Hibridização com baterias: o próximo passo lógico para a indústria

  • Pedro Pereira da Silva
  • 6 Agosto 2025

A hibridização com baterias é o próximo passo lógico para a competitividade energética da indústria portuguesa.

Nos últimos anos, a transição energética deixou de ser apenas uma ambição para se tornar uma necessidade operacional imperativa para a indústria. Num contexto marcado pela volatilidade dos preços da energia, metas climáticas ambiciosas e uma crescente pressão por eficiência e sustentabilidade, as empresas enfrentam o desafio de assegurar a sua competitividade sem comprometer a estabilidade energética. É precisamente aqui que entra o potencial das soluções de hibridização com sistemas de armazenamento de energia (BESS – Battery Energy Storage Systems), uma solução que está a redefinir o futuro da gestão energética industrial.

A realidade é clara: a produção solar fotovoltaica já conquistou um espaço consolidado nas estratégias de descarbonização e otimização de custos da indústria. No entanto, a intermitência inerente à geração solar continua a representar uma limitação significativa, especialmente para operações industriais com padrões de consumo constantes ou intensivos fora do horário solar. Integrar armazenamento com baterias nas soluções energéticas industriais permite ultrapassar esse obstáculo e entrar numa nova era de autonomia, inteligência energética e rentabilidade a longo prazo.

Energia quando é mais precisa, não apenas quando há sol

A principal vantagem da hibridização com BESS é a capacidade de alinhar produção e consumo energético de forma eficaz. Em vez de desperdiçar excedentes de produção solar ou depender de energia da rede em horários de pico (geralmente mais caros), a indústria pode armazenar energia nos momentos em que esta é mais barata ou abundante, e utilizá-la quando for mais estratégica. Esta lógica aplica-se tanto ao autoconsumo solar como a modelos híbridos com contrato PPA (Power Purchase Agreement), permitindo ao consumidor industrial reduzir ainda mais a sua fatura energética e proteger-se contra a instabilidade do mercado energético.

Investir hoje para garantir a resiliência de amanhã

Do ponto de vista técnico e económico, os sistemas de BESS estão mais acessíveis do que nunca. A redução dos custos das baterias, a evolução dos sistemas de gestão energética e o aumento do tempo de vida útil tornam este investimento não apenas viável, mas estratégico.

Sabemos que o setor industrial português enfrenta desafios exigentes, desde a competitividade global até às metas de neutralidade carbónica. A adoção de sistemas híbridos com armazenamento energético é, neste contexto, uma alavanca crítica para garantir uma produção mais eficiente, mais verde e mais previsível, mesmo num ambiente externo cada vez mais incerto.

  • Pedro Pereira da Silva
  • Country Manager da Prosolia Energy Portugal

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