Azul entra em insolvência e pede recuperação judicial nos EUA
A companhia aérea brasileira pediu proteção dos credores nos EUA e tem já acordado um financiamento de 1,6 mil milhões de dólares para reestruturar a dívida. Garante que vai continuar a voar.
O conselho de administração da Azul deliberou, na terça-feira, numa reunião presidida por David Neeleman, a entrega de um pedido de proteção de credores nos EUA, ao abrigo do capítulo 11 do código de insolvências. A United Airlines e American Airlines vão apoiar financeiramente a companhia aérea brasileira, que assegura que continuará a operar normalmente.
Azul vai avançar com uma reestruturação da dívida de forma a “eliminar 2.000 milhões de dólares em dívidas financeiras, readequar os contratos de leasing e otimizar sua frota, com o objetivo de emergir com maior flexibilidade e sustentabilidade operacional e financeira”, informa a transportadora aérea.
A companhia brasileira, que atravessa dificuldades financeiras desde o ano passado, diz que tem já assegurados 1.600 milhões de dólares de financiamento, tendo celebrado acordos com a AerCap, que representa a maior parte das obrigações da companhia com leasing de aeronaves e aviões, e a United Airlines e a American Airlines.
Aquele montante será usado para refinanciar dívida existente e garantir 670 milhões em nova liquidez. O reembolso do financiamento será feito através da entrada dos credores no capital da Azul, através da subscrição de até 650 milhões de dólares em novas ações e um possível investimento adicional de 300 milhões pela United Airlines e a American Airlines.
“A Azul continua a voar – hoje, amanhã e no futuro. Esses acordos marcam um passo significativo na transformação do nosso negócio, pois permitir-nos-á emergir como líderes do setor nos principais aspetos da nossa atividade”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul, citado no comunicado.
A companhia assegura que “a Azul continuará a voar e a operar normalmente, enquanto mantém os seus compromissos durante este processo”.
A Azul já tinha celebrado, em outubro de 2024, um acordo com um grupo de credores para um financiamento de até 500 milhões de dólares (462 milhões de euros) para reforçar a sua liquidez.
A companhia brasileira tem desde o verão passado um diferendo com a TAP SGPS relativo ao pagamento de uma dívida que a Azul calcula ascender já a 178 milhões de euros. Há cerca de duas semanas foi decretado formalmente o incumprimento por parte da holding atualmente detida integralmente pelo Estado.
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