O Governo tem de se preparar para a desaceleração económica, afirma o presidente da SIBS, através da contenção orçamental. Sobre o caso dos professores, responde: "Não é possível atender a todos".
Vítor Bento considera que está para breve uma desaceleração da atividade económica na Zona Euro e em Portugal, e que em preparação para tal o Governo deve procurar ser contido no Orçamento do Estado que apresentar para 2019. Para tal, tem de escolher prioridades, e aí o presidente da SIBS, questionado no ECO 24 sobre as exigências dos professores, sublinha: “Não dá para atender a todos”.
No programa ECO 24, uma parceria entre o ECO e a TVI 24, o presidente da SIBS afirmou que “há vários sinais que apontam para uma desaceleração da atividade económica na Zona Euro, e inevitavelmente em Portugal isso também irá acontecer”. Principalmente, referiu, é previsível que aí venha uma desaceleração porque Portugal não tem visto um crescimento significativo da produtividade.
“O nível de emprego é elevado e começa a haver uma exaustão de recursos humanos, do fator trabalho, e também no fator capital nós temos, endogenamente, uma deficiência em termos de stock de capital”, comentou, “portanto o grande fator que poderia induzir um crescimento continuado desta ordem de grandeza seria um crescimento da produtividade, não estou a ver como”.
No próximo Orçamento, referiu, o Governo deverá ter o cuidado, por este período de desaceleração que se avizinha, de manter as finanças públicas equilibradas. Algumas das políticas que têm sido aplicadas até agora, por exemplo as cativações ou outros meios extraordinários, não podem ser utilizadas de um ponto de vista duradouro. “Não é um recurso que possa ser repetido muitas vezes, porque é um recurso que entra facilmente em exaustão”, referiu.
O Governo, no futuro, vai ter de fazer opções mais sérias. “Vai ter de escolher quais são as prioridades a que o Estado tem de dedicar recursos, e quais as escolhas menos prioritárias das quais vão ter inevitavelmente que desviar recursos, sabendo que não vai ser possível atender a todas as expectativas, a todos os desejos, a todas as ambições”, disse.
“Facilmente se chega a um consenso sobre o que são as [prioridades] fundamentais, desde a Segurança Social à Saúde, à Educação, às funções de soberania, não nos esqueçamos dessa componente, é fácil chegar… mas é preciso saber que mesmo nesses campos”, como as da Educação ou Saúde, “não é possível atender a todos”.
Vítor Bento afirmou ainda que a questão das exigências dos professores, que pretendem que seja contabilizado todo o seu tempo de serviço durante o período do congelamento das carreiras para efeitos de progressões agora que estas foram descongeladas, não é compatível com um Orçamento equilibrado. “Ou tem de se aumentar a carga fiscal muito significativamente o que porá em causa a criação de riqueza do país, ou vão ter de se abdicar de outro tipo de despesas”, afirmou.
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“Professores? Não dá para atender a todos”
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