Macron anuncia ajuda suplementar à Ucrânia de dois mil milhões de euros

  • Lusa
  • 26 Março 2025

"Os ataques russos têm de parar", afirmou Macron, que considera que os últimos dias foram uma "fase decisiva" no conflito e que "o objetivo continua a ser uma paz duradoura".

O Presidente francês anunciou esta quarta-feira uma ajuda suplementar de dois mil milhões de euros à Ucrânia, numa conferência de imprensa ao lado do homólogo ucraniano, em Paris.

“A França cumprirá os seus compromissos”, garantiu Emmanuel Macron, depois de se reunir com Volodymyr Zelensky por uma hora e meia no Palácio do Eliseu, acrescentando que “a Ucrânia está a travar uma batalha que ultrapassa as suas fronteiras”.

Por essa razão, “a França está a enviar uma mensagem clara e inequívoca de apoio a toda a nação ucraniana” perante a agressividade da Rússia que “tem um impacto muito direto na segurança na Europa”, disse o Presidente francês.

“Os ataques russos têm de parar”, afirmou Macron, que considera que os últimos dias foram uma “fase decisiva” no conflito e que “o objetivo continua a ser uma paz duradoura”.

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Empresa americana reclama em tribunal 5% do unicórnio português Sword Health

Caso que opõe, na justiça americana, a A2 Academy e a Sword Health remonta a 2014. Empresa dos EUA diz que tem um acordo que lhe dá direito a 5% da unicórnio avaliada em 3 mil milhões de dólares.

A norte-americana A2 Academy avançou para a justiça nos Estados Unidos contra a Sword Health, acusando a empresa unicórnio de não cumprir um acordo que lhe atribuía 5% das ações na empresa fundada por Virgílio Bento, avaliada atualmente em mais de 3 mil milhões de dólares.

Até ao momento não foi possível obter uma reação da Sword Health. Mas na rede social LinkedIn, Virgílio Bento reagiu a uma publicação referente ao caso.

“Honrei [o acordo] em 2014, mas eles não quiseram equity do que era então uma empresa portuguesa. E como achavam que éramos apenas uns quaisquer fundadores que nunca chegariam a lado nenhum, nunca deram seguimento ao meu push. Até dez anos mais tarde, quando ‘aqueles fundadores’ criaram uma empresa multimilionária. Uma década de silêncio até que, do nada, aparecem para obter algumas ações em 2025″, disse numa publicação na rede social, classificando a ação legal de “o mais ridícula possível”.

Origem do processo

O caso tem origem em 2014, quando a Sword Health, querendo desenvolver-se mais rapidamente e ganhar conhecimento do mercado norte-americano, se candidata a um programa na Aging2.0 Academy, focado em empresas early stage com produtos ou serviços para pessoas com mais de 50 anos.

A Sword é selecionada, juntamente com outras empresas, para entrar nesse programa de mentoria e aceleração, e para isso celebra um contrato com a Aging2.0 Academy, agora designada A2 Academy, que previa a entrega de 5% do capital da empresa à norte-americana: metade dessas ações com a celebração do acordo, e os restantes 50% ao longo do ano seguinte, em “prestações” mensais, segundo os termos do acordo, consultado pelo ECO.

Acontece que essas ações nunca foram transmitidas. Na altura, existia apenas a Sword Health SA, uma entidade portuguesa.

“A Aging 2.0 não tinha recursos nem o dinheiro para criar uma entidade portuguesa para acomodar uma empresa da Academia, e também não queria ações numa entidade estrangeira”, pode ler-se na queixa apresentada no Tribunal de São Francisco, na Califórnia, a que o ECO teve acesso.

Contudo, segundo os queixosos, Virgílio Bento teria indicado que iria constituir uma entidade jurídica nos Estados Unidos e que, nesse momento, faria a transmissão das ações. Na mente dos responsáveis da empresa americana ficou estabelecido que o acordo de transmissão de 5% seria efetivado em breve, com a constituição da entidade americana da Sword, algo que contradiz a versão da empresa portuguesa.

O tema teria sido abordado em novembro de 2014, num jantar organizado pela Aging2.0 Academy para os participantes no programa em São Francisco, em que o fundador da Sword teria afirmado que “iria entregar à Aging2.0 as ações prometidas no Acordo na entidade nos EUA, no momento em que Sword estabelecesse essa entidade”.

Não é esse o entendimento da Sword. De acordo com a documentação apresentada no tribunal californiano, o empresário português nega ter feito esta promessa ou, pelo menos, diz não se recordar.

“Bento afirma que executou o Acordo em Portugal e que, apesar de recordar ter discutido com a A2 [Academy] as suas ambições para estabelecer uma presença nos EUA (que não existia na altura), nunca propôs alterar o Acordo. Mais, não tem memória de ter discutido qualquer emenda ou alteração do Acordo durante a sua visita à conferência da A2 na Califórnia em meados de novembro de 2014″, pode ler-se na resposta da Defesa.

Só no início de 2017 é constituída a Sword Health Inc, no estado americano do Delaware. No entendimento da A2 Academy, seria esse o momento em que a Sword teria de entregar os 5% do capital, mas tal não aconteceu. Aliás, não terá havido qualquer comunicação entre as duas entidades ao longo desses anos.

Em junho de 2022, a Aging2.0 muda de nome para A2 Academy, e comunica à Sword esse facto para que tal informação fosse atualizada nos dados da empresa. Pedia ainda que a Sword lhe enviasse a lista dos outros acionistas à data, partindo do princípio de que os seus 5% lá constariam.

A Sword não respondeu a esse e a outros pedidos de contacto, e foi então que a A2 Academy começou a perceber que tinha um problema: os 5% que achava deter na Sword Health, que em novembro de 2021 tinha voado para estatuto de unicórnio, com uma avaliação de 2 mil milhões de dólares, podiam simplesmente não ser seus.

Nasce assim este processo, com a empresa americana a queixar-se de ter sido enganada por Virgílio Bento e pela Sword Health, não lhe dando a participação acionista acordada em 2014 numa empresa que, diz a A2 Academy num dos documentos em tribunal, está avaliada em mais de 3 mil milhões de dólares. Uma avaliação atingida em junho do ano passado, aquando do fecho de uma ronda de 30 milhões de dólares.

Perante isto, o que diz a Sword e Virgílio Bento, junto do tribunal em São Francisco? Em primeiro lugar, não negam que existia o contrato, que aliás foi entregue ao tribunal. O que defendem é que, a partir do final de 2015, data em que o acordo findava, começou a contar o prazo de quatro anos de prescrição da alegada violação dos termos do contrato, sem que a A2 tivesse feito alguma coisa. Ou seja, que essa alegada irregularidade já prescreveu.

Se o tema chegar a julgamento, o tema da prescrição será essencial, porque a A2 alega que esse prazo de prescrição só deverá começar a ser contado a partir do momento em que a empresa americana teve conhecimento do incumprimento, o que terá acontecido apenas em 2022.

De referir que o acordo de 2014 implicava outra obrigação, além dos 5% de capital: a Sword teria de dar preferência à A2 Academy em todas as vendas de ações que fizesse daí para a frente, o que também não aconteceu.

Até ao fecho deste artigo, não foi possível obter uma reação da empresa americana ou dos seus representantes legais.

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Estes são os 20 cabeças de lista do PSD às legislativas

  • ECO
  • 26 Março 2025

Sociais-democratas já divulgaram a lista dos 20 cabeças de lista à Assembleia da República. Luís Montenegro é o número 1 em Aveiro, Joaquim Miranda Sarmento lidera em Lisboa.

O PSD já apresentou os 20 cabeças de lista que vão a votos nas eleições legislativas marcadas para o dia 18 de maio. Luís Montenegro é o número 1 em Aveiro, enquanto Joaquim Miranda Sarmento lidera os sociais-democratas no círculo de Lisboa. Ao todo estão onze ministros do atual Governo.

Veja a lista completa:

Aveiro – Luís Montenegro
Beja – Gonçalo Valente
Braga – Hugo Soares
Bragança – Hernâni Dias
Castelo Branco – Pedro Reis
Coimbra – Rita Júdice
Europa – José Manuel Fernandes
Évora – Francisco Figueira
Faro – Maria Graça Carvalho
Fora da Europa – José Cesário
Guarda – Dulcineia Moura
Leiria – Margarida Balseiro Lopes
Lisboa – Joaquim Miranda Sarmento
Portalegre – Manuel Castro Almeida
Porto – Paulo Rangel
Santarém – Fernando Alexandre
Setúbal – Teresa Morais
Viana do Castelo – José Pedro Aguiar Branco
Vila Real – Ana Paula Martins
Viseu – António Leitão Amaro

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Via verde para trabalhadores imigrantes garante celeridade, afirmam confederações empresariais

  • Lusa
  • 26 Março 2025

Protocolo é apenas dirigido a confederações ou associações patronais, com "pelo menos 30 associados e cujo volume de negócio dos seus associados seja igual ou superior a 250 milhões de euros",

As confederações empresariais ouvidas pela Lusa aplaudem o protocolo de cooperação para a migração laboral, que “dá garantia de celeridade às empresas”, sendo o “ponto sensível” a obrigação de garantir o acesso ao alojamento.

Em causa está o “Protocolo de Cooperação Para a Migração Laboral Regulada”, que tem como intuito agilizar a contratação de cidadãos estrangeiros com contrato de trabalho e que será assinado com as confederações patronais na próxima terça-feira, 01 de abril, segundo confirmou à Lusa o presidente do IEFP, uma das entidades subscritoras, à margem do seminário “Formar para o Trabalho”, inserido na Futurália 2025, que arrancou esta quarta, em Lisboa.

“É o primeiro instrumento com regras para convidar cidadãos de outros países a vir trabalhar e viver em Portugal”, realça o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em declarações à Lusa, notando que este mecanismo vai permitir acelerar a atribuição de vistos aos trabalhadores elegíveis.

“Não é possível que uma empresa leve, como até agora, meses, e quando estou a dizer meses não estou a exagerar ou, em alguns casos, mais do que um ano, a conseguir legalizar um trabalhador”, aponta Armindo Monteiro.

Segundo o protocolo, a que a Lusa teve acesso, a atribuição dos vistos “deverá ocorrer no prazo de 20 dias a partir do dia do atendimento do requerente no posto consular” e desde que cumpridos os requisitos legais previstos, nomeadamente a existência de um contrato de trabalho, seguro de saúde e de viagem, entre outros.

Por outro lado, este mecanismo vai também permitir aos trabalhadores, que, além do número de identificação fiscal (NIF), tenham acesso “outros números que demoravam bastante tempo a conseguir”, permitindo nomeadamente que tenham acesso a cuidados de saúde ou a abrir uma conta bancária. “Isso é uma forma de combater a economia paralela”, sublinha.

Também o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) diz-se “globalmente satisfeito” com este protocolo, apontando que “dá uma garantia de celeridade às empresas”, permitindo que estas possam “dispor de mão-de-obra, que é muitas vezes sazonal”.

A posição é partilhada pela secretária-geral da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), que destaca como “positivo” o facto de as empresas puderem apresentar mais do que um pedido de atribuição de visto de cada vez. “Temos aqui a possibilidade de apresentar pedidos em grupo, o que facilita a vida às empresas”, vinca Ana Vieira, lembrando que as empresas “normalmente vão buscar trabalhadores, mais do que um ou dois trabalhadores”.

De notar que este protocolo é apenas dirigido a confederações ou associações patronais, com “pelo menos 30 associados e cujo volume de negócio dos seus associados seja igual ou superior a 250 milhões de euros”, bem como a empresas que empreguem “diretamente 150 ou mais trabalhadores”, que tenham uma faturação igual ou superior a 25 milhões de euros, não tenham dívidas ao fisco ou à Segurança Social e possuam “um código de certidão permanente válido”, lê-se no documento.

“As mais pequenas poderão beneficiar do protocolo através das suas associações ou das confederações”, explica a secretária-geral da CCP. O protocolo, conhecido por “Via Verde” para imigrantes, prevê que as empresas tenham que cumprir alguns requisitos, nomeadamente ao nível da formação e alojamento dos trabalhadores, sendo este último, aliás, um dos pontos mais difíceis de negociar com as confederações patronais.

“A capacidade de se garantir habitação para toda a gente é uma dificuldade grande”, admite Ana Vieira, em declarações à Lusa, antecipando que este “é talvez o ponto mais sensível do protocolo”.

Neste aspeto, o protocolo é pouco claro, referindo apenas o “acesso a alojamento adequado”, sendo que este pode “consubstanciar-se em diferentes modalidades” e deve ser “demonstrado em plano” pela entidade empregadora, de modo a confirmar “a existência e/ou eventual reforço do alojamento disponível na região em que o trabalho é prestado”.

“Há um esforço que as empresas têm que fazer para disponibilizar a habitação, mas não queremos que esta disponibilidade seja entendida como uma remuneração e que, por isso, esteja sujeita a IRS e a Segurança Social”, sublinha Armindo Monteiro, que refere que este Orçamento de Estado prevê essa salvaguarda, mas que tem “uma duração efémera”.

Nesse sentido, e dado que essa situação “não está devidamente acautelada”, o presidente da CIP pede que o futuro executivo regule a medida, dado que o atual está em gestão, e por isso, “não pode ir mais longe”. Mais otimista, a CAP vê nesta matéria “um compromisso muito razoável” e realça que “um dos aspetos positivos da lei dos solos” foi a possibilidade de se construírem alojamentos temporários em terrenos agrícolas” para os trabalhadores destas.

A Lusa contactou ainda a Confederação do Turismo de Portugal, que preferiu não fazer comentários até à assinatura do protocolo, e aguarda resposta da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário. Segundo o documento, o protocolo entra em vigor “na data da sua assinatura”, ou seja, a partir da próxima terça-feira.

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Plano de insolvência da AERLIS aprovado

  • Lusa
  • 26 Março 2025

Os créditos reclamados e reconhecidos que ultrapassam os 1,8 milhões de euros serão pagos, através da liquidação dos direitos de superfície que a associação empresarial detém sobre dois edifícios.

A Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS) informou esta quarta-feira que, após a aprovação do plano de insolvência, está pronta para iniciar uma nova etapa de crescimento da sua atividade. Em comunicado, a associação dá conta da aprovação do plano de insolvência, um passo que “encerra um ciclo particularmente difícil e abre caminho a uma nova etapa de crescimento e fortalecimento da atividade associativa”.

“Este é um momento decisivo que resulta de um esforço contínuo da atual direção, determinado a garantir a viabilidade da associação e a sua capacidade de continuar a servir as empresas da região de Lisboa”, acrescenta. Como a Lusa tinha noticiado no início de março, o plano de insolvência previa a venda de ativos, que permitia à AERLIS liquidar as suas dívidas e manter atividade.

De acordo com o plano de insolvência, os créditos reclamados e reconhecidos que ultrapassam os 1,8 milhões de euros serão pagos, através da liquidação dos direitos de superfície que a associação empresarial detém sobre dois edifícios, um no município de Oeiras e outro no de Alenquer, sem que haja encerramento da atividade da AERLIS.

A venda destes direitos de superfície, já negociada com as câmaras municipais de Oeiras e Alenquer, por 1,6 milhões de euros e 380 mil euros, respetivamente, obriga a AERLIS a desenvolver a sua atividade em outras instalações, refere o documento. Entre os 1,8 milhões de euros de créditos a liquidar estão dívidas a fornecedores, salários, constando na lista de credores ainda o fisco, a Segurança Social e a banca, e serão pagos em prazos distintos, de até 120 meses.

A associação tem três trabalhadores, sendo que um deles irá integrar os quadros da Câmara Municipal de Oeiras, aquando da implementação do plano. “A solução prevista no presente Plano de Recuperação inclui a manutenção dos postos de trabalho existentes e obviamente que permitirá, com o normal crescimento da atividade, vir a empregar mais trabalhadores”, refere.

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Consulados têm de responder a vistos 20 dias após atendimento através da “Via Verde”

  • Lusa
  • 26 Março 2025

Os serviços consulares comprometem-se fazer o agendamento dos requerentes, no prazo de 10 dias, e depois a dar resposta no prazo de 20 dias, após todos os procedimentos estarem concluídos.

Os serviços consulares comprometem-se a dar resposta no prazo de 20 dias aos pedidos de vistos de trabalho, no âmbito da “Via Verde” para a contratação de imigrantes pelas empresas portuguesas, de acordo com o protocolo consultado esta quarta-feira pela Lusa.

Este é um dos compromissos assumidos pelo Estado português no âmbito do Protocolo de Cooperação para a Migração Laboral Regulada, que será assinado no próximo dia 1 de abril, como confirmou à Lusa o presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), à margem da cerimónia de abertura da Futurália 2025.

O protocolo será celebrado entre confederações patronais e associações empresariais com a Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP), a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna (UCFE/SSI) e o IEFP.

Os serviços consulares comprometem-se fazer o agendamento dos requerentes, no prazo de 10 dias, e depois a dar resposta no prazo de 20 dias, após todos os procedimentos estarem concluídos. Esta medida permite a contratação direta das empresas no exterior, depois de o fim das manifestações de interesse (um recurso jurídico que permitia a regularização em território nacional de quem chegava com visto de turismo) ter sido decretado pelo Governo no verão passado.

Os subscritores reconhecem que a “imigração laboral desempenha um papel fundamental no desenvolvimento económico de Portugal” e que, “ao longo dos anos, os imigrantes têm contribuído significativamente para vários setores da economia portuguesa, trazendo consigo uma variedade de competências, experiências e conhecimento que enriquecem o mercado de trabalho e impulsionam o crescimento do país”.

No documento, é reconhecido que “uma parte relevante da mão-de-obra em setores específicos, como agricultura, pescas, construção, turismo e serviços ou indústria provém do estrangeiro, sendo que os cidadãos estrangeiros consubstanciam, neste desiderato, um inestimável contributo para estas áreas económicas, preenchendo lacunas no mercado de trabalho e garantindo a continuidade das operações das diversas atividades económicas”.

O objetivo deste acordo é “garantir aos cidadãos estrangeiros que procuram, em Portugal, uma oportunidade para melhorar as suas condições de vida, efetivamente a conseguem alcançar”, ao mesmo tempo dotar as empresas de “recursos essenciais à sua atividade, assegurando, a todo o momento deste processo, a legalidade e regulação dos movimentos migratórios”. Neste quadro, foram contratados 50 analistas de vistos para os serviços consulares que estão em formação e entrarão em funções ainda este mês.

O atual protocolo procura assegurar “um procedimento expedito de análise e decisão de pedidos de visto para cidadãos estrangeiros com a finalidade de exercício de atividade profissional, em território português e a bordo de embarcações de pesca de bandeira portuguesa ou afretadas por pessoas nacionais, e em estrito cumprimento do enquadramento legal aplicável”.

O objetivo final é “melhorar e reforçar os canais de imigração regular de trabalhadores, combatendo assim a imigração ilegal”, pode ler-se no documento. As empresas fazem o pedido de agendamento dos pedidos de visto, reunindo toda a documentação necessária, “subscrevendo o necessário termo de responsabilidade pelo(s) trabalhador(es)” para o mail [email protected].

Em seguida, a DGACCP vai remeter o pedido para o posto consular correspondente, que irá analisar os documentos, com “análise e instrução dos pedidos individuais de visto, de acordo com a legislação aplicável” e fazer o agendamento no “prazo de 10 dias, a partir da data em que for recebido o processo”.

Caso esteja tudo conforme, os postos consulares “procedem à aposição das vinhetas de visto nos passaportes”. Neste processo, cabe às empresas recolher e apresentar cópia de toda a documentação instrutória, assinar um termo de responsabilidade, que assegura um contrato de trabalho, segundos de saúde e de viagem.

Além disso, as empresas comprometem-se com um princípio de “recrutamento ético”, garantindo contratos de trabalho válido, “oportunidades de formação profissional e de aprendizagem da língua portuguesa, a realizar em território nacional ou de origem” e “ter em conta as obrigações legais em matéria de formação profissional”.

As empresas comprometem-se a assegurar “acesso a alojamento adequado”, de modo que “o recrutamento não agrave a pressão habitacional na região” e a “adesão e assinatura, por cada entidade empresarial subscritora” terá como pressuposto uma avaliação de idoneidade por parte da AIMA.

Cabe aos serviços diplomáticos “diligenciar pela celeridade da decisão final de concessão de visto por parte dos responsáveis pelos postos consulares, que deverá ocorrer no prazo de 20 dias a partir do dia do atendimento do requerente no posto consular, desde que se encontrem cumpridos os requisitos legais para a emissão dos vistos, incluindo a emissão dos pareceres da AIMA e da UCFE”.

A AIMA fica também obrigada a emitir pareceres “no prazo de três dias úteis a partir da data de receção dos pedidos de visto no seu sistema informático”. Podem aderir a este protocolo “associações empresariais com pelo menos 30 associados e cujo volume de negócio dos seus associados seja igual ou superior a 250 milhões de euros” mas também empresas que tenham mais de 150 trabalhadores e com volume de negócios superior a 25 milhões de euros.

Na semana passada, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, reafirmou que o processo “Via Verde” seria assinado antes das eleições legislativas de 18 de maio.

“Dissemos desde o princípio que o país não podia ter portas escancaradas e, por isso fechámos a manifestação de interesse”, mas o “país precisa de aceitar e deve aceitar a vinda de trabalhadores imigrantes que venham para trabalhar com condições efetivas, quer de trabalho, quer de formação profissional, quer aprendizagem de língua portuguesa, quer de habitação”, admitiu.

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Quinas lança livro que remonta à tradição cervejeira de Portugal

  • + M
  • 26 Março 2025

Numa alegoria inspirada nos eventos que levaram à criação da cerveja Quinas em 2018, a obra remonta à tradição cervejeira de Portugal, unindo mito e realidade. Edição é da Atlantic Books.

A marca de cerveja Quinas lançou um livro da autoria de João José Rodrigues Afonso que “promete transportar os leitores numa viagem envolvente pela História de Portugal, com um toque de mistério e uma narrativa que mistura lenda, herança e cultura cervejeira nacional”.

Numa edição especial da Atlantic Books, a obra “Quinas e o Segredo de Ninkasi” pretende levar o leitor até ao início do Renascimento, na Lisboa do século XVI. Inspirada na figura de Domus, um cervejeiro de Alfena que se empenha na criação de uma cerveja mítica e perdurável, a história “revela uma rica teia de mistérios, crenças e encontros culturais, entrelaçando elementos históricos reais com episódios lendários”, refere-se em nota de imprensa.

Consistindo numa alegoria inspirada nos eventos que levaram à criação da cerveja Quinas em 2018, o livro conduz o leitor a uma revisitação da história e a descobrir a ligação mítica entre a receita de Ninkasi, Deusa Suméria da cerveja, e a perseverança de Domus.

Prefiro acreditar no sonho, na esperança, no esforço, na luz da vida, e transformar tudo isso em cores. A história de Domus é a história de muitos que, como nós, enfrentaram adversidades e nunca desistiram“, diz o CEO da Quinas, Sérgio Duarte, citado em comunicado.

 

É uma obra que une mito e realidade, remontando à tradição cervejeira de Portugal, que atravessou os séculos e renasceu na moderna Quinas, uma cerveja que honra a herança lusitana e celebra o espírito indomável do país“, lê-se ainda em nota de imprensa.

“Quinas e o Segredo de Ninkasi”, uma leitura que “celebra Portugal, a sua história e as suas lendas” chega “brevemente” às prateleiras das livrarias. Conta com o prefácio e posfácio assinados por Tim Vieira e pelo cantor Toy.

O evento de lançamento do livro acontece no Soho Club, em Lisboa, no dia 12 de abril. Vão decorrer ainda duas pequenas tertúlias com o autor, uma no restaurante Mind the Glass no Porto (dia 29 de março) e outra na Fnac do Alameda Shopping (dia 30 de março).

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MFE da família Berlusconi analisa possível aquisição da emissora alemã ProSiebenSat.1

  • + M
  • 26 Março 2025

A MFE, que tem operações televisivas em Itália e Espanha, já conta com uma participação de quase 30% na empresa alemã. Objetivo da possível aquisição passa pela criação de uma emissora pan-europeia.

O grupo televisivo MediaForEurope (MFE), controlado pela família italiana Berlusconi, está a analisar o lançamento de uma oferta pública de aquisição da emissora alemã ProSiebenSat.1.

O objetivo passa por criar uma “emissora pan-europeia financiada por publicidade”, refere a Reuters, que cita três fontes com conhecimento do assunto e que avança que a MFE convocou uma reunião do conselho de administração para analisar uma possível oferta de aquisição.

A expansão europeia é encarada pela MFE como uma resposta ao crescente domínio de gigantes de streaming dos EUA, como a Netflix, Disney+, HBO ou Amazon Prime, e à fuga de verbas publicitárias para as grandes empresas tecnológicas como a Meta (dona do Facebook e Instagram) ou a Google.

A ProSieben, no entanto, tem resistido aos apelos da MFE para se juntar ao seu projeto pan-europeu, esforçando-se por manter a sua independência.

O grupo televisivo fundado pelo ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e que continua a ser maioritariamente propriedade da sua família já é o maior acionista da ProSieben, que transmite na Alemanha, Áustria e Suíça. A MFE, que conta com operações televisivas em Itália e Espanha, conta já com uma participação de quase 30% na empresa alemã.

Segundo as fontes citadas pela Reuters, a reunião desta quarta-feira tem por objetivo analisar duas ações alternativas sobre a ProSieben, sendo que ambas as opções envolvem um aumento da participação da MFE na empresa de media alemã.

Qualquer que seja a proposta a ser lançada, esta terá de ocorrer antes da assembleia geral anual da ProSieben, marcada para 28 de maio, refere ainda a Reuters.

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Técnicos de diagnóstico vão progredir mais rápido com novo sistema de avaliação

Estes funcionários públicos vão ser avaliados à luz do regime que já existe para os restantes trabalhadores do Estado, podendo avançar na carreira com oito pontos em vez de 10 e com notas mais altas.

Os cerca de 10 mil técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica que trabalham para o Estado vão progredir mais rápido na carreira e, com isso, avançar na posição salarial de forma mais célere, com o novo sistema de avaliação adaptado ao regime geral da Função Pública, publicado esta quarta-feira em portaria no Diário da República.

Assim, estes trabalhadores em vez de terem de acumular 10 pontos, que, em regra, representam 10 anos, para poderem dar um salto remuneratório, basta conseguirem oito. As notas também passam a ser mais elevadas. Até agora, apenas tinham direito a menos um ponto com “não satisfaz” e um ponto meio com “satisfaz”.

Com o novo subsistema de avaliação do desempenho dos trabalhadores da Administração Pública (SIADAP) adaptado às especificadas da profissão, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica podem receber uma menção de três pontos se tiverem “excelente”, dois pontos com “muito bom”, um ponto e meio com avaliação de “bom”, um ponto com “regular” e zero com “inadequado”, sendo eliminada a pontuação negativa (-1), de acordo com o diploma assinado pelo ministro da Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

A portaria publicada esta quarta-feira, com o Governo de Luís Montenegro já em gestão, resulta de um processo negocial com os sindicatos representativos dos funcionários públicos, sendo uma exigência já antiga dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.

Trabalhadores perdem pontos

Mas “há ainda um problema por resolver, que é contagem dos pontos perdidos desde 2018 dos trabalhadores que nunca foram avaliados”, revelou ao ECO o secretário-geral do secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão.

Uma circular do Estado veio repor, em parte, “uma injustiça que se assistia na avaliação e contagem dos pontos dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, mas deixou de fora outros”, assinala Abraão.

A instrução determinou a contabilização dos pontos que não foram atribuídos desde 2018, altura em que houve o descongelamento desta carreira e em que o Ministério das Finanças e a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) consideraram que o sistema de avaliação dos técnicos superiores de diagnóstico, que dá 1,5 pontos com satisfaz e -1 com não satisfaz, tinha caducado.

Mas esta contagem vale apenas para os trabalhadores que foram alvo de avaliação, excluindo todos aqueles que não foram testados “por culpa dos serviços”, sinaliza o dirigente sindical.

Neste sentido, “a Fesap espera que o futuro Governo”, que sair das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, “corrija esta injustiça no mais curto espaço de tempo”.

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Chega propõe isenção de IMT e imposto de selo para pessoas até aos 40 anos

  • Lusa
  • 26 Março 2025

Ventura anunciou que vai voltar a propor que os “lucros extraordinários da banca” sejam “canalizados para o apoio ao pagamento de rendas e também ao apoio ao crédito à habitação”.

O Chega vai propor, no âmbito das eleições legislativas, a isenção total de IMT e imposto de selo na compra de casa para pessoas até aos 40 anos, como forma de evitar a emigração dos jovens portugueses.

“O Chega vai propor uma isenção total de IMT e de imposto do selo na aquisição de habitação para os jovens até aos 40 anos, procurando garantir que os jovens ficam em Portugal e não se afastam do país para ir comprar casa ou constituir família noutros polos”, afirmou o presidente do Chega.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura disse que nestas eleições, de 18 de maio, o Chega vai voltar a propor que os “lucros extraordinários da banca” sejam “canalizados para o apoio ao pagamento de rendas e também ao apoio ao crédito à habitação”.

O Chega vai propor também uma maior fiscalização na atribuição de habitação pública, por forma a garantir que são destinadas a família que necessitem verdadeiramente desse apoio. “Há em Portugal aqueles que têm casa pública paga pelo Estado, mas têm um BMW ou um Mercedes à porta dessa mesma casa pública”, afirmou, considerando que uma parte da população “tem vivido à custa dos subsídios e dos impostos do Estado”.

Estas são as primeiras medidas anunciadas publicamente que vão constar do programa eleitoral do Chega às eleições legislativas de 18 de maio, que deverá ser apresentado na totalidade “em princípio, na próxima semana”.

Nesta conferência de imprensa, André Ventura aproveitou para criticar a proposta anunciada horas antes pelo secretário-geral do PS, de que parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) sejam canalizados para uma conta corrente estatal que permita financiar autarquias na construção de habitação.

“Aqueles que acham que são os lucros sozinhos da CGD que vão resolver o problema da habitação em Portugal estão enganados. Geriram mal a TAP no passado, gerirão mal a CGD no futuro”, criticou. O presidente do Chega defendeu que a CGD não pode ter “um tratamento diferenciado em relação aos outros bancos ou às outras entidades financeiras”.

“Quando tivemos uma situação de crise financeira, todos fomos chamados a pagar mais impostos para ajudar os setores mais carenciados […]. Queremos canalizar um pouco desses recursos solidariamente para garantir este apoio, e não faz sentido que seja só um banco a sustentá-lo, faz sentido que o setor financeiro, que tem lucros extraordinários, possa ser solidário com as necessidades das pessoas”, sustentou.

Ventura disse ainda que o partido vai apresentar candidatos a deputados em todos os distritos e voltou a traçar como objetivo vencer as legislativas, além de aumentar o número de eleitos e ser a força política mais votada em mais círculos, depois de em 2024 o ter conseguido nos círculos do Algarve e Europa.

O líder do Chega anunciou ainda que o mandatário nacional para as legislativas será o deputado Nuno Simões de Melo, que integrou as listas de candidatos a deputados do Chega, no ano passado, depois de ter passado pela IL. De acordo com o presidente, a campanha do Chega será focada em “três grandes eixos fundamentais”: o “combate à corrupção”, à “imigração descontrolada” e “direitos sociais, nomeadamente no acesso à saúde e à habitação”.

Questionado sobre a providência cautelar do primeiro-ministro contra os cartazes do Chega, André Ventura disse que o partido já foi notificado “e responderá” e voltou a deixar críticas a Luís Montenegro e ao PSD. “É um PSD e um primeiro-ministro em desespero de causa, a usar todas as armas que tem à sua disposição para silenciar e para calar os outros”, acusou, referindo que o líder do executivo e líder do PSD “procurou pedir à Justiça que silenciasse um partido sem contraditório”.

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Presidente turco acusa oposição de “afundar a economia” com protestos

  • Lusa
  • 26 Março 2025

Erdogan afirmou que "a sabotagem contra a economia turca será responsabilizada perante os tribunais".

O Presidente da Turquia acusou esta quarta-feira a oposição de “afundar a economia” durante os maiores protestos no país, em mais de uma década, contra a detenção do presidente da Câmara de Istambul e principal adversário do líder turco.

Recep Tayyip Erdogan acusou a oposição de estar “tão desesperada que atiraria o país e a nação para o fogo”, no seguimento de um apelo para boicotar empresas que apoiam o Governo. Num discurso aos deputados do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder), Erdogan afirmou que “a sabotagem contra a economia turca será responsabilizada perante os tribunais”.

O presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, detido há uma semana, enfrenta acusações relacionadas com corrupção e apoio ao terrorismo, juntamente com 90 suspeitos. O autarca alegou estar inocente e que o caso tem motivações políticas. No domingo, um tribunal ordenou que Imamoglu permaneça detido. A data do julgamento ainda não foi anunciada, entre amplos protestos diários em Istambul e noutras cidades do país.

Embora a principal força de oposição, Partido Republicano do Povo (CHP), de Imamoglu, tenha indicado que não organizará mais manifestações em massa junto da Câmara Municipal, estudantes de toda a Turquia continuam a protestar. As manifestações em Istambul, Ancara e Esmirna, bem como em cidades mais pequenas, foram em grande parte pacíficas, apesar de proibidas e reprimidas pelas autoridades, exigindo a libertação de Imamoglu e o fim do que dizem ser um retrocesso democrático.

O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, indicou que 1.418 pessoas foram detidas na semana passada por causa dos protestos. Apesar de preso, Imamoglu foi confirmado no passado fim de semana como candidato presidencial do CHP às eleições de 2028, no seguimento de sondagens que o colocam em posição de desafiar Erdogan, depois da vitória em Istambul, a maior cidade da Turquia em 2019.

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“Hoje é um dia histórico para a economia portuguesa, diz Marques Mendes

  • Lusa
  • 26 Março 2025

“Acho que hoje é um dia histórico para a economia portuguesa, não apenas por causa do excedente orçamental. Estamos perante quatro indicadores fabulosos”, disse Marques Mendes.

O candidato presidencial Marques Mendes considerou esta quarta-feira que a economia registou resultados históricos em 2024 ao nível do excedente orçamental e redução da dívida, mas salientou que a estabilidade política é essencial para consolidar esta evolução.

Esta apreciação foi feita pelo antigo ministro e antigo presidente do PSD em declarações aos jornalistas, antes de visitar a Futurália, iniciativa que decorre no Parque das Nações, em Lisboa. “Acho que hoje é um dia histórico para a economia portuguesa, não apenas por causa do excedente orçamental. Estamos perante quatro indicadores fabulosos”, sustentou.

Além dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicarem que o excedente atingiu os 0,7% em 2024, acima da previsão do Governo, Marques Mendes destacou resultados relativos ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), da taxa de poupança no ano passado, que “foi a maior dos últimos 22 anos, e a continuação da descida da dívida pública”.

A seguir, porém, deixou um conjunto de avisos sobre a futura conjuntura política em Portugal pós-eleições legislativas antecipadas de 18 de maio: “Se não continuarmos a ter estabilidade no futuro, estes resultados não se conseguem consolidar”.

“Ou os portugueses dão votos suficientes a um partido para dar condições de estabilidade, ou então a solução que proponho, em caso de governos minoritários, é muito construtiva”, advogou. Perante os jornalistas, Marques Mendes defendeu que não propõe qualquer “Bloco Central” entre PSD e PSD e que também não propõe “geringonças” à esquerda ou à direita.

“Eu não propus nenhum bloco central, sou contra o bloco central; eu não propus nenhuma geringonça, sou contra geringonças”, começou por salientar, antes de procurar explicar a sua ideia para que se reforcem as condições de governabilidade em Portugal.

Não podemos passar a vida em eleições de ano a ano, e há duas formas, do meu ponto de vista, de garantir a estabilidade. Uma é os portugueses, nas eleições, darem condições reforçadas a um partido, ou do centro-esquerda, ou do centro-direita, para governar com estabilidade”, apontou.

A outra forma, segundo o antigo presidente do PSD, é que, se houver um Governo minoritário, então “os dois partidos do arco da governação [PSD/PS],comprometerem-se a não apresentar moções de censura, moções de confiança e a negociar os orçamentos”.

“Se me permitem, acho que este é um contributo construtivo. Se houver uma solução melhor do que esta que eu estou a propor, sou o primeiro a aplaudir”, acrescentou.

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