Sofia Mateus é sócia da CMS Rui Pena & Arnaut desde 2016, mas a sua história na firma começou em 2000, enquanto estagiária. À Advocatus contou todos os pormenores do seu percurso.
Em 2000, Sofia Mateus iniciou o seu estágio na CMS Rui Pena & Arnaut. Desde então que se mantém na firma liderada por José Luís Arnaut, ascendendo a sócia em 2016. A advogada centra a sua prática em direito do trabalho e fundos de pensões.
Com mais de 20 anos de experiência, Sofia Mateus é a coordenadora responsável pelo contencioso laboral e é ainda a coordenadora e responsável por todas as temáticas relativas a planos e fundos de pensões. A sócia da CMS integra ainda a equipa de planeamento, coordenação e execução de processos de reestruturação e harmonização de quadros de pessoal, designadamente em empresas dos setores financeiro, segurador, industrial, construção civil, aviação, retalho, farmacêutico e serviços.
Que idade tinha quando chegou ao escritório? Em que ano?
Entrei no escritório no ano 2000, a 4 de setembro, tinha 24 anos feitos há pouco mais de um mês.
Como conseguiu o estágio no escritório?
Enviei uma carta de apresentação acompanhada do meu currículo, fui chamada para uma entrevista e recebi o convite para fazer o estágio.
E qual a primeira impressão do escritório?
Não podia ter sido melhor! Aliás, acabei por não aceitar ir a mais nenhuma entrevista depois desta porque me senti bem desde o primeiro momento. Na altura, a PMBGR (donde mais tarde nasce a RPA, hoje CMS-RPA) era uma sociedade de advogados recente, que resultava da junção de cinco escritórios de advogados de renome.
A CMS-RPA tem uma cultura muito própria. Soube manter as vantagens e características de uma estrutura mais pequena e familiar, que remonta ao seu início, e conjugá-las com as grandes mais-valias de integrar uma rede internacional de escritórios de advogados, a CMS.
Sentiu receio, natural de uma jovem licenciada?
Ao contrário da maioria dos meus colegas e amigos da faculdade, eu não cresci com o sonho de “ser advogada desde pequenina”. Aliás, não era sequer minha intenção inicial tirar o estágio. No entanto, digamos que por sabedoria parental, optei por tirar o estágio enquanto não decidia o que realmente ia fazer. Talvez por isso, não sei, não parti para o estágio com qualquer receio. Ou então, fazia parte da inconsciência natural da juventude!
Como acabou por ‘ir parar’ à área em que se especializou?
Quando vim à entrevista tinha acabado de fazer a cadeira de direito de trabalho, era uma cadeira anual do 5.º ano, e comentei que ao contrário da minha expectativa inicial, tinha ficado agradavelmente surpreendida e tinha curiosidade da abordagem prática da mesma. Quando iniciei o estágio, penso que essa mensagem passou, e acabei por, desde logo, ter oportunidade de começar a fazer direito do trabalho e mais tarde especializar-me nessa área. Mas foi muito importante ter um estágio diversificado, que me deu formação prática em várias áreas.
Nunca foi sondada para mudar de escritório? Se sim, o que a fez ficar na CMS?
Ao longo do meu percurso profissional tive o privilégio de ter sido abordada e ter tido possibilidade não só de mudar de escritório, mas também de enveredar por outras soluções profissionais. Além de me sentir em casa na CMS, era aqui que eu queria aprender mais, da forma como se fazia, lidava e trabalhava com e para os clientes. Era uma oportunidade única: poder observar e crescer com o nosso exemplo maior de ética e postura profissional, capacidade infindável de trabalho, rigor e humildade, o Dr. Rui Pena, que tinha sempre a porta aberta, disponibilidade e paciência para nos ouvir. Quaisquer dúvidas ou preocupações deixavam de existir quando entrávamos no seu gabinete. Recordo as ocasiões, poucas, uma ou duas vá, em que o Dr. Rui Pena me fazia alguma pergunta de direito do trabalho, mas que sabia infinitamente mais do que eu! Talvez numa ou outra atualização, eu tenha dado algum contributo!
Confesso que a determinada altura foi desafiante, pois a área de direito de trabalho não tinha o mesmo suporte ou estrutura que as ditas áreas mais tradicionais do escritório, estava em pleno desenvolvimento, no seu auge! Foi um período exigente, de enorme aprendizagem a todos os níveis, mas cujas dificuldades foram colmatadas com a entrada da Susana Afonso e da equipa que a acompanhou. Como costumo dizer, foi como se tivesse mudado de escritório, mas sem sair da CMS!
O que acha que a CMS tem de melhor ou quais as suas mais valias face a outros escritórios?
A CMS-RPA tem uma cultura muito própria. Soube manter as vantagens e características de uma estrutura mais pequena e familiar, que remonta ao seu início, e conjugá-las com as grandes mais-valias de integrar uma rede internacional de escritórios de advogados, a CMS. Esta realidade permite oferecer uma maior diversidade de serviços aos nossos clientes, em mais de 70 cidades e 42 países, algo único em Portugal. Todos os dias me levanto com vontade de vir para o escritório e venho feliz!
E a nomeação para sócia, aconteceu naturalmente? Desde quando é sócia?
Posso dizer que sim! Sou sócia desde 2016!
Momento mais difícil que passou na CMS?
Um dos momentos mais difíceis por que passei prendeu-se com o facto de ter tido uma gravidez de alto risco, em que nem tudo correu como esperava, e fui obrigada a afastar-me do escritório mais tempo do que gostaria. Isto em termos estritamente profissionais, pois a nível pessoal, a preocupação, o cuidado, o apoio, o acompanhamento, a compreensão, por parte do escritório, foram inexcedíveis. E só assim consegui enfrentar a reviravolta que a vida me trouxe e deslindar o turbilhão de sentimentos e emoções que de mim se apoderaram. Fiquei mais forte! Sou grata!
Momento mais gratificante?
Há dois momentos que gostava de fazer sobressair. O primeiro, sem dúvida, o convite para sócia que me foi dirigido pelo escritório, na pessoa do Dr. Rui Pena, o que muito me honrou, e que representou o reconhecimento do meu percurso profissional e pessoal. O segundo, porque foi um reconhecimento externo muito importante para mim, foi o ter vencido o 40 under 40 da Iberian Lawyer.
Se voltasse atrás no tempo, mudaria alguma coisa no seu percurso profissional?
Não! Esta resposta é sempre ingrata, uma vez que é dada num momento em que já sei o resultado e consequência das decisões passadas. Não me arrependo das decisões que tomei em cada momento, aprendi com todas e estou convicta que foram as acertadas com os dados que à data dispunha.
Um dos momentos mais difíceis por que passei prendeu-se com o facto de ter tido uma gravidez de alto risco, em que nem tudo correu como esperava, e fui obrigada a afastar-me do escritório mais tempo do que gostaria.
Tem algum mentor ou mentora/role model no escritório? Ou fora do escritório?
Considero-me uma privilegiada por ter tido ao longo da minha vida profissional ensinamentos preciosos de pessoas que me querem bem e que me acompanham. Pessoas que tiveram um papel determinante e impactante na minha formação profissional e humana.
Nuno Pena, o meu patrono, com quem aprendi a dar sempre mais do que aquilo que nos é pedido, a questionar o injusto, que o direito para ser direito deve ser sensato, mas acima de tudo que nos devemos saber divertir, apreciar e aproveitar o que a vida nos dá!
Ao Pedro Melo devo os ensinamentos em matéria de organização, estrutura, rigor, método, dedicação e força de vontade. Aprendi que o sucesso no trabalho é o próprio trabalho! Que sem muito trabalho e dedicação não é possível alcançar e ultrapassar os nossos objetivos e ir mais além.
À Susana Afonso, agradeço por tudo! Agradeço por existir! Pela partilha, pela cumplicidade, pela segurança, pela amizade, pela sinceridade, por me acolher desde o primeiro dia como se fizesse parte da equipa desde sempre, pelo caminho percorrido, pelo crescimento, por acreditar e por tudo o que o futuro nos reserva!
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Como é fazer carreira na CMS? “Todos os dias me levanto com vontade de vir para o escritório e venho feliz”, diz Sofia Mateus
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