Exclusivo Ex-Unbabel Vasco Pedro lança Spinnable. “Sucesso do negócio não devia depender do número de pessoas que consegues contratar”

A startup, a desenvolver uma plataforma de criação de agentes de IA que empresários podem 'recrutar', arranca com 15 trabalhadores, dos quais 10 'não humanos', e já levantou 2 milhões.

Durante mais de dez anos foi ‘a cara’ da Unbabel, empresa que vendeu à americana TransPerfect. Definindo-se como um “construtor”, Vasco Pedro regressou a Portugal e lança esta semana a sua nova startup: a Spinnable. Uma plataforma de criação de agentes de inteligência artificial (IA), onde empresários podem recrutar futuros trabalhadores… IA.

“As empresas grandes neste momento já têm muitos recursos alocados em inteligência artificial, mas quem está a ficar para trás são as empresas pequenas, porque é difícil para uma empresa com 5 ou 6 pessoas. Num negócio de remodelações de casa, eles estão focados é no seu negócio, não têm muitos recursos para contratar pessoas de inteligência artificial para criar agentes, portanto, acabam por perder a competitividade”, constata Vasco Pedro.

Nós conseguimos ajudar a escalar negócios que, neste momento, são pequenos, mas que não precisam ser pequenos, é uma questão de falta de pessoas. O que nós dizemos é, o sucesso do negócio não devia depender do número de pessoas que consegues contratar”, afiança.

A startup, que quer alterar a forma como as pessoas trabalham com a IA, arranca com 15 trabalhadores, dos quais 10 ‘não humanos’. Entre os humanos estão Gil Coelho (ex-head of product da Unbabel) e Fábio Kepler (ex-diretor de investigação em IA da Unbabel). A promessa de tornar as conversas entre humanos e a tecnologia mais humanizada já resultou na captação de dois milhões de euros numa ronda pré-seed liderada pela HeartCore, Florent.vc e Alphagraph.

A Spinnable arranca com uma lista de espera de utilizadores, mas o objetivo é daqui a um ano estar no mercado de forma abrangente. “O nosso objetivo é manter a equipa pequena e continuar o nosso caminho. O objetivo é profitability“, diz Vasco Pedro.

Vasco Pedro com a equipa ‘humana’ da Spinnable e, no ecrã, os colaboradores Agentes IA da nova startup.

Depois de vender a Unbabel, questionado sobre o futuro, disse: sou um “construtor”. O que está agora a construir?

O que estou a construir é uma plataforma de agentes de inteligência artificial [a Spinnable] que permite às empresas que não têm ainda muitos recursos conseguir escalar as suas equipas. A ideia é escalar para lá dos limites humanos de uma empresa. É um bocado uma continuação de inteligência artificial a trabalhar com seres humanos, mas agora não tem nada a ver com tradução, mas como nós, capacitando as empresas para serem mais escaláveis, mais competitivas, [conseguimos] que os seres humanos tenham experiências cada vez mais humanas. Em que, no fundo, em vez de termos de aprender ferramentas novas constantemente, estamos a trabalhar com seres humanos parte da nossa equipa e com agentes de AI, também parte da nossa equipa, que nos ajudam a conseguir escalar a empresa.

Também usa as ferramentas que estão a criar. A Dana Allen, a sua assistente, por exemplo é uma agente IA.

Imenso, imenso. Somos os maiores consumidores da nossa própria ferramenta. Na nossa equipa, neste momento, somos cinco humanos e dez não humanos.

Há um investimento enorme em inteligência artificial que, neste momento, genuinamente, tem um potencial positivo e um potencial negativo, e tem que haver liderança política para perceber como é que nós, em sociedade, vamos absorver e utilizar isto da melhor maneira possível.

O discurso em torno da IA oscila entre a euforia com os ganhos de produtividade e o receio que leve à perda de empregos, a uma maior dificuldade de entrada dos jovens no mundo do trabalho. A vossa solução alimenta esse receio, resolve? O que pode adicionar à discussão?

Neste momento, há uma oportunidade para a liderança política perceber como deve ser o novo contrato social. O que quero dizer com isto? Acho que vai haver coisas muito positivas. Por exemplo, uma empresa que tenha mais inteligência artificial consegue ter uma produtividade por empregado maior e oferecer a cada um dos seus empregados condições melhores. Vejo isso na Spinnable, nas novas empresas de IA. Também é cada vez mais fácil criar empresas — pode ir à Spinnable e dizer, ‘olhe, somos duas pessoas, não percebemos nada de marketing, de produto, do que for’, mas pode contratar na Spinnable e lançar uma empresa sem ter que contratar não sei quantas pessoas —, isso aumenta o tecido empresarial e a produtividade. Mas vai ter também desafios.

Se as empresas do futuro vão ter menos pessoas — que vai acontecer, pois é muito difícil gerir uma empresa com duas mil pessoas, há um grande desperdício de energia para alinhar pessoas… —, se por um lado, há mais empresas, mas por outro lado cada empresa tem menos, contrata menos pessoas, como é que isso vai funcionar na prática?

Há um investimento enorme em inteligência artificial que, neste momento, genuinamente, tem um potencial positivo e um potencial negativo, e tem que haver liderança política para perceber como é que nós, em sociedade, vamos absorver e utilizar isto da melhor maneira possível.

É fácil criar uma imagem utópica de daqui a 10 anos, vamos todos estar muito bem. O problema é a transição. Percebo perfeitamente que quem ouve ‘vou contratar um agente de inteligência artificial e se calhar não vou contratar outra pessoa’, que a reação seja ‘como é que eu vou continuar a ser relevante’?.

Esse diálogo está no início, tem que continuar a acontecer, acho que a Spinnable vai fazer parte desse diálogo, temos que fazer parte, acelerar a necessidade desse diálogo e tentar ajudar construtivamente a que esse diálogo leve a um ponto positivo.

É fácil criar uma imagem utópica de daqui a 10 anos, vamos todos estar muito bem. O problema é a transição. Percebo perfeitamente que quem ouve ‘vou contratar um agente de inteligência artificial e se calhar não vou contratar outra pessoa’, que a reação seja ‘como é que eu vou continuar a ser relevante’?.

Até à revolução industrial, a idade trazia sabedoria e valorização. Se tinha um problema com o seu campo, uma seca, ia-se ao ancião da aldeia, que já tinha visto mais coisas, e que dizia a maneira de resolver isto. Com a revolução industrial, cada geração sabe mais de tecnologia que a anterior, tem uma vantagem, e a aceleração disto.

O que estou a ver com a Spinnable é um bocado o contrário. O que estamos a fazer é dizer, ‘o mundo foi construído para seres humanos e, portanto, porque não fazemos a IA funcionar de maneira humana?’ Ao fazer isso, estamos a democratizar o acesso à inteligência artificial. Por exemplo, um dos agentes que criei foi para a minha mãe. A minha mãe está numa residência sénior e, como a maior parte das pessoas nessa idade, não tem uma capacidade tecnológica enorme, mas eu criei um agente com quem ela fala no WhatsApp. Está a ser super útil, está a sentir-se super acompanhada.

Imagem da plataforma Spinnable.

Esta capacidade de toda a gente utilizar a inteligência artificial e não ser só os jovens a ter acesso às tecnologias, de repente, há uma vantagem, outra vez, da experiência. Isso é algo interessante que vejo acontecer.

Um executivo de uma grande empresa, praticamente já não usa ferramentas, a única coisa que faz é falar com pessoas que reportam a si. Essa experiência vai ser a experiência humana no futuro, vamos levar mais tempo a falar com pessoas, sejam humanas, seja a experiência humana mas com inteligência artificial, mas a experiência vai ser mais humana. Vai ser menos ferramentas, logins, interfaces, saber novas coisas e mais perceber como continuo a falar e interagir da maneira mais fácil e natural para mim, que é através de conversas.

Nos casos dos LLM, como do ChatGPT, fala-se muitas vezes de ‘alucinações’ dos modelos. Vão vender agentes IA às empresas, que salvaguardas estão a colocar para que não haja essas ‘alucinações’, que obrigam a demasiada verificação?

Há três componentes importantes. Uma é, os seres humanos, quando contratam um estagiário, esse também vai fazer disparates, precisa de aprender. O mesmo acontece neste momento com a IA. Quando contrata um agente, pense nele como um estagiário que precisa de ter um período de experiência, em que, se calhar, tem que ter mais feedback e supervisão.

A outra é através das permissões que lhe dá. Os nossos agentes são feitos para serem membros da equipa autónomos. Quando dou acesso ao ChatGPT ao meu Gmail, ele pode fazer tudo o que eu faço. Mas se eu der uma conta de Gmail diferente a um dos agentes da Spinnable, posso pôr restrições nessa própria conta, nos softwares que tem acesso, o que ajuda.

Depois há a parte dos guardrails [barreiras de proteção] e que é também não pôr o agente em posições de demasiada responsabilidade e assumir que está no início, temos de ter cuidado. Por isso, vamos lançar e fazer isto aos poucos. Ou seja, vamos ter uma lista de espera, trabalhar com os utilizadores, estar atento, perceber como os agentes se estão a comportar. Dizemos às pessoas, por exemplo, para não darem ainda um cartão de crédito a um agente.

É preciso que os próprios utilizadores percebam que isto é uma tecnologia super poderosa, que pode ajudar imenso, mas também temos de ser responsáveis na maneira como a utilizamos e perceber as suas limitações. Portanto, é dos dois lados. Do nosso lado, ter uma série de guardrails que permitam ter controlo sobre os agentes, e isso está a melhorar constantemente, será cada vez menos um tema, mas também a própria utilização das pessoas tem que ser feita com cuidado.

As empresas grandes neste momento já têm muitos recursos alocados em inteligência artificial, mas quem está a ficar para trás são as empresas pequenas, porque é difícil para uma empresa com 5 ou 6 pessoas. (…) Nós conseguimos ajudar a escalar negócios que, neste momento, são pequenos, mas que não precisam ser pequenos, é uma questão de falta de pessoas. O que nós dizemos é, o sucesso do negócio não devia depender do número de pessoas que consegues contratar.

Há algum setor para o qual estejam a apontar como alvo ou é transversal na sua capacidade de utilização? Referiu o caso da sua mãe…

Desde a minha mãe, a empresas de Airbnb… Aliás, o que notamos é que quanto menos técnico, mais as pessoas apreciam porque em vez de terem uma coisa complicada para usar IA têm uma metáfora que percebem: ‘se calhar não sei fazer workflows complexos, mas sei falar com uma pessoa, sei dizer aquilo que quero’. É o manager desses agentes, tem o controlo, a capacidade de especificar, mas de uma maneira humana. Não estamos a ver neste momento ainda limitação de áreas, estamos a ver uma adoção muito horizontal, estamos é mais focados em SMB [Small and Medium-sized Businesses, micro e pequenas empresas].

As empresas grandes neste momento já têm muitos recursos alocados em inteligência artificial, mas quem está a ficar para trás são as empresas pequenas, porque é difícil para uma empresa com 5 ou 6 pessoas. Num negócio de remodelações de casa, eles estão focados é no seu negócio, não têm muitos recursos para contratar pessoas de inteligência artificial para criar agentes, portanto, acabam por perder a competitividade.

Nós conseguimos ajudar a escalar negócios que, neste momento, são pequenos, mas que não precisam ser pequenos, é uma questão de falta de pessoas. O que nós dizemos é, o sucesso do negócio não devia depender do número de pessoas que consegues contratar.

Arrancam bootstrapped ou estão em fase de levantamento de capital?

Já levantámos capital. Inicialmente, o meu plano era não levantar capital, mas o mercado foi super, super, super ativo. Aliás, eu publiquei no LinkedIn que estava a fazer alguma coisa nova, depois o ECO publicou a notícia e isso fez com que houvesse ainda mais apetite e já levantamos capital. O nosso objetivo é manter a equipa pequena e continuar o nosso caminho. O objetivo é profitability [dar lucros]. Que é fazer um produto que traga de facto valor e pelo qual as pessoas estejam dispostas a pagar, isso é a melhor medida de que isto traz valor ao mundo.

Quem são os investidores e que valor foi levantado?

Temos alguns angels, investidores antigos, algumas outras pessoas e temos um investidor principal, a HeartCore, também investidor da Luca [edtech], se não me engano, eles têm uma série de unicórnios. Gostei imenso do Max [Niederhofer, partner do fundo europeu] e investiram 2 milhões. É um montante suficiente para nós.

O investimento em IA está em alta, há muitos unicórnios a nascer, muito investimento a ser feito no setor, mas recentemente as bolsas entraram no vermelho com receios do crash, de uma bolha.IA. Como olha para isto?

Foi por isso que depois decidimos levantar algum capital, porque é bom ter alguma almofada. Já vi isto na Unbabel, ups and downs [ciclo de subida e descida] e é bom ter uma capacidade, o ideal é não precisar de dinheiro. Há uma máxima que tenho, neste momento, que é ‘product market fit is the only thing that matters, everything else is kidzania‘, ou seja, a única coisa que importa é haver um fit com o mercado tudo o resto é kidzania.

Na Unbabel levantamos muito capital, é um caminho. Há uma altura para levantar capital, quando, de facto, há o product market fit e estás a escalar. Nós, neste momento, estamos em fase de exploração. Estamos a explorar como é que uma plataforma que tem uma metáfora humana se enquadra em empresas e na interação com outros seres humanos. Uma coisa que temos visto, e que tem sido fascinante para mim, é os nossos utilizadores, que são de tecnologia e homens, terem mais dificuldade com a metáfora. Por algum motivo, quando os nossos utilizadores são mulheres, conectam-se muito mais com esta metáfora.

A democratização da IA a esse nível, de géneros, de idade, é o caminho que quero explorar: como a inteligência social consegue encaixar numa sociedade humana, de uma maneira humana, que torna as nossas experiências mais humanas e mais capazes.

A equipa humana fundadora da Spinnable.

Continua a viver nos EUA? Com a vossa lógica de trabalho imagino que seja fácil manter um modelo de trabalho remoto.

Estou em Lisboa. Estou no Atrium Saldanha neste momento. É aqui o nosso escritório. Aliás, a Spinable não é remote. É outra das decisões. A vantagem de ter uma equipa pequena é poder trabalhar fisicamente com outras pessoas. Não tenho nada contra o remoto, obviamente há empresas muito bem-sucedidas, mas a minha cultura, aquilo que gosto, é de trabalhar fisicamente com outras pessoas.

A Sword Health, parceira na Unbabel no consórcio IA do PRR, anunciou um investimento de 250 milhões e a ambição de posicionar o país como um hub de IA na área de saúde. Quando países como Reino Unido, Alemanha ou França estão a investir massivamente em IA, só para referir alguns exemplos, Portugal terá realmente essa capacidade ou é mais um desejo?

Acho que temos a nível de talento, de recursos humanos. Tem havido um fluxo nos últimos anos e Portugal, neste momento, está em alta, do ponto de vista de sítio para se construir, para viver. Isso pode mudar. Há uma série de políticas — por exemplo, agora foi aprovada a lei da nacionalidade —, algumas reestruturações de alguns dos incentivos que estavam a ser usados para atrair pessoas. Mas é verdade que durante muitos anos esses incentivos existiram.

Continuo a acreditar naquilo que acreditava, que é, se conseguirmos criar um núcleo em Portugal de empresas interessantes, a fazer coisas interessantes, as pessoas querem ficar porque conseguimos pagar, conseguimos reter. Agora, que temos o potencial [para o país ser um hub de IA] sim, que é coisa garantida não.

Conheço mais Lisboa que o Porto, mas em Lisboa vejo uma cultura de empreendedorismo fantástica. Há muita gente a viver aqui. Por exemplo, um dos fundos que acabou por investir nesta ronda foi o Florent VC cujo um dos partners está a viver em Lisboa há seis, sete anos. A cultura está a mudar e isso está a atrair pessoas muito interessantes que, em conjunto, por sua vez, também criam um um ciclo positivo, em que as pessoas locais são expostas a isso sem terem que ir para fora.

Portanto, continuo a acreditar naquilo que acreditava, que é, se conseguirmos criar um núcleo em Portugal de empresas interessantes, a fazer coisas interessantes, as pessoas querem ficar porque conseguimos pagar, conseguimos reter. Agora, que temos o potencial sim, que é coisa garantida não. Todas estas iniciativas ainda estão numa fase relativamente frágil. Há muitos outros países que têm vantagem. Se pensar em Israel, tem mais unicórnios que toda a Europa, não é por terem mais pessoas, leva tempo e esforço a investir.

Que nós temos capacidade para isso, não tenho dúvida. Sempre fui super apologista de Portugal, estamos a viver um bom momento, acho que ainda há muito para fazer e, claro, nada é garantido. Há uns anos as pessoas diziam ‘ah São Francisco acabou, morreu’. Está completamente em alta com a revolução IA que está a acontecer, portanto, as cidades também mudam, reinventam-se. Mas a energia que estou a sentir em Portugal e em Lisboa, que é a que conheço melhor, é fantástica. É uma das razões pelas quais eu quis construir outra coisa aqui.

A discrepância entre a Web Summit e a realidade [portuguesa] é menor agora do que há 10 anos. Tens mais outros eventos, a Sword Health está a criar um hub de IA para a Health, temos a Unicorn Factory a ter eventos, o IA Hub em Alvalade a agregar uma série de startups. O delta é menor. Enquanto conseguirmos manter a Web Summit em Portugal acho que traz imenso valor.

Arranca hoje mais uma Web Summit, dez anos depois ainda faz sentido para o país? As pessoas vêm pelo ‘cartão postal’ e depois a realidade é outra?

O trabalho não está feito e, portanto, acho que a Web Summit traz muito valor para Portugal e para Lisboa. Vou falar lá esta semana, como o tenho feito desde que veio para Lisboa, acho que traz imenso valor. A discrepância entre a Web Summit e a realidade é menor agora do que há 10 anos. Tens mais outros eventos, a Sword Health está a criar um hub de IA para a Health, temos a Unicorn Factory a ter eventos, o IA Hub em Alvalade a agregar uma série de startups. O delta é menor. Enquanto conseguirmos manter a Web Summit em Portugal acho que traz imenso valor.

Mantém-se no país até 2028. É uma negociação em que o Governo devia apostar?

Sim, mas, como em qualquer negociação, não é a todo o custo. Mas acho que, sem dúvida, traz valor. Em Dublin, quando a Web Summit saiu de lá, criaram o Dublin Tech Summit, acho que Dublin perdeu bastante do ponto de vista da relevância.

Houve uma conjugação em Lisboa de uma série de coisas, não acho que tenham sido planeadas especificamente, mas que coincidiram e que estão todas a ajudar: as pessoas chegam cá facilmente, têm referências, Portugal é um país ótimo para se viver, há muitas oportunidades interessantes, muitas vantagens em estar aqui. Estamos alinhados com Londres, ​​toda a gente fala inglês, estamos mais perto dos Estados Unidos.

Vemos nas notícias só a parte menos positiva da imigração, o influxo e toda a polémica à volta disso, eu vejo mais o outro lado: uma série de pessoas que construíram coisas incríveis na vida, que decidiram mudar-se para Portugal com as suas famílias, que estão a contribuir, a querer criar coisas, que trazem o seu conhecimento e recursos, e isso é super positivo.

É um país que, no geral, tem boas relações com toda a gente do mundo, onde, por enquanto, espero que para sempre, as pessoas que se mudam para cá sentem-se bem recebidas, acolhidas e querem fazer a sua vida cá, gostam de trazer a família. Muitos dos meus amigos que se mudaram para Portugal são pessoas que trazem imenso valor ao país.

Vemos nas notícias só a parte menos positiva da imigração, o influxo e toda a polémica à volta disso, eu vejo mais o outro lado: uma série de pessoas que construíram coisas incríveis na vida, que decidiram mudar-se para Portugal com as suas famílias, que estão a contribuir, a querer criar coisas, que trazem o seu conhecimento e recursos, e isso é super positivo.

Estão a lançar a empresa esta semana. Quais são as ambições?

Profitability [dar lucros]. O foco maníaco em ter um produto que traga valor. Acho que nós, nos próximos dois, três meses, vamos ter uma lista de espera, começar a deixar pessoas entrar. Diria que, até o fim do ano, vamos estar disponíveis para todos e, daqui a um ano, teremos um número significativo de empresas que conseguem escalar mais porque usam os agentes da Spinnable. É o objetivo. Quando sentirmos que temos genuinamente o product market fit, então sim, levantar capital a sério e escalar a nível global.

Depois da venda da Unbabel tinha ficado a fazer a passagem de pasta para a TransPerfect. Admito que esperava que levasse um bocadinho mais de tempo. Correu bem, deixou a empresa bem entregue?

TransPerfect é uma empresa com 12 mil pessoas agora a nível global, tem processos muito estabelecidos, compra muitas empresas. Eu estou cá, continuo cá para ajudar no que for preciso, mas acho que o meu papel neste momento, a minha utilidade, o meu valor está na criação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Ex-Unbabel Vasco Pedro lança Spinnable. “Sucesso do negócio não devia depender do número de pessoas que consegues contratar”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião