Altri investe 125 milhões de euros na Celtejo e na Celbi

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2017

A Altri vai assinar dois contratos de investimento com o Estado. São 125 milhões de euros que vão tornar os processos de produção de pasta mais eficientes.

O grupo Altri e o Estado português formalizam hoje a assinatura de dois contratos de investimento, no valor de 125 milhões de euros, numa cerimónia que será presidida pelo primeiro-ministro, António Costa.

Estes dois contratos correspondem a investimentos de 40 milhões de euros na Celbi, unidade na Figueira da Foz, e 85 milhões de euros na Celtejo, em Vila Velha do Ródão, segundo o grupo.

Estes investimentos permitirão, através da introdução de inovação, tornar os processos de produção de pasta mais eficientes e aumentar a capacidade instalada, de acordo com o grupo Altri.

A assinatura dos dois contratos de investimento terá lugar na sede da Celbi, na Leirosa, na Figueira da Foz, e a cerimónia contará ainda com as presenças dos ministros da Economia e da Agricultura e do secretário de Estado da Indústria, de acordo com a Altri.

O grupo português dedica-se à produção de pasta de papel nas suas três unidades – Caima, em Constância, Celtejo, em Vila Velha do Ródão, e Celbi, na Figueira da Foz, desenvolvendo ainda atividade na gestão da floresta, onde detém cerca de 85 mil hectares, e na produção de energia a partir da biomassa.

A Altri exporta cerca de 95% da sua produção para a Europa, mas também para a China e resto do mundo.

A empresa tem um volume de vendas superior a 665 milhões de euros.

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Celbi vai ter processo industrial único na Europa

A Celbi promete investir 40 milhões de euros,manter mais de 200 postos de trabalho e aumentar as exportações para 80% do seu volume de negócio. A minuto do contrato de investimento é hoje conhecida.

Celulose Beira Industrial (Celbi), uma empresa do grupo Altri, viu hoje publicada em Diário da República, as cláusulas (públicas) do contrato de investimento aprovado há duas semanas em Conselho de Ministros. Em causa está um investimento de 40 milhões de euros para a instalação de uma nova linha de descasque e destroçamento de rolaria de madeira.

Este investimento promete ser uma inovação “a nível internacional”, sendo que as “novas tecnologias” utilizadas correspondem “ao estado da arte, permitindo dotar a Celbi da maior unidade do mundo para descasque e rolaria de eucalipto”. “A Celbi tornar-se-á a única detentora em Portugal, e na Europa, deste processo industrial, de muito elevada capacidade e complexidade, integrando -se num muito restrito grupo de empresas, a nível mundial, detentoras destas tecnologias e desta dimensão de processo”, precisa o despacho conjunto do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Economia.

Os investimentos visam “garantir a obtenção das condições adequadas para produzir novos tipos de pasta de papel: pastas premium de brancura elevada e pastas de baixo teor em organoclorados para o mercado do papel tissue“.

Em termos de postos de trabalho, a meta é manter os mais de 200, mas também contribuir para a criação de sete postos de trabalho altamente qualificados, ao longo de cinco anos. “É de destacar, neste contexto, uma variação positiva da Taxa de Emprego Altamente Qualificado em cerca de 2,2 %, passando a empresa de 65 postos de trabalho com qualificação superior, em 2014, para 72 em 2019”.

A fábrica na Figueira da Foz deverá ainda gerar uma “atividade industrial de mais de 396 milhões de euros por ano, num mercado de dimensão internacional, tendo impacto na criação de valor pela via da internacionalização”. O objetivo é que entre o ano pré-projeto (2014) e o ano pós -projeto (2019) se verifique um aumento do valor global de exportações de 287 milhões de euros para 317 milhões de euros, representando perto de 80% do volume de negócios total” da empresa.

A Celbi prevê “um acréscimo significativo das compras e subcontratação de serviços a empresas nacionais superior a 12 milhões de euros, quando
comparado com o ano pré-projeto”, ou seja, o ano de 2014. E garante que o projeto terá que “um impacto significativo nas atividades a montante e a jusante da cadeia de valor, essencialmente nas PME”, nomeadamente com “as empresas fornecedoras de matérias-primas, produtos químicos, materiais e outros equipamentos, bem como, de empresas prestadoras de serviços de transporte e de assistência técnica, muitas delas localizadas na área da empresa”.

“Em 2020, as Compras e os Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) efetuadas em território nacional deverão ascender aos 260 milhões de euros, correspondentes a mais de 87 % do total das Compras e FSE da empresa”, precisa o despacho.

Por este investimento, com estas condicionantes, a Celbi recebe um incentivo de 4,02 milhões de euros do Compete, o programa operacional das empresas, mas também incentivos fiscais ou a possibilidade de ter parte do incentivo comunitário a fundo perdido. Contudo, essas contrapartidas não são públicas.

 

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CaixaBI corta 20% da avaliação da Altri

O CaixaBI resfria entusiasmo em torno das papeleiras. Apesar do dólar forte, os preços do papel só deverão recuperar em 2018. Por isso, retirou um quinto da avaliação que dava à Altri.

Os bancos de investimento continuam a ajustar as suas avaliações para um dos setores que mais estão a ganhar com a subida do dólar: o setor papeleiro. Mas se o Haitong melhorou esta quinta-feira a sua opinião em relação à indústria, o CaixaBI fez marcha-atrás na avaliação que faz da Altri. “Estimamos que a recuperação dos preços da pasta só deverá ocorrer em 2018-2019”, justificam os analistas.

Face ao anterior preço-alvo de 5,90 euros, a CaixaBI acredita agora que os títulos da produtora de papel poderão valorizar até 4,70 euros, cortando em 20% a avaliação que faz da cotada. Apesar de tudo, continua a recomendar a “compra” de títulos da empresa co-liderada por Paulo Fernandes. As ações a cotar nos 3,60 euros.

“Na nossa opinião, o racional de investimento da Altri não sofreu alterações ao longo de 2016, com a empresa a continuar a ser um dos produtores europeus mais eficientes do setor”, referem os analistas da CaixaBI, numa nota de investimento enviada aos clientes. “Para 2017 salientamos a expectativa de a Altri continuar a registar um elevado fluxo de caixa e a ausência de significativos investimentos. Estimamos que a recuperação dos preços da pasta só deverá ocorrer em 2018-2019, após os aumentos de capacidade na Indonésia e no Brasil terem sido totalmente digeridos pelo mercado”, acrescentaram.

A redução na avaliação da Altri surge num contexto em que a subida forte do dólar está a potenciar o setor exportador. Com a pasta de papel a cotar-se na nota verde, a apreciação da divisa americana veio potenciar ainda mais papeleiras nacionais, como a Altri, Navigator e Semapa. As ações destas três cotadas estão a brilhar na bolsa nacional esta semana, acumulando ganhos desde a última sexta-feira de 8,8%, 5,6% e 1,5%, respetivamente.

"Para 2017 salientamos a expetativa de a Altri continuar a registar um elevado cash-flow e a ausência de significativos investimentos. Estimamos que a recuperação dos preços da pasta só deverá ocorrer em 2018-2019, após os aumentos de capacidade na Indonésia e no Brasil terem sido totalmente digeridos pelo mercado.”

CaixaBI

O plano orçamental altamente expansionista de Donald Trump vem acompanhado por uma expectativa de que os preços vão também acelerar, colocando a Reserva Federal norte-americana numa posição mais conservadora no que toca à sua política monetária. Para evitar que a inflação fuja da sua meta, o banco central deverá começar a subir os juros diretores já em dezembro, circunstância que está a dar força ao dólar.

Contudo, para a CaixaBI, esse cenário “ainda está no plano teórico, o que nos leva a incorporar nas nossas estimativas uma postura neutral a curto prazo para o euro face ao dólar e assumir o seu retorno para 1,10 dólares durante o ano de 2017”.

Em suma, reforçam os analistas, “o racional de investimento da Altri foca-se na redução da sua posição de dívida líquida, o que deverá permitir à empresa aumentar a remuneração ao acionista no curto/médio prazo face à ausência de investimentos significativos”.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Lucros da Altri recuam 32,7% para 57 milhões

A Altri imputa a descida dos lucros à contínua descida do preço da pasta de papel. As receitas também caíram 8,3% para os 453 milhões de euros.

A Altri fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 57 milhões de euros, uma quebra de 32,7% quando comparado com igual período do ano anterior, segundo comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa adianta em comunicado que os resultados foram afetados pela contínua descida do preço da pasta, se bem que no terceiro trimestre essa descida tenha acontecido “a um ritmo menor que em trimestres anteriores”.

Em termos de receitas, a Altri registava no final de setembro 453 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 8,3% face a igual período de 2015.

As vendas totais da pasta ascenderam a 123,8 milhões no terceiro trimestre do ano, o que representa um decréscimo de cerca de 21% face ao período homólogo do ano anterior e um crescimento de 4% se tivermos em conta o segundo trimestre do ano.

Em termos de exportações o grupo, durante o terceiro trimestre, exportou 242,7 mil toneladas de pasta, um decréscimo de 4% face ao período homólogo de 2015, e um crescimento de 9% face ao segundo trimestre do ano.

O EBITDA gerado ao longo dos primeiros nove meses do ano atingiu os 129 milhões de euros, menos 21,2% do que no período homólogo.

A Altri investiu 33 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

Já o endividamento líquido da Altri reduziu-se em setembro para os 457 milhões de euros, valor que compara com os 459 milhões de euros registados no final do segundo trimestre.

Quanto ao futuro, a empresa diz que tem a perspetiva de que “os preços da pasta papeleira poderão ser impactados pelas notícias recentes de que alguns produtores relevantes poderão estar a considerar cortes temporários de capacidade, bem como de eventuais atrasos na entrada em funcionamento de alguns projetos”.

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