Metrobus do Porto fez primeiro ensaio durante a noite após nove meses de espera. Veja as imagens

  • Lusa
  • 6 Junho 2025

Arrancaram "com sucesso" esta madrugada os ensaios do metrobus, com o primeiro veículo a percorrer a ligação Casa da Música - Império, ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa.

O metrobus do Porto fez durante a noite os primeiros ensaios, constatou a Lusa no local e informou a Metro do Porto, mais de nove meses após a empresa anunciar o fim das obras principais do projeto.

Entre quinta-feira à noite e hoje de madrugada “arrancaram os ensaios do metrobus, com o primeiro veículo a percorrer todo o percurso da ligação Boavista — Império, ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, incluindo a inversão de sentido em ambos os extremos da linha”, segundo a Metro do Porto.

“Todas as operações, incluindo as de aproximação e paragem em todas as sete estações do metrobus nesta ligação, bem como a de inversão de marcha na rotunda da Boavista, em frente à Casa da Música, foram várias vezes testadas com sucesso, sem qualquer anomalia a registar”, referiu a mesma fonte.

A transportadora referiu que “os ensaios foram conduzidos por técnicos do fornecedor, a empresa portuguesa CaetanoBus, e acompanhados por responsáveis da Metro do Porto, sendo em permanência monitorizados por elementos da Polícia Municipal”.

O teste põe fim a um período superior a nove meses desde que, a 23 de agosto, a Metro do Porto anunciou que “a empreitada do metrobus ficou terminada”, com exceção dos acabamentos nas estações, paisagismo e jardinagem.

Nos últimos meses, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, chegou a anunciar (em 16 de abril) que os ensaios do metrobus iriam começar “na primeira/segunda semana de maio”, e depois (em 15 de maio) “na última semana de maio”, mas só arrancaram na quinta-feira à noite.

Em agosto do ano passado ainda se discutia a possibilidade de atuais autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), que irá operar o serviço, utilizarem provisoriamente o canal até à chegada dos veículos do metrobus, mas a opção foi abandonada face a testes insatisfatórios.

A não utilização do canal pelos autocarros levou ao seu aproveitamento como ciclovia, tendo já movimentos e associações do setor instado as entidades competentes a repensar o projeto “como um todo”, já que se mantiveram duas vias para automóveis e nenhuma para meios de mobilidade suave, apesar da sua utilização.

Em agosto de 2023, fonte oficial da Câmara Municipal do Porto esclareceu que foi uma “opção política” eliminar as vias de mobilidade suave: “Foi privilegiado o transporte público numa decisão política por causa de problemas de falta de espaço”, referiu.

O atraso na chegada dos veículos remonta à anulação do primeiro concurso público para aquisição dos autocarros e do sistema de produção de hidrogénio ‘verde’, que foi lançado em dezembro de 2022 e anulado, sendo repetido em julho de 2023, oito meses depois.

A Metro do Porto foi sucessivamente anunciando que estava a tentar receber os veículos até ao final de 2024, em janeiro ou fevereiro de 2025, mês em que validou a informação adiantada pela CaetanoBus de que os veículos começariam a circular “no início de maio”.

Em agosto, a Câmara do Porto considerou “lamentável e inaceitável” a ausência de esclarecimentos e acusou a Metro de falta de transparência, coordenação e articulação, pedindo “respeito institucional”, um tom crítico que marcou o processo nos últimos meses.

Aguarda-se ainda a assinatura do memorando de entendimento entre a autarquia, o Estado e a Metro do Porto sobre o projeto.

O projeto envolve também obras na estação de recolha da STCP na Areosa, que receberá a estação de produção de hidrogénio, prevendo o contrato que “até a fábrica de hidrogénio entrar em produção o consórcio fornecedor assegurará um posto de abastecimento móvel” de hidrogénio.

O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.

O conjunto dos veículos e do sistema de produção de energia custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.

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Em Portugal, 92% das sociedades comerciais foram constituídas online

A talk "Elevator Pitch: Porque é que Portugal é um Best Place to Invest?", da Advocatus Summit, contou com Nuno Oliveira Santos, sócio coordenador de Fiscal na PRA, e João Nóbrega, partner da EY Law.

“A ideia é que, de facto, Portugal tem bases concretas para ser considerado não só um país com segurança mas que também é atrativo para o investimento. Se pensarmos na nossa conjuntura económica, Portugal teve um crescimento acima da média dos países da UE. Isto num contexto político e contexto macro económico difíceis. Temos a inflação controlada, mínimos históricos de taxa de desemprego, um crescimento do PIB acima da média”. O cenário otimista foi partilhado por João Nóbrega, managing partner da EY Law e responsável da área de Real Estate e de OIC.

A talk “Elevator Pitch: Porque é que Portugal é um Best Place to Invest? “, integrada na 8ª edição da Advocatus Summit, contou com Nuno Oliveira Santos, sócio coordenador de Fiscal na PRA, e João Nóbrega.

O advogado sublinha ainda que “continuamos a ter programas interessantes: Portugal percebeu o que é ser um hub tecnológico e aquilo que são as sinergias e o que podemos potenciar da nossa localização geográfica. Ao nível da Administração Pública, o que foi a transformação digital, coloca-nos num patamar de doing business mais fácil”.

Nuno Oliveira Santos, sócio coordenador de Fiscal na PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados defende que “os investidores estrangeiros valorizam bastante aspetos como a possibilidade de constituir uma sociedade comercial em 48 horas, com valor do capital social escolhido pelo investidor, o que permite a ligação a várias funcionalidades como a Segurança Social, a AT ou o RNPC. Em 2024, 92% das sociedades comerciais foram constituídas online. A nossa taxa de IRC é uma taxa inferior à média dos países da OCDE e temos investimentos em investigação e desenvolvimento da produtividade das empresas que também são valorizados pelos estrangeiros. E há algo – que não é fácil de concretizar – que é o nosso receber bem, não só no turismo, mas também no âmbito comercial, há uma abertura muito grande aos estrangeiros e isso nota-se no investimento”.

Veja a talk na íntegra:

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A Advocatus Summit decorreu nos dias 29 e 30 de maio. Naquela que já é a sua 8ª edição, este ano o evento realizou-se no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Durante duas manhãs, reunimos alguns dos principais nomes da advocacia de negócios em Portugal para debater os grandes temas que moldam a prática jurídica: Fiscalidade, governance e compliance, investimento em Portugal, Cibersegurança e IA, Concorrência e direitos do consumidor, Agribusiness, smart cities e o papel do advogado em projetos cross-border.

O principal evento que liga a advocacia aos agentes empresariais e da economia é uma iniciativa ECO e ADVOCATUS que contou com o apoio de: Abreu Advogados, CMS Portugal, CS’Associados, Deloitte Legal, EY Law, Morais Leitão, Pérez-Llorca, PLMJ, PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, Proença de Carvalho, PwC Portugal, Sérvulo & Associados, SRS Legal, TELLES e Vieira de Almeida.

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Biosoluções no Setor Agroflorestal em destaque na FNA 25

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  • 6 Junho 2025

Especialistas debatem biosoluções para uma agricultura mais sustentável na FNA 25, com foco em energia, fertilizantes e novas regulamentações, no dia 9 de junho, em Santarém.

Na próxima segunda-feira, 9 de junho, a FNA 25 – Feira Nacional de Agricultura acolhe o evento “Biosoluções no Setor Agroflorestal”, no Grande Auditório do CNEMA, em Santarém. A sessão arranca às 9h30 e pretende colocar em debate algumas das principais inovações biotecnológicas aplicadas à agricultura e floresta, com enfoque na energia, fertilização e regulamentação.

Organizado pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e pelo CNEMA, com o apoio do ECO e de entidades como a Repsol, Floene, Jóse Pedro Aguiar-Branco Advogados e REGA Energy, o evento reúne especialistas de empresas, organismos públicos e da área jurídica para discutir os caminhos para uma agricultura mais sustentável e resiliente.

O programa inclui temas como os biocombustíveis, o biometano, os biofertilizantes derivados de insetos e a valorização de resíduos florestais.

Inscreva-se aqui.

Programa

09h30 Sessão de Abertura
Álvaro Mendonça e Moura, Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)

09h45 Biosoluções em Energia
Moderador: Diogo Agostinho, Jornal ECO

• Biocombustíveis – Nuno Soares, Repsol
• Biometano: a importância da rede de distribuição – Nuno Nascimento, Floene Energias
• Biometano: a produção – Nuno Pinto, REGA Energy
• Digereido: um coproduto do Biometano – Marian Moreira, Chambre d’agriculture Bretagne

11h00 Biosoluções em Fertilizantes e Fitossanidade
Moderadora: Filipa Sacadura, P-Bio

• Valorização Agronómica de Biofertilizantes derivados de Insetos – Sandra Correia, INOVPLANTPROTECT / INSECTERA
• Soluções biológicas da Cotreva – Cristina Pedraz, CORTEVA
• Utilização de biofertilizantes na floresta e valorização de resíduos da indústria da pasta e papel – José Rafael, Agenda Transform – The Navigator Company

12h00 Novas Soluções, Nova Regulação
Moderador: Ramiro Matos, JPAB – José Pedro Aguiar-Branco Advogados

• Biofertilizantes / efluentes pecuários – Pedro Borges, Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR)
• Biopesticidas – Bárbara Oliveira, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)

12h45 Sessão de Encerramento
Armando Oliveira, Administrador da Repsol Portuguesa
Luís Mira, Secretário-Geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)

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Reestruturação judicial da Azul não trava “futuras expansões” em Portugal

  • Lusa
  • 6 Junho 2025

Vice-presidente da companhia aérea brasileira Azul exige que a dívida da TAP de 180 milhões de euros seja considerada no processo de reprivatização da transportadora portuguesa.

A companhia aérea brasileira Azul garante que o plano de reestruturação não compromete a expansão em Portugal e exige que a dívida da TAP – de 180 milhões de euros – seja considerada no processo de reprivatização da transportadora portuguesa.

Em entrevista à Lusa, o vice-presidente Institucional e Corporativo da Azul, Fábio Campos, sublinhou que a reestruturação está a decorrer “de forma sólida” e conta com o apoio dos principais credores e parceiros da empresa, o que permitirá acelerar o calendário para a conclusão do processo.

Em 28 de maio, a companhia aérea anunciou que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, ao abrigo do Capítulo 11, para reestruturar as suas finanças e os acordos com credores e parceiros.

O plano é resultado de um acordo que envolve UnitedAirlines e AmericanAirlines, parceiras estratégicas da Azul, e a locadora de aeronaves AerCap. No seguimento deste entendimento, a Azul espera ver aprovado o plano de reestruturação ainda este ano, com os últimos passos do processo a serem dados, no máximo, até ao início de 2026, detalhou o responsável.

Fábio Campos garantiu que não estão previstos cortes de pessoal nem de rotas, tendo destacado a recente contratação de 139 novos trabalhadores, como prova de que a companhia “continua a crescer”.

Questionado sobre o impacto da reestruturação na operação em Portugal, assegurou que não vai travar qualquer plano de crescimento.

“Portugal é estratégico para a Azul. As novas rotas entre o Porto e Recife [que arrancaram esta semana] praticamente duplicam a nossa presença no país. E a operação para Lisboa segue consolidada”, afirmou, garantindo ainda que a Azul não descarta “futuras expansões” em Portugal.

Quanto à dívida da TAP à Azul, o gestor esclareceu que não está incluída no processo de reestruturação em curso. “Essa dívida tem vencimento no próximo ano e está a ser discutida judicialmente. Não há dúvida quanto à existência do empréstimo, mas sim quanto à constituição de garantias”, explicou.

A Azul subscreveu 90 milhões de euros de um empréstimo obrigacionista à TAP em 2016, para ajudar a liquidez da companhia portuguesa, com juros acumulados que deverão elevar o valor a cerca de 180 milhões de euros no próximo ano, de acordo com os valores apontados pelo vice-presidente Institucional e Corporativo da Azul.

Sobre a reprivatização da TAP, que deve acelerar após a tomada de posse do novo Governo, Fábio Campos defendeu que o processo deve considerar a dívida pendente com a Azul, e mostrou-se confiante de que o executivo português, enquanto acionista da companhia aérea através da Parpública, vai ter isso em conta.

“Confiamos nos contratos assinados e na justiça portuguesa. Acreditamos que esta dívida terá de ser equacionada antes de qualquer avanço na privatização”, concluiu.

Fundada em 2008, por David Neeleman, antigo acionista da portuguesa TAP, a Azul afirma operar 1.000 voos diários para mais de 160 destinos, tornando-se a número um do Brasil em ambas as áreas.

A reestruturação em curso da empresa incluirá aproximadamente 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros na cotação atual) em financiamento durante o processo e a eliminação de mais de dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) em dívidas.

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“Evoluir e ir mais além é a nossa ambição de liderança”

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  • 6 Junho 2025

A celebrar 25 anos, a Transfor prepara um novo ciclo de crescimento. Para o CEO Tiago Marto, “evoluir e ir mais além” é a essência da liderança e da ambição que marca o futuro da empresa.

Com 25 anos de experiência no setor, a Transfor foi acompanhando as mudanças do mercado e antecipando tendências, sempre com uma forte aposta na inovação. Hoje, inicia um novo capítulo da sua história, marcado por uma visão estratégica renovada e liderado por Tiago Marto, CEO do grupo.

Chegar aos 25 anos é mais do que um marco cronológico, é também um sinal de solidez. O que muda na forma de liderar uma empresa que passa a ser vista como uma referência?

Na base da Transfor seguimos uma linha de consistência, sob um rumo de ADN de superação, que por comparação a uma prova atlética, é uma maratona e não uma prova de 100 metros. Assim na nossa visão, nas operações e em todo o caminho crítico do nosso negócio, procuramos entregar valor aos nossos clientes, com seriedade e alinhados com a nossa espinha dorsal. Agora, 25 anos depois temos a preocupação intrínseca de continuar a criar líderes e equipas capazes de amplificar a nossa ação de forma una e concertada.

Liderar uma empresa que ambiciona ser reconhecida como uma referência e inovador, é isso mesmo, é não desistir de fazer melhor e evoluir. Evoluir e ir mais além é a nossa ambição de liderança. Vinte e cinco anos depois sentimos que podemos – e devemos – fazer a diferença, contribuindo para tornar o nosso ecossistema mais eficiente, evoluindo de forma sustentável e consistente.

A Transfor inicia agora um novo ciclo de crescimento estruturado até 2027. Que prioridades estratégicas definem esta nova fase?

Este novo ciclo de crescimento planeado está assente essencialmente em captar valor pelo caminho da inovação e modernização do sector da Construção. Procuramos ainda oportunidades na verticalização dos nossos serviços, encontrando sinergias em diferentes soluções internas e externas, com vista a complementaridade que possa trazer diferenciação.

A especialização é também um importante pilar estratégico no qual apostamos, procurando o foco das equipas, nos parceiros e com isso soluções mais robustecidas pela experiência e know-how.

A industrialização dos processos construtivos e o recurso à tecnologia incorporada em processos core é essencial e prioritária, perseguindo a técnicas de produção modulares e as soluções construtivas off-site.

Garantiremos com isso o desenvolvimento das nossas fábricas de “componentes” para integrar nos projetos de construção, como forma de evoluir no controlo de prazos, custos e menor impacto ambiental.

Por fim, desafiando a formação e a atração de outros perfis de mão-de-obra, que possam encontrar no setor da construção uma renovação de competências e fazendo parte de um momento de modernização do setor.

O novo complexo industrial no Algarve é apresentado como mais do que uma infraestrutura, é uma resposta ao mercado e à região. Que impacto esperam gerar a nível local e nacional?

O Algarve é um mercado particular, com necessidade de respostas e soluções de atração e retenção de em talento e mão de obra local para este setor, essa é uma prioridade da Transfor.

Por outro lado, a especialização acima referida, leva a da Transfor a estar mais perto das oportunidades e dos projetos previstos no mercado algarvio, por exemplo a construção e remodelação de Unidades Hoteleiras e projetos residenciais premium, fazem de nós um player com fit para o mercado do Algarve.

A expansão a sul tem como objetivo uma maior autonomia e acesso directo à modernização e industrialização do setor e por isso arrancamos com a construção do nosso Pólo industrial a Sul, em Loulé, com vista a presença produtiva da Transfor Indústria, levando as nossas carpintarias, serralharias industriais e soluções modulares connosco. Complementando as operações com uma sede operacional e administrativa para as diferentes marcas Transfor, fazendo parte do mercado local, com estrutura próxima e pertença na região.

Acreditamos que ao estabelecer as nossas operações no Algarve, contribuiremos para a economia local, estabelecendo com as entidades envolventes sinergias económicas e de qualidade de vida para as nossas equipas. Este novo Pólo industrial do Algarve permitirá capitalizar os nossos mais de 20 anos de experiência na área industrial, aumentando a nossa capacidade instalada no nosso polo industrial na zona centro, em Fátima, que também está em vias de crescimento.

A engenharia tem ganho notoriedade como área estratégica. Como é que a empresa se está a afirmar como marca com visibilidade e reputação nacional?

A engenharia começa a resgatar a sua merecida notoriedade, afinal quantos setores deixam um legado tão estruturante como a construção? Esta reconquista da notoriedade é uma luta nossa, é uma prioridade resgatar a autoridade do setor, valorizando e fazendo valorizar a nossa participação de todos os que colaboram em projetos que perduram.

Deve ser um orgulho para todos os elementos que participam de um projeto, um legado defendido pelo dono de obra, pela entidade construtora, arquitetos e entidades fiscalizadoras e todos os envolvidos num projeto.

Renovar a imagem do setor, aplicar mais rigor, a implementação boa práticas, a seriedade e o brio na forma como o representamos é uma luta nossa diária, de forma a restituir o mérito e a importância que tem na sociedade. Deve ser um orgulho para todos finalizar um projeto, que por regra tem complexidade, dimensões humanas e de gestão de pessoas, multidisciplinaridade elevada de competências e o seu importante contributo na criação de valor económico.

Num setor industrial exigente, como se conjuga a vontade de inovar com a responsabilidade de consolidar e liderar com consciência?

É mais do que um consolidar, é um caminho uno este de inovar, crescer e liderar com consciência. Temos investido em programas de leadership desenvolvidos para a Transfor e temos trazido para participar da nossa estratégia e gestão, pessoas com carreiras enriquecidas e com um ponto de visão fora da caixa do nosso sector e da nossa empresa.

Não estamos ainda onde ambicionamos estar em termos de liderança e suporte formativo a esta área chave, mas priorizamos e incutimos diariamente uma liderança com base em proximidade, sensibilidade e uma componente humana genuína, que possa de facto unir e motivar mais de 350 pessoas, um número em forte crescimento nos últimos 3 anos.

Promovemos para isso uma reflexão e atitude com componentes de autoconhecimento, autoconsciência, inspiração e desenho de uma equipa de líderes com uma matriz de perfis complementares, mas alinhados com os valores da empresa. Esta é a forma de criar uma consciência colectiva mais forte e com uma visão mais enquiquecida pelo potencial que cada colaborador pode trazer e acrescentar.

Acima de tudo, lideramos com alma e sentido de missão, certamente que passando esta forma de liderar encontraremos todos lugares à criação de algo melhor e maior, e mais preparado para o futuro e para um papel de responsabilidade na vida de todos os colaboradores.

A Transfor orgulha-se do selo ‘Made in Portugal’. Como é que se projeta essa identidade nacional numa visão de futuro com ambição global?

Orgulhamo-nos profundamente de sermos uma empresa portuguesa. Foi a nossa base em Portugal que nos permitiu arriscar noutros mercados — Angola, onde tivemos um enorme sucesso, ou o Reino Unido e França.

O ADN e a cultura portuguesa estão no centro da nossa capacidade de adaptação, sentido de missão e criatividade. Quando estas características são suportadas por profissionalização, investimento em consultoria e humildade para aprender com os melhores, encontramos o caminho certo.

A seriedade com que assumimos o nosso papel — enfrentando um contexto fiscal e administrativo desafiante e com pouco apoio à competitividade e inovação — é algo que nos define. Continuamos a acreditar que o caminho se faz com trabalho genuíno, atitude séria e consistência.

Seja em Portugal ou além-fronteiras, é esse esforço que nos permite atingir os nossos objetivos. Uma cultura forte e ambiciosa sobrevive aos maiores desafios — e cresce com eles.

Fala-se muito de sustentabilidade, mas pouco da sua implementação prática. Que práticas concretas fazem já parte da operação diária da Transfor?

É verdade: transformar hábitos e operações num setor tradicional e conservador é um grande desafio. Mas acreditamos que começar, e não recuar, é a chave.

Entre 2024 e 2025, renovámos a nossa frota para viaturas elétricas e garantimos que todos os projetos têm estações de energia solar próprias. No apoio às operações, optamos por materiais reciclados e mais duradouros, reduzindo a necessidade de substituição.

Desde 2022, implementámos um programa de desmaterialização: eliminámos o papel, graças ao uso de tecnologia em todos os suportes e processos. Também a nossa produção core e operações são realizadas com apoio de equipamentos digitais que interagem com os sistemas internos da empresa.

Também recorremos à robotização para maior precisão, minimizando retrabalho e desperdício. No departamento de procurement e na área de inovação, avaliamos continuamente novas soluções com maior circularidade e menor impacto ambiental.

Em 2025, vamos lançar um programa conjunto com fornecedores e subempreiteiros, para alinhar práticas de gestão de resíduos e técnicas sustentáveis em toda a cadeia de produção.

Na Transfor temos incutido e perseguido um comportamento disruptivo e de compromisso com a sustentabilidade, seja do negócio, seja de soluções mais ecológicas que passaram a estar na base de toda a operação.

A tecnologia é uma aliada, mas o foco está nas pessoas. Como se cultiva uma liderança empática e uma cultura de valorização do talento num ambiente industrial?

A liderança empática vive-se no dia a dia, exerce-se pelo exemplo e pelo “ombro a ombro” entre toda a equipa.

Pela essência da Transfor ser uma empresa que cresceu a pulso do seu acionista, existe uma cultura de pertença em que os líderes cresceram passando pela aprendizagem dos processos que atualmente lideram o que facilita a empatia sobre as dificuldades e desafios, por outro lado esta liderança permite contribuir e acrescentar na resolução de problemas ou no desafiar por ir mais além sem ser baseado numa orientação aos “números”.

Ouvir de forma presente, envolver e incluir sem julgamento é uma forma de cultivar nas pessoas um sentimento de pertença, peça chave para a sua motivação. Diz muitas vezes a gestão da empresa, que são as pessoas que motivam continuar a lutar pelo crescimento, pela inovação e ambicionar melhores condições. Mas também é um esforço partilhado, as lideranças precisam também de ser cuidadas e motivadas — são pessoas, enfrentam desafios diários e precisam de otimismo para criar um ambiente saudável e genuíno.

O que não se vê, mas sustenta a força da Transfor? Que processos ou dinâmicas internas têm sido decisivos para a consistência da empresa?

A nossa força reside, acima de tudo, no ato de acreditar. Acreditar convictamente, sermos profundamente resilientes e mantermos uma humildade genuína para aprender e evoluir constantemente. Na Transfor, sente-se uma predisposição natural para melhorar — uma atitude que se foi enraizando ao longo dos anos e que acompanhou todo o nosso percurso de crescimento.

Outro fator decisivo tem sido a profissionalização progressiva: a melhoria contínua dos processos, a valorização das equipas e a confiança nos parceiros, criando um ambiente onde o potencial individual e coletivo se transforma numa verdadeira força da organização.

Por fim, é fundamental destacar a confiança dos nossos clientes — que, ao longo do tempo, nos têm dado a oportunidade de ir mais além, confiando-nos projetos ambiciosos e de grande dimensão. Em troca, recebem a nossa dedicação, proximidade e seriedade no cumprimento de cada compromisso.

Se olharmos para 2030, que legado gostaria de deixar? Onde imagina a Transfor dentro de cinco anos?

Queremos continuar a ser uma empresa com os olhos postos no futuro, reconhecida pela sua capacidade de concretizar, pela qualidade do que entrega e por um percurso construído de forma sustentável. Mas, acima de tudo, desejamos ser um lugar onde se criam oportunidades e laços genuínos entre pessoas — deixando, no mercado e junto dos stakeholders, uma marca de impacto positivo e duradouro.

Dentro de cinco anos, que a Transfor seja uma empresa de referência em Portugal, que vá muito além de quem a fundou. Que se torne um projeto de muitos, e que esses a possam fazer crescer com a mesma força que a equipa atual o faz atualmente e com orgulho. Não queremos ser os maiores, mas os melhores. Esse é o nosso propósito ao longo da nossa visão de crescimento.

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Trump e Xi acordam retoma de vistos para estudantes e exportações de terras raras

  • Lusa e ECO
  • 6 Junho 2025

Trump assegurou ao homólogo chinês que EUA "adoram receber estudantes chineses" e disse que Xi lhe garantiu retoma em breve das importações de minerais de terras raras provenientes da China.

Os Estados Unidos e a China sinalizaram uma reversão do bloqueio de vistos para estudantes chineses nos EUA e a retoma das exportações chinesas de minerais de terras raras, após um telefonema entre os líderes dos dois países.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, o Presidente norte-americano, Donald Trump, assegurou o homólogo chinês, Xi Jinping, que os EUA “adoram receber estudantes chineses”, sinalizando o fim do bloqueio imposto nas últimas semanas, medida que Pequim considerou “discriminatória” e uma “violação” do acordo comercial provisório negociado em Genebra, no mês passado.

Trump disse que Xi lhe garantiu que as importações de minerais de terras raras provenientes da China seriam retomadas em breve, apesar de o comunicado das autoridades chinesas não mencionar esse ponto.

“Os chineses cumprem sempre as suas promessas e transformam as ações em resultados. Uma vez alcançado um consenso, ambas as partes devem respeitá-lo. Os EUA devem encarar, com realismo, os progressos alcançados e revogar as medidas negativas tomadas contra a China”, declarou Xi a Trump, segundo a nota emitida pela diplomacia chinesa.

Esta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, acusou Washington de violar o acordo, durante um encontro com o embaixador norte-americano em Pequim. Criticou o bloqueio de vistos para estudantes chineses e as restrições à venda de semicondutores e do software utilizado no desenvolvimento desses componentes, como obstáculos significativos à capacidade de produção de alta tecnologia.

Nenhuma das partes fez referência a este segundo ponto, que Pequim considera um ataque direto às suas ambições tecnológicas. Os semicondutores são componentes essenciais para a produção de sistemas de inteligência artificial e outras tecnologias emergentes.

O acordo alcançado em Genebra permitiu a suspensão temporária das tarifas de 125% impostas por Pequim às importações oriundas dos EUA e de 145% aplicadas pelos EUA sobre bens chineses. Ambos os líderes concordaram com a realização de uma reunião entre os dois países para prosseguir as negociações.

Segundo Trump, a delegação dos EUA será composta pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e Jamieson Greer, representante comercial dos Estados Unidos, estando ainda por definir a data e o local do encontro. Trump referiu ainda que Xi o convidou, bem como à primeira-dama Melania Trump, para visitar a China — convite que o líder norte-americano retribuiu.

A conversa entre os dois líderes teve lugar após dados oficiais indicarem uma diminuição acentuada do défice comercial dos EUA em abril, para o nível mais baixo desde 2023, devido à queda nas importações e ao aumento das exportações.

As importações registaram uma queda recorde de 16,3%, impulsionada por uma redução significativa nas compras à China, enquanto as exportações subiram 3%, contribuindo para a diminuição do défice.

As importações provenientes da China caíram para 25,4 mil milhões de dólares (21,5 mil milhões de euros), o valor mais baixo desde março de 2020, quando a pandemia afetou o comércio global. Já as exportações dos EUA para a China também recuaram, atingindo 8,2 mil milhões de dólares (7,1 mil milhões de euros) — o valor mais baixo em mais de quatro anos.

Telefonema de Trump a Xi mostra “ansiedade” dos EUA

A imprensa oficial de Pequim escreveu esta sexta-feira que o telefonema entre Xi Jinping e Donald Trump vai ter “um peso significativo” na resolução de divergências, destacando a “ansiedade” dos EUA e a “determinação” da China “em não ceder”.

“O facto de o telefonema ter sido feito a pedido dos EUA mostra que é a China que está em vantagem e que existe crescente ansiedade em Washington”, disse Lu Xiang, especialista da Academia Chinesa de Ciências Sociais, citado pelo ao Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

A imprensa oficial chinesa avançou que a conversa estava a decorrer antes de o próprio Trump a ter anunciado na sua rede social Truth Social, sublinhando que tinha sido o republicano a solicitá-la. De acordo com Lu, Xi Jinping enviou a Trump uma mensagem clara: que a China “honra e respeita o que foi acordado” e que é Washington que deve “enfrentar a realidade e tomar decisões racionais”.

O líder chinês pediu ao seu homólogo norte-americano que “aproveite ao máximo” o mecanismo de diálogo económico e comercial estabelecido no mês passado entre os dois países em Genebra, embora tenha sublinhado que devem “tratar-se de forma igual, respeitar as preocupações de cada um e procurar resultados mutuamente benéficos”.

“Agora que existe um consenso, ambas as partes devem respeitá-lo. A China fez a sua parte após as negociações de Genebra. Os EUA devem reconhecer os progressos efetuados e deixar de tomar medidas negativas contra a China”, afirmou.

Em maio, os dois países acordaram numa redução tarifária mútua, embora nos últimos dias Pequim tenha acusado Washington de não ter honrado o acordo, ao aplicar medidas de “supressão extrema”, como o controlo das exportações de semicondutores e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.

Os EUA acusaram a China de bloquear novas licenças de exportação de terras raras – Pequim controla 70% do mercado mundial – e de outros componentes essenciais para o fabrico de semicondutores e veículos elétricos, argumentando que as restrições de Pequim à venda destes materiais críticos constituíam uma violação das tréguas de Genebra.

Alguns analistas apontam para “estrangulamentos burocráticos” face à “enchente de pedidos” para obter as autorizações agora necessárias para importar terras raras da China, enquanto outros argumentam que Pequim ou compreende que não fazem parte do acordo de Genebra ou simplesmente não está disposta a abdicar dessa carta, pelo menos enquanto as negociações continuarem.

“Não deve haver mais dúvidas sobre a complexidade dos produtos de terras raras”, disse Trump no Truth Social após o telefonema, sem entrar em detalhes.

Para Lu Xiang, os Estados Unidos “devem entender que correm o risco de se prejudicar” e, neste momento, “devem também estar conscientes da complexidade da desvinculação económica com a China”. “A China quer falar, mas não fará concessões sob pressão. A notícia positiva é que, ao conversarem, os dois líderes terão conseguido compreender melhor as principais preocupações um do outro na gestão das suas diferenças, o que ajudará a trazer mais estabilidade à relação bilateral”, acrescentou.

Li Haidong, professor da Universidade de Negócios Estrangeiros da China, também salientou que estes contactos são “vitais para abrir caminho” para retomar as negociações. “Washington tem sido incoerente, enquanto Pequim tem mantido uma estratégia clara e coerente”, acrescentou o especialista, para quem “a China não tem qualquer intenção de se afastar dos Estados Unidos”, mas tenciona dialogar em pé de igualdade.

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Hoje nas notícias: pacto de regime, imigração e gás russo

  • ECO
  • 6 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O socialista José Luís Carneiro, que se lança amanhã na corrida à liderança do PS, propõe cinco pactos de regime a Luís Montenegro em áreas de soberania. No sudoeste alentejano, empresas locais iniciaram contactos com o Governo e vão montar um grupo de trabalho com a autarquia de Odemira e as Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e Algarve para criar uma residência coletiva para trabalhadores imigrantes.Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Carneiro oferece cinco pactos de regime a Montenegro

O ex-ministro socialista José Luís Carneiro, que apresenta este sábado a candidatura à liderança do PS, propõe cinco pactos de regime a Luís Montenegro, segundo o semanário Expresso (acesso pago). Defensor da necessidade de “consensos democráticos”, planeia iniciar o mandato como secretário-geral com propostas para pactos com o PSD em áreas de soberania: política externa e europeia, defesa, segurança, justiça e organização do Estado. Áreas de trabalho com as quais lidou enquanto secretário de Estado das Comunidades e depois e depois ministro da Administração Interna. Por exemplo, quer uma “reforma eleitoral” nas câmaras municipais para reforçar o “parlamentarismo” municipal.

Empresas negoceiam residências para imigrantes

A Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores do Sudoeste Alentejano (AHSA), que representa empresas agrícolas nesta região, pretende melhorar as condições de vida dos imigrantes temporários que lá trabalham e está a negociar com o Governo a criação de residências, segundo o Jornal Económico (acesso pago). Inspirada no modelo espanhol com duas décadas, iniciou contactos com os ministérios da Agricultura, Infraestruturas e da Habitação e Presidência e vai montar um grupo de trabalho com firmas locais, Câmara Municipal de Odemira e as Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e Algarve para criar uma residência coletiva para trabalhadores e, à volta do edifício principal, aproveitar as estruturas modulares existentes para estadias mais curtas.

Portugal ainda importa 6,7% de gás russo

O Governo pretende reduzir as importações de gás da Rússia para perto de zero, mas Portugal ainda importa quase 7%, escreve o Jornal de Negócios (acesso pago). O gás proveniente da Rússia representou 6,7% das importações no primeiro trimestre deste ano, de acordo com cálculos através das estatísticas da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). As compras de gás americano foram de 38,1% e de nigeriano arrecadou a maioria (55,1%). Apesar de, em 2024, a quantidade de gás russo que entrou em Portugal ter caído 50%, a Rússia ainda foi o terceiro maior exportador de Gás Natural Liquefeito (GNL) para Portugal.

Mais de metade dos médicos do SNS também trabalha no privado

Mais de metade dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) também trabalha numa ou mais instituições do setor privado, concluiu um estudo promovido pelo Planapp – Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas divulgado pelo Público (acesso condicionado). A percentagem destes profissionais de saúde com mais um emprego (ou múltiplos) é de 52,6%, enquanto nos enfermeiros é inferior (24,3%). Só 47,4% estão em exclusividade num prestador do SNS. A análise adianta que as razões para este acumular de funções não são iguais para todos, sendo que a necessidade financeira explica apenas uma parte.

Preço dos alimentos básicos subiu mais do que o salário mínimo

O preço do cabaz de alimentos básicos subiu mais do que o salário mínimo. Em média, desde 2022, o preço dos produtos alimentares essenciais aumentou 35%, o que significa uma percentagem acima da subida no salário mínimo nacional (23,4%) nestes três anos, avança o Jornal de Notícias (acesso pago). Devido à guerra na Ucrânia, 38 alimentos básicos passaram a custar 149,39 euros em maio, mais 38,56 euros (ou 34,8%) do que em janeiro de 2022. A maior inflação registou-se nos ovos, cujo custo duplicou nos supermercados, segundo o Observatório de Preços Agroalimentar. Quanto ao ordenado mínimo, passou de 705 euros brutos para 870 euros, enquanto o salário médio em Portugal cresceu 20,8%.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 6 de junho

  • ECO
  • 6 Junho 2025

Ao longo desta sexta-feira, 6 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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JinkoSolar reconhecida como a empresa com melhor desempenho no ranking de confiabilidade de módulos fotovoltaicos da PVEL pela 11º vez consecutiva

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  • 6 Junho 2025

O PVEL PV Module Reliability Scorecard reconhece os fabricantes que se destacam no seu Programa de Qualificação de Produtos (PQP), que submete os módulos a rigorosas avaliações em laboratório.

A JinkoSolar, uma das maiores e mais inovadoras fabricantes de módulos solares do mundo, anunciou hoje que foi reconhecida como Top Performer em todas as sete categorias de fiabilidade no 2025 PV Module Reliability Scorecard publicado pela Kiwa PVEL (“PVEL”).

Esta é a 11ª vez consecutiva que a JinkoSolar obtém o estatuto de Melhor Desempenho – um dos dois únicos fabricantes a alcançar esta distinção.

O PVEL PV Module Reliability Scorecard reconhece os fabricantes que se destacam no seu Programa de Qualificação de Produtos (PQP), que submete os módulos a rigorosas avaliações em laboratório e no terreno. Notavelmente, a JinkoSolar reforçou a sua posição de liderança na categoria Sequência de Stress por Granizo (HSS) da PVEL, ganhando o reconhecimento de Melhor Desempenho pelo segundo ano consecutivo – os únicos dois anos em que o teste foi realizado. O EAGLE® G6X (Módulo para Condições Climáticas Extremas) resistiu com sucesso a impactos de granizo de 55 mm, o maior tamanho testado.

“Alcançar o status de Top Performer 11 vezes consecutivas é uma prova do nosso compromisso inabalável com a confiabilidade e excelência dos produtos. Estamos especialmente orgulhosos por ter conquistado essa distinção em todas as sete categorias”, disse Nigel Cockroft, diretor-geral da JinkoSolar (U.S.) Inc. “Essa conquista reafirma a confiança que nossos clientes depositam em nós como um parceiro confiável, comprometido em fornecer soluções consistentes e de alta qualidade que atendam às suas necessidades em constante evolução.”

“Parabéns à JinkoSolar por alcançar o status de Top Performer em todos os sete testes de confiabilidade do nosso Scorecard”, disse Tristan Erion-Lorico, vice-presidente de vendas e marketing da Kiwa PVEL. “Por 11 edições consecutivas, a JinkoSolar foi listada como Top Performer, o que demonstra o seu compromisso contínuo com a qualidade e a confiabilidade dos produtos.”

Sobre a JinkoSolar Holding Co., Ltd.

A JinkoSolar (NYSE: JKS) é um dos maiores e mais inovadores fabricantes de módulos solares do mundo. A JinkoSolar distribui os seus produtos solares e vende as suas soluções e serviços a uma base diversificada de clientes internacionais dos setores de serviços públicos, comercial e residencial na China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, Chile, África do Sul, Índia, México, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Itália, Espanha, França, Bélgica, Países Baixos, Polónia, Áustria, Suíça, Grécia e outros países e regiões.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 6 Junho 2025

Centeno em destaque. Novos secretários de Estado tomam posse por volta do meio-dia. Reguladores terão de entregar relatórios sobre o apagão.

O governador Mário Centeno estará em destaque esta sexta-feira, dia em que apresentará mais um Boletim Económico, seguindo-se um almoço-debate. É ainda o dia em que tomam posse os novos secretários de Estado do novo Governo.

Centeno apresenta Boletim Económico. Depois, participa em almoço-debate

O Banco de Portugal (BdP) apresenta hoje o Boletim Económico de junho 2025, numa conferência de imprensa às 11h no Museu do Dinheiro, em Lisboa. Depois, o governador, Mário Centeno, intervém no almoço-debate do International Club of Portugal (ICP), no Sheraton Lisboa Hotel & Spa, em Lisboa, a propósito da temática “As perspetivas para a economia portuguesa”.

Novos secretários de Estado tomam posse

Depois da tomada de posse dos novos ministros esta quinta-feira, hoje é dia de tomada de posse dos novos secretários de Estado. A cerimónia está marcada para o meio-dia. Este passo antecede a preparação do Programa do Governo, que será discutido nos dias 17 e 18 deste mês.

Termina prazo de entrega de relatórios sobre apagão

Termina esta sexta-feira o prazo para a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT) entregarem os relatórios sobre o impacto do apagão de 28 de abril nas áreas da aviação civil, telecomunicações e transportes. A pedido do Governo, estas entidades têm de fazer uma “análise técnica aprofundada e avaliação independente”.

Eurostat aprofunda dados do PIB do primeiro trimestre

O Eurostat divulga hoje mais detalhes sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da UE e da Zona Euro no primeiro trimestre. Até março, estima-se que, em ambos os casos, a economia tenha crescido 0,3% em cadeia.

Como vai o emprego nos EUA?

É conhecido esta sexta-feira o relatório de emprego dos Estados Unidos num contexto de grande tensão internacional. Os investidores estarão atentos aos dados para aferir o andamento do mercado laboral na maior economia do mundo.

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JPP estreia poder regional no Parlamento e já admite processar o Estado para salvaguardar os madeirenses

Nem 15 mil votos foram precisos para o madeirense JPP chegar ao Parlamento. Primeiro resultado prático: Filipe Sousa promete processar o Estado central se não for cumprida a continuidade territorial.

Ainda a conhecer os cantos à casa da democracia, Filipe Sousa não quer perder tempo. Aqui, a comentar a lista da nova equipa governativaO Juntos Pelo Povo vai apresentar um projeto de resolução para obrigar à publicação da portaria que os madeirenses aguardam há mais de cinco anos, desde a publicação da Lei 105/2019, na qual se determina o atendimento a uma reivindicação antiga de quem vive e trabalha na região e pretende viajar para qualquer outro ponto de Portugal: pagar apenas o valor que lhes compete.

O subsídio de mobilidade implica um bilhete de 59 euros para estudantes e 79 euros para os demais na viagem entre a Madeira e o continente, mas os cidadãos são obrigados a avançar o valor total da passagem aérea, ficando depois credores do Estado.

A iniciativa será formalizada por Filipe Sousa, com quem o ECO/Local Online falou na Assembleia da República, enquanto o deputado aguardava pela sala do partido e pelo material a que terá direito, designadamente o computador onde vai preparar o seu primeiro projeto de resolução.

O madeirense e o porto-santense está a ser fiador do Estado. Estamos a emprestar dinheiro ao Estado. Isto é inconcebível, o Estado tem de assegurar o princípio da continuidade territorial“. E se não o fizer, o JPP irá avançar para os tribunais, obrigando a que seja cumprida a Lei 105/2019 e que, acusa o novo membro da AR, os deputados eleitos pela Madeira deixaram que caísse no esquecimento.

“É uma falha tremenda dos nossos representantes, porque baixam a guarda ao poder centralista, aos lobbies das companhias aéreas e das agências de viagens, que não querem que o madeirense pague subsídio de mobilidade”.

Filipe Sousa deixa uma promessa: “Vou inverter isso. Se for através da AR, desse projeto de resolução, muito bem, se não for, já reuni com grupo de advogados, e será com ação judicial, administrativa. Não é nada contra ninguém, é a favor dos madeirenses e porto santenses”.

Este é um novo parágrafo no livro de história da Assembleia da República, com o primeiro deputado de sempre eleito por uma força partidária de cariz regional. Nascido como movimento popular numa freguesia do concelho de Santa Cruz, o Juntos Pelo Povo (JPP) teve apenas 20.126 votos nas últimas legislativas, mas elegeu tantos deputados quanto o Bloco de Esquerda, que totalizou quase 120 mil.

Filipe Sousa, deputado eleito pelo JPP, em entrevista ao ECO/Local OnlineHugo Amaral/ECO

Para eleger Filipe Sousa bastaram os votos de 14.520 portugueses, todos com uma particularidade: estarem inscritos pelo círculo eleitoral da Madeira, aquele por onde se candidatou.

O exemplo do madeirense do JPP pode ser replicado em qualquer um dos 22 círculos eleitorais que elegem para o parlamento (18 distritos, duas regiões autónomas e dois círculos no estrangeiro), numa espécie de modelo alternativo de regionalização. O JPP formaliza, assim, um perfil de partido potencial em cada um dos círculos, em que, com menos de 30 mil votos, uma força partidária jovem e sem qualquer projeção nacional pode eleger um deputado para a Assembleia da República (AR). Certo é que, segundo a Constituição da República, não pode tratar apenas temas do eleitorado da sua região, como deixa claro o artigo 152.º: “Os Deputados representam todo o país e não os círculos por que são eleitos”.

A regionalização será, precisamente, um dos cavalos de batalha do deputado madeirense, que na passada segunda-feira renunciou ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz. “Houve sempre um preconceito, várias vezes arma de arremesso político, dos representantes eleitos pela Madeira, de que as legislativas eram para eleger o primeiro-ministro. O madeirense interiorizou um pouco isso”, lamenta o deputado, instando: “Tem que se inverter esse preconceito”

É verdade que, nas particularidades dos círculos eleitorais e do Método de Hondt, as contas mudam ao longo do país, e a expressão popular necessária para eleger um deputado num distrito varia consoante o local onde os eleitores se apresentam perante as urnas.

Exemplos disso, os votos dos 15.488 eleitores de Portalegre que votaram na AD, ou o dos 15.415 lisboetas votantes no ADN, ou ainda o dos 22.192 portuenses votantes no Bloco de Esquerda, não deram boleia a qualquer deputado para São Bento.

Já a Filipe Sousa bastariam 14.520 votos na Madeira para que fosse eleito (nas legislativas de 2024, o JPP ficou a menos de 500 votos do objetivo de eleição), fasquia que o JPP até superou, ficando acima dos 17 mil votos. “Eu sou um deputado da nação eleito pelo círculo da Madeira, mas não vou defender só o círculo da Madeira, sou deputado nacional”, disse o co-fundador do JPP na conversa com o ECO/Local Online.

[Os deputados eleitos por forças partidárias nacionais na Madeira] são, infelizmente, comandados pelo centralismo dos partidos em Lisboa, e agacham-se nas questões de fundo que vão resolver problemas das insularidades, das autonomias. A nossa visão é totalmente diferente. Não somos um partido regional, porque infelizmente a Constituição da República, por enquanto, não permite partidos regionais.

Filipe Sousa

Cofundador e deputado eleito pelo Juntos pelo Povo para a Assembleia da República

Filipe, irmão do líder deste que é o segundo partido no Parlamento da Madeira, Élvio Sousa, promete que só estará na AR quando tal for estritamente necessário, passando o resto do seu mandato parlamentar a percorrer o país, a denunciar as “ilhas” de exclusão.

“As ilhas não são só aquelas do ponto de vista geográfico, Madeira e Açores, e constrangimentos associados. Há um conjunto de ilhas, idosos abandonados e marginalizados, classe média empobrecida, jovens que acabam a formação superior e não têm oportunidade de emprego, doentes que morrem à porta dos hospitais à espera de uma consulta anos e anos”, explica o deputado, que tem já visita marcada para meados deste mês ao Peso da Régua, para reunião com viticultores que vivem as dificuldades do escoamento da produção.

O até há dias presidente da Câmara de Santa Cruz diz-se “ansioso por sair do gabinete e ir conhecer o país real”.

O deputado revela já ter sido procurado por jovens que revelaram ligação ao partido Volt. “Recebi com algum agrado o fato de acompanharem trabalho do JPP. Transmitiram-me que viam no JPP a oportunidade de fazer algo diferente. Notei neles uma visão diferente. O país precisa de uma geração de políticos que tenha as ‘palas abertas’. Nós estamos numa sociedade de partidos fechados em si mesmos em que não conseguem perceber o país real”, considera o agora ex-autarca.

Ainda sobre os jovens que o procuraram logo no seu segundo dia no Parlamento, e que o deputado aceitou receber, diz que poderá haver já união de esforços nas autárquicas e que poderão estender-se até às europeias: “Eles têm implantação interessante, que nós não temos”.

Filipe Sousa deixa uma perspetiva sobre a orientação política do seu partido: “Os meus pais sempre me educaram a olhar para a direita e para a esquerda, sem barreiras. Na tropa aprendi, na carreira de tiro, que quando estou a apontar a mira consigo ver o que está à direita e à esquerda sem virar os olhos. Na política tenho essa visão”.

No dia 3, o deputado do Juntos Pelo Povo participou pela primeira vez nos trabalhos de uma sessão plenária da XVII Legislatura, na Assembleia da República, em Lisboa. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Sem disciplina de voto num partido nacional e sem ter de se “agachar”

Chegado a São Bento num partido de cariz regional, Filipe Sousa poderá negociar medidas a favor da sua região sem olhar à habitual disciplina de voto de deputados eleitos em forças partidárias de cariz nacional. Além do propósito de obrigar o Governo a regulamentar a Lei de 2019 relativa à continuidade territorial, o deputado madeirense, um dos seis eleitos pela região autónoma, quer também ver executado o lançamento do concurso público internacional para a linha de transporte marítimo de carga e passageiros entre a Madeira e o continente.

“Está no OE 2025. A dúvida está se esse concurso vai ser lançado ou não. Tenho de dar o benefício da dúvida. Tem que haver união dos seis, obrigar o Governo a lançar esse concurso. Meio caminho andado já está, porque está em sede de Orçamento do Estado, é bom”, nota.

De forma clara, uma força partidária germinada numa região e com força eleitoral apenas ali – dos cerca de 21 mil votos obtidos nos 22 círculos eleitorais, um só, o da Madeira, forneceu 17.115 – chega ao centro político nevrálgico da República, tornando mais vincado aquilo que se viveu neste mesmo Parlamento no início do século, quando um deputado eleito pelo CDS no círculo de Viana do Castelo, Daniel Campelo, se juntou, à revelia, aos 115 deputados do PS.

Com essa chave para o desempate foram aprovados dois Orçamentos do Estado (OE) do Governo de António Guterres, aos quais foram acrescentadas medidas benéficas para a região pela qual o deputado de Ponte de Lima foi eleito, entre as quais a manutenção de uma fábrica de queijos, dando origem à expressão de “orçamento limiano”.

Para já, como nota Filipe Sousa, a Constituição não permite partidos regionais, mas a intenção do JPP é alterar o documento fundamental da República, admitindo aproveitar a iniciativa tomada pelo Livre, de forma a “acabar com este centralismo. Nada contra Lisboa”, salienta.

Falando dos deputados eleitos pela Madeira, mas vinculados a forças políticas criadas no continente, Filipe Sousa diz que esses representantes da região “são, infelizmente, comandados pelo centralismo dos partidos em Lisboa, e agacham-se nas questões de fundo que vão resolver problemas das insularidades, das autonomias. A nossa visão é totalmente diferente. Não somos um partido regional, porque infelizmente a Constituição da República, por enquanto, não permite partidos regionais”.

Assim, mesmo com variação no número de votos mínimos para eleger um deputado em cada círculo eleitoral, o exemplo do JPP é claro: foi possível chegar à Assembleia da República a partir de um movimento de cidadãos criado numa freguesia com menos de 4.000 habitantes, pertencente a um concelho com 43 mil habitantes.

Este partido nasceu enquanto movimento popular na freguesia de Gaula, concelho de Santa Cruz, e em 2013 venceu as primeiras autárquicas com maioria absoluta, fazendo de Filipe Sousa presidente da câmara.

Um ano depois, a olhar para a candidatura às legislativas regionais, viu-se na obrigação de passar a partido – alteração contestada, à data, pelo agora deputado da República, mas que, como o próprio admite ao ECO/Local Online, provou ser uma decisão acertada –, passando no obrigatório crivo do Tribunal Constitucional.

Uma década depois, subiu a segundo partido mais votado nas eleições regionais de 23 de março último e, a 18 de maio, Filipe Sousa recebeu, pela vontade de menos de 20 mil madeirenses, bilhete para Lisboa.

A título de curiosidade, se cada um dos 230 deputados viajasse para São Bento com uma base de apoio tão reduzida, não seriam necessários sequer 3,5 milhões de portugueses para eleger todo o parlamento. Só que, na realidade dos números, houve mais de 6 milhões de pessoas a depositar o seu voto em urna.

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Mais de 36 mil jovens compraram casa com isenção de IMT e Imposto de Selo

Dados do Ministério das Finanças indicam que, até ao final de abril, foram adquiridos 25.275 imóveis ao abrigo deste regime, sendo o valor médio por imóvel de 190,9 mil euros.

Mais de 36 mil jovens compraram casa com isenção do pagamento de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto de Selo (IS). Uma medida que se traduz na aquisição de mais de 25 mil imóveis para habitação própria permanente.

A isenção de IMT e Imposto de Selo para jovens na aquisição da primeira habitação própria permanente já beneficiou 36.378 jovens“, revela o Ministério das Finanças aos deputados do grupo parlamentar do PS, após insistência no acesso à informação.

O Ministério tutelado por Joaquim Miranda Sarmento indica ainda que, “até ao final de abril, foram adquiridos 25.275 imóveis ao abrigo deste regime, sendo o valor médio por imóvel de 190,9 mil euros“.

O número revela uma subida face aos dados divulgados em março, que indicavam que 25.933 jovens tinha beneficiado da medida, com o número de casas adquiridas a ascender a 18.213 e com um valor médio das habitações transacionadas a fixar-se nos 189 mil euros.

A medida em vigor desde agosto do ano passado abrange jovens até aos 35 anos e estipula a isenção total dos dois impostos para casas de valor até ao quarto escalão do IMT, isto é, até aos 316.772 euros e parcial para imóveis até aos 633.453 euros, aos quais se aplica a taxa correspondente a este escalão (8%). Para serem elegíveis, os jovens também não podem ter sido considerados dependentes para efeitos de IRS no ano da compra da casa.

De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, divulgados na reta final de maio, no primeiro trimestre, apenas três meses após o seu lançamento, o mecanismo que permite aos jovens até aos 35 anos financiar a totalidade do valor da casa representou 9% do número de contratos e 13% do montante total dos novos contratos de crédito à habitação.

Os dados do supervisor bancário indicam ainda que as instituições bancárias que aderiram ao protocolo para aceder à garantia pública na compra da primeira habitação dos jovens já utilizaram 10% do montante máximo disponível entre janeiro e março. “No entanto, a utilização da garantia variou entre instituições; algumas usaram mais de 30% do limite atribuído, enquanto outras não chegaram a 5%”, destaca.

O retrato traçado pela entidade liderada por Mário Centeno revela ainda que as áreas metropolitanas lideram a utilização do apoio. A maioria dos imóveis adquiridos ao abrigo deste regime localizou-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, destacando-se os concelhos de Sintra, Vila Nova de Gaia e Seixal como os mais procurados. O montante médio dos contratos com garantia atingiu 190 mil euros, superior aos 173 mil euros dos contratos de mutuários elegíveis que não recorreram à garantia.

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