Salários: o que sabemos vs. o que precisamos de saber
No final do dia, o salário é essencial, sim, mas o verdadeiro valor de uma oferta de trabalho está nos detalhes que vão além do que “cai na conta”.
Nos últimos anos, muito mudou na relação que temos com o trabalho. Os impactos da pandemia vieram transformar o mercado de uma forma que poucos previam, trazendo novas exigências, maior procura por flexibilidade e uma visão mais abrangente sobre o que significa valorizar os colaboradores.
Em Portugal, esta realidade abriu portas a algo que vai além de reforços salariais — a procura por novas formas de reconhecimento e benefícios que ajudem a enfrentar os desafios da conjuntura atual.
Com o foco do debate ainda muito centrado nos salários, percebemos que fica a faltar uma camada essencial na conversa. Entender o que realmente significa ‘salário’ vai além do valor líquido na conta. Implica compreender as deduções, os benefícios e o custo real para a empresa.
Quando analisamos o nosso recibo de vencimento ao final do mês, sabemos decifrar o que representa o IRS, a Segurança Social ou o valor que a empresa investe em benefícios? E, mais do que isso, estamos conscientes do impacto que estas compensações podem ter no nosso bem-estar e no ambiente de trabalho?
Para as empresas, a mudança no mercado trouxe um desafio enorme na gestão de talentos. A flexibilidade que hoje se exige não é apenas uma questão de horário, mas de como recompensamos os colaboradores de forma a acompanhar o ritmo atual e a captar e reter os melhores.
Foi neste ponto que os benefícios flexíveis entraram em força. São uma resposta prática e sustentável, permitindo que cada colaborador escolha o que faz mais sentido para si, enquanto a empresa assegura uma gestão mais integrada e simplificada dos pacotes de compensação.
Com benefícios como saúde, alimentação, apoio ao transporte e educação, as empresas conseguem oferecer valor real ao colaborador, refletindo-se em vantagens fiscais e em bem-estar no trabalho. No entanto, falta-nos um dado importante.
Será que os portugueses sabem identificar estes benefícios quando recebem uma oferta de emprego? Este é o ponto onde, cada vez mais, a literacia salarial se cruza com o tema dos benefícios flexíveis. A oportunidade de trabalhar numa empresa que oferece um sistema de compensação mais abrangente pode ter um impacto que vai muito além do salário tradicional. Quando um colaborador entende o valor dos benefícios no seu pacote de compensação, ele está mais bem preparado para avaliar uma oferta de emprego e perceber o impacto total na sua vida financeira.
Além disso, os benefícios não são apenas uma forma de atrair colaboradores, mas também uma forma de apoiar as empresas naquilo que as diferencia da concorrência. Seja ao nível dos benefícios flexíveis, gestão de Recursos Humanos ou outras áreas internas como a produção ou a contabilidade, contar com plataformas de gestão 100% digitais que oferecem soluções centralizadas e adaptáveis faz com que os processos deixem de ser um quebra-cabeças.
Isto promove um ambiente de trabalho mais saudável e menos burocrático, quer para responsáveis como para colaboradores, traduzindo-se num verdadeiro efeito diferenciador.
Numa altura em que estas iniciativas ganham cada vez mais destaque, é importante que as soluções também reflitam os valores e propósito da empresa, contribuindo para uma sociedade mais consciente. É essencial trabalhar lado a lado com as empresas para que estas consigam promover iniciativas de engagement e fortaleçam a relação com os seus colaboradores.
O trabalho não termina aqui. Torna-se necessário estar constantemente à procura de novas formas de inovar na gestão de benefícios, porque a valorização dos colaboradores deve acompanhar o ritmo de um mercado que não para de evoluir. Com o tempo, os benefícios flexíveis poderão ir ainda mais longe, tornando-se soluções mais personalizadas e adaptadas à realidade de cada colaborador.
Literacia salarial é, sem dúvida alguma, uma peça fulcral para que os portugueses consigam perceber o verdadeiro valor da sua compensação. Mas é, sobretudo, um primeiro passo para que possam reconhecer as oportunidades que vão além do salário. Num mercado de trabalho em mudança, é fundamental que as empresas e os colaboradores alterem a sua perceção e saibam tirar partido dos benefícios flexíveis, usando-os não só como um complemento ao vencimento, mas como uma ferramenta de valorização, desenvolvimento e retenção de talento.
No final do dia, o salário é essencial, sim, mas o verdadeiro valor de uma oferta de trabalho está nos detalhes que vão além do que “cai na conta”. É aqui que os benefícios flexíveis, a inovação e a responsabilidade social fazem a diferença, no esforço rumo a uma relação de trabalho mais justa, sustentável e recompensadora para todos.
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