
O Antídoto Contra o Risco Operacional no Setor Segurador
Nuno Oliveira Matos explica porque considera que a auditoria interna nas seguradoras passou de um fardo obrigatório para uma oportunidade de melhorar as organizações.
Nos últimos anos, o setor segurador tem testemunhado uma tendência intrigante: à medida que a função-chave de auditoria interna se torna mais eficaz, os riscos operacionais parecem diminuir. Essa relação inversa não é mera coincidência, mas um reflexo da maturidade crescente dos processos de governança e da sua capacidade de reforçar a resiliência do setor.
A função-chave de auditoria interna já foi vista como um “mal necessário”, focada essencialmente em identificar falhas post factum. No entanto, a transformação digital tem redefinido o seu papel. Graças à adoção de ferramentas como data analytics e inteligência artificial, a auditoria interna deixou de ser apenas reativa e passou a atuar de forma proativa. Este salto tecnológico não só agiliza a identificação de riscos e debilidades, como também fomenta uma cultura de prevenção, onde erros e vulnerabilidades são corrigidos antes de se tornarem crises.
No setor segurador, onde a confiança do cliente é um ativo inestimável, esta evolução é especialmente relevante. Cada melhoria nos procedimentos e controlos reforçam a resiliência e a estabilidade, portanto, a reputação da empresa de seguros, criando um ciclo virtuoso entre controlo interno e gestão do risco.
Uma auditoria interna robusta permite identificar riscos e fragilidades nos processos operacionais, financeiros e regulatórios, garantindo que as empresas de seguros operam de forma mais resiliente, eficiente e transparente.
A verdadeira segurança não está na ilusão de eliminar todos os riscos, mas na capacidade de antecipá-los e responder de forma eficaz.
Além disso, a crescente complexidade do ambiente regulatório exige um esforço contínuo para manter a conformidade e evitar penalizações. A auditoria interna, ao integrar novas tecnologias e metodologias ágeis, tornou-se um pilar essencial na mitigação de riscos e no fortalecimento da resiliência organizacional. Contudo, a resiliência organizacional não deve ser encarada como um destino final, mas como um processo dinâmico, em aperfeiçoamento contínuo.
Hoje, mais do que nunca, a auditoria interna acrescenta valor às empresas de seguros pelo reforço da capacidade de resiliência. Num mundo com riscos crescentes, seja devido às mudanças climáticas, ciberameaças ou à complexidade regulatória, a busca pela excelência em governança deve ser incessante. A verdadeira segurança não está na ilusão de eliminar todos os riscos, mas na capacidade de antecipá-los e responder de forma eficaz. Com a emergência da inteligência artificial e eventos disruptivos crescentes, o setor segurador não se pode dar ao luxo de relaxar.
A auditoria interna, portanto, não é apenas uma função de controlo, mas um motor de resiliência e inovação. Ao transformar debilidades em forças e ao promover uma cultura de melhoria contínua, a auditoria interna posiciona as empresas de seguros na vanguarda da gestão dos riscos.
Este é um momento de oportunidade para o setor segurador, onde a eficácia da auditoria interna pode ser o diferencial entre a mera sobrevivência e o verdadeiro sucesso. Investir em auditoria interna é investir no futuro da segurança, da confiança e da sustentabilidade do setor.
O futuro pertencerá às empresas seguradoras que auditam o presente com os olhos no amanhã!
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