
Redefinição do comportamento financeiro das empresas: estratégia e digitalização
Redefinição da estrutura e comportamento financeiro das empresas, impulsionada pela digitalização, não é apenas uma tendência passageira, mas uma transformação contínua.
O ritmo vertiginoso da evolução tecnológica tem vindo a modificar consideravelmente a nossa forma de estar em sociedade. A nossa forma de trabalhar, viajar e comunicar tem sido severamente impactada pela digitalização que se faz sentir ao nível de todos os setores e o setor financeiro não é exceção. A tecnologia está a ditar tendências no cenário económico e a alterar substancialmente a forma como as empresas lidam com a sua estratégia e gestão financeira. Neste sentido, é de primordial importância que a estratégia financeira das organizações esteja bem definida e seja implementada com um elevado conhecimento do mercado e o máximo nível de segurança.
As recentes crises financeiras deixaram-nos uma maior consciência da relevância de uma adequada gestão da estrutura de capital e de liquidez. Por outro lado, um mercado cada vez mais competitivo e global exige naturalmente uma estratégia financeira assertiva e ambiciosa, com foco no crescimento, rentabilidade, eficiência e sustentabilidade. Estes factos implicam uma necessária evolução para um novo modelo de gestão financeira, mais ágil, com equipas qualificadas e com capacidade de acelerar ainda mais a transformação digital da instituição.
De facto, vivemos continuamente tempos de disrupção, pelo que os temas de tecnologia, tais como a Automação Robótica de Processos, a Inteligência Artificial, Data Analytics, Blockchain, entre outros, terão obrigatoriamente de continuar a fazer parte da agenda da função financeira, alinhados naturalmente com a estratégia da organização. Ao proporcionar respostas rápidas às necessidades de negócio, a função financeira passará de um panorama de confirmação e análise obsoleta de dados a uma verdadeira parceria estratégica com todas as áreas da organização. Deste modo, os dados históricos e em tempo real, aliados a modelos preditivos, poderão robustecer as tomadas de decisão de maneira eficaz, o que será crucial para a competitividade da organização. Por outro lado, um adequado plano de transformação digital, libertará as equipas para se concentrarem noutras tarefas de maior complexidade e de valor acrescido para a organização.
A função financeira, fortalecida de uma adequada estratégia digital e de equipas multidisciplinares, terá maior capacidade para dar significado à informação financeira e não financeira e, consequentemente, maior capacidade para apoiar e suportar decisões de investimento e comerciais. Para tal, é também crucial uma nova cultura organizacional e uma aproximação do CFO a todas as áreas da instituição, incrementando a capacidade de colaboração e comunicação dos temas de rentabilidade, solvabilidade, liquidez e sustentabilidade.
Também neste tema, a função financeira precisará de se adaptar para implementar novos processos e tirar vantagens da tecnologia. A implementação de uma cultura de ESG será crucial para a implementação de uma estratégia resiliente, responsável e de longo prazo, trazendo consigo inúmeros benefícios, tais como, acesso a novos mercados e produtos, alinhamento com as expectativas dos diferentes stakeholders, estratégias de financiamento sustentável, redução de custos e ganhos de eficiência, maior capacidade de inovação e adaptação a novos contextos, entre outros.
Em suma, a redefinição da estrutura e comportamento financeiro das empresas, impulsionada pela digitalização, não é apenas uma tendência passageira, mas uma transformação contínua, profunda e essencial para o crescimento a longo prazo. Num mundo cada vez mais digital, as instituições que souberem integrar as novas tecnologias de forma estratégica, reposicionar a função financeira e readaptar a cultura organizacional, terão não apenas uma vantagem competitiva, mas também a capacidade de gerar valor sustentável e de longo prazo para os seus stakeholders.
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