no ano passado, segundo o Banco de Portugal. Número que deverá aumentar com o novo regulamento.

Além da equiparação dos encargos, desde a passada quinta-feira, os bancos também passaram a ter de permitir que os seus clientes recebam transferências imediatas nas suas contas. Incluindo os bancos que ainda não possibilitam a emissão de transferências imediatas.

A partir de 9 de outubro, os bancos estão obrigados a permitir que os seus clientes iniciem transferências imediatas e a disponibilizar-lhes um serviço de confirmação do beneficiário.