A nova era da construção
A digitalização e a industrialização são a chave para atrair novos talentos e revitalizar a imagem da profissão.
A construção civil enfrenta um desafio crescente: a falta de mão-de-obra. Não é segredo: o setor como um todo precisa de milhares de profissionais. Podemos debater os motivos que levaram a esta situação, mas, mais importante que debater o passado, é debater o futuro. Por isso, o que é que vamos fazer enquanto país e sociedade para mudar esta realidade?
É que, se dúvidas houvesse, a atual crise de habitação é um exemplo claro de que o setor da construção é extremamente necessário, tanto no presente como no futuro. No entanto, isto não significa que tenha de ser um setor tal qual o conhecíamos na década de 1990. O setor da construção evoluiu e continuará a evoluir. Um dos exemplos mais claros é na qualidade dos nossos profissionais, com formação cada vez mais exímia, assim como no potencial de atratividade. A construção já não é um setor onde há uma predominância de género.
As mulheres no setor da construção, até há alguns anos, estavam sobretudo concentradas em duas áreas: engenharia e nas áreas administrativos. Mas, a verdade, é que a transformação do setor, com recurso crescente a novas tecnologias – como a modelação BIM (Building Information Modeling), a automação e a construção off-site, utilizada no modelo híbrido -, estamos a assistir ao início de um processo importante de reconversão de carreiras. A construção em fábrica permite desconstruir a ideia de que o setor estava limitado a um género e a faixas etárias mais jovens, com mais capacidade física.
A digitalização e a industrialização são a chave para atrair novos talentos e revitalizar a imagem da profissão. Em pleno século XXI, a digitalização está a transformar a forma como os projetos de construção são concebidos e executados. A introdução de novas ferramentas e métodos de trabalho estão a mudar a perceção de que a construção civil é uma profissão antiquada, proporcionando um ambiente mais dinâmico e inovador.
A industrialização do setor, que inclui práticas como a prefabricação e a construção off-site (fabricação de componentes de construção num local diferente), que depois é transportado para o local da obra, sendo montada no local, de uma forma rápida e eficiente, tem muitas vantagens.
Por um lado, ao nível dos custos do projeto. A construção em off-site é feita em escala (obedecendo a critérios elevados), com recurso a novas tecnologias. Formamos o colaborador para saber como trabalhar com estas ferramentas, além disso, conta sempre com o apoio da tecnologia e da realidade aumentada. Além disso, a idade e a capacidade física não é uma questão. Tendo formação neste âmbito, qualquer pessoa pode fazê-lo. E isto é uma revolução no setor da construção. Não só melhora as condições de segurança e conforto, como elimina os obstáculos geográficos: os colaboradores residam fora da área onde está a ocorrer a obra, o que é um passo importante no que diz respeito à atratividade do setor.
Numa altura em que Portugal tem uma enorme crise de habitação (tal como vários outros países), em que há um conjunto grande de obras públicas anunciadas, o setor da construção tem de ser mais atrativo para captar mais colaboradores. A introdução de novas tecnologias e métodos de trabalho são a chave para o futuro da Construção.
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