Bondalti “empresta” tecnologia a dessalinizadora saudita de 650 milhões

A Bondalti Water vai fornecer soluções especializadas a uma dessalinizadora que será construída na Arábia Saudita e que comporta um investimento de quase 650 milhões de euros.

A Bondalti Water, empresa especializada no tratamento de águas da Bondalti, foi escolhida para fornecer soluções especializadas ao projeto Rabigh 4 Independent Water Plant (Rabigh 4), uma dessalinizadora que será construída na costa oeste da Arábia Saudita, junto ao Mar Vermelho, que comporta um investimento de quase 650 milhões de euros, informa a Bondalti, através de um comunicado.

Com um investimento total estimado em cerca de 647 milhões de euros, o Rabigh 4 terá capacidade de tratamento de 600.000 metros cúbicos por dia, e um reservatório de armazenamento de 1.200.000 metros cúbicos de água, estando previsto o início das operações comerciais no primeiro trimestre de 2026. A água produzida abastecerá as regiões de Meca e Medina, “contribuindo para a segurança hídrica de milhões de pessoas”, lê-se na nota dirigida à imprensa.

O complexo incluirá a dessalinizadora e todas as infraestruturas associadas, como captação de água do mar, redes de bombeamento e sistemas de tratamento prévio e pós-tratamento. A Bondalti Water fornecerá agitadores especiais destinados à preparação de soluções químicas e preparadores de floculante em contentores, equipados com sistemas de dosagem automática.

Este contrato reafirma a projeção internacional da tecnologia da BondaltiWater”, destaca o administrador comercial da empresa, António Alonso.

O projeto será desenvolvido por um consórcio liderado pela Acwa Power, empresa saudita na área de energia e dessalinização, em parceria com a Haji Abdullah Alireza & Co (HAACO), especialista em operação e manutenção de estações dessalinizadoras de água do mar, e o grupo Almoayyed Contracting, do Bahrain.

A participação da Bondalti Water reforça a sua penetração no mercado saudita onde a empresa já havia fornecido equipamentos e tecnologias para o projeto Shuaiba 5, uma estação de osmose inversa com capacidade de 600.000 metros cúbicos diários, desenvolvida pela Saline Water Conversion Corporation (SWCC).

Desde então, a Bondalti Water ampliou seu portfólio no segmento, investindo em soluções para todo o ciclo integral da água e consolidando-se como parceira em projetos de grande escala.

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Compliance deve ser uma “prioridade estratégica” das empresas

Duarte Santana Lopes, sócio da Morais Leitão, considera que sem governance as empresas não funcionam e que existem ainda muitas organizações que “olham” para o compliance como uma “carga burocrática”.

O governance e o compliance são dois conceitos que, segundo o sócio da Morais Leitão Duarte Santana Lopes, devem andar de “mãos dadas”, ainda que sejam distintos. O advogado sublinhou também que sem governance as empresas não funcionam e que existem ainda muitas organizações que “olham” para o compliance como uma “carga burocrática”.

Temos hoje em dia uma carga regulatória muitíssimo exigente. Terá começado, essencialmente, com a legislação de prevenção de branqueamento de capitais, hoje em dia com o regime geral de prevenção da corrupção, normas sobre sanções internacionais, o que ainda está para vir, não sabemos bem se vem ou não em relação ao ESG e, portanto, de facto, existe uma carga regulatória muito grande sobre as empresas”, considera o sócio na 8.ª edição da Advocatus Summit, alertando que o compliance é “absolutamente essencial” e deve ser uma prioridade estratégica para as empresas.

Duarte Santana Lopes sublinhou ainda que as exigências de formação têm sido “essenciais” para moldar a mentalidade dos principais responsáveis pelo tecido empresarial em Portugal.

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Sobre os mecanismos internos de compliance, o sócio explica que têm como objetivo prevenir ou “evitar que algo falhe”, mas alerta: “é impossível garantir que nada vai falhar, que aquele resultado que nós queremos evitar não vai acontecer, que um colaborador nosso não vai praticar um ilícito”. “Quando algo corre mal, não quer necessariamente dizer que os mecanismos internos de controlo falharam”, acrescenta.

A head of compliance da Navigator, Ana Ribeiro Marques, partilhou as práticas de compliance da empresa e recordou que a organização já instituiu há muito tempo essas práticas por operarem num setor “altamente regulado”.

Ana Ribeiro Marques, heaad of compliance da NavigatorHugo Amaral/ECO

“Tenho essa sorte, felizmente, em estar numa empresa cuja cultura de compliance já existia quando comecei a desempenhar estas funções. É muito natural esta implementação. Só precisamos é de assegurar que não há desvios e estar lá para relembrar as pessoas, para trazer consciência para aquilo que estão a fazer”, refere, revelando que o dia-a-dia passa por estar sempre a comunicar com as pessoas, no sentido de as consciencializar sobre o tema do compliance, e depois fazer avaliações sobre os riscos que têm nas operações e o que podem fazer para os mitigar.

Ana Ribeiro Marques sublinhou a importância das formações e que devem ser contínuas, uma vez que as pessoas que hoje estão na organização não são aquelas que estão amanhã ou daqui a uma semana. “Nós temos assistido a uma evolução do aumento do número de denúncias, o que nos deixa satisfeitos, apesar de normalmente associarmos isto a uma coisa negativa, nós não associamos”, refere, partilhando que receberam 38 denúncias em 2024.

Duarte Santana Lopes, sócio da Morais LeitãoHugo Amaral/ECO

Duarte Santana Lopes considera também que os canais de denúncias são a principal mudança nas empresas em termos de compliance e que é uma ferramenta “absolutamente essencial” no contexto dos programas de cumprimento normativo. “Do que tenho visto, acho que é, por um lado, o ponto com o qual as empresas se preocupam mais e que implementam de forma mais eficaz. E, por outro lado, acho que é aquilo que está a ter mais impacto junto das pessoas, ainda que possa, de facto, ter essa desvantagem de haver algumas denúncias banais”, assume.

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Portugal avisa governo de Sánchez e CaixaBank que não vê com bons olhos ‘Novobanco espanhol’

  • ECO
  • 5 Junho 2025

Embaixada em Madrid adveriu o Executivo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, e o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, de que não vê com bons olhos uma possível aquisição do Novobanco pelo dono do BPI.

Através da embaixada em Madrid, Portugal já avisou o governo espanhol liderado por Pedro Sánchez e também o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, de que não vê com bons olhos uma possível aquisição do Novobanco por parte do dono do BPI, avança o Diário de Notícias (acesso pago) junto de fontes conhecedoras do processo.

A mensagem do Governo português, que se segue às declarações do ministro Joaquim Miranda Sarmento, foi entregue ao gestor do banco catalão. Informa que não haverá um impedimento desse eventual negócio – até porque a lei europeia não o permite – mas não há “boa vontade” sobre o mesmo, dadas as medidas que teriam de ser tomadas no âmbito da fusão do Novobanco com o BPI.

Além de, no final de maio, a diplomacia portuguesa ter pedido uma reunião com Gonzalo Gortázar, para aferir sobre o real interesse da instituição financeira no Novobanco e deixar esclarecida a opinião de Lisboa, a posição do Governo português foi também comunicada ao ministro da Economia, Comércio e Empresas de Espanha, Carlos Cuerpo Caballero.

Apesar da compra/venda estar em cima da mesa, os acionistas do Novobanco aprovaram esta quarta-feira, em assembleia geral extraordinária, a proposta que permite ao banco entrar na bolsa de Lisboa. Com isto, a Lone Star já pode avançar com o IPO (initial public offering), embora o fundo americano explore outras opções.

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Porto Tech Hub Conference celebra 10 anos na Alfândega do Porto

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  • 5 Junho 2025

O evento, organizado pela Porto Tech Hub, reunirá o ecossistema tecnológico internacional no dia 7 de outubro e promete ser a maior edição de sempre, com mais de 1600 participantes esperados.

A cidade do Porto continua a afirmar-se como um centro tecnológico de referência com o regresso da Porto Tech Hub Conference à Alfândega do Porto. O evento organizado pela Porto Tech Hub, que celebra este ano a sua 10.ª edição, reunirá o ecossistema tecnológico internacional no dia 7 de outubro e promete ser a maior edição de sempre, com mais de 1600 participantes esperados.

Após o sucesso do ano anterior – que registou um recorde de mais de 1.400 participantes -, a nova edição será marcada por uma programação que, em linha com as anteriores, privilegia a inovação. Estão já confirmadas presenças de oradores como Katie Gamanji, Senior Field Engineer na Apple, Venkat Subramaniam, fundador do Agile Developer, Inc e Mete Atamel, Software Engineer na Google, que falarão sobre temas relacionados com o futuro do setor tecnológico.

A conferência contará com a participação de mais de 40 empresas e mais de 30 sessões dedicadas às tendências que estão a moldar o futuro do setor, desde desenvolvimento de software, front-end e cloud até Inteligência Artificial generativa, blockchain e cibersegurança. Entre as novidades deste ano, destaca-se também a criação de um espaço exclusivo para colaboração entre comunidades tecnológicas, uma área de restauração renovada e um novo lounge criado para promover discussões mais informais e networking.

Samuel Santos, vice-presidente da Porto Tech Hub.

“Celebrar 10 anos da Porto Tech Hub Conference e 10 anos enquanto associação é também celebrar uma década de inovação, colaboração e crescimento do ecossistema tecnológico do Norte. Este ano, mais do que nunca, queremos proporcionar uma experiência vibrante e transformadora para todos os que fazem parte do universo tecnológico”, refere Samuel Santos, vice-presidente da Porto Tech Hub.

Os interessados em adquirir bilhetes para a Conferência deste ano, podem fazê-lo através do site da Porto Tech Hub. A venda dos bilhetes early bird, terá início em junho.

Desde 2015, a Porto Tech Hub Conference já reuniu mais de 6.000 participantes e 100 oradores, contando com a presença de empresas como Amazon, Cisco, eBay, Facebook, Spotify, Microsoft e Netflix. A consistência na qualidade do evento consolidou a conferência como um dos pontos de encontro obrigatórios para profissionais, empresas e entusiastas do universo tecnológico, dentro e fora de Portugal.

Sobre a Porto Tech Hub

A Porto Tech Hub (PTH) é uma associação empresarial sem fins lucrativos que visa promover e desenvolver o Porto como um centro tecnológico global de excelência. Criada em 2015 pelas tecnológicas Blip, Critical Software e Farfetch, conta hoje com mais de 30 empresas associadas. A associação promove uma variedade de iniciativas e eventos ao longo do ano, concebidos para promover a comunidade tecnológica no Porto, incluindo empresas, profissionais e grupos. Em destaque no seu calendário está a conferência tecnológica atual, Porto Tech Hub Conference. Mais informações: https://portotechhub.com

 

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Portugal acelera no crescimento, mas continua preso na baixa produtividade, alerta Comissão Europeia

Portugal deverá continuar a crescer acima da média europeia, mas Bruxelas alerta que a produtividade estagnada e sem reformas rápidas, o país envelhece, perde talento e afunda-se na burocracia.

A Comissão Europeia voltou a reconhecer a resiliência da economia portuguesa, mas alerta que Portugal precisa de acelerar um conjunto de reformas se quiser enfrentar os desafios do envelhecimento populacional e aumentar a sua competitividade.

No relatório de país divulgado na quarta-feira no âmbito do “Pacote da Primavera do Semestre Europeu”, Bruxelas elogia o crescimento acima da média europeia, mas identifica lacunas críticas que podem comprometer o futuro económico do país.

O documento, que acompanha as recomendações para as políticas económicas, sociais e orçamentais de Portugal, os técnicos da Comissão Europeia são particularmente duros numa área: o sistema de pensões. “O envelhecimento populacional, juntamente com uma população ativa em declínio, coloca o sistema de pensões de repartição de Portugal sob pressão”, alerta a Comissão Europeia, que prevê que “os custos das pensões aumentem três pontos percentuais do PIB até 2046 em comparação com 2022”.

O cenário demográfico não poderia ser mais desafiante. Enquanto em 2025 existem quase dois contribuintes por cada pensionista, “estima-se que em 2046 haverá apenas cerca de um contribuinte” para sustentar cada reformado. Esta realidade obrigará Portugal a recorrer cada vez mais às transferências do Orçamento do Estado e ao fundo de reserva da Segurança Social para colmatar os défices do sistema, salienta o relatório.

A Comissão Europeia prevê que Portugal mantenha uma trajetória de crescimento acima da média da União Europeia nos próximos anos, apontando para uma expansão do PIB de 1,8% em 2025 e de 2,2% em 2026. O motor deste crescimento da economia continuará a ser a procura interna, “impulsionada pelo crescimento do emprego e dos rendimentos das famílias”, enquanto os investimentos beneficiam “do pico projetado no ciclo do plano de recuperação e resiliência”, notam os técnicos da Comissão Europeia.

Mas o cenário da produtividade continua a preocupar Bruxelas. “Apesar de algumas melhoras, em 2023 os níveis de produtividade laboral de Portugal eram ainda apenas 80,5% da média da União Europeia”, sublinha o relatório.

Entre as causas identificadas para este atraso, a Comissão Europeia aponta para o facto de “o tecido empresarial de Portugal ser dominado por pequenas e médias empresas com potencial limitado de crescimento ou inovação”, assim como “a dependência relativamente elevada do país de setores intensivos em mão de obra, como o turismo” e ainda a existência de “barreiras estruturais à capacidade das empresas de crescer e inovar”.

A Comissão Europeia considera as empresas continuam a enfrentar obstáculos burocráticos significativos ao investimento, referindo que os “procedimentos de licenciamento e autorização longos continuam a ser um problema maior”.

A Comissão Europeia sublinha que Portugal continua a arrastar os pés neste campo. Apesar de reconhecer algumas melhorias recentes — a produtividade por hora aumentou 4,5% entre 2019 e 2023, ficando acima dos 2,7% da União Europeia –, salienta que o problema tem raízes estruturais profundas.

Um desses “espinhos” está na inovação que, segundo Bruxelas, avança a um ritmo insuficiente. Os gastos em Investigação e Desenvolvimento (I&D) aumentaram de 1,3% do PIB em 2017 para 1,7% em 2023, mas permanecem “bem abaixo da média da União Europeia de 2,22%”, destacam os técnicos da Comissão Europeia, notando que, “apesar do progresso feito ao longo dos últimos anos, Portugal ainda se classifica como um inovador moderado”.

O relatório sublinha ainda que o acesso ao financiamento para inovação continua a ser um forte obstáculo, notando que o capital de risco representa apenas 0,02% do PIB, comparado com uma média da União Europeia de 0,08% em 2023, e “está concentrado em start-ups”. Esta carência é particularmente sentida nas fases posteriores de desenvolvimento empresarial, onde apenas 9,4% do financiamento português se destina a empresas em expansão, contra 48,7% na União Europeia.

No mercado de trabalho, são também apontados alguns pontos de alerta. Apesar de reconhecer que o quadro laboral se mantém resiliente, com “tanto a oferta de mão-de-obra como o emprego a continuarem a aumentar a um ritmo acelerado, apoiados pelo saldo migratório”, Bruxelas salienta que o desemprego jovem permanece “elevado, com uma taxa de 21,6% em 2024, acima dos 20,5% de 2023 e muito acima da média da União Europeia”. Esta situação é particularmente preocupante nas regiões autónomas, onde os indicadores são “particularmente elevados na Madeira e nos Açores”, destaca o relatório.

Fontes de bloqueio ao tecido empresarial

Bruxelas considera que as empresas continuam a enfrentar obstáculos burocráticos significativos ao investimento. Segundo o relatório, “48,8% das empresas portuguesas reportaram a regulamentação empresarial como uma barreira fundamental ao investimento, comparado com 32% das empresas da União Europeia”, referem os técnicos da Comissão Europeia citando o inquérito do Banco Europeu de Investimento de 2024.

Portugal ocupa o nono pior lugar entre 38 países da OCDE nos indicadores de regulamentação do mercado de produtos para 2023 e 2024. “Procedimentos de licenciamento e autorização longos continuam a ser um problema maior”, critica Bruxelas, apontando para “dificuldades na implementação dos novos procedimentos” pelas autoridades locais, com “práticas que diferem significativamente entre regiões e municípios”

O sistema judicial também precisa de afinação, refere Bruxelas. Apesar de progressos na redução do acumular de processos, “os tribunais ainda enfrentam atrasos e os procedimentos demoram muito tempo (267 dias para casos cíveis e comerciais de primeira instância em 2023)”.

O ensino superior e a formação profissional não estão totalmente alinhados com as necessidades do mercado de trabalho, o que conduz a uma inadequação das competências.

Comissão Europeia

Relatório sobre Portugal no âmbito do Pacote da Primavera do Semestre Europeu

A burocracia é também apontada como um travão ao desenvolvimento dos projetos de energias renováveis, onde Portugal continua a destacar-se no quadro europeu, com 88% da eletricidade gerada no país a ser gerada por fontes renováveis no ano passado, bem acima dos 47,4% ao nível da União Europeia.

“As ambições de energia renovável de Portugal são prejudicadas por um processo de licenciamento complexo e demorado”, referem os técnicos da Comissão Europeia, apontando o dedo à complexidade da legislação de ordenamento territorial a nível nacional, regional e local.

As comunidades energéticas enfrentam “estrangulamentos de implementação”, com apenas uma em cada dez comunidades energéticas registadas a conseguir uma licença de funcionamento, destaca o relatório, sublinhando ainda que as “entidades públicas enfrentam dificuldades em tornarem-se membros de comunidades energéticas devido a requisitos obrigatórios”.

Além disso, é também referido que a rede elétrica também mostra limitações. “A capacidade da rede nacional enfrenta limitações, tornando difícil ligar novos projetos de energia renovável”, particularmente em áreas com crescimento significativo de projetos renováveis como Sines.

Jovens sem futuro e casas fora do orçamento

O desajuste entre as competências disponíveis da mão-de-obra e as necessidades do mercado continua a ser um dos calcanhares de Aquiles da economia portuguesa, salienta a Comissão Europeia.

O ensino superior e a formação profissional não estão totalmente alinhados com as necessidades do mercado de trabalho, o que conduz a uma inadequação das competências”, aponta o relatório, que considera que a situação é ainda agravada por três fatores críticos: o declínio da participação de adultos na aprendizagem ao longo da vida, uma proporção elevada de alunos com baixo desempenho em matemática, ciências e leitura na escola, e mais jovens a abandonar precocemente a escola e a formação.

Este desajuste tem consequências diretas no desemprego jovem estruturalmente elevado. “As vagas existentes frequentemente não se alinham com as competências dos jovens trabalhadores disponíveis e dos jovens desempregados”. A situação é particularmente grave porque “uma grande proporção de jovens desempregados tem níveis de competências baixos”.

Bruxelas recomenda apostar no “investimento em investigação e inovação que melhore a produtividade” e “removendo barreiras e desincentivos à expansão e crescimento das empresas”.

O setor público não escapa aos problemas de escassez de mão de obra. Na saúde, “o país enfrenta uma emigração pesada de enfermeiros”, destaca Bruxelas, sublinhando que, por exemplo, “em 2023, 60% dos graduados que se registaram na associação profissional de enfermeiros pretendiam emigrar”. Na educação, a situação não é melhor, com “metade dos professores atuais acima dos 50 anos e com apenas uma pequena fração abaixo dos 30”.

Igualmente preocupante é o quadro da habitação, com o mercado habitacional a tornar-se numa fonte crescente de pressão social e económica. “Entre 2015 e 2023, os preços da habitação em Portugal aumentaram 105,8%”, mais do dobro do crescimento de 48,1% registado na União Europeia.

“A procura habitacional mais elevada nas grandes cidades e áreas turísticas populares agrava a escassez de habitação acessível e prejudica a coesão social”, referem os técnicos da Comissão Europeia, destacando que a subida dos preços das casas está a afetar particularmente “jovens, famílias de rendimentos baixos e médios e pessoas desfavorecidas”.

Mas a escalada dos preços tem impactos que vão além do social. “Isto impacta na disponibilidade de mão-de-obra e afeta negativamente a competitividade, uma vez que custos habitacionais mais elevados limitam as possibilidades das empresas e organismos públicos atraírem e reterem trabalhadores qualificados”, alerta Bruxelas. Além disso, “custos habitacionais mais elevados pesam nos orçamentos das famílias, poupanças e na sua capacidade de investir”.

Na área social, as recomendações centram-se em “abordar os desajustes de competências investindo no desenvolvimento de competências e na aprendizagem ao longo da vida”.

Face a este diagnóstico, a Comissão Europeia traça um roteiro amplo e ambicioso para Portugal. As prioridades passam por “acelerar a implementação do PRR, incluindo o capítulo REPowerEU” e “implementar rapidamente a política de coesão, aproveitando as oportunidades da revisão intercalar”.

No domínio empresarial, Bruxelas recomenda “fomentar um ambiente empresarial que seja conducente ao crescimento de empresas inovadoras e disruptivas”, apostando no “investimento em investigação e inovação que melhore a produtividade” e “removendo barreiras e desincentivos à expansão e crescimento das empresas”.

A agenda ambiental exige “fazer mais progressos rumo à descarbonização”, nomeadamente através da “implementação das renováveis, simplificando o processo de licenciamento” e “dando passos concretos para eliminar gradualmente os subsídios aos combustíveis fósseis”.

Na área social, as recomendações centram-se em “abordar os desajustes de competências investindo no desenvolvimento de competências e na aprendizagem ao longo da vida” e “melhorar a acessibilidade e acessibilidade habitacional visando edifícios vagos e degradados em áreas de alta procura”.

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Hoje nas notícias: TAP, Novobanco e saúde

  • ECO
  • 5 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal avisou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, que não vê com bons olhos uma possível aquisição do Novobanco por parte do dono do BPI. As empresas de transportes pediram ao Fisco notifique quem viajou sem bilhete ou com título por validar, foi multado e não pagou. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Governo já tem modelo e caderno de encargos da TAP

O processo de privatização da TAP está a avançar. O Governo, que toma posse esta quinta-feira , tem “o modelo e o caderno de encargos” definidos, restando apenas a entrada oficial em funções do XXV Executivo. Quem o diz o secretário de Estado das Infraestruturas ao Jornal de Negócios (acesso pago). Em declarações à margem da conferência AED Days 2025, organizada pelo cluster de aeronáutica, espaço e defesa, Hugo Espírito Santo disse que a equipa liderada por Luís Montenegro nunca parou de trabalhar nesse dossiê, reiterando o que tem sido dito desde a dissolução do parlamento. “Já temos o modelo definido e o caderno de encargos [da TAP] bastante avançado. Só estamos à espera da formação do novo Governo”, referiu o governante, acrescentando que as avaliações pedidas à EY e Banco Finantia ainda não foram entregues, mas não são necessárias para estes procedimentos.

Governo avisa Sánchez e CaixaBank contra Novobanco espanhol

O Governo, através da embaixada portuguesa em Madrid, avisou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o CEO do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, que não vê com bons olhos uma possível aquisição do Novobanco por parte do dono do BPI, avança o Diário de Notícias (acesso pago). A mensagem de Portugal, que se segue às declarações de Joaquim Miranda Sarmento e foi entregue ao gestor, informa que o Executivo não impedirá esse eventual negócio – até porque a lei europeia não o permite –, mas não mostraria “boa vontade” devido às medidas que teriam de ser tomadas no âmbito da fusão do Novobanco com o BPI.

Diretor executivo do SNS admite concentração de serviços nas urgências

O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) diz que as escalas de urgência nos hospitais para este verão “estão feitas”, mas, “como há falta de recursos humanos”, existem “períodos que não estão completos”, sendo que a ginecologia/obstetrícia na Península de Setúbal é uma das mais complicadas. “Até agora não encontrámos uma solução que fosse consensual com as três equipas”, admite Álvaro Almeida, na primeira grande entrevista desde que assumiu o cargo de CEO do SNS. Ao Público (acesso condicionado) e à Rádio Renascença, referiu que, se não houver alternativa, a concentração de serviços “é uma possibilidade”. “Estamos a estudar as respostas possíveis com os recursos humanos que temos. Se não houver outra solução, a concentração de serviços terá de ser uma resposta”, garantiu.

Genéricos podem ficar até 800% mais caros com nova lei europeia

A nova diretiva europeia de Tratamento de Águas Residuais Urbanas pode levar ao desaparecimento de algumas moléculas farmacêuticas do mercado e encarecer os medicamentos genéricos em até 800%. O alerta foi dado pela associação portuguesa Equalmed à Rádio Renascença (acesso livre). Em causa está a aplicação do princípio do poluidor-pagador, que impacta desproporcionalmente a área dos genéricos, pois detém a maior quota de mercado. “A indústria de genéricos na Europa tem uma quota de cerca de 80% do volume, para apenas cerca de 20% daquilo que é o custo. É aquela que seria mais impactada com esta medida. Isto pode significar tão simplesmente que algumas moléculas sejam inviáveis do ponto de vista económico em termos de comercialização”, advertiu João Paulo Nascimento, presidente da Equalmed.

Fisco recebeu 160 mil multas de transportes para cobrança coerciva

A Autoridade Tributária recebeu 160 mil multas, enviadas pelas principais empresas de transportes do país, para cobrança coerciva nos últimos dois anos. As transportadoras pretendem que o Fisco notifique os infratores – a maioria por viajar sem bilhete ou com título por validar – a pagarem as coimas. Em 2024, foram multados 112 mil passageiros, segundo o Jornal de Notícias (acesso pago). De acordo com a informação recolhida pelo JN, a Metro do Porto é a que regista um maior número de passageiros fiscalizados. Ainda assim, o número de coimas pagas voluntariamente subiu em relação a 2023, quando apenas 18% dos passageiros as saldaram (cerca de 24 mil pessoas).

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Funcionários da AstraZeneca colaboram com a Cruz Vermelha na recuperação do ambiente natural do rio Turia após o SWINE

  • Servimedia
  • 5 Junho 2025

A iniciativa, organizada em conjunto com a Cruz Vermelha e com o apoio da Câmara Municipal, faz parte do programa de voluntariado empresarial da empresa farmacêutica.

Cerca de uma centena de colaboradores da AstraZeneca participaram numa jornada de voluntariado com a Cruz Vermelha para recuperar o antigo Parque Recreativo do Rio Turia, em Riba-roja del Turia (Valência), uma das zonas mais afetadas pelo DANA que atingiu a Comunidade Valenciana em outubro passado.

Durante o dia, os voluntários realizaram tarefas como a limpeza de resíduos arrastados pelas inundações, a recuperação de caminhos naturais e a reflorestação com espécies autóctones. A Cruz Vermelha forneceu os materiais e o apoio logístico necessários para a realização das tarefas no terreno. Pilar Salort, responsável provincial pelo plano de resposta DANA da Cruz Vermelha, afirmou que “o envolvimento de empresas como a AstraZeneca é fundamental para acelerar a recuperação dos ambientes danificados e apoiar as comunidades afetadas”.

A Câmara Municipal de Riba-roja também colaborou nesta iniciativa. O seu vereador do Ambiente, José Luis Ramos, agradeceu o envolvimento dos voluntários e salientou o valor do parque como “símbolo de identidade e bem-estar para os habitantes locais”, bem como a importância da colaboração público-privada para “gerar um impacto real no território”.

Para a AstraZeneca, esta ação reforça a sua visão da saúde global como um conceito holístico, ligando a saúde das pessoas à saúde do planeta e ao desenvolvimento de comunidades resilientes. “Contribuir diretamente para a recuperação de um espaço natural de grande valor para a comunidade é uma oportunidade de gerar um impacto positivo e duradouro”, afirmou Marta Moreno, Diretora de Assuntos Corporativos e Acesso ao Mercado.

Com iniciativas como esta, a empresa reforça seu compromisso com a sustentabilidade com impacto, combinando inovação científica, consciência ambiental e responsabilidade social nos ambientes onde atua.

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Bluewave Alliance apresenta o modelo do primeiro SeaSpore, uma escultura que será submersa ao largo da costa de Barcelona para recuperar a biodiversidade

  • Servimedia
  • 5 Junho 2025

A obra original, denominada SeaSpore Posidonia, foi criada pelo artista Lorenzo Quinn e tem a Ocean Ecostructures como parceiro tecnológico. Está atualmente em fase de conclusão.

A Bluewave Alliance, promovida pelo ISDIN, apresentou o modelo final da primeira escultura do projeto SeaSpore, uma iniciativa que funde ciência, arte e tecnologia para criar esporos que contribuem para a recuperação da biodiversidade marinha e sensibilizam para a necessidade de preservar os mares e oceanos.

O Porto Olímpico de Barcelona acolheu a apresentação do modelo no contexto do Bluewave Days, um evento de sensibilização para a proteção dos mares e oceanos, que este ano celebra a sua terceira edição (de 30 de maio a 8 de junho). O evento contou com a presença do Presidente da Câmara de Barcelona, Jaume Collboni, que sublinhou “o compromisso da ISDIN com a preservação dos fundos marinhos” através de projetos como o SeaSpore, que definiu como “uma contribuição importante, informativa, socialmente empenhada e com impacto”. “Precisamos que muitas mais empresas se comprometam com o ambiente natural e criem esta consciência”, observou Collboni.

Juan Naya, Diretor-Geral do ISDIN, salientou o simbolismo da escultura, que representa um rosto de mulher com longos cabelos ondulados. É nesta parte da obra que, depois de submergir na costa de Barcelona, começará a desenvolver-se a Posidónia, uma planta exclusiva e fundamental para o Mediterrâneo. “Sempre acreditámos que um projeto como este deveria ter a sua primeira imersão em Barcelona”, afirmou Naya. Na mesma linha, o escultor Lorenzo Quinn explicou que a sua inspiração para a obra veio da Posidónia “porque é um símbolo do Mediterrâneo, essencial para a manutenção da vida marinha”.

Durante os Bluewave Days, cujo evento principal foi o Simpósio, o CEO do ISDIN também destacou o valor desta aliança que reúne “sonhadores, empresas e instituições empenhadas em restaurar a saúde e a beleza do Mediterrâneo” através de atividades, formação e projetos de investigação e divulgação científica. No âmbito deste compromisso, destacou a recente incorporação na Aliança Bluewave de dez novos parceiros e mais de quarenta colaboradores.

A conferência incluiu uma sentida homenagem póstuma ao Dr. Enrique Ballesteros, uma figura proeminente da ecologia marinha e membro do Conselho Nacional de Investigação Espanhol (CSIC), e a sessão “Blue Talks”, que destacou o valor da ciência como aliada para enfrentar os desafios atuais, especialmente os ambientais. Especialistas e investigadores destacaram o papel da ciência para inverter as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, ao mesmo tempo que chamaram a atenção para a importância da conservação e da sensibilização para cuidar de todas as espécies que coexistem no nosso planeta.

PARCERIAS

As mesas redondas também abordaram questões como a evolução do Mediterrâneo, o mar mais poluído do mundo. Em “Questões de futuro”, em que participaram perfis como o do etólogo e publicitário ambiental Alex Avello (Oceavida), foi discutida a importância de formar as novas gerações para que se tornem “alfabetizadas no oceano”. O debate contou com a participação de Mireia de Mas (Ocean Ecostructures), Pol Ramos (Odicean) e Amaia Rodríguez (Gravity Wave), que concordaram com a importância do envolvimento das empresas, apoiando projetos regenerativos e de sensibilização para promover a sua escalabilidade e tornar a economia azul sustentável.

No painel de empresas empenhadas, o CEO do ISDIN, Juan Naya, sublinhou que as organizações têm “a responsabilidade e a oportunidade de contribuir” para serem parte da solução dos problemas ambientais. “Podemos dar um passo em frente através da inovação, através de planos estratégicos ao serviço de grandes problemas que vão para além da empresa”, afirmou.

Juan García, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Caser; Marta Labata, CEO da BSM, e Jordi Sardina, CEO da Volvo Ditevo, também participaram no evento, sublinhando a importância de incentivar a mudança e minimizar os impactos negativos, tanto a nível interno como externo, através de alianças. “Apenas as empresas que utilizam o motor da sustentabilidade com uma visão de longo prazo e se comprometem com alianças atingirão os seus objetivos em termos de rentabilidade económica, mas também de rentabilidade social e ambiental”, insistiu Labata.

A conferência contou ainda com uma apresentação inspiradora de Zafer Kizilikaya, distinguido com o prémio Goldman Environmental 2023 pelo seu trabalho em prol da expansão das Áreas Marinhas Protegidas ao longo da costa turca, que descreveu em pormenor o seu projeto de recuperação do ecossistema na costa de Gökova (Turquia), onde na primeira década do século XXI se verificava a menor proporção de peixes em todo o Mediterrâneo. “A conservação ativa e eficaz permitiu não só aumentar a população de peixes, mas também o seu tamanho, o que ajudou muito as comunidades piscatórias da zona, entre as quais há muitas mulheres”, observou Kizilikaya.

Zafer Kizilkaya foi um dos vencedores dos Prémios Bluewave, atribuídos após o Simpósio, que reconheceram os líderes mundiais que contribuem para a recuperação da saúde e da beleza do Mediterrâneo, o objetivo da aliança. Nesta edição, para além de Kizilkaya (Mediterranean Protetor Award), os outros vencedores foram a Dra. Marta Estrada e Olivia Mandle, que receberam o Excellence in Marine Science Award e o Rising Blue Voice Award, respetivamente.

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ICER alerta para o facto de a guerra no mundo poder reduzir o crescimento de Espanha e fazer subir o desemprego para 12,1%

  • Servimedia
  • 5 Junho 2025

O instituto afirma que indicadores como o investimento, as exportações e o consumo interno seriam fortemente afetados por um cenário de escalada da guerra.

O Instituto das “Ciencias del Empleo y las Relaciones Laborales” (ICER) alertou para as implicações significativas que a intensificação dos conflitos bélicos a nível global, especialmente na Ucrânia e no Médio Oriente, poderá ter na economia e no mercado de trabalho espanhóis. No seu relatório “Europa: Previsões num cenário de conflito”, o instituto analisa a forma como a reconfiguração da ordem geopolítica, acompanhada pela necessidade de reforçar a autonomia estratégica, a segurança energética e a defesa coletiva, irá gerar transformações estruturais significativas na economia espanhola e, consequentemente, no seu mercado de trabalho.

O relatório ICER apresenta três cenários macroeconómicos para o período 2024-2026, sendo o “cenário de conflito” o mais preocupante para o emprego. Neste contexto, prevê-se que o crescimento do PIB espanhol abrande para apenas 0,6% em 2026, ao passo que, num cenário otimista ou central, deverá ultrapassar os 2%. Poderá também assistir-se a um aumento da taxa de desemprego, que poderá atingir 12,1%, e a uma contração das exportações de cerca de dois pontos percentuais. No entanto, o estudo reconhece a resiliência da economia espanhola, cuja força assenta no turismo e em alguns setores estratégicos.

Para o Secretário-Geral do ICER, Alejandro Costanzo, este estudo sublinha “a urgência de adaptar as nossas políticas económicas e laborais a um ambiente internacional profundamente condicionado pela geopolítica. Os efeitos de uma eventual generalização do conflito na Europa já não são uma hipótese remota, mas um cenário que exige respostas concretas. O presente relatório destaca a forma como setores estratégicos como a energia, a defesa, a logística e a tecnologia serão reconfigurados e, com eles, o mercado de trabalho. O capital humano qualificado será o principal fator de resiliência de Espanha e da Europa. Por conseguinte, é imperativo antecipar as necessidades, reforçar a formação e assegurar a adaptação do talento aos setores emergentes”.

Por seu lado, indicadores como o investimento seriam afetados em mais de 1% em relação aos cenários otimista e central, projeções que o ICER fez analisando os vários relatórios de instituições como a OCD, o Banco Mundial, o FMI, entre outros, e que, juntamente com o trabalho do Ceprede, propõem diferentes cenários para Espanha num ambiente global em crescente mudança.

Consequentemente, o ICER identifica no seu estudo cinco sectores-chave que serão particularmente afetados por esta transformação estrutural, mas que têm em comum o facto de todos eles exigirem mais inovação, digitalização, qualificação técnica e adaptação regulamentar.

SETORES QUE IRÃO MOLDAR O FUTURO

O relatório indica que o setor automóvel enfrenta a dupla pressão da transição para a eletromobilidade e as tensões comerciais internacionais. O abrandamento da Agenda Verde Europeia, a concorrência chinesa e o protecionismo dos EUA criam um ambiente complexo. No entanto, a Espanha tem a oportunidade de liderar a produção de baterias e componentes estratégicos, com uma elevada procura de engenheiros de armazenamento de energia, especialistas em veículos elétricos, peritos em logística de componentes e gestores de sustentabilidade industrial.

No que diz respeito à defesa, salienta que o novo contexto de segurança coletiva está a impulsionar o aumento dos orçamentos de defesa europeus e a autonomia tecnológica. A indústria espanhola, envolvida em programas-chave, tem potencial de crescimento se se adaptar à especialização, sustentabilidade e regulamentação. A procura centrar-se-á em profissionais de cibersegurança, IA, drones, sistemas autónomos, análise geopolítica e fabrico avançado, com uma estimativa de 3 300 a 4 600 novas contratações altamente qualificadas nos próximos cinco anos.

Na área da segurança, explica que o crescimento deste setor, tanto na esfera pública como na privada, se deve ao aumento do investimento público na segurança interna e à externalização de funções. As novas ameaças híbridas (ciberataques, sabotagem, desinformação) exigem capacidades avançadas das empresas e dos organismos públicos.

No que diz respeito à logística, este setor é altamente afetado por perturbações nas cadeias de abastecimento, custos energéticos e novas exigências estratégicas, sendo vulnerável à escassez de talentos em transportes especializados, gestão de inventários e planeamento de crises. A sua transformação digital e o seu papel na segurança estratégica impulsionam o investimento em capital humano, prevendo-se um aumento da procura de planeadores, especialistas em logística militar e civil e profissionais resistentes à pressão.

Por último, o setor da energia é visto como a chave para a transformação económica. O fim da dependência da Rússia obriga a Europa a acelerar a transição para as energias renováveis (em que a Espanha lidera, com potencial para o hidrogénio verde). Para tal, são necessários muitos talentos técnicos no domínio das energias renováveis, da IA para as redes inteligentes e do marketing digital. A descentralização, a digitalização e a resiliência da rede são desafios que exigem um planeamento do trabalho.

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Trump proíbe a entrada nos EUA a cidadãos de 12 países, incluindo a Guiné-Equatorial

  • Lusa
  • 5 Junho 2025

Proibição assinada pelo presidente aplica-se a Afeganistão, Birmânia, Chade, República Democrática do Congo, Eritreia, Guiné Equatorial, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

Donald Trump proibiu a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de 12 países, entre os quais a Guiné Equatorial, para “proteger” o país de “terroristas estrangeiros”, segundo uma proclamação publicada pela Casa Branca.

A proibição assinada pelo Presidente dos Estados Unidos, que entra em vigor a 9 de junho, para além do estado membro Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), aplica-se ao Afeganistão, Birmânia, Chade, República Democrática do Congo, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

“A entrada nos Estados Unidos de nacionais da Guiné Equatorial como imigrantes e não-imigrantes é totalmente suspensa”, proclama Trump.

Sete outros países estão sujeitos a restrições, designadamente, o Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turquemenistão e Venezuela.

A proibição e restrições aplicam-se tanto à entrada de imigrantes como de não imigrantes, especifica a ordem executiva assinada por Trump e é divulgada poucos dias depois do atentado no Colorado.

No domingo, um homem lançou engenhos incendiários contra os participantes numa marcha semanal no Colorado em apoio aos reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza. Segundo a Casa Branca, o presumível autor do ataque encontrava-se em território norte-americano “ilegalmente”.

“É política dos Estados Unidos proteger os seus cidadãos contra ataques terroristas e outras ameaças à segurança nacional ou à segurança pública”, explica o documento.

“Os protocolos e procedimentos de rastreio e verificação associados à concessão de vistos e a outros processos de imigração desempenham um papel fundamental na aplicação dessa política”, reforçando a capacidade do país “detetar estrangeiros que possam cometer, ajudar ou apoiar atos de terrorismo, ou que, de outra forma, representem uma ameaça à segurança”, acrescenta ainda a proclamação.

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Hafesa abre uma nova sede corporativa para continuar o seu crescimento

  • Servimedia
  • 5 Junho 2025

No último ano, o número de trabalhadores da empresa em Madrid aumentou 30%, e a previsão é manter esta tendência de crescimento.

A Hafesa, operador multi-energia especializado no comércio de hidrocarbonetos, armazenamento estratégico e comercialização de energia, mudou a sua sede corporativa em Madrid para um novo espaço físico que reflete o atual momento de crescimento e consolidação da empresa.

Esta mudança responde ao forte desenvolvimento que a Hafesa tem registado nos últimos anos, quer em termos de estrutura organizacional, quer em termos de volume de negócio e recursos humanos. Só no último ano, o quadro de pessoal da empresa em Madrid aumentou 30%, e prevê-se que esta tendência se mantenha, impulsionada pela expansão das suas linhas de negócio e pelo seu posicionamento como um dos principais atores multi-energéticos do país.

Os novos escritórios, situados na Calle Estébanez Calderón, 3-5 (1º andar), foram concebidos para oferecer um ambiente de trabalho mais amplo, luminoso e funcional, que favorece a colaboração entre equipas, o intercâmbio de ideias e a inovação. Com áreas abertas, gabinetes colaborativos, salas polivalentes e zonas de descanso, o novo espaço responde às necessidades de um modelo organizacional ágil e centrado nas pessoas.

“A mudança para estas novas instalações não é apenas uma mudança física, mas um reflexo da nossa evolução como empresa. Continuamos a crescer, a incorporar talento e a desenvolver projetos que nos obrigam a estar mais ligados, a ser mais eficientes e a oferecer às nossas equipas um ambiente que acompanha a sua ambição coletiva de avançar”, explicou Diego Guardamino, diretor-geral da Hafesa.

Um dos pilares do novo espaço é a sustentabilidade. O edifício que alberga a nova sede, o Discovery Building, tem a certificação ambiental LEED Platinum, um dos padrões internacionais mais exigentes em termos de eficiência energética, gestão de recursos e conforto ambiental. Este compromisso com escritórios mais sustentáveis está em linha com o compromisso da Hafesa de integrar a sustentabilidade em todas as suas operações.

A empresa também colocou especial ênfase no bem-estar da sua equipa, incorporando elementos que melhoram a experiência diária no ambiente de trabalho: mais luz natural, espaços abertos que favorecem a comunicação e áreas comuns concebidas para incentivar a criatividade e a coesão interna.

A Hafesa indicou que enfrenta esta etapa com o objetivo de “continuar a consolidar-se como uma empresa sólida, inovadora e comprometida com o talento”. O novo espaço não só responde às necessidades atuais, como também está preparado para futuras incorporações e desafios estratégicos. A empresa procura reforçar uma cultura empresarial centrada nas pessoas, em que o ambiente de trabalho se converte num motor de motivação, orgulho de pertença e desenvolvimento profissional”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de junho

  • ECO
  • 5 Junho 2025

Ao longo desta quinta-feira, 5 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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