Americana Bounce troca São Francisco por São Bento. “Lisboa é o centro de todas as operações”

A travel tech norte-americana tem planos de expansão e crescimento para novos mercados e escolheu Lisboa como sede global. Cody Candee, cofundador e CEO da Bounce, revela a estratégia para o futuro.

A norte-americana Bounce trocou São Francisco por São Bento. A travel tech — que oferece aos turistas uma solução de armazenamento de curto prazo de malas e bagagens em mais de 1.000 cidades, em 70 países — tem agora o escritório em Lisboa como “o centro de todas essas operações”, garante Cody Candee, cofundador e CEO da Bounce, ele próprio um novo residente na cidade. Lisboa é a agora a nova sede global.

“Investimos um valor significativo no novo espaço (mais de 150 mil euros por ano), mas valeu muito a pena. Queríamos escolher um escritório com instalações onde os colaboradores da Bounce se sentissem entusiasmados e motivados para trabalhar e, com este escritório, foi exatamente isso que conseguimos”, adianta o CEO.

A decisão surge depois de em julho do ano passado a travel tech ter escolhido Lisboa para receber a sua sede europeia, e numa altura em que pretende “lançar a Bounce em novos mercados” e expandir a rede nos países onde já estão presentes. “Nesta fase, será mais importante do que nunca recrutar profissionais excecionais para apoiarem este crescimento. Os principais mercados para nós, no momento, incluem a maioria das principais cidades da Europa, Ásia e América do Sul”, revela Cody Candee, ao ECO Trabalho.

Para já, o espaço de São Bento — com 600 metros quadrados, dois pisos e ainda uma zona exterior com um espaço envidraçado para trabalhar no rooftop — já acolhe parte da equipa, mas o objetivo é crescer. “Pretendemos contratar 15 novos funcionários até ao final deste ano para as áreas de engenharia, growth, data, produto, design e vendas”, revela o CEO.

Há um ano, a travel tech fechou uma ronda série A na ordem dos 12 milhões de dólares. “Temos liquidez para fazer apostas ousadas e agir rapidamente”, assegura o gestor.

Escolheram Lisboa para sede europeia, agora dizem adeus a São Francisco e Lisboa passa a ser a vossa sede global. O que motivou essa decisão, tendo em conta que muitas empresas portuguesas optam por ter sede em outros mercados, por terem sistemas fiscais mais apelativos?

Estamos muito entusiasmados por anunciar que Lisboa é agora a sede global da Bounce. É a cidade perfeita para desenvolvermos a empresa por diversos motivos. Vemos Lisboa como um hub tecnológico emergente da Europa, com o talento altamente qualificado que já existe no país, bem como o incrível talento que o país tem vindo a atrair. À medida que a Bounce está a crescer, queremos expandir a nossa equipa com os profissionais qualificados que Portugal tem para oferecer. O alinhamento e interesse do Governo em desenvolver o ecossistema de startups é também um sinal positivo para o futuro da tecnologia em Portugal.

O escritório de Lisboa é mais do que um hub, é a nova sede da Bounce. A Bounce está agora em mais de 1.000 cidades, em mais de 70 países e o nosso escritório em Lisboa é o centro de todas essas operações.

Com essa decisão de realocar, quantas pessoas irão mudar-se para Lisboa? Como tem sido a experiência em termos de obtenção de vistos? Os novos vistos disponíveis melhoram em termos de rapidez de resposta?

Sete dos nossos colaboradores já se mudaram para Lisboa, incluindo eu próprio. Juntamo-nos a outros 20 que já vivem em Lisboa e foram recrutados localmente.

O processo de obtenção de vistos tem sido variado. Embora tenhamos demorado algum tempo a obter os vistos no início deste processo — foram quase dois anos para conseguir o “Startup Visa”, antes de decidirmos alterar o visto que solicitamos — está a tornar-se cada vez mais fácil à medida que aprendemos o processo.

Portugal acolhe cerca de metade da equipa da Bounce. Quais são os planos de crescimento da equipa? Que perfis procuram?

A Bounce está a crescer rapidamente e pretendemos contratar 15 novos funcionários até ao final deste ano para as áreas de engenharia, growth, data, produto, design e vendas. Queremos contratar profissionais talentosos que sejam apaixonados pela nossa missão e com orientação para a resolução de problemas.

O processo de obtenção de vistos tem sido variado. Embora tenhamos demorado algum tempo a obter os vistos no início deste processo — foram quase dois anos para conseguir o “Startup Visa”, antes de decidirmos alterar o visto que solicitamos — está a tornar-se cada vez mais fácil à medida que aprendemos o processo.

O foco do recrutamento é talento local? Ou, face à disseminação do trabalho remoto, as ofertas são também a pensar no talento internacional a prestar serviços à distância?

Contratamos os profissionais mais qualificados, não importa de onde são. Acreditamos que nos podemos destacar em Portugal como um empregador do setor tecnológico apelativo no mercado para atrair o melhor talento do país. Vamos também continuar a ajudar a realocar novos colaboradores para Portugal para construirmos uma equipa global altamente diversificada aqui em Lisboa.

E como olham para o mercado português em termos de negócio? Em julho, adiantavam ter mais mais de 80 locais onde as bagagens podem ser guardadas. Hoje já são 250. Quais os objetivos ao nível de crescimento, de cobertura?

O nosso objetivo é continuar a desenvolver a nossa rede de parceiros para garantir que o Bounce está disponível em todas as cidades e bairros que visitar em Portugal e no resto do mundo. Dezenas de milhares de utilizadores já guardaram as suas malas com a Bounce em Portugal.

Portugal está a operar mudanças no licenciamento de Alojamento Local, cujos clientes, imagino, são também os vossos. Que impacto, essas restrições de novos AL poderão ter nos vossos planos de expansão no país?

A Bounce é um serviço útil para quem está de visita a Portugal e quer passar algumas horas sem as suas malas para poder explorar livremente, não é apenas para os turistas que ficam em alojamentos de curta duração. Independentemente de quaisquer alterações que sejam feitas às licenças de Alojamento Local, não vemos que isso tenha grandes restrições aos nossos planos de expansão em Portugal. Lisboa está a tornar-se uma cidade verdadeiramente global (eventualmente) à escala de Londres e Nova Iorque que todos querem visitar e conhecer.

Bounce é um serviço útil para quem está de visita a Portugal (…) não é apenas para os turistas que ficam em alojamentos de curta duração. Independentemente de quaisquer alterações que sejam feitas às licenças de Alojamento Local, não vemos que isso tenha grandes restrições aos nossos planos de expansão em Portugal.

Têm ainda um segmento de negócio para guardar encomendas que depois são levantadas pelos consumidores. Como tem evoluído este segmento em Portugal?

O nosso serviço de recolha de encomendas é um segmento que tem vindo a crescer ao longo do último ano. Em Portugal, oferecemos este serviço em Lisboa, Porto e Algarve, e vemos um aumento no número de clientes todos os meses. Muitos dos nossos clientes utilizam o nosso serviço de recolha em alternativa aos locais de receção de encomendas CTT, onde podem existir longas filas de espera e horários de atendimento menos flexíveis. Os expatriados queixam-se frequentemente de que não sabem receber uma encomenda em Lisboa se não estiverem sempre em casa (incluindo eu). A nossa oferta vem resolver este problema.

Querem apostar “fortemente” na vossa expansão, tendo como objetivo “chegar a todos os destinos principais de viagens no mundo nos próximos 12 meses”. Quais os mercados imediatos na mira? Que impacto pode vir a ter ao nível de recrutamento?

Nos próximos 12 meses, pretendemos lançar a Bounce em novos mercados e expandir a nossa rede nos mercados existentes. Nesta fase, será mais importante do que nunca recrutar profissionais excecionais para apoiarem este crescimento. Os principais mercados para nós, no momento, incluem a maioria das principais cidades da Europa, Ásia e América do Sul.

Os expatriados queixam-se frequentemente de que não sabem receber uma encomenda em Lisboa se não estiverem sempre em casa (incluindo eu). A nossa oferta vem resolver este problema.

Há um ano fecharam a vossa primeira ronda série A, na ordem dos 12 milhões de dólares. É suficiente para alimentar os vossos planos de expansão? Há mais rondas previstas ou face ao atual momento dos mercados a opção é outra?

Temos vários planos entusiasmantes em curso, desde a expansão global dos nossos serviços de armazenamento de bagagem e pickup de encomendas, ao desenvolvimento de novos serviços. Temos liquidez para fazer apostas ousadas e agir rapidamente.

Conheça aqui a sede global da norte-americana Bounce:

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