A ideia de fazer pontes e, em particular, procurar entendimentos à esquerda foram uma constante na vida política de Jorge Sampaio, que morreu esta sexta-feira, aos 81 anos.
É possível que o percurso político de Jorge Sampaio seja recordado sobretudo por duas decisões que, à época, fizeram correr muita tinta e dividiram as águas: a
coligação PS-PCPpara a Câmara Municipal de Lisboa, em 1989, e a
indigitação de Pedro Santana Lopescomo primeiro-ministro, em julho 2004, acabando por demiti-lo, dissolvendo a Assembleia da República, apenas cinco meses depois. Foram
momentos de rutura, que alimentaram intermináveis debates e polémicas, extremaram posições, alteraram a história política de Portugal e deixaram marcas duradouras na vida partidária. É possível argumentar que o acordo de 1989 em Lisboa, tendo rompido pela primeira vez o apartheid entre PS e PCP - e sendo o momento inicial de diálogo à esquerda -, é
o facto político que cria as condições para o que
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