Gestão de pessoas em 2022: desafios e tendências

  • Sofia Matos
  • 4 Março 2022

Esta pode ser a oportunidade de colaborarmos, enquanto grande equipa de trabalho mundial, como foco na melhoria da vida de todos.

Pandemia. Isolamento. Restrições de circulação. Fatiga de videochamadas. Quando planeámos a gestão de pessoas para 2020, não considerámos tais fatores. Há, então, que observar e aprender com as constantes e inevitáveis mudanças do mundo, para melhor nos prepararmos para o futuro. Prontos para os desafios de 2022?

Mundo remoto. O teletrabalho forçado fez com que as famílias se desdobrassem em gestão de tempo, tarefas e emoções, e repensassem todas as dimensões da vida. Esta reavaliação também profissional valorizou o bem-estar e a autonomia no dia a dia. Liberdade e flexibilidade são hoje condições inerentes à escolha de carreira. Mais do que definir boas práticas de teletrabalho, é vital tornar a gestão de responsabilidades profissionais mais livre, flexível e adaptada às circunstâncias de cada pessoa, sem perder eficácia. Diversidade de horários, plataformas colaborativas de conhecimento e bancos de benefícios são algumas formas de o fazer.

(Ainda) mais digitais. Na imposição da distância, é inegável o papel do digital na redefinição de relações e funções profissionais (cf. setor jurídico, banca, seguros, saúde). A própria natureza do trabalho tornou-se digital, havendo até estudos que predizem milhões de novos empregos com a automação no trabalho. Dois conselhos: confiança nos mecanismos digitais legais e regulados (ex. assinatura digital) e foco nas áreas humanas (imaginação, estratégia ou inteligência emocional).

Foco no bem-estar. As necessidades básicas do ser humano — alimentar-se, descansar, conviver, criar — voltaram, felizmente, a ter lugar destacado. Urge apoiar cada colaborador/a na resposta às suas necessidades e aspirações, para se realizar e manter saudável. Promover grupos de apoio ou interesses comuns, disponibilizar acordos de saúde, formar equipas em saúde mental e criar espaços seguros para partilha são exemplos desse caminho.

Colaboração global (precisa-se). Fechamo-nos em casa e o mundo abriu-se. Hoje, é possível trabalhar remotamente para qualquer parte do mundo, com a riqueza da exposição internacional sem abandonarmos o nosso país. Mas há questões em definição, como a competitividade salarial à escala global e a gestão cultural de equipas distribuídas. É da responsabilidade de todos alimentar o diálogo multidisciplinar sobre equidade e engagement das equipas em escala, respeitando e potenciando, ao mesmo tempo, o contexto de cada pessoa (fuso horário, língua, cultura, custo de vida, hábitos, limites).

Maiores custos, a que custo. Economicamente, aumenta o custo de matérias-primas e recursos energéticos, e adivinha-se um pico de inflação. Tudo isto traz maiores encargos para os negócios e tenta à contenção nas remunerações, aumentando ainda o custo de vida geral. Falemos em equipa, com transparência, e as soluções fluirão.

Mais talento tecnológico (onde?). Não sendo de estranhar o crescimento de tech hubs, nomeadamente em Portugal, é gritante a insuficiência de talento disponível. Os negócios tecnológicos que mais singrarão são aqueles que mais rápida e eficazmente se adaptarem tanto à contratação remota como à formação, reconversão e atração de talento desde cedo (com estágios, workshops ou comunidades de conhecimento online).

Rotina de instabilidade. A nova rotina: crescer, inovar e operar em escala, lidando com o inesperado num mundo instável em todas as esferas. E o facto de ser um desafio global assusta mais. Esta pode ser a oportunidade de colaborarmos, enquanto grande equipa de trabalho mundial, com foco na melhoria da vida de todos. Com tal intencionalidade na gestão de pessoas, as potencialidades são imensas.

Colaboramos em 2022?

  • Sofia Matos
  • Head of People & Culture da Infraspeak

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