Nuno Tiago Pinto é o novo diretor dos jornais Sol e I

  • + M
  • 4 Abril 2025

Diretor da Sábado até janeiro, Nuno Tiago Pinto assume a liderança dos dois títulos da Newsplex, dirigidos interinamente por Vítor Rainho desde outubro.

Nuno Tiago Pinto, até janeiro diretor da Sábado, é o novo diretor dos jornais Sol e I. “Nesta semana em que, com indisfarçável orgulho, assumo a direção editorial do Nascer do Sol, julgo que é tempo de reafirmar aos nossos fiéis leitores a manutenção do meu — do nosso — compromisso”, escreve esta sexta-feira no primeiro editorial, remetendo para o manifesto dos fundadores do título da Newsplex. “Um jornal que — como os fundadores escreveram na primeira edição — se quer “isento mas não indiferente”, “responsável mas não previsível”, mas também “acutilante”, “moderno”, “irreverente” e “surpreendente“.

O Nascer do Sol e o I eram dirigidos interinamente por Vítor Rainho desde outubro de 2024, altura em que Mário Ramires deixou a direção dos dois jornais.

Os títulos são desde o verão de 2022 detidos pela Alpac Capital, de Pedro Vargas David e Luís Santos, também donos da Euronews.

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Pequim retalia com tarifas adicionais de 34% sobre todas as importações dos EUA

A China anunciou esta sexta-feira que vai retaliar as taxas recíprocas de 34% anunciadas pelos EUA no chamado "Dia da Libertação". Medidas entram em vigor a 10 de abril.

A China anunciou esta sexta-feira que vai aplicar taxas adicionais de 34% sobre todas as importações provenientes dos Estados Unidos, numa resposta direta às tarifas recíprocas anunciadas por Donald Trump no passado dia 2 de abril, as quais considera um “exemplo típico de intimidação unilateral“. As novas taxas aduaneiras entram em vigor no dia 10 de abril.

Donald Trump anunciou esta quarta-feira, no chamado “Dia da Libertação”, a lista de taxas recíprocas, aplicando uma taxa de 34% aos produtos chineses, a mesma taxa que Pequim vai passar a cobrar a todos os bens importados do país.

Uma tarifa de 34% será imposta a todos os produtos importados originários dos Estados Unidos com base na atual taxa tarifária aplicável“, anunciou o Governo chinês, em comunicado, adiantando que estas taxas entram em vigor a partir das 12h01 do dia 10 de abril de 2025.

“Em 2 de abril de 2025, o governo dos EUA anunciou a imposição de ‘tarifas recíprocas’ sobre produtos chineses exportados para os Estados Unidos”, começa por dizer o comunicado do governo chinês. Na leitura de Pequim, “as ações dos EUA não estão de acordo com as regras do comércio internacional, prejudicam seriamente os direitos e interesses legítimos da China e são um exemplo típico de intimidação unilateral”.

Segundo o mesmo comunicado, “as atuais políticas de isenção, redução de impostos e fiança permanecem inalteradas, e as tarifas adicionais não serão reduzidas ou isentas”.

No caso de mercadorias que foram expedidas “antes das 12h01 do dia 10 de abril de 2025 e forem importadas entre 12h01 do dia 10 de abril de 2025 e 24h do dia 13 de maio de 2025, as tarifas adicionais prescritas neste anúncio não serão cobradas”.

Pequim anunciou igualmente que remeteu para a Organização Mundial do Comércio (OMC) a questão das tarifas impostas pelos Estados Unidos às suas exportações, tendo apresentado queixa no mecanismo de resolução de litígios.

A retaliação da China surge um dia depois de o país ter pedido a Washington para cancelar “imediatamente as taxas unilaterais” e “resolverem adequadamente as disputas com os seus parceiros comerciais através de um diálogo justo”. No mesmo comunicado, o Ministério do Comércio chinês frisava que esta ofensiva protecionista da Casa Branca, sem precedentes desde os anos 1930, “põe em risco o desenvolvimento económico global” e ameaça as cadeias de abastecimento internacionais, afetando também os interesses norte-americanos.

A China não será o único país a retaliar as tarifas norte-americanas. Já esta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco está “pronto para responder” à imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos e está a trabalhar em novas medidas de retaliação.

Von der Leyen emitiu uma declaração a partir de Samarcanda, no Uzbequistão, onde se encontra de visita, após o anúncio de novas tarifas globais pelos Estados Unidos. “Já estamos a finalizar o primeiro pacote de contramedidas em resposta às tarifas do aço e estamos agora a preparar outras medidas para proteger os nossos interesses e negócios, se as negociações falharem”, garantiu a dirigente.

 

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Homens, portugueses e com 30 anos. Conheça o retrato do motorista TVDE

Em março havia mais de 37 mil motoristas TVDE ativos e 11.894 operadores válidos, informa a plataforma criada pelo IMT, com as plataformas Uber e Bolt.

Homens, portugueses, na casa dos trinta anos e que têm o português como língua materna. É o retrato traçado pela plataforma criada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), pela Bolt e pela Uber, dos mais de 37 mil motoristas ativos em março no país, divulgado esta sexta-feira.

“Esta plataforma conjunta de partilha de dados entre IMT, Uber e Bolt permite-nos conhecer de uma forma mais profunda o setor, com base em dados quantitativos e qualitativos, abrindo caminho a uma supervisão mais informada, dinâmica e robusta, igualmente de grande utilidade no quadro do debate em curso sobre a revisão da legislação do setor TVDE”, diz o presidente do IMT, João Jesus Caetano, citado em comunicado.

A plataforma conjunta traça um retrato dos motoristas do setor TVDE ativos no mês de março. Um total de 37.495 motoristas esteve a circular, dos quais 37.495 (90,1%) homens e 3.692 (9,8%) mulheres.

Uma larga maioria (76,4%) tinha como língua materna o português. Mais de metade (52,8%) são de nacionalidade portuguesa, seguida da brasileira (20,6%), indiana (10,4%), paquistanesa (4,7%), com 4,3% dos motoristas nascidos no Bangladesh. Angola (1,4%), Cabo Verde (1,1%), Itália (0,5%) e 1.500 motoristas de outras 90 nacionalidades totalizam os motoristas registados e ativos em março.

Mais de metade do total (59,4%) tinha entre 30 e 49 anos de idade, com 11.774 (31,4%) entre os 30 e 39 anos. Apenas 8,7% tem mais de 60 anos.

No que diz respeito a veículos, no mês passado estiveram ativos 34.447, dos quais quase um terço (32,9%) tem motorização assente em combustíveis alternativos (elétrico e híbrido) e 66,9% são veículos de combustão. A maioria dos veículos (61,7%) tinha menos de cinco anos, com 21,5% com idades entre os 5-6 anos e 16,7% com 6-7 anos.

No mês, um total 11.894 operadores estavam válidos.

(notícia atualizada às 14h33 com tabelas)

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⛽ Com petróleo em queda, diesel vai descer pelo menos 1,5 cêntimos esta semana. Gasolina não mexe

A partir desta segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,583 euros por litro de gasóleo simples e 1,745 euros por litro de gasolina simples 95.

Esta semana, os preços dos combustíveis devem descer. Com o preço da matéria-prima em queda acentuada, caminha para a maior perda semanal em termos percentuais em seis meses, a gasolina não deverá mexer e o gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá descer 1,5 cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado.

Antecipar a evolução dos preços esta semana é mais “complexo” porque a descida das cotações na quinta-feira foi muito grande e os operadores no mercado podem optar por tomar uma decisão “mais comercial do que tecnocrática”, ou seja, antecipar um pouco a descida da semana seguinte, que será significativa. A “evolução puramente aritmética”, neste momento, dá descida de 1,5 cêntimos no gasóleo e manutenção do preço da gasolina, explicou a mesma fonte. Valores que já divergem dos dados do ACP que apontava, ao início da manhã, para a subida dos preços da gasolina em um cêntimo e a descida dos preços do gasóleo em meio cêntimo.

Assim, quando for abastecer, poderá pagar 1,583 euros por litro de gasóleo simples e 1,745 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial, que com a forte desvalorização do dólar no âmbito da guerra das tarifas ajuda os mercados europeus. A queda que se assiste nos mercados esta sexta-feira torna a probabilidade de alteração dos preços ainda maior. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,7 cêntimos e a gasolina subiu 3,7 cêntimos, uma subida bastante inferior ao que eram as expectativas do mercado, que apontava para uma subida de dois cêntimos dos preços do diesel e de quatro cêntimos dos preços da gasolina.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, estava esta sexta-feira a descer 5,92% pelas 12h, para os 65,97 dólares por barril, e caminhava para a maior perda semanal em termos percentuais em seis meses. Os preços do petróleo estão a aproximar-se do nível de fecho mais baixo desde a pandemia em 2021, afetados pela enxurrada de novas tarifas e aumentos de produção anunciados pelo grupo de produtores OPEP+.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e dos seus aliados (OPEP+) decidiu avançar com os planos de aumento da produção. O objetivo agora é injetar 411 mil barris por dia (bpd) ao mercado a partir de maio, acima dos 135 mil previstos anteriormente.

Nota: Texto atualizado com novos dados e explicação da possível evolução dos preços tendo em conta a queda acentuada dos mercados esta sexta-feira.

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iPhones passariam a custar 2.300 dólares nos EUA se Apple refletisse impacto das tarifas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Abril 2025

Preços dos telemóveis Apple poderiam aumentar até 43% na sequência das tarifas anunciadas por Trump, por serem feitos na China. Mas a empresa terá dificuldade em passar todo o custo para consumidores.

Comprar um iPhone pode ficar substancialmente mais caro devido às tarifas anunciadas por Donald Trump esta semana. Analistas consultados pela Reuters apontam para um possível aumento dos preços dos telemóveis da Apple entre 30% a 40%, caso a tecnológica norte-americana decida repercutir o agravamento dos custo nos consumidores.

A maioria dos iPhones são fabricados na China, um país sujeito a uma taxa de 54%. Se esta taxa se mantiver, a Apple terá de absorver a despesa extra ou transferi-la para os clientes.

Olhando para os preços nos EUA, o modelo mais barato do iPhone 16 foi lançado com um custo de 799 dólares, mas, devido às tarifas, poderia passar a custar até 1.142 dólares, de acordo com cálculos baseados em projeções de analistas da Rosenblatt Securities, que dizem que o preço pode aumentar em 43%.

Um iPhone 16 Pro Max, o modelo mais musculado, atualmente vendido a 1.599 dólares, poderia vir a custar quase 2.300 dólares nos EUA se o aumento de 43% for repercutido nos consumidores.

Os preços de outros produtos da Apple também arriscam sofrer aumentos na sequência das tarifas.

Ainda assim, Angelo Zino, analista de ações da CFRA Research, considera que a gigante tecnológica terá dificuldades em transferir mais de 5% a 10% dos custos para os consumidores, devido à estagnação da procura.

“Esperamos que a Apple adie quaisquer grandes aumentos nos telefones até este outono, quando o iPhone 17 está programado para ser lançado, já que é normalmente como lida com aumentos de preços planeados”, afirmou.

Mesmo que alguma produção seja transferida para o Vietname e a Índia, estes países também não foram poupados aos direitos aduaneiros anunciados pelo Presidente norte-americano, com o Vietname a ficar sujeito a uma taxa de 46% e a da Índia a chegar aos 26%.

Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, Donald Trump impôs tarifas sobre uma vasta gama de produtos chineses para pressionar as empresas norte-americanas a trazer a produção de volta para os EUA ou para países próximos, como o México. Na altura, a Apple obteve isenções para vários produtos, mas, desta vez, esse cenário (ainda?) não se verifica.

“Toda esta questão das tarifas da China está a desenrolar-se neste momento de forma completamente contrária à nossa expectativa de que o ícone norte-americano Apple seria protegido, como da última vez”, assinalou Barton Crockett, analista da Rosenblatt Securities, numa nota citada pela Reuters.

Na quinta-feira, as ações da Apple em Wall Street registaram o seu pior dia desde março de 2020, tendo fechado em queda de 9,3%.

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“A publicidade pode ser uma arma. Assim seja permitido, porque tem que haver sempre alguém que aprova”

Em contagem decrescente para os "óscares da publicidade", Ana Paula Costa aponta as tendências e expetativas para o festival, que serve de barómetro global à criatividade, e comenta o mercado.

Ana Paula Costa, representante dos Lions Festivals em Portugal, em entrevista ao ECO/+MHugo Amaral/ECO

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“A publicidade é um reflexo dos medos de uma sociedade”. A descrição é de Ana Paula Costa, há 28 anos representante do festival de criatividade Cannes Lions em Portugal. Com a contagem decrescente para o maior festival de criatividade do mundo em marcha, Ana Paula Costa acredita que o tema da inteligência artificial, “que no ano passado foi transversal a todos os seminários”, já foi interiorizado pela indústria. Agora, a questão é a criatividade em prompting, aponta.

“O grande desafio é a rapidez com que todos os players vão absorver esta nova dimensão e trabalhar com ela. Penso que no setor já não há resistências e acho que toda a gente percebe o benefício de ter uma ferramenta que [nos] pode dar mais tempo, porque liberta os profissionais das tarefas rotineiras. Mas, de facto, o grande desafio é a criatividade em prompting, é o patamar que estamos agora a atravessar”, diz em entrevista ao +M.

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Com as inscrições para a competição principal ainda a decorrer, o número de trabalhos nacionais presentes este ano é ainda uma incógnita. Em 2024, Portugal fez-se representar com 151 peças e o balanço saldou-se por um bronze, da Bar Ogilvy, em Digital Craft, com o projeto “The Endangered Typeface”, e por oito entradas em sortlist.

Ana Paula Costa relativiza o resultado. “Temos que ter sempre em atenção a dimensão do nosso mercado”, diz, lembrando que se trata de um festival no qual participam 95 países e há, em média, 27 mil trabalhos inscritos. “Para dar um paralelo, os Estados Unidos têm à volta de 6.500 a 7 mil inscrições”, discrimina. “No binómio entre trabalhos inscritos e prémios ganhos, Portugal anda ali entre a 20ª e 30 posição”, aponta.

Ana Paula Costa, representante dos Lions Festivals em Portugal, em entrevista ao ECO/+MHugo Amaral/ECO

Nos Young Lions, cujo bootcamp arranca esta sexta-feira, Portugal mantém-se nos lugares cimeiros. “Nos Young Lions é sem rede, é diretamente o talento a resolver um briefing. É uma dinâmica na qual a robustez financeira que é necessária para a secção principal não se verifica e, portanto, não é comparável”, reforça.

Há quase três décadas a organizar esta competição no mercado nacional, Ana Paula Costa refere que das cerca de 170 inscrições para a edição deste ano, as categorias com maior adesão foram Digital, Imprensa/Outdoor e Design.

Em sentido contrário, a Relações Públicas apenas concorreram quatro duplas. “Esta categoria é destinada a profissionais que trabalham nas agências de relações pública. Enquanto nas outras agências o mindset está logo virado para Cannes e para os Young Lions, este setor ainda não está muito sensibilizado para para o Cannes Lions”, justifica.

“Muitas vezes é pedido uma proposta outstanding, mas depois, quando é o momento da aprovação, o medo do risco acaba por falar mais alto”. “O que precisamos também é de clientes mais audaciosos”.

Há um fator importante, o ato de participarmos nos Young Lions é um ato de ousadia. Quem se candidata está disposto a sair da sua zona de conforto, numa competição muito dura, onde nós lhes vamos pedir inovação sob pressão. São candidatos que querem, têm a certeza do que valem, e querem ir mais longe”, refere Ana Paula Costa.

No bootcamp, recorde-se, cada marca entrega um briefing às duplas concorrentes, que têm 48 horas para o resolver e, de seguida, 15 minutos para o defender perante um júri. Ou seja, “é uma antecâmara daquilo que se vai pensar depois em Cannes”, onde as duplas dos 40 países têm não 48 mas 24 horas [exceto na categoria Filme] para apresentar resultados. “Cannes é um trampolim na carreira, tanto nacional como internacional. Quem participa, é porque quer ficar no mapa”, resume a profissional.

Quanto ao trabalho produzido em Portugal, Ana Paula Costa começa por responder que “a criatividade assume o seu verdadeiro significado quando inspira as mudanças”.

“Temos provas dadas e muitos projetos que apresentaram insights únicos e execuções até fora do comum, portanto, direi que o mercado nacional não tem tanta dimensão e não tem provavelmente a mesma robustez financeira que outros mercados, mas os profissionais estão cá”, afirma.

“Assim lhes seja dada a oportunidade, por parte dos clientes”, acrescenta Ana Paula Costa, recordando um seminário no ano passado, em Cannes, no qual o diretor financeiro mundial da McDonald’s passava a mensagem que “cada anunciante tem a publicidade que merece”.

Muitas vezes é pedido uma proposta outstanding, mas depois, quando é o momento da aprovação, o medo do risco acaba por falar mais alto”.

“O que precisamos também é de clientes mais audaciosos”, refere Ana Paula Costa. Sobre a forma como os acontecimentos a que temos vindo a assistir a nível mundial, nomeadamente nos EUA, vai impactar a publicidade, a representante do Cannes Lions recorda que esta é um reflexo da sociedade.

Naturalmente, esta fase também irá refletir isso. Haverá mercados condicionados, uns mais do que outros. A publicidade irá refletir, obrigatoriamente, os valores com que hoje nos confrontamos, em termos de sociedade, de atitude com o nosso parceiro, com o nosso mundo, o nosso vizinho”, diz.

“A publicidade, assim seja permitido, porque tem que haver sempre alguém que aprova, pode ser uma arma”, aponta. “Bravura” é o que pede aos diretores de marketing.

A entrevista completa pode ser vista em vídeo ou escutada em podcast.

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Há mais alunos a chumbar, contrariando tendência dos últimos anos

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

Ao longo dos últimos anos, eram cada vez menos os estudantes que chumbavam no ensino secundário, uma tendência quebrada no ano letivo de 2022/2023.

Os casos de insucesso aumentaram em todos os níveis de ensino no ano letivo de 2022/2023, com 23% dos alunos do secundário a chumbar ou desistir dos estudos, segundo uma análise da Lusa.

Ao longo dos últimos anos, eram cada vez menos os estudantes que chumbavam no ensino secundário, uma tendência quebrada no ano letivo de 2022/2023, revelam os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Educação (MECI).

Olhando para o percurso de mais de 64 mil jovens que deveriam ter concluído o 12.º ano no verão de 2023, apenas 45 mil o conseguiu fazer. Quase 15 mil chumbaram em algum momento.

Esta realidade veio contrariar uma tendência de melhoria gradual: em 2018/2019, 63% dos alunos terminaram o secundário em três anos, no ano seguinte foram 70%, depois 77% e no final de 2022 eram 80%.

Os últimos dados, relativos a 2022/2023, mostram que apenas 77% conseguiu fazer o secundário sem percalços. São os alunos do 10.º e do 12.º anos que mais chumbam ou desistem (12% e 11%, respetivamente), já que no 11.º ano, apenas 4% ficam retidos ou deixam de estudar.

As médias nacionais escondem realidades díspares. Num universo de mais de 500 escolas, há oito onde a maioria dos alunos não consegue fazer os três anos sem chumbar.

As oito escolas ficam na Área Metropolitana de Lisboa: duas em Lisboa, outras duas em Odivelas e as restantes na Amadora, Loures, Sintra e Cascais.

Há 40 escolas onde mais de 40% dos alunos chumbaram no secundário e, mais uma vez, a grande maioria (32) localiza-se na Área Metropolitana de Lisboa.

Apenas oito estabelecimentos de ensino com elevadas taxas de chumbos ficam fora da região de Lisboa, destacando-se o distrito de Bragança, com escolas identificadas em Vila Flor, Alfandega da Fé e Vinhais, e o Porto, com escolas nos municípios do Porto, Paredes e Vila Nova de Gaia. Há ainda um caso numa escola em Mora e outro em São João da Pesqueira.

Mas também existem muitos casos de sucessos, em que as escolas conseguem que os seus alunos superem o que é esperado, tendo em conta o desempenho de alunos semelhantes noutras escolas do país.

Há 12 escolas onde todos os alunos concluíram o secundário nos três anos esperados. Nesta lista destacam-se a Escola Básica e Secundária de Paredes de Coura e a Escola Básica e Secundária Vale d’Este, em Viatodos, Barcelos, uma vez que não houve nenhum chumbo e o habitual no país para alunos semelhantes são taxas de chumbos acima dos 20%.

Analisando o percurso académico dos quase 65 mil alunos, percebe-se que são os de Artes Visuais os que mais reprovam (69%), seguindo-se os de Ciências Socioeconómicas e Línguas e Humanidades (ambos com 75% de sucesso) e finalmente os alunos de Ciências e Tecnologias (79%).

Nos outros níveis de ensino, há muito menos casos de insucesso: no 1.º e 2.º ciclos as taxas de sucesso foram acima dos 90% no ano letivo de 2022/2023 e no 3.º ciclo foram de 88%.

Num cruzamento entre os resultados académicos e os dados socioeconómicos, os números mostram que a escolaridade dos pais continua a ter forte influência no sucesso académico dos filhos, com a escolaridade das mães a ter ainda mais preponderância.

Também continua a ter forte impacto a condição económica das famílias, com os alunos sem apoio social escolar a terem melhores resultados a todas as disciplinas quando comparados com os colegas mais pobres (beneficiários de ASE).

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Média melhorou nas provas do 9.º ano, mas maioria das escolas não chegou à positiva

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

A média nacional dos resultados nas provas do 9.º ano realizadas no ano passado melhorou, mas a maioria das escolas não chegou à nota positiva e são os alunos do público quem tem mais dificuldades.

A média nacional dos resultados nas provas do 9.º ano realizadas no ano passado melhorou, mas a maioria das escolas não chegou à nota positiva e são os alunos do público quem tem mais dificuldades. Em 2024, os resultados dos alunos do 9.º ano na prova nacional de Português desceram ligeiramente face ao ano anterior, mas subiram as notas a Matemática, que contribuíram para a melhoria global da média nacional, de 2,79 para 2,91 valores (numa escala de zero a cinco).

Olhando para as mais de 181 mil provas realizadas, a maioria das escolas não conseguiu, no entanto, chegar à positiva e em 704 dos 1.043 estabelecimentos de ensino analisados pela Lusa (67,50%), com base em dados oficiais, a média dos resultados dos alunos nas duas provas ficou abaixo dos três valores.

As dificuldades são sentidas, sobretudo, nas escolas públicas: em 683, a média foi negativa, o que representa 75,22% do total de escolas públicas enquanto nos colégios foram apenas 21 aqueles que não chegaram aos três valores (15,56%).

No ranking geral realizado pela Lusa, que ordenou as escolas pelos melhores resultados nas provas finais do 3.º ciclo, os dez primeiros lugares são ocupados por colégios privados, uma lista liderada pelo Colégio Novo da Maia, onde a média chegou aos 4,51 valores, entre as provas de Português e Matemática.

À semelhança daquele colégio do distrito do Porto, houve 23 escolas com notas médias acima dos quatro valores, todas privadas, seguindo-se o Grande Colégio Universal, com 4,40 valores e o Colégio Nossa Senhora do Rosário, com 4,30 valores, ambos na cidade do Porto.

Por outro lado, é preciso descer até ao 27.º lugar do ranking para encontrar a melhor escola pública: a Escola Artística do Conservatório de Música do Porto, onde a média dos resultados nas 96 provas realizadas chegou aos 3,96 valores.

Pela negativa, houve 11 escolas onde a classificação média ficou abaixo dos dois valores e no fundo da tabela ficou a Escola Básica (EB) da Trafaria, em Almada, com 1,75 valores, seguindo-se a EB do Bairro Padre Cruz, também com 1,75 valores, e a EB Pintor Almada Negreiros, com 1,83 valores, ambas em Lisboa.

Por disciplina, a média dos resultados a Português foi de 3 valores, enquanto a classificação média foi de 2,8 valores a Matemática, disciplina em que apenas metade dos alunos teve positiva. A Português, a percentagem de positivas foi de 76%, com as raparigas a voltarem a ter melhores desempenhos às duas disciplinas.

Segundo um relatório divulgado pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) em fevereiro, com base nos resultados das provas, o estatuto socioeconómico continua a ter forte impacto nos resultados, em especial a Matemática, com os alunos de famílias mais pobres (com escalão A do Apoio Social Escolar) a terem notas bem mais baixas do que as crianças que não são beneficiárias.

O mesmo relatório mostra que aumentaram os casos de sucesso, mas há muito mais casos entre os jovens de famílias mais favorecidas, segundo o indicador dos “percursos diretos de sucesso”, que mostra a percentagem de alunos que têm um trajeto sem retenções ao longo do 3.º ciclo e obtêm positiva nas provas finais do 9.º ano.

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A sua PME está pronta para os relatórios de reporte ESG?

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  • 4 Abril 2025

A Associação Comercial do Porto vai promover, no dia 8 de maio, um workshop dedicado ao reporte de sustentabilidade das PME. O evento, que começa às 14h30, decorrerá no Palácio da Bolsa.

A aplicação crescente das regras ESG e o impacto futuro destas nas empresas levou a Associação Comercial do Porto a organizar um workshop, dia 8 de maio, no Palácio da Bolsa, dedicado ao reporte de sustentabilidade das PME. A ação de formação, que terá a duração de duas horas (das 14h30 às 16h30), vai ser gratuita para empresários e gestores.

Entre as diretivas ESG que motivaram a realização deste workshop, destaca-se a diretiva europeia sobre o Reporte Corporativo de Sustentabilidade – CSRD na sigla internacional –, que veio colocar exigências adicionais às grandes empresas em matéria de reporte não financeiro, com um conjunto de indicadores obrigatórios no domínio ambiental, social e de governação (pilares ESG).

De acordo com o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, este novo quadro normativo alarga o conjunto de destinatários, “passando a abranger todas as grandes empresas na Europa, independentemente de estarem cotadas ou não em Bolsa”. Ou seja, além de aferir o grau de alinhamento das organizações às metas de sustentabilidade, o reporte ESG passa a ser determinante em matérias como as auditorias financeiras, análises de risco ou acesso a financiamentos bancários e fundos de capitalização.

Por esta razão, apesar de o impacto sobre as PME não ser imediato, uma vez que apenas as cotadas em Bolsa serão abrangidas pela diretiva europeia a partir de 2027, o IAPMEI alerta para o facto deste processo ser incremental e que a tendência, num futuro próximo, é as PME passarem pela adoção dos mesmos critérios. “As grandes empresas vão ser responsáveis por toda a sua cadeia de valor e pelos riscos que esta comporta em matéria de sustentabilidade, pelo que a monitorização da informação vai obrigatoriamente estender-se às PME que integram a sua rede de negócio, incluindo fornecedores e clientes”, explica a agência nacional.

Tendo em conta esta previsão, o workshop promovido pela Associação Comercial do Porto pretende introduzir os conceitos fundamentais sobre o tema, apresentar exemplos práticos de reporting e aprofundar os meios de financiamento que estão disponíveis para a implementação destes processos nas organizações.

Para isso, contará com a presença de Sónia Pereira, Engenheira do Ambiente e ESG Manager e coordenadora da área de sustentabilidade da Yunit Consulting, que irá abordar conceitos fundamentais, história e regulamentação do reporte ESG, e ainda vai explicar como fazer relatórios de sustentabilidade, bem como os benefícios da implementação destes nas PME.

Por sua vez, o tema dos incentivos financeiros e a forma como estes podem levar a uma transformação sustentável ficará a cargo de Rui Seabra, do IAPMEI e Técnico Superior da Direção de Proximidade Regional, que tem um percurso de 30 anos ligado ao apoio às empresas e à dinamização do ambiente de negócios.

A formação terminará com um espaço para perguntas e dúvidas, que serão devidamente respondidas pelos dois oradores.

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Escola pública que lidera ‘ranking’ com melhor média de exames proibiu telemóveis em janeiro

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

Desde 6 de janeiro que o uso de telemóveis é proibido na Escola Básica e Secundária Ferreira da Silva, em Oliveira de Azeméis, incluindo nos momentos de pausa.

A Escola Básica e Secundária Ferreira da Silva, que em 2024 foi o estabelecimento de ensino público com melhor média nos exames nacionais, implementou em janeiro a proibição do uso de telemóveis em todo o recinto.

Segundo revela o diretor dessa escola do concelho de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, o uso dos telemóveis já era proibido na sala de aula, quando não solicitado por um professor para efeitos de trabalho letivo, mas desde 6 de janeiro a medida passou a aplicar-se também aos momentos de pausa.

Nos últimos anos íamos sentindo que os alunos se alheavam muito nos intervalos, sempre agarrados aos telemóveis, e que não havia interação. Passávamos nos corredores e havia silêncio, porque, embora cheios de alunos, eles estavam todos ao telemóvel”, recorda António Almeida Figueiredo.

A nova estratégia começou por gerar contestação entre os jovens, mas o diretor afirma que, após “um ou dois dias de ‘desmame'” no período inicial, os alunos adaptaram-se com facilidade às novas regras, até porque a escola aumentou a sua oferta de alternativas lúdicas, colocando à disposição dos estudantes jogos didáticos e de tabuleiro, baralhos de cartas e duas mesas de ping-pong.

Mesmo que a proibição não venha a ter efeitos ao nível estrito das notas académicas, nos intervalos o objetivo já se concretizou: “Há muito barulho, muita ação — os alunos ganharam vida”.

Elisabete Barnabé, presidente da Associação de Pais da Escola Ferreira da Silva, afirma que alguns encarregados de educação se opuseram à mudança, mas garante que a maioria acatou bem o que, na generalidade, consideraram “uma medida corajosa”.

Maria Antunes e Miguel Costa, ambos alunos do 12.º ano, fazem um balanço positivo destes primeiros três meses. Ela, do curso de Ciências e Tecnologias, defende que a mudança levou os seus colegas a “conviverem muito mais” e criou na escola “um ambiente melhor”. Ele, de Ciências Socioeconómicas, admite que, apesar do seu próprio “choque” quando a mudança foi anunciada, se viu a aceitá-la “pouco a pouco”.

“Antes havia aquele impulso de pegar no telefone e ver uma coisa rápida, numa aula ou num corredor, ou fazer uma chamada. Agora vou lanchar ao bufete, falo com os meus amigos, convivemos um bocado, às vezes jogámos às cartas e é isto. Conviver! As pessoas começaram a conhecer-se mais cara a cara — não por telemóvel”, explica.

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Melhor escola pública em 33.º lugar de lista liderada pelo Grande Colégio Universal

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

A primeira pública a surgir no ranking das melhores escolas surge apenas em 33.º lugar. Estabelecimentos públicos localizados no norte ficam melhor na fotografia.

Os alunos dos colégios voltam a ter melhores resultados nos exames do secundário, com a primeira pública a surgir apenas em 33.º lugar de uma tabela nacional em que os estabelecimentos públicos localizados no norte ficam melhor na fotografia.

O Grande Colégio Universal, no Porto, lidera este ano a tabela realizada pela Lusa, que contabiliza apenas as 525 escolas que no verão do ano passado realizaram pelo menos 100 exames do ensino secundário.

Os alunos do Colégio Universal fizeram 191 provas e a média foi de 16,51 valores, não muito distante da média interna atribuída pelos professores do colégio ao trabalho realizado pelos seus alunos ao longo do ano (17,04 valores).

As 10 escolas com melhores classificações médias voltam a ser nomes já conhecidos que, noutros anos, chegaram a ocupar o primeiro lugar das tabelas como o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que agora aparece em 2.º lugar com 16,42 valores, o Colégio Efanor, em Matosinhos (3.º lugar com 16,36 valores), ou D. Diogo de Sousa, em Braga (4.º lugar com 15,91 valores).

Em 5.º lugar aparece a primeira escola da zona de Lisboa, o Colégio de S. Tomás, seguido do Salesianos de Lisboa – Colégio Oficinas de São José e o Colégio Campo de Flores, em Almada.

Num universo de 448 escolas públicas e 76 privadas, é preciso descer até ao 33.º lugar para encontrar a primeira pública com melhor média nacional: a Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, em Oliveira de Azeméis.

A média dos 125 exames dos alunos da escola do distrito de Aveiro foi de 13,85 valores e representa uma melhoria dos estabelecimentos públicos em relação ao ano anterior, quando a primeira escola surgiu apenas em 39.º lugar com uma média ligeiramente mais baixa (13,23).

A lista das dez públicas com melhores resultados nos exames também são “repetentes” nestas andanças e muitas já ocuparam várias vezes o primeiro lugar: A Escola Tomaz Pelayo, em Santo Tirso, surge agora em 2.º lugar, seguindo-se a Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, a Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim e a Escola Artística António Arroio, também em Lisboa.

Olhando apenas para as 30 públicas com melhores resultados médios nos exames, a maioria situa-se no norte.

Por oposição, no final da tabela geral, com as médias nacionais mais baixas, surgem nove escolas públicas e uma privada, todas situadas na área metropolitana de Lisboa e todas com médias nacionais negativas.

Estas são habitualmente escolas que recebem mais alunos de famílias carenciadas, uma condição que continua a ditar o insucesso escolar: Os dados do Ministério da Educação mostram que os alunos sem Apoio Social Escolar (ASE) tiveram melhores notas a todas as disciplinas quando comparados com os colegas beneficiários de ASE.

A Escola Secundária da Baixa da Banheira, em Vale da Amoreira, na Moita, surge este ano no fim da tabela e os dados do Infoescolas revelam que a taxa de alunos que chumba ou abandona a escola é mais do dobro da média nacional.

Os dados disponibilizados pela tutela permitem ainda perceber que as raparigas continuam a ter melhores desempenhos do que os rapazes.

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Duplicaram escolas públicas com média negativa em 2024 nos exames do secundário

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

A média nacional dos exames do secundário realizados no ano passado manteve-se praticamente inalterada em relação ao ano anterior, mas duplicaram as escolas públicas com média negativa.

A média nacional dos exames do secundário realizados em 2024 manteve-se praticamente inalterada em relação ao ano anterior, mas duplicaram as escolas públicas com média negativa, segundo uma análise da Lusa a dados do Ministério da Educação.

No ano passado, houve mais alunos a realizar exames nacionais: Pouco mais de 118 mil alunos dos cursos científico-humanísticos fizeram pelo menos uma prova na 1.ª fase, enquanto no ano anterior foram cerca de 110 mil. No total, os professores avaliaram mais de 231 mil exames e a média nacional desceu 0,25 valores em relação a 2023, situando-se agora nos 11,43 valores.

Esta descida deveu-se à performance dos alunos das escolas públicas, onde estuda a grande maioria dos jovens e cujo desempenho médio desceu ligeiramente (menos 0,28 valores), contrariamente aos colégios, que registou uma ténue subida de 0,05 valores.

A média dos exames dos alunos do ensino privado subiu para 13,07 valores e no público desceu para 11,21 valores, segundo uma contabilidade feita pela Lusa a 231.950 provas da 1.º fase. Escolas públicas e colégios ficam agora separados por 1,8 valores numa escala de zero a 20.

Também aumentaram as escolas com média negativa: Num universo de 448 escolas públicas com mais de cem provas realizadas “chumbaram” 60, mais do dobro do ano anterior (25 escolas). Já entre os 76 colégios “chumbaram” quatro (5,3%), mais um do que em 2023.

Olhando para as disciplinas, as médias nacionais rondaram entre os 10 e os 13 valores, com Inglês e Economia A a registar as classificações médias mais elevadas (13,1 valores), seguindo-se História A (12,7) e Matemática A (12,6).

Dentro dos 11 valores surgem Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Português e Física e Química A. As disciplinas com médias mais baixas foram Geografia A (10,3), Filosofia e Biologia e Geologia (ambas com 10,4) e Geometria Descritiva A (10,7).

Os dados mostram também que a situação familiar continua a ter forte impacto no sucesso académico e que é muito mais difícil para os mais pobres ter boas notas: Os alunos sem Apoio Social Escolar (ASE) obtiveram melhores resultados a todas as disciplinas quando comprados com os beneficiários do escalão A de ASE.

As disciplinas em que se notou maiores diferenças tendo em conta a condição socioeconómica foram Inglês, Economia A, Matemática A, Física e Química A, Geometria Descritiva A, Biologia e Geologia e Filosofia.

Também são díspares as notas atribuídas pelos professores ao trabalho realizado ao longo do ano pelos alunos do ensino privado e das escolas públicas: Nos colégios, a média interna foi quase mais dois valores acima.

No ano passado, a média dos alunos dos cursos científico-humanísticos (CCH) das escolas públicas foi de 15 valores, enquanto no privado foi de 16,9 valores, mantendo-se uma tendência que se regista há, pelo menos, sete anos.

As notas internas têm vindo a subir, sendo que a nota mais vezes atribuída no ano passado nas escolas públicas foi de 17 valores, enquanto nos colégios foi de 19.

As notas finais mais elevadas são atribuídas às disciplinas anuais, segundo uma análise aos resultados dos 111 mil alunos de escolas públicas e 12.591 estudantes de estabelecimentos privados.

A Aplicações Informáticas B e Inglês existe um elevado número de alunos que termina o ano com a nota máxima ou com 19 valores, sendo as duas disciplinas anuais com notas mais altas.

Educação Física continua a ser a disciplina trienal em que mais alunos conseguem bons resultados: A média nacional foi de 16,9 valores nas escolas públicas e 18,2 no privado. No leque das bienais, destacam-se Espanhol e Inglês no ensino público e Filosofia, Biologia e Geologia e a Economia A no privado.

Numa comparação entre áreas de estudo, os alunos com melhores notas são os dos cursos de ciências e tecnologias, seguidos de ciências socioeconómicas.

As raparigas continuam a ter melhores resultados no geral, destacando-se sobretudo a Português, Matemática A e Filosofia, sendo o desempenho dos rapazes melhor a História A, Física e Química A, Geometria Descritiva A e Geografia A.

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