Patrões abertos a mudar reforma antecipada, sindicatos contra privados

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

As confederações patronais concordam com mudanças nas regras das reformas antecipadas para garantir o futuro da Segurança Social, sindicatos temem privatização do sistema de pensões.

As confederações patronais admitem ser necessário avançar com mudanças nas regras das reformas antecipadas para garantir o futuro da Segurança Social, apesar de sublinharem que não têm uma posição fechada, enquanto as centrais sindicais rejeitam privatizar o sistema.

Em declarações à Lusa, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera “positivo” discutir a sustentabilidade do sistema de pensões, apontando que, nos últimos anos, o tema tem sido abordado “de forma pouco clara” e “em função de estratégias eleitorais”.

Armindo Monteiro pede, por isso, que se faça uma “reflexão” sobre o futuro da sustentabilidade da Segurança Social. “Ora, entende-se que nós, sendo um país mais pobre que o contexto europeu, tenhamos regras mais benéficas do que aquelas que são praticadas na Europa?”, questiona.

As confederações empresariais ouvidas pela Lusa admitem mudanças nas regras de acesso à reforma antecipa, mas sublinham que o tema é “sensível”, pelo que deve ter “o maior consenso possível entre os partidos políticos, parceiros sociais e sociedade civil” e aguardam mais detalhes do Governo.

“Qualquer solução tem sempre que ser uma solução possível. E há soluções que não são possíveis. A manter-se as regras atuais não são possíveis”, defende o presidente da CIP, sustentando que Portugal não tem “na base trabalhadores em número suficiente que sustentem reformas daqueles que se aposentam e que, felizmente, vão viver mais anos”.

“O que é possível e o que é justo é que as pessoas recebam em função daquilo que descontam”, afirma, fazendo uma ressalva no que respeita às profissões de desgaste rápido, em que admite que, “se houver consensos, não é a CIP que o vai quebrar”.

A reavaliação do regime de reforma antecipada, a par do estudo de mecanismos de reforma parcial e da revisão da TSU, são alguns dos temas que deverão ser analisados pelo grupo de trabalho, liderado por Jorge Bravo, que está encarregue de estudar medidas para a sustentabilidade da Segurança Social.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) diz que “tem que se encontrar um ponto de equilíbrio”, dado que as reformas antecipadas “ajudam à modernização e rejuvenescimento dos quadros das empresas”, mas é preciso que “haja válvulas de escape para isso“.

A confederação não tem “uma posição fechada” e está disposta a discutir, nomeadamente as mudanças sugeridas no Livro Verde da Segurança Social, que propuseram a eliminação da possibilidade de reforma antecipada a partir dos 57 anos para quem esgotou o subsídio de desemprego e que, nas restantes modalidades, o acesso acompanhe o ritmo da idade normal de acesso. “Pensamos que isso tem alguma lógica, mas tem que ser ponderado o ritmo”, refere João Vieira Lopes.

Por sua vez, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) indica que “tem historicamente apoiado o regime de reforma antecipada”, mas que este deve ser “reservado a situações excecionais ou de especial penosidade, com consagração legal”, de modo a não desvirtuar “o sistema de pensões nem as expectativas daqueles que serão os próximos usufrutuários do mesmo”.

“A limitação do acesso a este regime poderá ser positivo desde que se identifiquem falhas no sistema que levem a que a excecionalidade deste regime possa ser colocada em causa ou vulgarizada. Face à sensibilidade do tema, aguardamos pelo início da discussão em sede de Concertação Social”, admite fonte oficial, em resposta por escrito à Lusa.

Por outro lado, as centrais sindicais ouvidas pela Lusa sublinham que, para já, está em causa a sustentabilidade da Segurança Social, rejeitando privatizar o sistema.

O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) ainda espera perceber as intenções do Governo, mas sublinha que “o ponto da situação da Segurança Social é, neste momento, francamente positivo”.

Tiago Oliveira acusa ainda o Governo de ter a “ambição de colocar 35,9 mil milhões de euros na gestão do setor privado”, diz, referindo-se ao saldo alcançado em 2024 pelo Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS).

Há uma apetência para deitar a mão a estes valores. Para começar a privatizar uma parte, através de planos de poupança e reformas, diminuindo a parte pública”, corrobora o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), lembrando ainda que o coordenador do grupo de trabalho agora criado “é uma pessoa que está muito ligada a questões dos seguros, de fundos de pensões”, considerando que “não é um bom sinal”.

E a UGT “não abdica” que “o sistema de Segurança Social seja público, universal e solidário”, diz, referindo estar disponível para discutir “todas os dossiers, incluindo a sustentabilidade da Segurança Social”.

Quanto a eventuais mudanças nas reformas antecipadas, Mário Mourão diz que a UGT ainda “não aprofundou” o tema, enquanto Tiago Oliveira rejeita taxativamente “criar bloqueios”.

No que respeita à reforma parcial, a CIP manifesta-se favorável à medida, considerando que o regime deve ser “voluntário e incentivado”, mas diz que os cidadãos devem poder “acumular uma coisa com a outra”, ou seja, sem cortes na pensão.

Também a CCP diz que “é preciso atuar nesse sentido”, mas ressalva que é preciso ter em conta “o equilíbrio financeiro”, nomeadamente a remuneração e incentivo. “A questão da transição gradual entre a vida ativa e a reforma é bem vista e nós percebemos o intuito, mas como se vai articular esta questão com a vida empresarial?”, corrobora a CTP.

Já no que diz respeito a uma eventual revisão da TSU, as confederações patronais sinalizam que esta representa “uma grande parte dos custos laborais das empresas”, admitindo uma redução.

João Vieira Lopes lembra que a CCP já propôs uma mudança no financiamento da Segurança Social sem perda de receitas, sugerindo que uma parte incidisse sobre o valor acrescentado líquido (VAL) e outra sobre a TSU.

Já a UGT considera que se deve manter nos valores atuais, enquanto a CGTP diz-se aberta a discutir uma redução nos descontos para os trabalhadores, mas tendo em conta os rendimentos.

A Lusa tentou também contactar a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), mas não foi possível obter uma resposta.

A ministra do Trabalho assegurou, na terça-feira, que o Governo não vai tocar em “nenhum direito adquirido” quanto às reformas, recusando compactuar com a limitação às reformas antecipadas, e descartou antecipar medidas futuras.

Por sua vez, em declarações à CNN Portugal, o ministro das Finanças garantiu na quinta-feira, que o Governo não vai fazer “nenhuma alteração estrutural” na Segurança Social nesta legislatura. A ministra do Trabalho vai ser ouvida no parlamento sobre o tema.

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Costa chama líderes europeus para discutir defesa (e a Gronelândia)

Líderes europeus têm o primeiro encontro informal do mandato de Costa no Castelo de Limont, na Bélgica para discutir um aumento da despesa com a defesa e o futuro da Gronelândia.

A defesa e a segurança serão os temas centrais do primeiro “retiro informal” entre António Costa e os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), no Castelo de Limont, na Bélgica, na próxima segunda-feira 3 de fevereiro. Este novo formato de encontros promovido pelo Presidente do Conselho Europeu tem como objetivo permitir que os 27 discutam temas de forma aberta e sem a pressão de chegar a conclusões políticas vinculativas – ainda que o agravamento das tensões geopolíticas deixem pouca margem para que assim o seja.

A Europa precisa de assumir uma maior responsabilidade pela sua própria defesa”, escreveu o Presidente do Conselho Europeu no convite enviado aos chefes de Estado.

Aos olhos de Costa, o regresso da “guerra de alta intensidade” na Europa, os ataques híbridos e cibernéticos contra as infraestruturas críticas dos Estados-membros, a situação no Médio Oriente e o escalar de ameaças dos Estados Unidos em relação a uma eventual ocupação da Gronelândia já não permitem que a UE tenha uma posição branda em relação à sua segurança. O novo imperativo nas capitais europeias é de reforçar a capacidade de defesa. E do outro lado do Atlântico a exigência é a mesma.

Donald Trump, agora de regresso à Casa Branca, fez questão de relembrar algo que não só exigiu durante o seu anterior mandato mas que os seus antecessores, Joe Biden e Barack Obama, também pediram: que a União Europeia aumente as suas contribuições para a NATO.

Aos olhos do presidente norte-americano, alocar 2% do PIB nacional para este setor já não é suficiente, é preciso chegar aos 5%. No entanto, atualmente, a maioria dos 23 membros europeus da aliança não cumpre com a quota mínima e só a Polónia e a Grécia superam-na, à semelhança dos Estados Unidos.

Por cá, Luís Montenegro, aquando da visita do secretário-geral da NATO, a Lisboa, mostrou-se disponível para “antecipar ainda mais o calendário” no que toca ao aumento de investimento naquela área, o que “significa um esforço financeiro grande” para o país, referiu o primeiro-ministro. Isto sem pôr em causa os serviços essenciais sociais.

Portugal está ainda longe de gastar a meta mínima estipulada pela aliança – em 2024, não chegou a 1,5% do PIB – e só prevê conseguir cumpri-la, pela primeira vez, em 2029. No entanto, o secretário-geral da NATO deixou o aviso, em Lisboa: esses 2%, em 2025, já serão insuficientes.

O objetivo de 2% do PIB definido há uma década não chegará para os desafios do amanhã”, alertou o líder da NATO.

O tema estará em cima da mesa durante o encontro que contará com a presença dos 27 líderes europeus, o primeiro-ministro britânico e Rutte e servirá de preparação para a cimeira da NATO, em julho, altura em que será fixado uma nova meta de despesa com a defesa. “Se será 3% ou 5%, não sei“, admitiu o presidente do Conselho Europeu.

Presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai presidir ao retiro informal dos dirigentes da União Europeia na próxima segunda feira.Conselho Europeu

Mas as conversas não se ficarão por aqui. A crescente ameaça da administração de Donald Trump em relação à Gronelândia – sobretudo depois de o Secretário de Estado Marco Rubio ter afirmado que o interesse do Presidente dos EUA, Donald Trump, em adquirir a ilha “não é uma piada” – também deverá ser um tema de discussão.

Nas últimas semanas, nas conferências de imprensa diárias, em Bruxelas, os porta-vozes da Comissão Europeia têm sido sucessivamente questionados sobre o risco de uma potencial invasão militar dos EUA se concretizar e o que isto poderia significar para a defesa europeia. Embora não tenham reconhecido o risco da ameaça, as respostas, embora repetitivas, são claras:

“As fronteiras territoriais devem ser respeitas independentemente do tamanho da nação ou da sua influência. A nossa parceria [com a Dinamarca] inclui assegurar a capacidade de defesa e conectividade. A UE está preparada para trabalhar em proximidade com os EUA e em cooperação próxima com a Dinamarca para garantir a segurança na região do Ártico”, apontou a porta-voz, Anitta Hipper.

Mas o tema deverá ser trazido para cima da mesa pela própria primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. No dia 28 de janeiro, a governante reuniu-se com o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, nas respetivas capitais, para avaliar a situação depois de a própria governante ter tido uma chamada “acesa” com o presidente Donald Trump a propósito da Gronelândia, reportou o Financial Times.

Foi horrível“, disse uma das fontes ouvidas pelo jornal britânico. Outra acrescentou: “[Trump] foi muito firme. Antes, era difícil levá-lo a sério. Mas acho que é sério e potencialmente muito perigoso“, disse. Na mesma semana, a Dinamarca anunciou um investimento de 1,27 mil milhões de euros para reforçar a presença militar no Ártico.

Para já, António Costa prefere não especular sobre o tema. “Esperamos, naturalmente, que este conflito (não) se transforme num conflito e, se houver um conflito, que seja resolvido de forma amigável, como é próprio entre aliados”, referiu em entrevista à Euronews. Mas ainda assim, deixou um aviso.

“A Gronelândia faz parte do território do Reino da Dinamarca. A Dinamarca é um Estado soberano. A Dinamarca define os seus interesses e a União Europeia apoiará a Dinamarca”, frisou. “A integridade territorial da Dinamarca, a soberania da Dinamarca, a estabilidade das suas fronteiras, como podem imaginar, é obviamente uma questão essencial para nós“, defendeu António Costa, em entrevista à Euronews.

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Taiwan proíbe Governo de usar DeepSeek. UE quer mais informação

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

As agências governamentais de Taiwan estão proibidas de usar DeepSeek. Itália bloqueou e Coreia do Sul, França e Irlanda e nome da União Europeia querem mais informação sobre segurança de dados.

O Governo de Taiwan proibiu os funcionários públicos e infraestruturas essenciais de utilizarem a aplicação chinesa de modelos de inteligência artificial (IA) generativa DeepSeek R-1, alegando riscos para a “segurança nacional da informação”.

“O serviço de IA da DeepSeek é um produto chinês”, disse o Ministério dos Assuntos Digitais taiwanês, em comunicado divulgado na sexta-feira.

As suas operações implicam transmissões internacionais, fugas de informação e outras preocupações com a segurança da informação”, acrescentou o ministério.

A decisão de Taiwan surge um dia depois da Autoridade Italiana para a Proteção de Dados Pessoais ter ordenado o bloqueio “urgente e com efeitos imediatos” da DeepSeek, depois de não ter recebido informação solicitada.

Também os reguladores da Coreia do Sul, França e Irlanda (esta última a supervisionar vários grupos tecnológicos em nome da União Europeia) solicitaram informações sobre a forma como a aplicação lida com os dados dos utilizadores.

Na segunda-feira, a aplicação liderou a tabela de descargas na App Store, tanto na China como nos Estados Unidos, batendo o popular ChatGPT.

A ferramenta de código aberto teve um impacto significativo na comunidade internacional de programadores e no setor tecnológico devido à sua eficiência e baixo custo.

Após as notícias, o conglomerado norte-americano de semicondutores Nvidia sofreu uma das piores perdas de capitalização alguma vez registada na praça bolsista nova-iorquina.

Desde 2019 que a administração pública de Taiwan está proibida de utilizar produtos e serviços de informação e comunicação considerados perigosos para a “segurança nacional” da ilha.

Taiwan há muito que acusa a China de ações de “zona cinzenta”, um conceito de relações internacionais que se refere a táticas hostis, incluindo ataques cibernéticos, que não chegam a ser uma declaração de guerra.

A China considera Taiwan parte do seu território e ameaçou recorrer à força, se necessário, para colocar a ilha, governada de forma autónoma desde 1949, novamente sob o seu controlo.

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Moradores e comerciantes de Loures com o “coração nas mãos” sempre que chove

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O concelho de Loures continua por resolver as possíveis consequências de inundações após momentos de forte precipitação, queixam-se comerciantes locais.

Pouco mais de dois anos depois das cheias que assolaram a região de Lisboa, moradores e comerciantes do concelho de Loures dizem continuar com o “coração nas mãos” sempre que chove, temendo novo cenário de “destruição”.

Vários distritos do continente foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início de 2023, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações e dezenas de desalojados.

Na região de Lisboa, a chuva caiu com mais incidência nos dias 8 e 13 de dezembro. Além da capital, foram afetados com maior gravidade os municípios de Loures, Odivelas e Oeiras, onde se registou uma morte na localidade de Algés.

No concelho de Loures, a União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas foi a mais afetada pelas intempéries, em particular a zona da Flamenga, junto à Estrada Nacional 8 (EN8).

Pouco mais de dois anos depois destas cheias, alguns comerciantes e moradores ouvidos pela agência Lusa admitiram ainda ficar com o “coração nas mãos” sempre que chove mais do que previsto.

“Temos sempre muito receio, quando não há pausas na chuva. A gente fica sempre alerta”, disse à Lusa Catarina Ferreirinha, proprietária da pastelaria Didu, um dos estabelecimentos comerciais afetados pelas inundações de dezembro de 2022.

Relativamente aos estragos, a comerciante contou que a intempérie originou estragos na parte elétrica e nas máquinas.

“A água entrou aqui duas vezes. Aquilo que verifico desde essas cheias é que a Câmara de Loures tem feito mais intervenções aqui. Quando chove mais há logo uma equipa que vem limpar os esgotos. Vamos ver como as coisas vão correr, mas estamos sempre com o coração nas mãos”, afirmou.

Uns metros mais à frente, já a chegar à rotunda da Ponte de Frielas, a proprietária do restaurante o Campino disse à Lusa que continua ainda a “fazer contas à vida”, uma vez que as cheias trouxeram um prejuízo de 60 mil euros.

“Primeiro veio a pandemia e depois as duas cheias. Foram 60 mil euros de prejuízo e a Câmara [de Loures] deu-me três mil euros. Balcões e comida foram para o lixo. Ficamos sem fogão e frigorífico. Por isso, cada vez que chove tenho medo”, afirmou Dulce Batista.

A comerciante admitiu mesmo que irá entregar o negócio, caso ocorra uma situação semelhante à de 2022.

“Ainda estamos a recuperar. Se houver outra cheia eu entrego a casa. Não aguento mais”, sublinhou.

O sentimento de angústia é partilhado também por moradores ouvidos pela Lusa, que relembraram o historial de cheias desta zona do concelho de Loures.

“Infelizmente, sempre que chove, a água acaba por galgar e inundar tudo. Em 2022 lembro-me que aqui parecia um cenário de terror, com carros e muito lixo a boiar. É uma imagem que custa apagar. Sempre que chove o coração bate mais forte”, apontou Rute Mendonça.

Também Emídio Ferreira, morador em Santo António dos Cavaleiros recordou os momentos de angústia vividos em dezembro de 2022, mas preferiu deixar uma mensagem mais otimista para o futuro.

“Tenho visto que a Câmara tem feito obras e notei melhorias. Claro que sempre que chove mais um bocadinho é uma aflição, mas quero acreditar que não vai voltar a ser como antes”, ressalvou.

Contactado pela Lusa, o presidente da União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Jorge Silva (PS), reconheceu que as cheias de 2022 “impactaram toda a comunidade” e por isso percebe a apreensão dos comerciantes e dos moradores.

“Eu próprio também tenho sempre o coração nas mãos, mas estamos a falar de um acontecimento meteorológico que foi extraordinário. O trabalho que temos vindo a fazer vai no sentido de aumentar o sentimento de segurança”, sublinhou.

Jorge Silva referiu que têm sido realizadas intervenções no sentido de minimizar o impacto de futuras cheias, como a intervenção na limpeza das linhas de água das ribeiros ou o fortalecimento das motas do rio.

No entanto, o autarca ressalvou que muitos dos problemas verificados naquela zona “poderão ser bastante mitigados” no futuro com a construção de uma bacia de retenção.

Segundo explicou Jorge Silva, esse projeto, sem data prevista, foi discutido entre a Câmara Municipal de Loures e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), encontrando-se neste momento “em fase de estudo e projeto”.

“Nós nunca poderemos dizer, isso seria enganar as pessoas, que o problema das cheias ficará resolvido. O que nós temos de fazer é todos os esforços e cumprir tudo para mitigar e ganhar resiliência nesta adversidade”, atestou.

No concelho de Loures, o prejuízo global das cheias de 2022 foi de cerca de 22 milhões de euros.

Na sequência da candidatura a fundos estatais, resultou a atribuição de uma verba de 9,5 milhões de euros para este município fazer face aos prejuízos resultantes da intempérie.

A Câmara de Loures disponibilizou um apoio a 127 famílias (180 mil euros) e a 38 empresas (250 mil euros), segundo dados avançados pela autarquia à Lusa em 2023.

Entretanto, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) informou na sexta-feira que vai receber até 400 mil euros do Fundo Ambiental para desenvolver um plano de intervenções de redução dos riscos de cheias e inundações nos locais mais críticos das bacias hidrográficas intermunicipais.

O desenvolvimento do plano de intervenções baseia-se num protocolo de colaboração técnica e financeira entre a AML e a APA, que foi aprovado na sexta-feira pelo Conselho Metropolitano de Lisboa, o órgão decisor metropolitano, constituído por todos os presidentes das 18 Câmaras da AML.

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Trump prepara tarifas “muito significativas” para a UE

  • ECO
  • 31 Janeiro 2025

Guerra comercial de Trump com México, Canadá e China arranca este sábado. A UE será a próxima, avisa o presidente dos EUA, que já admite que as tarifas "podem causar perturbações a curto prazo".

O presidente dos EUA anunciou esta sexta-feira que planeia avançar com taxas aduaneiras “muito significativas” para a União Europeia (UE). Na sala oval, em declarações aos jornalistas, Donald Trump avisou que a decisão de impor tarifas à UE era “absoluta”, depois de confirmar o aumento, já este sábado, das taxas sobre os bens importados dos vizinhos México e Canadá e da China.

A promessa surge depois de o presidente norte-americano ter já, na semana passada, lançado duras críticas a Bruxelas, sobretudo pela fiscalidade e burocracia associada ao investimento estrangeiro. “Do ponto de vista dos Estados Unidos, a UE trata-nos muito mal. Têm impostos altos”, afirmou Donald Trump, no Fórum Económico Mundial, através de videoconferência a partir de Washington D.C. “Amo a Europa. Amo os países da Europa, mas tratam-nos de forma injusta”, criticou.

Donald Trump adiantou desde logo não estar “preocupado com as reações dos mercados às tarifas”, embora conceda que “podem causar perturbações a curto prazo” e que os seus custos “às vezes são passados para os consumidores”. Ainda assim, avisou que as tarifas “não causam inflação”.

As promessas de tarifas sobre a UE são também feitas depois de Trump ter confirmado a intenção de avançar, a 1 de fevereiro, com a imposição de tarifas de 25% sobre os bens importados do Canadá e do México e de 10% sobre a China. “Nada pode ser feito agora” por estes países “para evitar as tarifas”, disse, antes de acrescentar que não está à procura de “concessões”.

“O Canadá tratou-nos de forma injusta”, repetiu o argumento, justificando as medidas com os “grandes défices” comerciais dos EUA com estes países. No caso do petróleo importado do Canadá, Trump anunciou, no entanto, uma redução da tarifa para 10%.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, já avisou que se Trump decidir realmente impor tarifas sobre as importações canadianas irá receber uma resposta “decisiva” e “enérgica”, mas “razoável”.

Para os próximos meses, o presidente norte-americano indicou ainda que preparar um conjunto de tarifas sobre algumas commodities, incluindo aço, alumínio, petróleo, cobre e, “eventualmente”, sobre chips. As taxas sobre petróleo podem ser implementadas já a “18 de fevereiro”.

Esta sexta-feira reiterou ainda que os EUA querem “recuperar o Canal do Panamá” e que está a preparar novas medidas para a Venezuela.

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A estreia de Martín Anselmi, o momento do Sporting e a Montanha-Russa Benfica

As águias deslocam-se ao campo do Estrela Amadora no domingo às 20h30. E o próximo adversário do líder Sporting é o Farense no domingo às 18h00. A estreia de Martín Anselmi está marcada para segunda.

A jornada 20 vai ficar especialmente marcada pela estreia de Martín Anselmi, novo treinador do FC Porto, na Primeira Liga. Depois de uma novela mexicana, o momento acontecerá esta próxima segunda-feira às 20h45 na casa do Rio Ave, porém o técnico já se estreou em absoluto na Europa League, onde foi possível ver mudanças no estilo de jogo.

Quanto ao Benfica, também há curiosidade para perceber se dão continuidade à vitória diante da Juventus e se de facto, como Rui Costa o garantiu, não houve quaisquer efeitos significativos no balneário das águias após a divulgação de um áudio muito controverso. As águias deslocar-se-ão ao campo do Estrela Amadora no domingo às 20h30. Em relação ao líder Sporting, onde a maré de lesões afeta, o próximo adversário é o Farense no domingo às 18h00.

Olhando aos principais destaques da última jornada da Primeira Liga, o Casa Pia derrotou o Benfica por 3-1; o FC Porto empatou 1-1 com o Santa Clara, após Wenderson Galeno falhar duas grandes penalidades (uma delas ao ferro e outra já nos descontos e defendida pelo guarda-redes Gabriel Baptista); o Sporting ganhou ao Nacional com um fantástico golo de Francisco Trincão e a estreia a marcar de João Simões.

Sporting x Farense: Ir ao mercado e ganhar

Há três factos inegáveis sobre o Sporting: tem um plantel de qualidade, vive uma onda de lesões e continua com ambição de batalhar em todas as frentes sobre um calendário super exigente. Nestes últimos tempos, numa lógica de efeito-ação, observou-se também uma sobrecarga de alguns jogadores (sendo o mais óbvio, Francisco Trincão) e adaptações de outros (Debast a médio). Na realidade, não é apenas e somente um problema de lesões, mas também a existência de um plantel curto para apresentar soluções e gerir jogadores. A porta do mercado ainda está aberta e seria melhor não a deixar fechar.

Falta claramente um lateral-direito vertical e ofensivo – Iván Fresneda não dá garantias nesse aspeto -; um novo médio para rotação (novo sistema tático veio reforçar isso e Debast apenas poderá jogar como médio contra blocos baixos que não tenham uma forte capacidade de pressão) e um extremo-esquerdo (Francisco Trincão precisa de ser gerido e Marcus Edwards não conta). Também é importante recordar que Rui Borges chegou a meio da temporada e por isso, não escolheu a equipa. Normal que necessite tempo para ajustar as suas ideias e, se possível, contratar jogadores para reforçar o modelo de jogo pretendido.

Este domingo às 18h00, o Sporting terá agora um desafio acessível: o Farense no Estádio de Alvalade. Contudo, não é o mesmo Farense do início que perdeu seis jogos consecutivos. É uma equipa – atrasada na corrida, é certo – mas que apresenta claras melhorias desde a chegada do treinador Tozé Marreco e leva apenas uma derrota nos últimos 5 jogos para a Liga. Recordar que Viktor Gyokeres falhou o jogo com a Bolonha e, segundo a imprensa, também falhará o Farense.

Estrela Amadora x Benfica: Uma Semana Montanha-Russa

Foi uma semana montanha-russa para o Benfica. Entre 21 e 26 de janeiro, as águias perderam dois jogos consecutivos (polémico Barcelona e Casa Pia), distanciaram-se na corrida da Primeira Liga (6 pontos do 1.º lugar) e sobretudo saiu um áudio controverso de Bruno Lage, com direito a conferência de imprensa especial. Um episódio inédito.

Três dias depois, o Benfica respondeu em campo a uma das semanas mais complicadas dos últimos tempos com uma vitória importante em Turim, diante a Juventus por 2-0, garantindo a qualificação na Champions League. Rui Costa assegura que isso é prova de que não há atrito entre treinador-jogadores e, depois de fortes declarações de Lage no áudio divulgado, se realmente não houve efeitos significativos no balneário, isso é a maior vitória. O tempo o dirá.

Um aspeto importante a destacar da exibição do Benfica frente à Juventus foi a utilização de Alexander Bah para a lateral-esquerda, no qual o internacional dinamarquês mostrou-se competente nas suas funções, com novidade de dinâmicas nas relações com Orkun Kokçu e Andreas Schjelderup. «Decidimos ir pelo Bah também em função do Conceição.

É um miúdo rápido, jogador com enorme qualidade que pode ir por fora, por dentro. O Bah podia ter mais facilidade em anulá-lo», explicou Bruno Lage após o encontro. Neste aspeto, o Benfica precisa de uma alternativa para a lateral-esquerda, sobretudo devido à saída de Jan-Niklas Beste para o Friburgo. Manu Silva foi o primeiro reforço e Rui Costa revelou estar ainda no mercado.

Seguindo o tema do mercado, o Estrela Amadora também se reforçou este mês com as contratações de Fábio Ronaldo (latera-esquerdo/extremo-esquerdo) e Amine (médio) ao Rio Ave, João Costa (guarda-redes) ao Feirense e Chico Banza (extremo-esquerdo) ao Portimonense. Em sentido inverso, como destaque, perderam Bruno Brígido para o Académico Viseu. A nível de resultados, os tricolores não vivem a melhor fase no campeonato, com apenas uma vitória nos últimos 5 jogos (2 derrotas, 2 empates e 1 vitória).

Rio Ave x FC Porto: A chegada de Martín Anselmi

Martín Anselmi já se estreou no comando técnico do FC Porto e foi possível ver dedo do treinador, por muito pouco tempo que tenha passado. Diante o Maccabi Tel Aviv na Europa League, os dragões apostaram num sistema tático de 3-4-3 – uma mudança radical tendo em conta os últimos anos com Sérgio Conceição e Vítor Bruno – e saltou logo à vista Stephen Eustáquio no meio da linha de três centrais. No final do encontro, o jogador reagiu: «É uma posição nova para mim.

Pelo que percebi, o mister poderá jogar ali com um central ou um médio e avisou-me logo que havia essa possibilidade para mim». Eustáquio ainda acrescentou que «já estava habituado a sair a três, mas é muito difícil controlar a linha», pois «requer alguma concentração».

Além disso, nesta idealização de Martín Anselmi, o papel do guarda-redes é muito importante numa perspetiva de construção e viu-se Diogo Costa a arriscar mais no passe especialmente lateralizados (somou erros), onde os laterais passam a alas e têm de orientar praticamente o corredor inteiro, fechando depois numa linha de 5.

Em flash interview, João Mário também reagiu à mudança: «Agora o corredor é praticamente todo nosso. O mister está a incutir as novas dinâmicas, gosto muito de fazer corredor e sinto-me confortável de fazer a linha de 5». Nestes dias, Martín Anselmi revelou focar-se mais na organização defensiva por ser algo mais controlável, enquanto a forma como vão atacar dependerá mais do rival. O técnico argentino prioriza um futebol de vantagens e de soluções.

O próximo adversário do FC Porto de Martín Anselmi será o Rio Ave, numa partida fora de casa marcada para segunda-feira às 20h45. A turma de Vila do Conde é atualmente o 10.º lugar da Primeira Liga com 23 pontos e vem de uma vitória sobre o Farense por 2-1, tendo perdido apenas um jogo nos últimos cinco. Precisamente a única derrota que sofreu em casa nesta temporada: 3-0 com o Sporting. De resto, esteve sempre invicto no seu estádio. Recordar que os dragões ainda não venceram este ano de 2025 um jogo de Primeira Liga: o último foi a goleada de 4-0 ao Boavista no dia 28 de dezembro de 2024.

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Algarve registou em 2024 o maior número de hóspedes de sempre

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2025

No ano passado, o número de hóspedes atingiu os 5,2 milhões no Algarve, "ultrapassando pela primeira vez a marca dos 5,1 milhões registados em 2023”.

O Algarve alcançou o maior número de hóspedes de sempre em 2024, com os estabelecimentos de alojamento turístico a acolher 5,2 milhões de visitantes, revelou esta sexta-feira a Região de Turismo do Algarve (RTA).

A RTA destaca também que, além do maior número de hóspedes de sempre na região, o aeroporto internacional Gago Coutinho, em Faro, atingiu o “maior registo da sua história”, superando os 9,8 milhões de passageiros em 2024.

“O Turismo do Algarve volta a bater recordes, consolidando a sua posição como principal destino turístico de Portugal. Em 2024, o número de hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiu os 5,2 milhões, ultrapassando pela primeira vez a marca dos 5,1 milhões registados em 2023”, salienta a RTA, em comunicado.

O registo obtido em 2024 representa um “crescimento de 2,6%”, comparativamente com o ano anterior, e “reflete a forte atratividade da região, impulsionada pelo aumento de hóspedes tanto residentes (+1,3%) como não residentes (+3%)”, indica a RTA.

A Região de Turismo algarvia assinala também que, em termos de dormidas, os números preliminares da atividade turística nacional em 2024, divulgados esta sexta pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram “um aumento de 1,9% face ao ano anterior, totalizando 20,7 milhões de dormidas”.

“Embora ainda ligeiramente abaixo do recorde pré-pandemia de 20,9 milhões, a região mantém-se como o principal destino turístico nacional, registando o maior número de dormidas no país”, aponta. A evolução também foi positiva (mais 0,5 pontos percentuais) na ocupação por quarto no alojamento turístico da região, que se situou nos 58,6%, indica.

“Já na estada média, o Algarve manteve-se como a segunda região com maior duração das estadias, com 3,95 noites, apenas atrás da Região Autónoma da Madeira”, observa. A RTA destaca ainda os mais de 9,8 milhões de passageiros comerciais que passaram pelo aeroporto de Faro em 2024, número que representa “o maior registo da sua história e um crescimento de 2% face a 2023”.

Os mercados turísticos que mais contribuíram para o aumento de passageiros em Faro foram o britânico, com 4,4 milhões de passageiros (mais 0,3%), o alemão, com 1,13 milhões (mais 9,7%), e o irlandês, com 967.000 passageiros (mais 7,9%), precisa.

O Algarve também teve um recorde de 1,46 milhões no número de voltas jogadas nos campos de golfe, em 2024, obtendo “um crescimento de 5%” comparativamente com o ano anterior, realça a RTA, apontando outubro (179.000 voltas), abril (162.000) e março (153.000) como os meses com maior procura para a prática da modalidade na região.

O presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, citado no comunicado da RTA, considera que o “Algarve é um dos destinos turísticos mais completos da Europa” e que os recordes alcançados “refletem a confiança dos turistas no destino” e o “impacto positivo” que a atividade tem na economia regional e nacional.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 28 milhões de euros

  • ECO
  • 31 Janeiro 2025

O jackpot desta sexta-feira é de 28 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 28 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 31 de janeiro:

Números: 22, 30, 41, 44 e 49

Estrelas: 2 e 7

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“O normal é que o Estado venda a participação no Novobanco”

Ministro das Finanças afirmou ao ECO que não quer o Estado a ter mais um banco público e que “se a oportunidade surgir” irá vender a participação no Novobanco.

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, em entrevista ao programa “O Mistério das Finanças”Hugo Amaral/ECO

Para o ministro das Finanças, “não é muito normal que o Estado português detenha 25% de um banco privado”. Pelo que, “se a oportunidade surgir”, o normal é que venda a sua participação no Novobanco, adianta Joaquim Miranda Sarmento ao ECO no podcast ‘O Mistério das Finanças’, que estará disponível nas plataformas de streaming em breve e é transmitido na CNN Portugal ao sábado à tarde.

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O Mistério das Finanças é um podcast semanal do ECO, apresentado pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro, disponível em áudio e vídeo nas principais plataformas.

Do ponto de vista conceptual, o normal é que o Estado, se a oportunidade surgir, venda a sua participação. Até porque com 25% dificilmente controla a gestão”, afirma Miranda Sarmento.

O ministro entende que ter a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a 100% nas mãos dos contribuintes é aquilo que lhe “parece razoável” e não quer “o Estado a ter mais um banco público”.

O fundo Lone Star informou o ministério de que irá vender entre 25% e 30% do Novobanco através de uma oferta pública inicial (IPO), “o que significa que a Lone Star continuará a ser o acionista maioritário, ou a ter o controlo da gestão, dada a dispersão em mercado se o IPO se realiza”, referiu. Fundo de Resolução e Direção-Geral do Tesouro e Finanças detêm os restantes 25%.

No entanto, não se descarta a venda a um banco concorrente, nacional ou internacional. Miranda Sarmento revela que o Governo estará atento: “Eu salientei a importância de haver bancos nacionais com peso no mercado e centros de decisão nacional. Mas no final do dia, se a Lone Star decidir vender o Novobanco, (…) aí teremos de ver quem são os concorrentes a quererem comprar o Novobanco e o mercado ditará. Veremos na altura em função das circunstâncias o que pretendemos fazer”.

Esta quinta-feira, questionado sobre o tema do Novobanco, o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, disse que o Caixabank está “preparado e tem experiência” em movimentos de consolidação, mas destacou que uma decisão partirá sempre do acionista espanhol – que no próprio dia já havia descartado o interesse em aquisições em Portugal.

Sobre o papel do banco público, o ministro afirmou no podcast ‘Mistério das Finanças’ que a Caixa não serve para políticas públicas. “E quando serviu, correu muito mal ao país e aos contribuintes”, notou. Elogiou a gestão “de elevadíssima qualidade e profissionalismo” e que “vai ser muito reforçada com os novos órgãos sociais”. Tem lucros excessivos? “É muito melhor ter um banco público a dar lucros do que a dar prejuízos”, respondeu.

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Governo acusa PS de querer escancarar portas aos familiares de imigrantes

O ministro da Presidência alerta que uma das propostas dos socialistas "aparenta" abolir "os limites ao reagrupamento familiar". É uma "perigosa, problemátca", sublinha.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, acusa o PS de querer voltar a escancarar as portas do país à imigração através de uma proposta que “aparenta” acabar com “os limites” à entrada de familiares, afirmou esta sexta-feira, na sede do Governo, em reação às sete medidas apresentadas pelo grupo parlamentar socialista.

“Há uma medida perigosa: a aparente abolição de limites ao reagrupamento familiar”, sublinhou o governante, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3. Leitão Amaro reconhece que “o reagrupamento familiar”, que permite a entrada em Portugal dos familiares dos imigrantes, “é um dos canais adequados” e que “deve ser agilizado”. Porém, alertou, “há um limite do Estado para tratar administrativamente dos processos” e “há um limite da sociedade e do Estado para integrar” os familiares.

Permitir esta “porta de entrada sem limites, como parece da proposta apresentada, seria problemático”, porque pode levar a que “a porta seja novamente escancarada”, reforçou. Por isso, Leitão Amaro instou o PS a explica esta proposta.

Em relação a outras duas medidas socialistas, também deixou críticas. O ministro da Presidência, que tem a pasta da imigração, considera “errada” a proposta para “transformar a [Agência para a Integração Migrações e Asilo] AIMA numa nova instância”. Leitão Amaro defende antes “a contratação dos 50 peritos que já estão a ser colocados” e a “reorganização de processos”.

Quanto aos vistos para trabalho sazonal, apresentada pelo PS, o ministro considera que medida é “inexpressiva”. O governante frisou que essa modalidade, que já existe para contratos temporários, terá uma “expressão ínfima” no caso do trabalho sazonal, que “representa 0,6% dos vistos anuais”. “A proposta tem virtualidades, mas representa uma realidade não significativa”, sublinhou.

Apesar dos reparos, Leitão Amaro saudou “o esforço construtivo do PS” ao apresentar sete propostas. E constatou que “as boas medidas são cópias de medidas que o Governo tem em curso”. “O PS reconhece o erro grave da política de imigração do Governo anterior, o erro de uma governação de oito anos, o erro do que foi dito pelo próprio PS há oito dias”, rematou.

(Notícia atualizada às 20h17)

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Ministro da Economia visita fábrica da Fuso “atento” aos desafios do setor automóvel

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2025

O ministro acredita que setor automóvel em Portugal “saberá certamente continuar o caminho de inovação e de criação de valor”.

O ministro da Economia visitou esta sexta-feira a fábrica da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE), instalada em Tramagal (Abrantes), tendo afirmado estar “atento” aos desafios do setor automóvel, e a “sentir o pulso” da atividade económica nos vários setores.

“Estamos atentos aos desafios do setor automóvel e temos estado no terreno, junto das empresas, para perceber o ponto de situação da indústria”, afirmou à Lusa o ministro Pedro Reis, que visitou as instalações da MFTE, fábrica que exporta 90% da produção de camiões Canter a diesel e elétricos para toda a Europa e para alguns países não comunitários.

Na visita guiada à fábrica, onde se inteirou da forma de produção, da capacidade dos motores, das baterias elétricas e testou um dos modelos Canter, o ministro reuniu-se depois à porta fechada com o presidente executivo da MFTE, o alemão Arne Barden, que assumiu o cargo em janeiro de 2022, tendo depois indicado andar a “auscultar” as empresas no país.

Temos estado por todo o país a auscultar as nossas empresas, em vários setores e segmentos, para ir medindo de perto o pulso da atividade. Tivemos um bom resultado no crescimento económico de 2024, e sabemos que precisamos de continuar a caminhar para atingir o ritmo de crescimento que queremos para a economia portuguesa”, declarou.

Questionado sobre a atual realidade do setor automóvel, o governante afirmou que o mesmo se constitui como “um setor importante para a economia portuguesa, com elevados níveis de conhecimento e talento”, e que “saberá certamente continuar o caminho de inovação e de criação de valor”.

No caso específico da unidade da Mitsubishi, “tem a particularidade de se tratar de um investimento no interior de um grupo japonês com acionistas alemães e que desenvolve veículos comerciais, agora também elétricos, muito vocacionados para a exportação. São produzidos numa unidade versátil que merece o nosso acompanhamento e elogio pela sua dinâmica e resiliência”, afirmou Pedro Reis.

A Mitsubishi Fuso Truck Europe emprega hoje 423 trabalhadores e fechou 2024 com uma produção a rondar as 7.700 unidades dos modelos Canter e eCanter (contra 12 mil unidades em 2023), e uma faturação na ordem dos 200 milhões de euros, abaixo dos 334 miljõesregistados em 2023.

Em declarações à Lusa, fonte oficial da MFTE precisou, em 2024, que a fábrica do Tramagal, que funciona como centro de produção da FUSO Canter e eCanter para os mercados europeus, registou em 2023 um volume de negócios de 334 milhões de euros (270 milhões de euros em 2022) e 12.075 unidades produzidas (cerca de 10 mil em 2022), sendo França, Itália, Alemanha e Espanha os “principais mercados”, a par de Marrocos, que hoje se mantêm.

Inaugurada em 1964, “a fábrica da FUSO é atualmente um dos maiores empregadores da região e o terceiro maior fabricante automóvel em Portugal”, indicou a mesma fonte. A unidade fabril do Tramagal foi fundada em 1964 através de uma ‘joint-venture’ entre a empresa familiar portuguesa Duarte Ferreira e o antigo fabricante francês de camiões Berliet.

A MFTE, empresa do grupo Daimler Truck, resultado da divisão do grupo Daimler, “é a líder mundial no mercado de pesados” e engloba sete marcas: Mercedes-Benz, FUSO, Setra, BharatBenz, Freightliner, Western Star e Thomas Built Buses.

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Casa Branca confirma que taxas aduaneiras ao Canadá, México e China avançam no sábado

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2025

Primeiro-ministro canadiano promete resposta "decisiva" e "enérgica", mas "razoável" às tarifas dos EUA. Presidente mexicana está à espera das medidas de Trump de "cabeça fria".

A Casa Branca confirmou esta sexta-feira que as taxas aduaneiras impostas pelo Presidente Donald Trump aos produtos provenientes do Canadá, México e China, previstas para entrar em vigor a 1 de fevereiro, irão avançar efetivamente este fim de semana.

“O Presidente vai impor amanhã [sábado] tarifas de 25% ao México, 25% ao Canadá e 10% à China pelo fentanil ilegal que produzem e permitem que seja distribuído no nosso país”, explicou a porta-voz da Casa Branca (presidência norte-americana), Karoline Leavitt.

Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, mas também prometeu usar tarifas para impulsionar a produção nacional e aumentar as receitas do Governo federal.

Os Governos do Canadá e do México já reagiram a esta confirmação, assegurando estar preparados para todos os cenários e prometendo responder adequadamente ao início da implementação de tarifas por parte dos Estados Unidos. A Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, reiterou que o seu Governo está preparado “para qualquer cenário”.

“Vamos esperar, como sempre disse, com a cabeça fria (…). Estamos preparados para qualquer cenário e estamos a tentar manter diálogo”, explicou a Presidente mexicana na sua habitual conferência de imprensa matinal. Sheinbaum garantiu que o Governo do México tem “um plano A, um plano B, um plano C”, caso haja alguma manobra por parte das autoridades norte-americanas.

Também o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, avisou o Presidente norte-americano, Donald Trump, que se decidir impor tarifas de 25% sobre as importações canadianas irá receber uma resposta “decisiva” e “enérgica”, mas “razoável” por parte do Canadá.

“Estamos num momento crítico. Como o Presidente Trump declarou, continua empenhado em impor tarifas ao Canadá a partir de amanhã (sábado, dia 01 de fevereiro). Não sabemos exatamente como será, mas sei duas coisas: se o Presidente decidir impor tarifas, estaremos preparados para responder”, prometeu o chefe de Governo do Canadá.

Trudeau esclareceu que o seu Governo está preparado para “qualquer cenário possível” e avisou que as tarifas terão “consequências desastrosas para os Estados Unidos”, uma vez que “colocarão empregos americanos em risco, aumentarão os preços”, além de que “vão minar a segurança coletiva”.

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