Telecoms em debate, com novos protagonistas e sem regulador
Líderes da Meo, Nos e Vodafone debatem esta quinta-feira os principais temas do setor, sem Anacom à vista e com novos protagonistas. A primeira vez que o fazem na era pós-Covid e 5G.
O grande debate do Estado da Nação das Comunicações está de regresso. Esta quinta-feira, ao final da tarde, os CEO da Meo, Nos e Vodafone sentam-se à mesma mesa para discutir os principais temas do setor.
Muitas razões alimentam a expectativa sobre este debate. Em primeiro lugar, passaram praticamente três anos desde a última vez que os grandes players do setor das telecomunicações aceitaram falar em público daquilo que os une (a crítica cerrada à Anacom) e daquilo que os separa (quase tudo o resto).
O painel insere-se no Digital Business Congress, o segundo depois da interrupção provocada pela pandemia. Contudo, o debate não ocorreu no congresso passado, em 2021, porque foi cancelado à última hora.
Na altura, a Associação para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), promotora da iniciativa, justificou o cancelamento com o facto de o leilão do 5G ainda estar em curso. Foi prometido que seria organizado mais tarde, o que, apesar da tentativa, acabou por não ocorrer.
Agora, contando que não haja outro cancelamento, o debate vai mesmo acontecer. E isso leva-nos ao segundo motivo que alimenta as expectativas: desde 2019, muita coisa aconteceu no setor. Será o primeiro debate depois da pandemia e, também, o primeiro da era 5G, um dos temas que vinha a ser recorrente em cada edição deste congresso anual.
O terceiro motivo tem a ver com o próprio elenco do debate. Dois dos intervenientes mantêm-se há muitos anos: Miguel Almeida, CEO da Nos; Mário Vaz, CEO da Vodafone. A novidade é Ana Figueiredo, que assumiu a presidência executiva da Meo há apenas um mês.
A audiência vai certamente avaliar com atenção o desempenho da nova líder da Altice. E muitos recordarão a participação desastrosa de Cláudia Goya, que deixou quase todas as perguntas sem resposta e foi CEO da Meo durante menos de um ano, em 2017, até ser (des)promovida a chairman da Altice Portugal e sair de cena (curiosamente, cargo que ainda diz manter, pelo menos segundo a informação que tem no LinkedIn).
Em quarto lugar está o facto de haver novos players, que não estarão aqui presentes. Refiro-me à Nowo (MásMóvel), que comprou licenças 5G; a DenseAir, que reforçou as licenças que já tinha e opera no segmento grossista; e a Digi, que vem da Roménia para tentar romper com o setor, como fez em Espanha (esta semana, o ECO noticiou em exclusivo que a empresa quer ter fibra ótica além de rede móvel).
Na moderação do debate também há novidades. A discussão será conduzida por Cristina Esteves, pivô da RTP, uma jornalista inteligente e muito competente, embora generalista e sem especialização no setor.
Pelo contrário, há uma ausência gritante: o presidente da Anacom não vai estar presente. Aliás, nem terá sido convidado, segundo o Dinheiro Vivo. Não podia haver um melhor sinal dos tempos.
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