NLP: Uma boutique de Propriedade Intelectual assente numa “cultura de ouvir”

Beatriz Lima, Joana Piriquito Santos e Sara Nazaré, sócias da NLP, explicaram este novo projeto em que se aventuraram. À Advocatus, garantem que este era o momento e que não foi um “salto de fé”.

Beatriz Lima, Joana Piriquito Santos e Sara Nazaré lançaram-se no mercado de advocacia portuguesa ao fundar a NLP, um player dedicado à área de Propriedade Intelectual.

As três fundadoras, que transitaram da Vieira de Almeida, sentiram que era “agora” que deveriam dar este passo por estarem “preparadas”, com “conhecimentos” e com a “equipa certa” e por acreditarem que podiam oferecer aos clientes um “serviço diferenciador”.

“Em primeiro lugar temos em comum um percurso em Propriedade Intelectual e tínhamos uma experiência em trabalhar juntas ao longo destes anos na área de Ciências Farmacêuticas. Crescemos juntas com clientes muito exigentes num ambiente que era uma área nicho e, ao mesmo tempo, o que foi acontecendo foi que nós fomos começando a perceber que havia uma oportunidade em Portugal de trabalhar com empresas tecnológicas”, sublinhou Joana Piriquito Santos.

Joana Piriquito Santos, Sara Nazaré e Beatriz Lima, sócia da NLPHugo Amaral/ECO

A sócia da NLP explicou que essa oportunidade passa por desenvolver um trabalho “estratégico” e com consultoria “mais inteligente” para as empresas nacionais. “Estávamos todas a sentir de alguma forma a vontade de ter um projeto nosso e que tivesse a nossa marca”, acrescentou.

“Somos três pessoas que se admiram mutuamente, não apenas tecnicamente, mas também pessoalmente, porque no final do dia somos sócias”, referiu.

Apesar do inevitável receio de arriscar e apostar em algo novo, Beatriz Lima afirmou que esse medo foi apaziguado pela confiança que existe entre as três, mas também em toda a equipa – que é composta por João Assunção, na qualidade de associado coordenador, e Filipe Gomes, associado -, e no projeto. “Confiança essa que se tem vindo agora a consolidar com a resposta positiva do mercado”, notou a sócia.

Sara Nazaré, João Assunção, Joana Piriquito Santos, Filipe Gomes e Beatriz Lima.Hugo Amaral/ECO

Após cerca de mais 15 anos na VdA, Sara Nazaré considera que o escritório formou-as, como profissionais e pessoas, e que foi uma escola essencial. “Se não tivéssemos estado estes anos todos na VdA, individualmente e juntas, isto não seria possível”, garantiu.

Uma abordagem 360º

Uma coisa é certa, Joana Piriquito Santos considera que os clientes as conhecem bem e que este salto não foi de “fé” mas antes acreditando que o mercado reconhece o trabalho de cada uma. “Os clientes conhecem-nos e por isso é que estamos cá. Nestes dois meses o balanço é muito bom”, acrescentou.

A sócia assegurou que o caminho para o futuro já está traçado e que sabem “muito bem o que vão e querem fazer”.

Quando falamos que queremos ter uma abordagem 360º significa que queremos sentar à mesa advogados e engenheiros, pessoas técnicas. Queremos estar ao lado das empresas tecnológicas e termos 100% de certeza que se percebe tudo o que está a ser discutido e que todos os advogados e técnicos consigam acompanhar uma empresa inovadora em toda a sua extensão”, explicou Joana Piriquito Santos.

Joana Piriquito Santos, sócia da NLPHugo Amaral/ECO

Esta é então a proposta de valor da NLP, uma abordagem 360º em Propriedade Intelectual com as parcerias certas e, para tal, vão atuar em várias frentes, uma delas é através da sensibilização.

“Há por vezes alguma desconfiança em relação à Propriedade Intelectual, seja por não percecionarem o valor de proteger os seus ativos, seja porque acham que é demasiado complexo e que está fora do seu campeonato. Queremos no fundo sensibilizar as empresas para esta necessidade. Não só não tem de ser complexo, não tem de ser assim tão caro e, no final do dia, para uma empresa que de facto quer vingar é absolutamente essencial”, referiu Sara Nazaré.

“A 360º pretende dar resposta ao que o nosso cliente precisar e isso pode começar na proteção, pode ir pela negociação ou pode terminar na defesa em tribunal”, acrescentou Beatriz Lima.

Beatriz Lima, sócia da NLPHugo Amaral/ECO

Assim, pretendem estar na fila da frente desta inovação e dar todas as ferramentas para as empresas puderem explorar e crescer. Para tal, necessitam de definir estratégias.

“Para o fazermos temos a consciência de que precisamos de ter tempo. Estamos a desbravar tempo para estudar os assuntos e para conhecer o direito a fundo e é nessa perspetiva que também queremos nos apresentar ao mercado. É preciso conhecer bem as áreas de negócio que estão em causa”, sublinhou Sara Nazaré.

Beatriz Lima acrescentou ainda que, sendo a área de Propriedade Intelectual uma área de nicho e querendo a NLP dar uma resposta “cabal” aos clientes, um dos polos estratégicos da boutique é criar parcerias, dentro e fora de fronteiras, tendo já algumas em “marcha”.

Para o primeiro ano de atividade o objetivo é o da consolidação. “Nós queremos que fique claro que o esforço todo que dedicamos a este projeto vai conduzir a casos de sucesso”, disse Joana Piriquito Santos.

À Advocatus admitiu que já sentem necessidade de crescer, mas que vão ser “ponderadas” nessa decisão. “Isso acontecerá mais para o final do ano/início do próximo. Há áreas que objetivamente já fazem parte do nosso plano estratégico a dois anos e que são áreas que servem as empresas tecnológicas”, acrescentou.

Assim, descreveram que procuram pessoas “boas”, que partilhem da sua “inquietude” de aprender, “multifacetadas” e “completas”. “Que se identifiquem com o projeto e que sintam e partilhem desta nossa ideia de que um projeto como este que estamos a criar e a desenvolver nos realize mais. Acreditamos que há espaço para todos, sociedades de grande dimensão e para as médias e boutiques, referiu Beatriz Lima.

“Nós criamos um projeto em que cada uma das pessoas deve ter voz, uma voz ativa. Temos esta cultura de ouvir. Tudo pode ser discutido, tudo por ser tratado”, acrescentou Joana Piriquito Santos.

Da excelência à inovação

Excelência, responsabilidade e inovação são alguns dos valores da NLP que a definem no mercado e entre todos os outros players da advocacia.

Um valor fundamental nesta nossa área jurídica é o valor da excelência. Pretendemos no mínimo manter a qualidade a que nos habituamos e que habituamos os nossos clientes e portanto regemo-nos por esse padrão muito elevado de qualidade”, sublinhou Beatriz Lima.

Sara Nazaré acrescentou que com essa excelência vem a “responsabilidade”. “Temos de ser responsáveis perante os clientes, os nossos deveres, o João e Filipe e quem mais vier e perante a sociedade. Há uma responsabilização muito grande pelo trabalho que fazemos e pelo valor que procuramos acrescentar”, referiu.

Sara Nazaré, sócia da NLPHugo Amaral/ECO

No centro dos valores da NLP está ainda a inovação que, segundo Joana Piriquito Santos, é uma inovação com foco. “Não é inovar por inovar”, disse, salientando que tem o propósito de resolver os problemas dos clientes.

Baseando-se nestes valores, as sócias perspetivam os primeiros anos da NLP com “muito trabalho”, dedicação, esforço, mas alertam que não almejam ser uma “grande sociedade” em termos de dimensão.

“Há aqui esta lógica de todas sabermos o que é que vamos ter de fazer para consolidar este projeto e para crescer. Mas tenho uma enorme confiança em cada uma das pessoas que cá está. Não tenho nenhuma dúvida que vamos conseguir criar um projeto acrescente a sociedade e que crie valor”, referiu Joana Piriquito Santos.

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