Guerra comercial leva OCDE a cortar crescimento mundial para 2,9% este ano

A OCDE alerta que a economia global está presa entre tarifas, inflação e dívida, e aponta para que o investimento seja peça essencial para os países contornarem o abrandamento económico.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa as suas previsões para a economia mundial, antecipando um crescimento do PIB global de apenas 2,9% em 2025 e 2026, uma quebra face aos 3,3% registados em 2024. Mas também abaixo das projeções publicadas em março, que apontavam para um crescimento do PIB de 3,1% em 2025 e de 3% em 2026.

O cenário traçado pelos analistas da organização sediada em Paris é marcado pelo aumento das barreiras comerciais, pela incerteza política e por condições financeiras mais restritivas que ameaçam travar o crescimento e alimentar a inflação.

“Nos últimos meses, assistimos a um aumento significativo das barreiras comerciais, bem como da incerteza das políticas económicas e comerciais. Este forte aumento da incerteza teve um impacto negativo na confiança das empresas e dos consumidores e vai travar o comércio e o investimento”, alerta Álvaro Pereira, economista-chefe da OCDE, no editorial do relatório Economic Outlook divulgado esta terça-feira.

O principal fator por trás desta revisão em baixa reside no aumento substancial das tarifas comerciais, especialmente por parte dos EUA. Para os analistas da OCDE, a escalada das tensões comerciais estende-se agora para lá da rivalidade sino-americana, com Washington a impor uma tarifa adicional de 10 pontos percentuais a todos os outros parceiros comerciais.

“As novas tarifas introduzidas pelos EUA elevaram a taxa tarifária efetiva sobre as importações americanas para 15,4%, comparando com pouco mais de 2% em 2024”, refere a OCDE, sublinhando que isso levou inclusive a atingir-se o nível mais alto desde 1938.

Embora a inflação tenha diminuído na maioria dos países, a OCDE alerta que “a inflação dos preços dos serviços mantém-se persistentemente rígida, e a inflação dos preços dos bens aumentou ligeiramente em muitos países devido ao aumento dos preços dos alimentos”.

“O comércio equivalente a mais de 2% do PIB mundial está agora diretamente sujeito a tarifas mais elevadas”, referem os analistas da OCDE, apontando ainda para uma disrupção muito maior do que a verificada durante as tensões comerciais EUA-China de 2018-19.

Para Álvaro Santos Pereira, este ambiente comercial hostil provocou um enfraquecimento das perspetivas económicas da OCDE que “são sentidas em todo o mundo, quase sem exceção”, por via de um menor crescimento e de menos comércio a afetarem os rendimentos e a abrandarem a criação de emprego.

“Os riscos também aumentaram significativamente”, adverte ainda o ex-ministro de Economia, identificando três grandes ameaças: o risco de o protecionismo e a incerteza das políticas comerciais aumentarem ainda mais; a possibilidade de pressões orçamentais crescentes em países com níveis de dívida já elevados; e as avaliações historicamente elevadas dos mercados acionistas que aumentam a vulnerabilidade a choques negativos nos mercados financeiros.

Inflação resistente e políticas monetárias divergentes

Embora a inflação tenha diminuído na maioria dos países, a OCDE alerta que “a inflação dos preços dos serviços mantém-se persistentemente rígida, e a inflação dos preços dos bens aumentou ligeiramente em muitos países devido ao aumento dos preços dos alimentos”. O protecionismo está a adicionar pressões inflacionistas, com as expectativas de inflação a subirem substancialmente em vários países, alertam os analistas.

A organização internacional prevê que a inflação anual nos países do G20 modere de 6,2% para 3,6% em 2025 e 3,2% em 2026, mas os EUA constituem uma exceção importante, com a inflação anual esperada a subir para pouco menos de 4% no final de 2025 e a manter-se acima do objetivo em 2026.

Esta divergência inflacionista complica as decisões de política monetária por parte dos principais bancos centrais. Enquanto das instituições monetárias das economias avançadas deverá continuar a reduzir as taxas de juro, nos EUA, este movimento deverá ser mais moroso em virtude das pressões inflacionistas criadas pelas tarifas, refere a OCDE.

Restaurar a disciplina orçamental é fundamental para que os países evitem problemas de sustentabilidade fiscal e construam reservas para choques futuros.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

Relatório Economic Outlook de junho de 2025

O relatório identifica também riscos orçamentais crescentes, com níveis de dívida pública já elevados em muitas economias avançadas e emergentes, e pressões de despesa em crescimento em áreas como defesa, transição verde e custos relacionados com o envelhecimento das sociedades.

“Num contexto de tensões geopolíticas acrescidas, muitos países estão a acelerar os investimentos na defesa para reforçar a segurança nacional”, lê-se no relatório, com os analistas da OCDE a sublinharem ainda que “estas despesas aumentarão o peso da dívida nalguns países na segunda metade da presente década.”

Os analistas alertam também para o contínuo aumento dos custos do serviço da dívida, intensificando ainda mais as pressões sobre as finanças públicas. Para a OCDE, “restaurar a disciplina orçamental é fundamental para que os países evitem problemas de sustentabilidade fiscal e construam reservas para choques futuros”.

É neste sentido que a equipa de analistas liderada por Álvaro Santos Pereira defende a necessidade de planos orçamentais credíveis de médio prazo que mostrem como os países pretendem enfrentar as pressões sobre as finanças públicas, reduzindo despesas não essenciais ou ineficientes e aumentando receitas através da reforma dos sistemas fiscais.

Investimento como motor de recuperação

Um dos aspetos centrais do relatório é o papel crucial do investimento para potenciar as economias. “Impulsionar o investimento será fundamental para revitalizar as nossas economias e melhorar as finanças públicas”, sublinha Álvaro Santos Pereira.

O economista-chefe da OCDE destaca que “o investimento tem sido demasiado baixo desde a crise financeira global” e que “o investimento lento reduziu o crescimento, a produtividade e os padrões de vida”.

O relatório dedica um capítulo especial a este tema, demonstrando que o investimento empresarial caiu não apenas devido à incerteza e ao enfraquecimento da procura, mas também devido a fatores estruturais, incluindo pressões competitivas em declínio e fricções de financiamento que se tornaram mais evidentes. Simultaneamente, o investimento habitacional tem sido demasiado fraco para evitar um declínio substancial na acessibilidade habitacional em muitos países, destaca o relatório da OCDE.

Perante este cenário desafiante, os analistas apresentam um conjunto abrangente de recomendações políticas. “Em primeiro lugar, e mais importante, é essencial evitar uma maior fragmentação comercial e barreiras comerciais”, defende Álvaro Pereira, considerando esta “de longe a prioridade política mais importante”.

Os governos devem trabalhar em conjunto para enfrentar a incerteza e prosseguir reformas para promover o crescimento e o emprego.

Álvaro Santos Pereira

Economis-chefe da OCDE

Para fomentar o investimento e o crescimento, a organização recomenda ainda reformas que reforcem a concorrência e reduzam os custos regulamentares, o aumento do investimento público em infraestruturas energéticas, digitais e críticas, a resolução da escassez e inadequação de competências, e a aceleração das autorizações e licenças de construção.

No setor habitacional, a OCDE defende a flexibilização das restrições de zonamento e planeamento, e dos regulamentos de arrendamento para estimular a oferta de habitação. “Todos estes são instrumentos políticos fundamentais para ajudar a garantir a sustentabilidade fiscal”, conclui o relatório.

Face aos desafios atuais, Álvaro Santos Pereira enfatiza que “os governos devem trabalhar em conjunto para enfrentar a incerteza e prosseguir reformas para promover o crescimento e o emprego”. Os acordos comerciais para resolver tensões existentes e reduzir ou eliminar barreiras devem ser acompanhados por mais esforços para melhorar a cooperação multilateral.

“A política tem um papel crucial a desempenhar nestes tempos desafiantes e incertos”, conclui o economista-chefe da OCDE, numa clara mensagem de que apenas através da coordenação internacional e de reformas domésticas ambiciosas será possível contrariar a atual trajetória de abrandamento económico global.

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OCDE corta crescimento de Portugal para 1,9% e antecipa regresso a contas negativas já em 2026

As novas previsões económicas da OCDE colocam Portugal a crescer 1,9% este ano e em 2026, e o regresso a uma situação de défice orçamental no próximo ano para um valor equivalente a 0,3% do PIB.

Portugal vai crescer menos este ano do que o previsto inicialmente pelos analistas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e voltar a uma situação de défice orçamental em 2026, tal como já antecipado pelo Banco de Portugal em dezembro e pelo Conselho de Finanças Públicas em abril.

Segundo o “OCDE Economic Outlook” publicado esta terça-feira, a equipa de analistas liderada por Álvaro Santos Pereira projeta que o PIB de Portugal cresça 1,9% este ano e no próximo — menos 0,1 pontos percentuais face às anteriores projeções publicadas há seis meses —, e fechar as contas do próximo ano com um défice orçamental equivalente a 0,3% do PIB.

“O crescimento está a abrandar”, alerta a organização, sinalizando que após um arranque “robusto” de 2,8% no quarto trimestre de 2024, a economia já mostrou sinais de arrefecimento no primeiro trimestre deste ano, com o PIB a expandir apenas 1,6%. As novas previsões da OCDE ficam assim abaixo das expectativas do Banco de Portugal, que apontam para um crescimento do PIB de 2,3% este ano e de 2,1% no próximo.

Previsões da OCDE

No plano das finanças públicas, as previsões da OCDE apontam para uma forte revisão em baixa, com os analistas a anteciparem um défice orçamental de 0,3% do PIB no próximo ano, depois de em dezembro a OCDE ter colocado as contas públicas com um excedente de 0,2% do PIB em 2026.

Apesar deste corte, as novas previsões da OCDE revelam-se mais otimistas do que as expectativas do Conselho de Finanças Públicas, que recentemente apontou para um défice de 1% do PIB no próximo ano, mas ligeiramente piores que as previsões do Banco de Portugal, que apontam para um défice de 0,1%. Mas todas estas previsões – OCDE, Banco de Portugal e Conselho de Finanças Públicas — esbatem no otimismo do governo que continua a vaticinar contar positivas tanto em 2025 como em 2026.

As novas estimativas da OCDE surgem num contexto de deterioração das perspetivas económicas mundiais, com a organização a prever que o crescimento global desacelere dos 3,3% registados em 2024 para uns “modestos 2,9%”, tanto em 2025 como em 2026.

Segundo os analistas da OCDE, o principal fator de preocupação para a economia nacional reside na evolução das exportações, que enfrentam ventos contrários tanto externos como internos. “Prevê-se que o crescimento das exportações continue a abrandar devido ao abrandamento da procura mundial, ao aumento das barreiras comerciais e a uma tarifa de 10% aplicada pelos EUA aos produtos portugueses, incluindo o aço e os automóveis”, escrevem os analistas no relatório.

Esta combinação de fatores – procura global em abrandamento, crescentes barreiras comerciais e tarifas americanas de 10% sobre produtos portugueses – representa um desafio significativo para a economia nacional, que é tradicionalmente dependente do comércio externo. Segundo as previsões da OCDE, as exportações passarão de um crescimento de 3,4% em 2024 para apenas 1,3% este ano e 2,6% em 2026. Já as importações deverão passar de um crescimento de 4,9% em 2024 para 2,3% este ano e 2,7% no próximo.

O relatório da OCDE destaca que, “a médio prazo, a revisão regular da despesa ajudaria a fazer face às crescentes pressões sobre as despesas decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento”.

Apesar destes constrangimentos, a OCDE sinaliza que a política orçamental portuguesa continuará a ser um fator de apoio ao crescimento, vaticinado que a “política orçamental irá manter-se expansionista”, destacando que a implementação acelerada do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) será fundamental para sustentar a atividade económica.

“A implementação mais rápida do PRR impulsionará o investimento e o consumo público sem afetar o saldo orçamental”, compensando parcialmente o abrandamento esperado nas exportações, referem os analistas, apontando para um crescimento de 3,2% do investimento este ano e 3,7% em 2026; e para um crescimento de 1,2% do consumo público em 2025 e de 1% em 2026

O cenário traçado pela OCDE para Portugal inclui elementos contraditórios que moldarão a evolução económica nos próximos dois anos:

  • Por um lado, aponta que “um mercado de trabalho mais restrito, aumentos do salário mínimo e a diminuição de poupanças historicamente elevadas farão aumentar o consumo privado”, o que representa um fator positivo para o crescimento. O mercado de trabalho robusto e os aumentos do salário mínimo deverão sustentar o consumo privado, enquanto a redução das históricas poupanças elevadas libertará recursos para gastos.
  • Por outro, a inflação permanecerá como um desafio persistente. A OCDE prevê que “com o aumento dos preços das importações e a manutenção de uma procura de mão de obra elevada, a inflação abrandará lentamente para 2,1% em 2026”. Esta moderação lenta dos preços reflete não apenas as pressões externas sobre os custos de importação, mas também a manutenção de uma procura laboral elevada que sustenta pressões salariais.

Reformas estruturais como imperativo

Face ao cenário de abrandamento económico, a OCDE sugere a adoção de políticas capazes de “suportar um crescimento mais forte e mais sustentável”. Entre as medidas preconizadas pela equipa de Álvaro Santos Pereira destaca-se a redução das barreiras à entrada no setor dos serviços, especialmente no retalho, a simplificação adicional das regulamentações e o melhoramento dos serviços de orientação para estudantes e trabalhadores.

Estas reformas estruturais são vistas pela OCDE como essenciais para compensar os ventos contrários externos e reforçar a competitividade da economia nacional.

A médio prazo, a OCDE identifica desafios estruturais para Portugal, que exigirão uma gestão cuidadosa das finanças públicas. O relatório destaca que, “a médio prazo, a revisão regular da despesa ajudaria a fazer face às crescentes pressões sobre as despesas decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento”.

O envelhecimento demográfico e as necessidades de investimento crescentes representam pressões orçamentais que terão de ser geridas com reformas que melhorem a eficiência da despesa pública, destacam os analistas.

A organização sublinha ainda a importância de Portugal ser capaz de alcançar um “crescimento sustentado da produtividade, aumentar o emprego e ter maior eficiência da despesa pública” para enfrentar estes desafios estruturais, mantendo simultaneamente uma “dívida pública numa trajetória firmemente descendente” até aos 89,8% do PIB em 2026.

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Metro do Porto aceitou alterações à segunda fase do metrobus da Boavista

  • Lusa
  • 3 Junho 2025

Em causa o trajeto entre o Liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo. Rui Moreira estima que alterações podem custar mais de 200 mil euros e critica "mentiras" da empresa sobre início da operação.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse na Assembleia Municipal que a Metro do Porto aceitou as alterações propostas pela autarquia para a segunda fase do metrobus, objeto de uma recente petição pública.

“No dia 30 de maio, sexta-feira, recebi, ao fim da tarde, uma carta do senhor presidente da Metro do Porto [Tiago Braga], em que o que diz é que depois de há dois meses andarmos a insistir nisto também nas reuniões quinzenais, que a Metro do Porto concorda com esta solução”, disse hoje Rui Moreira numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal.

Em causa está o trajeto entre o Liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo, em que executivo municipal, segundo Rui Moreira, tem feito “um conjunto de exigências” à Metro do Porto, em interações sucessivas, relativamente à segunda fase do metrobus.

“A solução que nós defendemos para o metrobus é que há uma parte da Avenida da Boavista”, entre o liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo, implica que o metrobus “deve andar, tal como na [avenida] Marechal [Gomes da Costa], fora da faixa central”.

Rui Moreira defendeu que tal seria possível porque é um segmento onde “há pouca procura”, visando também “reduzir a velocidade” naquela zona da Avenida da Boavista, “que de outra maneira não seria reduzida”. “E depois também queremos salvaguardar aquela parte da ciclovia bem construída”, numa “zona da fruição da cidade, junto ao Parque da Cidade”, acrescentou.

O autarca independente frisou, no entanto, que ainda há “algumas coisas para discutir”, como se o “metrobus deve andar segregado ou banalizado”.

“A minha opinião deixo-a já aqui: é que deve ser banalizado, porque se nós insistimos que na Marechal Gomes da Costa deve ser banalizado, por maioria de razão deveria ser banalizado naquela parte da Avenida da Boavista, onde tem pouco trânsito”, disse.

Rui Moreira adiantou ainda que no âmbito da conceção do projeto, as alterações estimadas têm um custo de cerca de 210 mil euros.

O autarca defendeu ainda que a segunda fase do metrobus só deve arrancar depois de chegarem os autocarros e começar a operação da primeira, que ainda não aconteceu, falando em “mentiras” impingidas pela Metro do Porto relativamente a prazos.

“Em abril disseram-nos que o primeiro veículo experimental iria fazer experiências na Avenida da Boavista em maio deste ano. Disseram-nos isto em abril. Se tivessem dito no ano passado, eu percebia”, criticou.

Rui Moreira reiterou que a obra da primeira fase ainda não foi entregue à Câmara do Porto, e assinalou que “a população não sabe e desconfia de como é que o metrobus vai funcionar”.

O candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto Pedro Duarte encabeça uma petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

No mesmo dia em que foi conhecida a petição (22 de maio), Rui Moreira afirmou concordar com a mesma, suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

O documento tem atualmente cerca de 3.353 assinaturas.

O metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

Os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, incluindo a infraestrutura de alimentação.

A obra do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.

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Trump tenta convencer republicanos investidores e Musk sobre cortes fiscais

  • Lusa
  • 3 Junho 2025

Resposta dos mercados financeiros ao corte avaliado em vários milhares de milhões de dólares tem sido marcada pelo ceticismo. Proposta aprovada na Câmara dos Representantes vai ser debatida no Senado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, procura atualmente convencer senadores republicanos, investidores internacionais, eleitores e até Elon Musk de que o seu pacote de cortes fiscais não vai afundar ainda mais a dívida pública federal.

A resposta dos mercados financeiros ao corte avaliado em vários milhares de milhões de dólares tem sido, até agora, marcada pelo ceticismo, uma vez que Trump parece incapaz de reduzir os défices orçamentais, ao contrário do que prometeu.

A Casa Branca tem reagido com agressividade a qualquer crítica sobre o agravamento da dívida pública sob a liderança de Trump, apesar de esta ter aumentado significativamente durante o seu primeiro mandato, após os cortes fiscais de 2017.

Uma porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, abriu a conferência de imprensa de quinta-feira afirmando que pretendia “desmentir algumas afirmações falsas” sobre os cortes fiscais de Trump.

Leavitt declarou que a “afirmação flagrantemente errada de que a ‘Grande e Bela Lei’ aumenta o défice assenta em previsões do Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO) e de outras entidades que utilizam pressupostos duvidosos e que, historicamente, têm sido péssimas a fazer projeções, quer sob administrações democratas, quer republicanas”.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, criticou também o CBO, no domingo, dizendo ao programa Meet the Press, da NBC, que “por vezes, o CBO acerta nas projeções, mas falha sempre, sem exceção, quando se trata de prever o crescimento económico”.

Mas a maioria dos economistas considera o CBO como referência fundamental para avaliar políticas públicas, apesar de este não emitir estimativas de custo para ações unilaterais do executivo, como as tarifas impostas por Trump.

O empresário Elon Musk, que até recentemente fazia parte do círculo de confiança de Trump enquanto responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), disse à CBS News que ficou “desiludido com o pacote de despesa massiva, que aumenta o défice em vez de o reduzir, e mina o trabalho que a equipa do DOGE está a fazer.”

Segundo o Comité para um Orçamento Federal Responsável, um grupo de vigilância fiscal, os cortes fiscais e de despesa aprovados pela Câmara dos Representantes no mês passado podem acrescentar mais de cinco mil milhões de dólares à dívida nacional ao longo da próxima década, caso todas as medidas se mantenham.

A maioria dos economistas independentes consideram que o aumento da dívida irá manter as taxas de juro elevadas e travará o crescimento económico, ao tornar mais caro o financiamento de casas, automóveis, empresas e estudos universitários.

A incapacidade da Casa Branca para acalmar as preocupações com o défice está a gerar resistência política a Trump, numa altura em que os cortes fiscais e de despesa aprovados na Câmara dos Representantes se preparam para ser debatidos no Senado.

Os senadores republicanos Ron Johnson (Wisconsin) e Rand Paul (Kentucky) já manifestaram preocupações com o impacto orçamental da proposta, com Paul a dizer, no domingo, que há votos suficientes no seu partido para travar o projeto enquanto os défices não forem abordados.

Quatro senadores republicanos são suficientes para travar o projeto no Senado, onde o partido detém uma maioria de três lugares.

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A exposição Mexicráneos chega a Ávila graças a Tanatorio Isabelo Álvarez e ao Grupo Albia

  • Servimedia
  • 3 Junho 2025

Trata-se de uma das maiores exposições de arte urbana do mundo.

Ávila acolhe uma das maiores exposições de arte urbana do mundo, Mexicráneos, até 30 de junho. Promovida pela Funerária Isabelo Álvarez e pelo Grupo Albia, uma empresa nacional do setor funerário, a exposição itinerante aterra pela primeira vez na capital de Ávila com 12 das suas emblemáticas caveiras gigantes, que estarão localizadas ao longo do Paseo El Rastro.

Mexicráneos já visitou outros locais em Espanha, como Salamanca, León, Cádiz, Saragoça e vários locais na Comunidade de Madrid, incluindo o Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas e o Parque El Retiro. No total, após vários anos de viagem, a exposição chegou a mais de 18 milhões de pessoas, consolidando-se como um projeto artístico único pela sua capacidade de quebrar tabus e promover a necessária conversa sobre o luto.

A exposição, inspirada no Dia dos Mortos, uma festa tradicional mexicana reconhecida pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, revela o lado artístico da cultura funerária e procura romper com ideias preconcebidas sobre a perda e o processo de luto, através de uma proposta marcante cujas cores e composições são um reflexo das figuras cadavéricas e da cultura tradicional do México, um país com uma rica tradição funerária.

A cerimónia de apresentação, que teve lugar no Paseo El Rastro, em Ávila, contou com a presença de Luis Álvarez, gerente da Funerária Isabelo Álvarez; Carlos Gallego, diretor de sustentabilidade, comunicação e marketing do Grupo Albia; e Jesús Manuel Sánchez Cabrera, presidente da Câmara Municipal de Ávila.

“Desde o primeiro momento acreditámos no valor de trazer Mexicráneos a Ávila, não só como uma exposição de grande impacto visual, mas também como uma oportunidade de convidar os visitantes a refletir sobre a vida, a perda e a memória a partir de outra perspetiva”, disse Luis Álvarez.

Carlos Gallego explicou que “esta exposição convida-nos a refletir sobre a forma como lidamos com a morte e o processo de luto a partir de uma perspetiva artística e cultural. Esperamos que os habitantes de Ávila a recebam com o mesmo calor com que foi recebida noutras cidades”.

Por último, Jesús Manuel Sánchez encorajou as pessoas a visitarem a exposição “que não só atrai a atenção porque nos aproxima da cultura de outro país, mas também devido ao cenário escolhido para a exposição, um espaço patrimonial como o Paseo del Rastro”.

 

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O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de junho

Ao longo desta terça-feira, 3 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Nove empresas suecas participam no primeiro “plogging” organizado pela Embaixada da Suécia em Espanha na Casa de Campo em Madrid

  • Servimedia
  • 3 Junho 2025

A iniciativa visa promover a sustentabilidade através da ação local e da responsabilidade individual e coletiva.

No contexto do Dia da Suécia e do Dia Internacional do Ambiente, os empregados de nove empresas suecas presentes em Espanha reuniram-se hoje na Casa de Campo, em Madrid, para participar num dia de “plogging”, uma iniciativa sueca que combina o exercício físico ao ar livre com a recolha de resíduos.

No âmbito da campanha “Get Swedish. For Real”, liderada pela Embaixada da Suécia no nosso país, o evento teve como objetivo promover um estilo de vida saudável e responsável, inspirando os cidadãos e as empresas a agirem localmente para um futuro mais verde. Durante toda a manhã, os voluntários percorreram caminhos e zonas verdes do parque, recolhendo resíduos e separando corretamente os resíduos recicláveis.

Para nós, “plogging” significa agir de forma responsável e sustentável. Este ‘plogging’ é um gesto simbólico mas muito poderoso: mostra que a sustentabilidade é praticada com o corpo, com a mente e em comunidade”, afirmou Per-Arne Hjelmborn, Embaixador da Suécia em Espanha. “Com pequenos eventos como este, também criamos laços mais fortes entre as nossas empresas e a sociedade espanhola. Embora Madrid seja uma cidade particularmente limpa, há sempre quem deite lixo onde não deve. Escolhemos a Casa de Campo, um dos maiores parques urbanos da Europa, para levar a cabo esta iniciativa de sensibilização dos cidadãos para a redução da sua pegada climática”.

O plogging é um movimento global com origem na Suécia, inventado por Erik Ahlström em 2016, que combina a atividade desportiva com o compromisso ambiental. Através desta prática, os participantes recolhem os resíduos que poluem os espaços comuns, contribuindo assim para sociedades mais limpas e sustentáveis. A palavra plogging vem do sueco plocka upp (apanhar) e do inglês jogging (correr). A ideia é simples: os participantes (ploggers) partem com um saco do lixo para recolher os resíduos que encontram durante a sua corrida desportiva. De acordo com a ONU, nós, seres humanos, geramos mais de 2 mil milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, 45% dos quais são geridos de forma inadequada. Se não forem tomadas medidas urgentes, esta quantidade de resíduos aumentará para cerca de 4 mil milhões de toneladas até 2050.

A Suécia é um líder em matéria de sustentabilidade. Apesar de ter um PIB per capita elevado, um forte setor industrial, longas distâncias e invernos frios, fatores geralmente associados a elevadas emissões de gases com efeito de estufa, o país conseguiu reduzir as emissões em cerca de 30%, ao mesmo tempo que aumentou o PIB em 86% desde 1990. Atualmente, 99% da eletricidade produzida na Suécia provém de energia com emissões zero, 70% da qual é totalmente renovável, sendo a energia hidroelétrica e a energia eólica as duas mais bem implantadas no país.

CAMPANHA

Com esta ação e sob o lema “Play Swedish. A sério”, a Embaixada da Suécia em Espanha lançou ontem uma campanha digital que pretende dar um toque positivo e profundo à conhecida expressão espanhola ‘hacerse el sueco’ (brincar ao sueco). A partir do orgulho de fazer parte do dicionário da língua espanhola, a Embaixada da Suécia pretende com esta iniciativa realçar a utilização desta expressão popular e do seu significado “ignorar ou olhar para o outro lado” para sensibilizar para uma questão fundamental: o clima e o ambiente. O “ignorar ou olhar para o outro lado” face aos desafios climáticos e ambientais é contrastado com os compromissos climáticos e ambientais da Suécia, sugerindo uma forma de fingir ser sueco. É verdade.

Assim, o projeto nasceu com um objetivo claro: redefinir o significado de “jogar à sueca” com base nos valores que definem o modelo sueco, reconhecido internacionalmente pela sua liderança em sustentabilidade, igualdade, bem-estar e inovação. Através de políticas arrojadas, tecnologias pioneiras e um profundo respeito pela natureza, a Suécia posicionou-se como um dos países mais empenhados no futuro do planeta, pelo que “jogar à sueca” não é mais do que estar profundamente empenhado na sustentabilidade.

Respeitando a língua e a cultura espanholas, a campanha, que tem um marcado tom de humor e foi realizada pelas agências Allwhite e Tinkle, convida os cidadãos, as empresas e as instituições a “brincar aos suecos” no melhor sentido: trabalhar para um mundo mais justo, igualitário e sustentável. A campanha, liderada pela Embaixada da Suécia em Madrid, contou com a colaboração das seguintes empresas suecas pioneiras na sustentabilidade: ABB, AlfaLaval, Candela, Ericsson, IKEA, Scania, Tetra Pak, Volvo Cars e Volvo Trucks.

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Nexans continua a expandir seu portfólio de eletrificação com a aquisição da RCT Cables na Espanha

  • Servimedia
  • 3 Junho 2025

Esta aquisição estratégica reforça o compromisso da Nexans de expandir sua presença em locais chave, acelerando o crescimento em mercados verticais chave.

A Nexans concluiu nesta segunda-feira a aquisição de 100% do capital social da Cables RCT, sediada na Espanha, que oferece um amplo portfólio de cabos de cobre de baixa tensão com reconhecida experiência em soluções de cabos flexíveis para proteção contra incêndio em edifícios.

De acordo com a Nexans, que afirma ser um “líder na transição energética global”, a empresa opera em 30 países e tem uma forte presença no mercado ibérico.

Fundada em 1965, a Cables RCT tem um volume de negócios de 133 milhões de euros em 2024, emprega aproximadamente 175 pessoas, tem uma unidade de produção de cabos de última geração em Zaragoza e centros de logística em Barcelona, Madrid, Sevilha e Valência. Além disso, a Cables RCT espera que um grande programa de investimento (Capex) esteja totalmente operacional nas próximas semanas, totalmente financiado antes da data da transação, que irá aumentar a capacidade de produção em 25% com foco na proteção contra incêndios, em resposta à crescente demanda por soluções mais seguras e sustentáveis.

“Esta aquisição expande ainda mais a presença da Nexans no sul da Europa com ativos altamente complementares, juntamente com capacidades de produção de última geração e um forte foco em produtos inovadores de proteção contra incêndio. A mudança irá acelerar o crescimento rentável da Nexans, aumentando a eficiência, expandindo o portfólio de produtos e impulsionando a inovação na região”, explicou.

A equipe de gestão da RCT Cables continuará a alavancar seu crescimento futuro e apoiar a Nexans para alcançar sinergias substanciais após a transação. A Nexans espera uma significativa criação de valor para os acionistas através de sinergias atraentes que aproveitem ao máximo a presença industrial da RCT Cables, recentemente atualizada, ao mesmo tempo em que implementa os próprios programas de mudança da Nexans.

Christopher Guérin, CEO da Nexans, disse: “A aquisição da RCT Cables é mais um marco decisivo na execução de nossa ambição estratégica de ser um Pure Player em eletrificação. Ela fortalecerá a presença da Nexans em locais chave e acelerará nossa proeminência em mercados selecionados em linha com a estratégia do Grupo. Estamos satisfeitos em receber a equipa da RCT Cables para desenvolver o negócio e gerar valor em conjunto”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Junho 2025

debate instrutório de processo separado da Operação Marquês arranca no dia da primeira sessão do Parlamento e Marques Mendes apresenta a comissão de honra da sua candidatura.

No dia da primeira sessão plenária do Parlamento após as legislativas, arranca o debate instrutório do processo separado da Operação Marquês e o candidato às presidenciais Luís Marques Mendes apresenta a comissão de honra da sua candidatura a Presidente da República. A Eurostat divulga dados da inflação e desemprego, enquanto a OCDE avança projeções para a economia mundial.

Arranca primeira sessão plenária do Parlamento

Nesta terça-feira arranca a primeira sessão plenária da Assembleia da República após as eleições de 18 de maio, data em que será também eleito José Pedro Aguiar-Branco como presidente do Parlamento. O Governo está em condições de tomar posse a 5 ou 6 de junho.

Arranca debate instrutório de processo separado da Operação Marquês

Arranca nesta terça-feira o debate instrutório separado da Operação Marquês onde o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, e o empresário Carlos Santas Silva, respondem pela alegada prática em coautoria de três crimes de branqueamento de capitais e outros tantos de falsificação de documento. O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) admite que há risco de prescrição dos crimes de falsificação de documento.

Eurostat divulga dados da inflação e desemprego

O Eurostat vai divulgar uma estimativa rápida da inflação de maio na Zona Euro, o volume de negócios da indústria, licenças de construção e ainda dados do desemprego de abril. Em março, a taxa de desemprego da Zona Euro fixou-se em 6,2% e na União Europeia em 5,8%, a de Portugal ficou ligeiramente acima nos 6,5%.

OCDE lança projeções económicas

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga as mais recentes perspetivas económicas ou “Economic Outlook”, que contém análises e projeções para a economia mundial, países membros da OCDE, países do G20 e principais parceiros. A divulgação é feita no primeiro dia da reunião de dois dias do Conselho a nível ministerial da OCDE, presidido pela Costa Rica, que reúne ministros e altos funcionários dos países membros e parceiros da organização sob o tema “Liderar o caminho para uma prosperidade resiliente, inclusiva e sustentável através do comércio, investimento e inovação baseados em regras”.

Comissão de honra da candidatura presidencial de Marques Mendes

O candidato às presidenciais Luís Marques Mendes apresenta a comissão de honra da sua candidatura a Presidente da República. A apresentação contará com as intervenções de Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a escritora Alice Vieira e João Perestrello, presidente da SEDES Jovem. A apresentação arranca às 21h00 na União de Associações do Comércio e Serviços (UACS).

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CSO. Uma “função em construção” e a ganhar mais espaço na administração

Esta terça-feira, o CSO Circle, que reúne líderes de sustentabilidade de quase 40 empresas, tem o pontapé de partida.

O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD, na sigla em inglês) dá esta terça-feira o pontapé de partida numa nova iniciativa que pretende reunir as empresas em torno do tema da liderança de sustentabilidade, à qual chamou “CSO Circle”, o equivalente a “Círculo de Executivos responsáveis pela Sustentabilidade”.

Ao ECO/Capital Verde, o BCSD e especialistas em governança sublinham o papel decisivo que um executivo com este pelouro pode ter numa organização, e preveem que este deverá ganhar continuar a ganhar relevância. Os responsáveis de sustentabilidade entrevistados destacam a necessidade de alinhamento do topo da empresa com a operação em termos de práticas ESG, assim como a importância de partilhar experiências e métodos de atuação.

Estamos a criar esta comunidade quer com CSO, que já têm esse papel, como com responsáveis no caminho para ser CSO“, introduz Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD Portugal. Desta forma, o círculo inclui diretores de sustentabilidade, mas também diretores de risco ou das áreas de compliance, “áreas que estão ligadas à da sustentabilidade”. Entre os atuais 37 membros, contam-se de momento apenas quatro CSO.

governança sustentabilidade ESG

O objetivo é criar ligações entre os membros do círculo e que haja transferência de conhecimento entre os mesmos. Pantaleão considera que o papel de CSO é de momento uma “função em construção”. No CSO Circle, “não queremos uma receita única” para o desempenho destas funções, “depende das especificidades de cada empresa”, defende a secretária-geral do BCSD.

Filipa Pantaleão vê esta função como “estratégica”, pelo que entende que lhe deve ser atribuído um poder específico, em vez de ficar reduzida ao reporte de dados. “Tem que haver uma responsabilidade efetiva e forte na administração. Este é o caminho para sustentabilidade ser transversal na empresa“, remata.

Faz sentido ter um executivo que seja responsável por alinhar os compromissos [de sustentabilidade] com a estratégia da empresa“, entende Maria João Guedes, professora de governança no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Um alinhamento “importante” numa altura em que os investidores e demais partes interessadas procuram empresas com um propósito mais sustentável e duradouro, ao mesmo tempo que estas matérias estão “cada vez mais regulamentadas”.

João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) vê como principal benefício de nomear um CSO o “gerar valor a prazo e tornar a empresa mais resiliente”. Considera esta função “muito importante” na medida em que é o motor de uma estratégia de sustentabilidade “que faça sentido” para a empresa: deve ouvir os stakeholders (partes interessadas) e “ajudar o conselho de administração a ouvi-los”, estando alinhado com os primeiros mas fornecendo informação relevante para alimentar a estratégia.

O CSO pode ainda ter um papel fundamental em detetar novas oportunidades de negócios relacionadas com a sustentabilidade, o que permite expandir a oferta da empresa, ao mesmo tempo que identifica potenciais riscos e exposições que a empresa tenha nestas matérias e minimiza impactos adversos, acrescenta e conclui a professora do ISEG. Por fim, deve promover uma cultura de responsabilidade social e sustentabilidade na empresa.

Contudo, Maria João Guedes reconhece: “a maior parte das empresas não terá um/a CSO apenas com este pelouro“, já que “a maior parte do tecido empresarial é composto por pequenas e médias empresas”, pelo que existe “falta de massa crítica para endereçar estas questões com uma pessoa dedicada a tal“. Geralmente a função recai em quem já exerce outro cargo, por exemplo o CEO ou o CFO.

O escrutínio destas matérias está sobretudo nas empresas cotadas e grandes empresas“, mas “o compromisso com a sustentabilidade deve existir em todas as empresas, independentemente do setor ou dimensão, adaptado ao modelo de negócio, exigência regulatória e recursos disponíveis”, finaliza Maria João Guedes. João Moreira Rato defende que as empresas mais pequenas terão necessariamente estruturas de sustentabilidade mais pequenas, mas pelo menos no caso das médias empresas a criação da posição de CSO é adequada.

Sobre o futuro da posição de CSO, João Moreira Rato antevê que esta se torne cada vez mais solicitada. “Antes, os CSO tentavam trazer os temas para o conselho de administração. A evolução vai ser o conselho de administração a dirigir mais pedidos aos CSO“, vaticina.

Tendo em conta o atual contexto, de um presidente norte-americano que se opõe à sigla ESG (fatores ambientais, sociais e de governança) e de uma União Europeia que está a simplificar a legislação de sustentabilidade (enfrentando algumas queixas), Filipa Pantaleão afirma que não nota um “esmorecer” do interesse das empresas nestas áreas, embora conceda que os esforços possam processar-se mais vagarosamente.

Líderes de sustentabilidade focados na prática

Fátima Portulez é o membro do conselho executivo da Trivalor com o pelouro da sustentabilidade. “O papel do CSO na organização consiste em compreender o ambiente e trazer ideias valiosas para a empresa, reconfigurar a estratégia da organização, liderar com pensamento estratégico e alinhar as equipas, envolvendo, educando e criando ligações”, entende.

Nesta empresa, desde 2018 que foi criada a Direção de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa, a qual reporta ao membro do Conselho de Administração com o pelouro da sustentabilidade. As mais de 10 participadas da Trivalor têm na sua estrutura elementos responsáveis que trabalham os temas da Sustentabilidade e RSC nas respetivas empresas, na sua maioria integradas na Direção de Qualidade, Ambiente e Segurança. Para Portulez, o objetivo no âmbito do CSO Circle é impulsionar o ESG e colocar a sustentabilidade no centro da estratégia empresarial“.

Na KPMG, “não existe formalmente um CSO, mas obviamente as funções de CSO estão alocadas na comissão executiva da KPMG“, explica Pedro Cruz, o ESG Coordinator Partner, que estará igualmente presente nos encontros dinamizados pelo BCSD. Como coordenador, Pedro Cruz é responsável por definir toda a estratégia de negócio relacionada com a sustentabilidade, quer no que diz respeito à parte de auditoria, como consultoria. Lidera, desta forma, toda a equipa que presta serviços de sustentabilidade aos clientes.

Na ótica do ESG Coordinator Partner da KPMG, a sustentabilidade da consultora passa sobretudo pelo pilar social, uma vez que “as pessoas são o principal ativo” e também o da Governança, assegurando uma atuação responsável. Encara o CSO Circle como um fórum onde poderá perceber o que as empresas presentes estão a fazer em termos de sustentabilidade, mas também partilhar boas práticas e procurar oportunidades de colaboração.

Catarina Portela Morais, responsável de Ambiente (Environmental Lead) na DLA Piper, também vai estar presente no Círculo de CSO em representação desta sociedade de advogados. A empresa não tem CSO, mas dispõe de uma equipa dedicada a integrar a sustentabilidade na respetiva governação, tomada de decisões e operações. E a líder de Ambiente na sociedade responde diretamente ao managing partner, Nuno Azevedo Neves, o qual remete depois aos membros da liderança global.

“Acredito que este espaço será fundamental para partilhar boas práticas, explorar tendências emergentes e, acima de tudo, colaborar na construção de soluções concretas para acelerar o impacto positivo coletivo”, indica Catarina Portela Morais. Ao mesmo tempo, espera reforçar a sua capacidade de liderança em sustentabilidade e aprender com as abordagens em diferentes setores.

Carla Grou é a managing director das áreas de Empresas e Sustentabilidade na agência de comunicação e marketing All Comunicação. Será também uma das presentes nas reuniões do CSO Circle. A All Comunicação conta com uma equipa de 20 pessoas, e os temas da sustentabilidade são trabalhados por Grou em conjunto com a equipa no seu todo, não existindo uma equipa específica. Embora a agência já implemente medidas como a redução do papel impresso ou do consumo da luz, Carla Grou entende que “há um caminho para fazer” e é isso que pretende entrando no círculo: “perceber o que podemos fazer melhor”, já que “a prática é mais exigente” que a teoria.

A Floene (antiga Galp Gás Distribuição) tem um departamento de sustentabilidade desde o final de 2021, quando a Allianz se tornou acionista. A responsável deste gabinete é Joana Appleton, que acumula esta função com as de Relação com Investidores e a área de Risco e Relação com Stakeholders. “Temas que também se relacionam com sustentabilidade”, e que reporta diretamente ao CEO, trimestralmente, explica.

O departamento entrega aos administradores um relatório com dados ESG e as iniciativas tomadas, assim como os resultados obtidos. A definição de objetivos é feita “pontualmente” pelo Conselho de Administração. Entre as reuniões temáticas que juntaram a administração da Floene desde o início do ano, conta-se uma subordinada ao tema “Sustentabilidade e Risco”, pelo que Joana Appleton considera que estes assuntos fazem parte das prioridades dos acionistas.

Appleton espera encontrar no CSO Circle uma oportunidade de trocar experiências sobre assuntos como a aplicação de novas diretivas ou sobre os métodos usados para fazer uma análise de dupla materialidade.

Os próximos encontros do CSO Circle, marcados para 14 de outubro e 3 de dezembro, têm como temas, respetivamente, “Enquanto CSO, como posso empoderar a sustentabilidade dentro da minha empresa? Como trabalhar a governança?” e “Cultura interna, influência para a decisão, construção de rede e parcerias”.

Contudo, o mote destas discussões futuras pode ser alterado, fruto dos resultados de cada evento, dos momentos de interação entre os membros do CSO Circle, do respetivo feedback e também de condicionantes externas, como o contexto nacional e mundial. Para já, o CSO Circle está desenhado para se manter ao longo deste ano, “mas queremos dar continuidade”, garante a secretária-geral do BCSD.

Além disto, serão realizadas sessões de aconselhamento estratégico em setembro, em parceria com Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), com base em tópicos e questões identificadas pelos participantes.

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Sociedades de advogados esperam que colaboração com novo Governo se mantenha

  • ADVOCATUS
  • 3 Junho 2025

A abertura da 8.ª edição da Advocatus Summit esteve a cargo de José Luís Moreira da Silva, presidente da ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal.

“Há desafios que necessitam de intervenção do poder político e a ASAP espera continuar a colaborar na resolução desses desafios”. As palavras são de José Luís Moreira da Silva, presidente da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP), na abertura da 8ª edição da Advocatus Summit. Estamos perante o recomeço de um ciclo político em que não se estimam grandes mudanças na Justiça. Mas a ASAP tem sido considerado um parceiro com o Governo e assim pretende continuar”, disse o advogado.

A Advocatus Summit decorreu nos dias 29 e 30 de maio. Naquela que já é a sua 8ª edição, este ano o evento realizou-se no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. José Luís Moreira da Silva, presidente da ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal, esteve a cargo da abertura. Veja aqui a sua intervenção na íntegra.

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Durante duas manhãs, reunimos alguns dos principais nomes da advocacia de negócios em Portugal para debater os grandes temas que moldam a prática jurídica: Fiscalidade, governance e compliance, investimento em Portugal, Cibersegurança e IA, Concorrência e direitos do consumidor, Agribusiness, smart cities e o papel do advogado em projetos cross-border.

O principal evento que liga a advocacia aos agentes empresariais e da economia é uma iniciativa ECO e ADVOCATUS que contou com o apoio de: Abreu Advogados, CMS Portugal, CS’Associados, Deloitte Legal, EY Law, Morais Leitão, Pérez-Llorca, PLMJ, PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, Proença de Carvalho, PwC Portugal, Sérvulo & Associados, SRS Legal, TELLES e Vieira de Almeida.

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Dojo AI capta um milhão para ajudar marcas a serem ‘Sensei’ digitais

A startup cofundada por António Alegria e Duarte Garrido já tem "mais de 20 clientes, maioritariamente nos Estados Unidos e Reino Unido". Acaba de angariar um milhão de euros numa ronda 'pré-seed'.

António Alegria (à esquerda) e Duarte Garrido (à direita), cofundadores da Dojo AI

A Dojo AI levantou um milhão de dólares (cerca de 881 milhões de euros) numa ronda pré-seed para levar o seu Agente IA de marketing às marcas, ajudando-as a transformarem-se em mestres ‘Sensei’ do marketing digital. No início do próximo ano, a startup estima avançar para uma nova ronda de investimento.

“A Dojo AI é o primeiro ‘AI Marketing Operating System’ que permite às challenger brands competir com grandes empresas, automatizando e unificando todas as operações de marketing numa única plataforma”, explica Duarte Garrido, juntamente com António Alegria, cofundador da startup.

No core da Dojo estão “agentes de IA especializados (data analyst, performance agent, SEO agent, content agent, market research agent) orquestrados pelo ‘Sensei’, um copiloto que se integra automaticamente com ferramentas como Google Ads, Meta e LinkedIn, substituindo mais de dez ferramentas fragmentadas por um digital twin [gémeo digital] com toda a data de marketing, capaz de executar campanhas e conteúdos omnicanal”, descreve o cofundador.

A startup já tem “mais de 20 clientes, maioritariamente nos Estados Unidos e Reino Unido”, entre os quais a Yonder, PensionBee, Broadvoice, Ecologi, Work.Life, Hubstar e a Unbabel. Com esta injeção de capital — que teve a “Heartfelt.vc como fundo principal e um conjunto de angels de cargos seniores em empresas como Broadvoice, PensionBee, ServiceNow, Adobe, Expedia, Syngenta e ProjectA” a participar — tem planos para “contratar a equipa de engenharia para desenvolver o nosso produto Alpha (AI Marketing Agent System) e levá-lo a mercado”, adianta Duarte Garrido.

A equipa conta com sete pessoas, baseadas em Lisboa e Londres. “Já fechámos as contratações para este ano”, diz, quando questionado sobre novas contratações. Há ainda planos de, a curto prazo, voltar a reforçar o capital da startup. “No início do próximo ano levantaremos um seed“, afirma, com um montante ainda “indeterminado”.

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