“Não sei se o Portela+1 vai resolver o problema. Alcochete tinha potencial”

Alcochete tem "potencial para se expandir imenso" e, até, no limite, para "substituir a Portela". É nisso que acredita o presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, em entrevista ao ECO.

Jorge Rebelo de Almeida já foi um “intransigente defensor” do projeto Portela+1, a expansão do aeroporto de Lisboa para o Montijo. Hoje, em entrevista ao ECO, o presidente da Vila Galé diz acreditar que Alcochete é a melhor solução para dar resposta ao ritmo de crescimento que o turismo português vive hoje.

Como vê o processo de abertura do novo aeroporto em Lisboa?

É grave o que se passa neste momento com o aeroporto. Durante muito tempo, fui intransigentemente defensor do Aeroporto da Portela, porque é uma grande mais valia da cidade de Lisboa. Aliás, grande parte do crescimento turístico passa pelo facto de ter um aeroporto muito central, muito perto da cidade. Mas, se mantivermos este ritmo de crescimento, que é expressivo e que pode ainda ter bastante espaço, vamos precisar de um aeroporto maior. Esta solução, que em tempos até subscrevi, do Portela+1, não sei se vai resolver o problema, face a estes últimos indicadores que têm dado lugar a um crescimento muito acentuado do turismo.

Pode acontecer um dia em que a União Europeia nos diga ‘queridos, fechem lá esse aeroporto, que isso está dentro da cidade’

Jorge Rebelo de Almeida

Presidente do grupo Vila Galé

Hoje, acho que se devia retomar o tema de Alcochete, que é um aeroporto que tinha potencial. No Montijo, vamos gastar dinheiro, não sei para quanto tempo, e até o enfiamento das pistas é muito conflituante com o da Portela. Não seria mais interessante começarmos por fazer um aeroporto em Alcochete, com potencial para se expandir imenso, até para poder, no limite, vir a substituir a Portela? Faço parte do clube de fãs da Portela, mas a Portela tem um risco. Pode acontecer um dia em que a União Europeia nos diga “queridos, fechem lá esse aeroporto, que isso está dentro da cidade e já não há espaço para isso”. Pode acontecer.

Expansão tem de haver, mas não no Montijo?

Expansão tem de haver, e urgente. Não somos o país mais acelerado a decidir coisas, sobretudo em matéria de estudos. Mas atenção: em Alcochete já havia estudos pagos. Preferia uma solução que tivesse potencial grande de crescimento e de futuro. Em Alcochete, podemos começar por fazer um terminal de passageiros e de carga e fazer uma pista, mas há espaço para fazer uma segunda pista, porque a área é muito grande. O terreno já é do Estado, não há necessidade de estar a investir. Alcochete chegou a estar adiantado, teve muita coisa feita, e não sei se alguma ambição, de vez em quando, não faz falta.

Quando diz que a expansão é urgente, isso significa que a Vila Galé já não tem capacidade para responder a alguma procura?

Não tanto assim. Temos alguns períodos em que efetivamente já não temos espaço. Na época alta no Algarve, por exemplo, andamos com taxas de ocupação de 97%. Mas ainda há camas para encher.

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