O diretor-geral da GSK em Portugal diz que o país oferece grandes oportunidades na vacinação e vê as vendas subirem mais de 10% em 2025, mas critica atrasos nos pagamentos e lentidão nos ensaios.
“Não parece necessariamente justo que um doente em Berlim esteja a receber um medicamento oncológico em 100 dias e alguém em Braga tem de esperar 700”. A velocidade, ou a falta dela, é uma das principais críticas de Eric King, diretor-geral em Portugal da biofarmacêutica GSK (gigante global que faturou cerca de 36,5 mil milhões de euros em 2023) ao ecossistema de saúde no país.
Em relação ao tempo de chegada de medicamentos aos pacientes aponta para um estudo da IQVIA que coloca Portugal no 30º lugar de um ranking de 36 países e critica a excessiva “negociação à moda antiga” sobre preços e que atrasa o processo. No aumento de ensaios clínicos o travão é a burocracia, que não permite a agilidade que as empresas globais pretendem, adianta.
Ainda assim, King vê Portugal com “um mercado atrativo”. Com uma população envelhecida, mas com menos tempo de vida saudável que a média europeia, o Governo devia canalizar poupanças e ganhos que está a tentar fazer com genéricos e as ULS para aumentar a vacinação preventiva nos adultos, até porque não há tanta resistência como em países como a Alemanha ou EUA. Depois de subir as vendas em 9% em 2023 para 106 milhões de euros, a GSK deverá este ano aumentar as receitas em 7% e “acelerar para dois dígitos” em 2025.
Acredita que o Governo tem, nas áreas de Saúde e da Economia, “pessoas que sabem o que estão a fazer”, mas foi-lhes confiada a tarefa de assumir uma enorme burocracia e para isso precisam de “fazer a viagem do tempo”.
Está no cargo há cerca de um ano. Queria aproveitar a oportunidade para fazer um balanço das tendências e dos desempenhos registados pela GSK nos últimos meses em Portugal. Em 2023, a GSK registou um aumento de cerca de 9% para 106 milhões de euros nas receitas em Portugal. Quais são as expectativas para este ano?
Crescimento semelhante. Devemos terminar à volta dos 7%. Vamos atingir pela primeira vez – somos uma empresa britânica, por isso pensamos em libras – vamos atingir as 100 milhões de libras pela primeira vez. Assim, entramos naquilo que chamamos o Century Club, um grupo de países que atingiram os 100 milhões e esta será a primeira vez que isso acontece na GSK em Portugal. Por isso, estamos muito entusiasmados. Desempenho generalizado entre as diferentes unidades de negócio. Temos, portanto, um desempenho muito forte nas especialidades, na oncologia, mas também em alguns dos medicamentos mais antigos, a que chamamos medicamentos gerais, algumas das terapias inaladas para a DPOC ou a asma, que registaram um crescimento significativo. E a carteira de [medicamentos sem] patente manteve-se. Portanto, mantivemo-nos mais ou menos estáveis nessas áreas, o que para nós é um ano bastante bem sucedido.
A empresa investe, ou reinveste, 20% das suas receitas. Isso no ano passado representou cerca de 20 milhões de euros. Já disse anteriormente que o plano é continuar a aumentar este investimento. Isto aconteceu este ano? O que vai acontecer no próximo?
Sim, com as vendas a subir, acabamos por gastar mais. Portanto, 20 milhões, como dissemos no ano passado, mais 7% para além disso, portanto, 21 milhões aproximadamente. Trabalhamos com vários parceiros locais. Por isso, penso que o impacto que temos na sociedade portuguesa também pode ser medido pelos 250 parceiros comerciais que temos. Estamos a fazer 17 estudos clínicos, o que também tem um impacto porque estamos a trabalhar e a fazer parcerias com grupos médicos portugueses. Assim, os hospitais recrutam doentes e dão acesso a novos medicamentos. Por isso, sim, penso que a nossa presença em Portugal continua a crescer. Há muito momentum na equipa. No último ano, registámos 50 novos membros. Por isso, estamos a rejuvenescer como grupo.
50 novos membros no ano passado e outros 50 este ano?
Sim, temos 50 novos. Alguns deles são também substituições. Por isso, uma parte é aumentar de escala. Mas, em parte, trata-se também da chegada de novas pessoas e da saída de pessoas mais velhas. É um pouco como uma renovação e um rejuvenescimento da equipa. Há certamente muita motivação e desejo de ajudar a sociedade em que vivemos.
Mencionou anteriormente que há uma contribuição de cerca de 18 milhões para a economia. Como é que a colocaria para este ano. Mais 7%?
Bem, são cerca de 20 milhões que estamos a pagar. Obviamente, há uma parte fiscal que entra, há um investimento que fazemos em I&D. Mas sim, está perto dos 20 milhões, este ano.
Tem uma longa experiência na indústria farmacêutica internacional e acaba de completar o seu primeiro ano em Portugal. Como vê o mercado farmacêutico português em comparação com outros na Europa? E que papel desempenha a GSK neste contexto?
Para mim é um mercado atrativo. Tem pessoas fantásticas. Em primeiro lugar, posso dizer que as equipas que herdei, as pessoas com quem trabalhei, com capacidades muito elevadas, normalmente falam duas ou três línguas, o que é útil. Ajudaram-me a aprender português, o que também é útil. Por outro lado, é um mercado que tem muitas oportunidades. Penso que algumas destas oportunidades são bastante visíveis ou bastante óbvias. Por exemplo, é um país que tem algumas das taxas de vacinação mais elevadas de qualquer lugar. Penso que com a Covid, foi a segunda ou terceira taxa de vacinação mais elevada do mundo. As taxas que têm para a gripe, para pessoas com 80 anos ou mais, são superiores a 80%.
Quando falamos com o Governo e com indivíduos que trabalham com o Programa Nacional de Vacinação, eles mobilizam tudo o que podem para vacinar as pessoas, porque veem o enorme benefício que isso traz. Por isso, como um dos maiores fabricantes de vacinas, esta é certamente uma grande oportunidade para nós.
Tem havido investimento nessa área
Sim, tem havido investimento e, na verdade, quando falamos com o Governo e com indivíduos que trabalham com o Programa Nacional de Vacinação, eles mobilizam tudo o que podem para vacinar as pessoas, porque veem o enorme benefício que isso traz. Por isso, como um dos maiores fabricantes de vacinas, esta é certamente uma grande oportunidade para nós. Foi efetuado um estudo a nível europeu segundo o qual cada euro investido rende 19 vezes o seu valor. Se incluirmos todos os custos sociais e outros benefícios que daí advêm, penso que existe uma verdadeira oportunidade no mercado.
Mas também se trata de uma população envelhecida.
Sim, sim, uma das mais velhas.
E como é que isso afeta o vosso negócio?
Penso que tem impacto em todos nós que vivemos em Portugal. É uma das [populações] mais envelhecidas na Europa. O que é ótimo. As pessoas estão a viver mais tempo. Penso que o que se passa em Portugal é que estão a viver mais tempo, mas não estão necessariamente a viver melhor, porque quando olhamos para a qualidade de vida aqui, o número é de 59,2 anos de vida saudável e 5,4 anos menos do que a média europeia. O principal responsável por isto é a doença crónica de diferentes tipos.
É genética?
Dieta, algumas comorbidades e doenças. E muitas destas situações podem ser evitadas. E é aí que nós entramos, como empresa farmacêutica e certamente como indústria farmacêutica, para tentar ajudar essas vidas a serem, não só mais longas, mas melhores. Mas, sim, como disse, é uma população envelhecida. Isso sobrecarrega o sistema de saúde. Sempre que se tem uma idade mais avançada, há mais tratamentos que requerem intervenções mais dispendiosas. E há certamente uma pressão sobre o Orçamento do Estado nesse sentido. Isso cria alguns desafios, mas também uma oportunidade para fazermos coisas como a prevenção. Para ser sincero, penso que o país poderia investir mais na prevenção.
Que tipo de coisas?
Obviamente, no espaço farmacêutico, são coisas como a vacinação, a vacinação em adultos. Há outros países na Europa que elaboraram um calendário de vacinação para adultos.
Após os 50 anos ou algo do género?
Sim, exatamente. Depende da vacina. Alguns fazem-no a partir dos 60 ou 65 anos para coisas como o zóster. Já têm um ótimo programa para a gripe aqui. Alguns dos outros países também estão a começar a fazer coisas com o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também. Mas esta é uma das formas em que provavelmente podemos ajudar as pessoas.
Lançaram a vacina para VSR aqui no ano passado. Como é que está a correr?
É uma doença que é provavelmente menos compreendida nos adultos mais velhos do que nas crianças. Eu sou pai, tenho filhos pequenos. O meu filho mais novo esteve no hospital com VSR, muito provavelmente, quando vivíamos no Reino Unido. Por isso, penso que se trata de uma questão óbvia e imediata para os pais. Mas, na verdade, as taxas de mortalidade e morbilidade, nos dados que partilhámos recentemente com o congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia há algumas semanas, são bastante elevadas. Nos adultos mais velhos 20%, mais de 20% de mortalidade e morbilidade com VSR em alguns hospitais em Portugal. Por isso, penso que é mal compreendido, é uma doença subdiagnosticada e, provavelmente, um fardo subestimado. Mas está definitivamente lá e cada vez mais pessoas começam a aperceber-se disso. E à medida que isso acontece, as pessoas começam a procurar soluções. Coisas como a vacinação que pode ajudar a prevenir.
Falou do Orçamento do Estado para 2025, que acabou por passar no Parlamento no final de novembro. Quais são os aspetos que afetam diretamente a indústria farmacêutica? A continuação da contribuição extraordinária continua a ser designada como extraordinária, apesar de existir desde 2015. Qual é a sua opinião sobre este imposto?
A boa notícia é que estão a diminuir a taxa de IRC num ponto percentual. Penso que, inicialmente, queriam fazê-lo em dois pontos, mas um ponto ajuda todas as empresas ao entrar. Na indústria farmacêutica, temos outras questões relacionadas com a rapidez com que as coisas são pagas, com o tipo de dívida que está a ser contraída com o Governo. Mas, em última análise, faremos a nossa parte, onde somos felizes contribuintes para a sociedade. Assim, os impostos são reinvestidos e acreditamos que devem ser reinvestidos em coisas como a prevenção, o tratamento da doença, os diagnósticos, coisas que podem ajudar esta população envelhecida.
A gestão do fluxo de caixa, quer se trate de uma empresa ou de uma agência governamental, é algo em que as pessoas estão bastante concentradas. Mas, sim, os problemas mantêm-se, podemos dizer isso.
Falou de pagamentos do Governo. Portugal como Estado foi no passado, muitas vezes um mau pagador. Já viu algum sinal preocupante?
É mais a nível hospitalar, em torno da rapidez com que as dívidas são pagas e cobradas. Penso que isto é reconhecido. E é uma questão que provavelmente se mantém, talvez melhorando ligeiramente desde que estou aqui. E penso que é algo que se arrasta há anos. Mas, sabe, eles fazem o melhor que podem. Obviamente, a gestão do fluxo de caixa, quer se trate de uma empresa ou de uma agência governamental, é algo em que as pessoas estão bastante concentradas. Mas, sim, os problemas mantêm-se, podemos dizer isso.
Ainda no Orçamento, acabou por ser aprovada uma medida apresentada pelo Governo para incentivar a utilização, em ambulatório, de medicamentos genéricos, tentar aumentar essa quota de mercado para 55%. Como é que vê o equilíbrio entre genéricos e não-genéricos em Portugal? O Governo está a tentar influenciar o mercado?
Os genéricos têm um papel importante na indústria. Temos uma enorme carteira, mais de 200 medicamentos e vacinas. A maior parte deles não tem patente. Por isso, pode chamar-lhes genéricos ou pode chamar-lhes genéricos de marca. Penso que os objetivos em torno de uma maior utilização de genéricos fazem sentido se houver uma poupança de custos associada. E, normalmente, os governos tentam aumentar o número de genéricos porque estão a poupar dinheiro. O que descobrimos é que, com os genéricos de marca, na forma como praticamos os nossos preços, eles ainda podem ser competitivos, podem continuar a ser úteis, podem continuar a ter valor para um paciente. Portanto, os objetivos são bons. Na nossa posição, o impacto não é muito grande. A maior parte dos ‘penhascos’ de patentes já aconteceram recentemente e o próximo lote provavelmente só virá daqui a vários anos. Portanto, provavelmente mais cinco anos antes de termos uma expiração significativa das patentes. Para a GSK esse não foi um grande problema. Os genéricos servem um propósito e o Estado tem o direito de tentar tornar os cuidados de saúde mais sustentáveis. Agora, o que gostaríamos de fazer é utilizar essas poupanças e investir esse dinheiro em coisas que podem ter um grande impacto, como a prevenção, o tratamento, a inovação, coisas desse género. Porque, em última análise, o dinheiro só é bom se o estivermos a utilizar.
Essa era a minha próxima pergunta. Como é que vê o ecossistema biofarmacêutico, o sistema de saúde aqui em Portugal? Há mais necessidade de coordenação, incluindo as empresas privadas?
Temos um papel a desempenhar. O Governo com as reformas estruturais está a mudar para o sistema de Unidades Locais de Saúde (ULS), ou, digamos, as infraestruturas têm alguns aspetos positivos. E, se for bem implementado, pode servir todas as partes interessadas de uma forma significativa. No que diz respeito ao ecossistema, essa é provavelmente a maior mudança, tem vantagens que podem estender-se aos produtos farmacêuticos. O que eu gostaria de ver, e talvez seja em torno da inovação, o tema que mencionei anteriormente, gostaria de ver um acesso mais rápido aos medicamentos, penso que se olharmos para a lista de espera de medicamentos, Portugal está no fundo da lista, estamos em 30º lugar entre 37 países no que diz respeito ao tempo de chegada ao mercado e para trazer inovação para cá, segundo um estudo da IQVIA. E não parece necessariamente justo que um doente em Berlim esteja a receber um medicamento oncológico em 100 dias e alguém em Braga tem de esperar 700.
Porque é que isto está a acontecer? É a burocracia?
Há duas coisas principais. Há uma parte técnica, em que essencialmente estão a reavaliar a parte técnica que é frequentemente feita a nível europeu. Assim, alguma da nova legislação da UE, que certamente conhece, poderá reduzir este tempo, mas é cerca de um quarto do tempo que demora todo o processo. Muito disto é uma negociação e um pouco para lá e para cá. E, como sabe, há pressão sobre o Governo para reduzir os custos. Coisas como os genéricos que mencionou.
O tempo acaba por ser um custo
Há uma parte que demora um pouco mais de tempo do que provavelmente deveria, algumas delas por boas razões. Há questões de recursos no Governo em torno da avaliação da parte técnica, mas a maior parte do tempo é gasta em negociações sobre qual deve ser o custo. Por isso, seria bom alinhar um conjunto de dados que possam informar esse processo e torná-lo baseado em factos, em vez de uma espécie de negociação à moda antiga.
[Nos ensaios clínicos] Portugal é interessante do ponto de vista do incentivo fiscal, do ponto de vista da capacidade, mas ainda existem alguns obstáculos burocráticos que dificultam o seu aumento e a sua implementação com a rapidez e agilidade que as empresas multinacionais pretendem problemático.
Noutra parte do negócio, mencionou os programas de ensaios clínicos. Tem 17 a decorrer. Há um plano para aumentar esse número? E será este um bom sítio para continuar a fazer estes ensaios?
Vou responder a essa pergunta com um sim e um não. Sim, é um sítio fantástico. Existem incentivos fiscais para a realização de ensaios clínicos locais, um incentivo fiscal muito, muito atrativo para o fazer. A capacidade é elevada, há grandes centros. De facto, os dados são bastante fortes. Agora, como utilizar os dados é outra história. Mas, sabe, é um país que tem um programa nacional de cuidados de saúde há anos e anos e anos, o que tem algumas vantagens em relação ao meu país de origem, os EUA, por exemplo, que não o tem. Por isso, penso que, sim, é interessante do ponto de vista do incentivo fiscal, do ponto de vista da capacidade, mas ainda existem alguns obstáculos burocráticos que dificultam o seu aumento e a sua implementação com a rapidez e agilidade que as empresas multinacionais pretendem. E penso que nós vamos expandir. Para responder diretamente à sua pergunta, queremos aumentar o número. Até onde pode ir depois, vai depender da forma como conseguirmos trabalhar com o Governo para eliminar alguns desses obstáculos e sermos mais ágeis. Penso que a agilidade é a peça-chave, porque as capacidades estão lá.
Já reuniu com a ministra da Saúde para discutir estas questões?
Tivemos recentemente o ministro da Economia numa mesa redonda na embaixada britânica. Levantámos algumas questões. Eu não era o único, eram todas empresas britânicas, por isso, tinham uma grande variedade de questões. Mas uma delas foi esta, em torno da agilidade e a agenda da inovação, e, provavelmente, a outra é em torno dos limites que existem sobre as vendas. É claro que o Governo tem o direito de tentar controlar a despesa, embora isso tenha um efeito secundário na inovação. Estas são algumas das coisas que poderíamos fazer para tornar a vida um pouco mais fácil para o doente, que acaba por depender do acesso.
O ministro foi recetivo?
Quando se fala com o Governo, seja a ministra da Saúde ou o da Economia, são pessoas muito inteligentes e sabem o que estão a fazer. E penso que lhes foi confiada a tarefa de assumir uma enorme burocracia e, para fazer mudanças numa grande burocracia, num grande programa, seja ele privado ou público, é preciso tempo. E, provavelmente, precisam de fazer essa viagem. Faremos o que pudermos no setor. Mas sentimos que há colaboração.
Tocando agora no assunto da vossa equipa. Disse que está a aumentar, a renovar. O que é que está a achar da reserva de talentos aqui em Portugal? Está a conseguir recrutar bons talentos e mantê-los? É uma questão grande na economia portuguesa
Há aqui talento. O que está a aludir é que há muita emigração de jovens talentos que saem do país por muitas razões que, penso eu, são principalmente salários e esse tipo de coisas. Temos tendência para recrutar pessoas com um determinado tipo de formação, como médicos e farmacêuticos, que recrutamos em grande escala. Encontrámos um bom conjunto de pessoas com as capacidades de que precisamos, muitas vezes falam várias línguas e têm ambições de fazer mais. Por isso, um dos objetivos da GSK é tentar ser um importador e exportador de talentos. Assim, temos pessoas em funções globais que estão sediadas em Portugal, pessoas que foram de Portugal para Londres ou para os EUA. Trouxemos alguns portugueses de volta, que estavam fora e, claro, há incentivos fiscais para isso. Há um bom equilíbrio. Poderá haver mais? Sim, quero dizer potencialmente, mas não nos prejudicou talvez da mesma forma que noutras indústrias. E penso que isso depende do background dos indivíduos que se está a recrutar.
Vamos voltar aos números. Como é que estes números do negócio comparam com outros países da Europa? Qual é a posição de Portugal na tabela da GSK, está a subir?
Sim, como referi no início, 100 milhões de libras em vendas está a levar-nos para o próximo nível de países. Também temos uma participação maioritária na ViiV, que é uma empresa bastante grande em Portugal. Só para dar uma ideia, se juntássemos a GSK e a ViiV em Portugal, seria maior do que a GSK e a ViiV até na Suíça, que é um país bastante atrativo. Na Europa, se não estou enganado, penso que estamos no top 11 e creio que estamos a entrar no top 10. Assim, para a dimensão do país que temos, para o PIB que temos, para as condições que temos, penso que estamos a fazer tudo o que podemos para tentar estar no escalão superior e, certamente, ultrapassar esta marca ajuda-nos e vemos realmente um futuro brilhante.
Estamos em dezembro. Qual é o objetivo para 2025?
Pensamos num crescimento de dois dígitos, acreditamos que o nosso plano será um crescimento de dois dígitos no próximo ano. E temos estado a atingir single digit elevado nos últimos dois anos, como mencionámos. E, essencialmente, pensamos que podemos realmente desbloquear o poder da vacinação. Agora, isto depende de se passar das vacinas pediátricas para a constatação do benefício na vacinação dos adultos. Mas se pudéssemos escolher um país que o conseguiria, seria Portugal. Existe aqui uma cultura de vacinação. As pessoas compreendem o benefício. Não é como a Alemanha, ou seja, não há este ceticismo vacinal que se vê nos outros. Por isso, é realmente uma questão de alinhar as partes interessadas e todos, para aproveitar o poder da vacinação e ajudar realmente a população em grande escala e, em última análise, apoiar uma agenda de acesso para que todos possam ter acesso às vacinas de que necessitam.
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“Portugal está no fundo da lista, gostaria de ver acesso mais rápido aos medicamentos”
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