“Os seguros são um setor fundamental na economia portuguesa e mundial”

José Limón Cavaco, sócio da área de Seguros e Resseguros, explicou que querem oferecer aos clientes um serviço transversal a todos os ramos, operadores e clientes, a que chamam “Seguros 360 graus”.

José Limón Cavaco, sócio da área de Seguros e Resseguros da CCA Law Firm, explicou que querem oferecer aos clientes um serviço transversal a todos os ramos, operadores e clientes, a que chamam “Seguros 360 graus”. À Advocatus, adiantou que a autonomização desta área terá um impacto “bom” na firma, uma vez que os seguros são um setor fundamental na economia. Sobre o impacto na faturação, considera que não será, “por enquanto”, a área mais rentável do escritório, mas “vai contribuir para que este atinja uma meta de faturação importante”.

Depois de cerca de 18 anos ao serviço da GPA Advogados, transitou para a CCA Law Firm. O que motivou esta transição?

A CCA Law Firm é para mim um projeto aliciante. Por um lado, sendo um escritório com 75 anos de idade, beneficia de uma sabedoria transmitida de geração para geração… Ao mesmo tempo, é uma empresa voltada para o futuro: não só por ser uma referência na assistência jurídica a setores tecnológicos, mas especialmente pela aposta que faz no bem-estar, no crescimento e na realização dos seus colaboradores. Vi nestas características uma receita para um serviço de excelência ao cliente.

Na CCA integrou a nova área de Direito dos Seguros e Resseguros, enquanto sócio. Que expectativas tem para este novo desafio?

O que espero é dar aos nossos clientes um serviço a que chamamos “Seguros 360 graus”! Este serviço é para todos os ramos, todas as linhas de seguro, todos os operadores, para seguro direto, para resseguro, para clientes nacionais e estrangeiros. Elaboramos e interpretamos apólices; acompanhamos o gestor de sinistro e patrocinamos os clientes em tribunal; apoiamos na distribuição do produto; assistimos os clientes no cumprimento regulatório e na conduta de mercado. A beleza é que, depois, cada um destes tipos de serviço potencia valor e resultados para os outros.

José Limón Cavaco, partner da CCAHugo Amaral/ECO

Que impacto terá a autonomização desta área do negócio na sociedade de advogados?

O impacto será, penso eu, bom, porque os seguros são um setor fundamental na economia portuguesa e mundial. É a indústria que dá proteção aos cidadãos e às empresas para gerirem os seus negócios e viverem a sua vida com confiança. Poder dar assessoria jurídica a este setor, e fazê-lo com experiência e conhecimento especializado, é uma vantagem para qualquer escritório, penso eu.

E que impacto terá na faturação do escritório?

Terá o impacto que os clientes deixarem! [risos] Não será, por enquanto, a área mais rentável do escritório, mas vai contribuir para que este atinja uma meta de faturação importante. Preocupamo-nos muito com que os nossos clientes reconheçam o valor dos nossos serviços, e que se sintam confortáveis com o que nos pagam, por isso queremos crescer sempre com isto em mente.

Penso que daqui a 10 anos os clientes vão exigir celeridade e previsibilidade dos tribunais, e estou certo de que a Inteligência Artificial vai ter um papel importante na consecução disso.

José Limón Cavaco

Sócio da área de Seguros e Resseguros da CCA Law Firm

Quais são os principais destinatários deste vosso novo serviço?

Os principais destinatários dos nossos serviços são seguradoras, resseguradoras, brokers, agências de subscrição, peritos, TPAs, consultoras de risco, e todas as empresas que lidem com temas de seguros, como por exemplo a banca, os transportes, a mobilidade, a construção ou as tecnológicas. Ah, e também outros escritórios de advogados!

A equipa desta área é composta por quantos advogados?

Somos cinco, já trabalhamos juntos há muito tempo. Uns estão mais voltados para a consultoria e outros para o contencioso, mas todos fazem as duas coisas. Todos temos os seguros “no sangue”.

José Limón Cavaco, partner da CCAHugo Amaral/ECO

Qual é o maior desafio atual da área de Direito dos seguros e Resseguros?

A nossa civilização vive um paradoxo: por um lado os consumidores querem serviços muito rápidos; mas muitas vezes estes serviços são complexos e, pela sua natureza, não podem ser explicados e compreendidos de forma rápida. É o caso de alguns seguros. O resultado legal disto às vezes é injusto, com uma das partes obrigada a conformar-se com prestações que não havia contratado. O desafio para o legislador é pois o de encontrar um equilíbrio entre o dever de prestar a informação e o direito/dever de a receber, para que nenhuma das partes saia penalizada.

A Inteligência Artificial terá algum impacto no setor dos seguros? Se sim, qual?

Creio que algumas áreas rapidamente beneficiarão das capacidades da Inteligência Artificial: a análise e modelação de riscos, por exemplo patrimoniais, climáticos e de supply chain; a personalização de produtos com melhores preços para os clientes; a assistência a clientes e até aspetos simples de gestão de sinistros executados por chatbots; a prevenção e deteção de fraudes.

O que é que os clientes vão exigir daqui a 10 anos?

Penso que daqui a 10 anos os clientes vão exigir celeridade e previsibilidade dos tribunais, e estou certo de que a Inteligência Artificial vai ter um papel importante na consecução disso.

José Limón Cavaco, partner da CCAHugo Amaral/ECO

Que marca pretende deixar na CCA?

A marca de um trabalho honesto… “honesto” no sentido de que seja o melhor que eu consigo fazer e que dê aos clientes as soluções de que precisam.

Com cerca de 30 anos de carreira, que balanço faz do seu percurso?

O melhor começa agora [risos], mas penso que tenho tido muita sorte: com os escritórios em que trabalhei, com os clientes profissionais que tenho tido, com os meus colegas, mestres e discípulos com quem muito aprendi, e com os temas mais desafiantes em que trabalhei e que me obrigaram a crescer profissionalmente.

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