Três dicas para liderar equipas à distância

Liderar equipas à distância tornou-se uma realidade cada vez mais frequente no mundo pós-pandémico. Equipas remotas, modelos híbridos, empresas em busca dos melhores talentos, onde quer que eles estejam. Uma realidade incontornável a que é imperativo que lideres se adaptem.

No meu caso pessoal, ao “novo-normal” pós pandemia, somou-se uma mudança de país, em setembro de 2022. O desafio de ir viver nos Estados Unidos, para, por um lado, gerir a operação da Noesis nos Estados Unidos, onde tenho o gosto de liderar uma equipa que está dispersa em três estados diferentes. Por outro lado, com a missão de manter a responsabilidade pelo marketing global da Noesis e manter a liderança de uma equipa de 13 talentosos marketeers, sedeados em Lisboa.

Neste contexto, somam-se, portanto, a liderança à distância e o desafio de o fazer em fusos horários diferentes.

Como garantir uma liderança eficiente de uma equipa com quem não interagimos presencialmente numa base diária?

Deixo-vos três ideias:

1. Confiança é fundamental! Sem confiança nas nossas equipas e nos profissionais que as compõem não é possível liderar eficientemente, muito menos à distância. Essa confiança tem que ser “sentida”, mas também demonstrada, de forma evidente e inequívoca. Os Lideres devem demonstrar essa mesma confiança na sua equipa e nos seus membros.

Com a confiança, agregam-se outros fatores fundamentais, como autonomia e delegação ou comunicação e transparência. Delegar não apenas tarefas, mas, sobretudo, responsabilidades. Definir owners, com autonomia e liderança de projetos concretos, de A a Z.

Confiança deve ser bi-direcional, confiar nas equipas e criar um ambiente seguro onde as equipas possam olhar para o seu líder como alguém em quem podem recorrer quando necessário. Reconhecer e premiar os esforços de uma equipa, ganha ainda maior dimensão na liderança à distância. Ser capaz de reconhecer o contributo de todos, é, também, um passo importante para construir essa relação de confiança.

2. Middle-management. Num contexto de equipas remotas a liderança à distância, ter uma layer intermédio de gestão sólido é fundamental. Os middle managers devem ser a ponte entre a liderança da equipa e os indivíduos que a compõem. Esta liderança intermédia assume, portanto, por papel fundamental para assegurar que a estratégia é devidamente implementada e que a comunicação flui devidamente.

Os middle managers devem ser responsáveis por assegurar a direção, suporte e mentoria para as suas equipas e por destacar e alertar para qualquer disrupção e desalinhamento. Numa liderança à distância, é fundamental um middle-management próximo que possa colmatar essa lacuna.

3. Macro-management e modelo de governance claro. Qual o nível de autonomia da equipa e dos seus elementos? O que deve ser validado pelo líder, o que não necessita de aprovação, qual a margem de autonomia? Sobre que pontos quero estar informado? Quando e em que situações quero intervir no processo de decisão? Implementar um estilo de liderança macro por oposição ao micro-management permite aos líderes garantirem uma visão de alto-nível das operações, focando-se no essencial – as decisões estratégicas!

Por outro lado, ter um modelo de governance claro, com guidelines e papeis bem definidos, e responsabilidades de cada membro da equipa, assegurará a consistência, mas também o nível de responsabilização (accountability) dentro da equipa. Esta é uma framework que promove eficiência e minimiza conflitos e desalinhamentos.

Desengane-se! Num modelo de liderança à distância é impossível estar a par de tudo. Saber tudo o que se passa, participar em todas as reuniões, ler todos os emails, estar em todas as decisões. Cultive uma cultura de equipa forte, implemente uma liderança intermédia robusta, solidifique processos. Os resultados serão surpreendentes.