A transição energética através da disrupção tecnológica
O processo de transição energética não é no entanto isento de desafios e requer uma forte aposta na tecnologia e digitalização ao longo de toda a cadeia de valor.
Com a entrada em vigor do Acordo de Paris em 2016, a União Europeia definiu como objetivo atingir a neutralidade carbónica até 2050. Pretendia assim dar uma resposta global à necessidade de resolver os desafios das alterações climáticas. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer e todos os setores da sociedade terão um papel a desempenhar, em particular o setor da energia.
As organizações desta indústria cuja atividade está mais dependente de combustíveis fósseis como petróleo e gás, têm vindo a assumir protagonismo na transição energética. Em Espanha, empresas como Repsol e a Total realizaram compras importantes para se reposicionarem como atores “elétricos”. Uma mudança de paradigma também sentida em Portugal, com a Galp a querer assumir cada vez mais um papel fundamental na transição energética.
As empresas históricas de eletricidade como a EDP já há alguns anos assumiram uma aposta na transição energética, estratégia bem recebida pelo mercado, como o demonstra a evolução das respetivas capitalizações bolsistas. A EDP Renováveis e a casa-mãe, EDP – Energias de Portugal, lideraram os ganhos na bolsa portuguesa em 2020 com 117% e 22% respetivamente, ganhos que têm ainda maior destaque quando comparados com a descida global do PSI 20 de 6,1%.
Este processo de transição energética não é no entanto isento de desafios e requer uma forte aposta na tecnologia e digitalização ao longo de toda a cadeia de valor. Como? Alguns exemplos…
As energias renováveis (vento, o sol, as marés), são pela sua natureza, mais imprevisíveis que a energia fóssil. A tecnologia pode ajudar com a aposta na inteligência artificial, sensorização e digitalização a potenciar uma gestão mais efetiva dos respetivos processos de geração e armazenamento.
Ao nível das redes é fundamental apostar em tecnologias como o 5G, IoT (Internet of Things), Inteligência Artificial e Cloud, criando redes inteligentes que potenciem uma distribuição mais eficaz das energias renováveis.
Finalmente, as comercializadoras de eletricidade terão também um papel fundamental, por exemplo com a aposta no solar de autoconsumo e serviços que permitam aos seus cliente dispor de energia “limpa” com menores custos. A introdução destes novos produtos e serviços deverá no entanto ser acompanhada por tecnologia que permita a cada cliente uma gestão em tempo real dos seus consumos.
As empresas de energia têm neste momento uma oportunidade única, também com a ajuda dos fundos europeus disponíveis, de acelerar o impacto no cumprimento dos objetivos de transição energética. Este é o desafio!
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