Altri dispara 10%. Papeleiras em recorde à boleia da consolidação

As ações da papeleira lideram os ganhos do PSI-20, num dia marcado por máximos históricos para as papeleiras nacionais. Movimentos de consolidação no setor e resultados puxam pelas ações.

A Altri é a estrela que mais brilha, num dia em que as papeleiras sobressaem pela positiva na praça lisboeta e com recordes históricos. As ações da papeleira comandada por Paulo Fernandes lideram os ganhos do PSI-20, depois de já terem estado a valorizar mais de 10% para assinalar um novo máximo de sempre. Sinais de consolidação no setor do papel são um dos principais motores dos ganhos da Altri, mas também das restantes papeleiras nacionais.

As ações da Altri seguem a valorizar 7,95%, para os 7,20 euros, liderando os ganhos do PSI-20, depois de já terem disparado 10%, para marcar um novo máximo histórico nos 7,35 euros. As restantes papeleiras — Semapa e Navigator — seguem-se-lhe com os segundos e terceiros melhores registos do índice bolsista de referência.

Altri em máximos de sempre

A Semapa que anuncia, após o fecho do mercado, o balanço das suas contas relativas ao primeiro trimestre vê as suas ações somarem 3,62%, para o 20,35 euros, enquanto os títulos da Navigator avançam 2,86%, para os 5,39 euros.

Qualquer destes três títulos está a ser impulsionado por notícias que dão conta de movimentos de consolidação no setor. A imprensa brasileira noticiou que a Asia Pacific Resources International (APRIL) fechou um acordo exclusivo com a Lwarcel, tendo feito uma proposta para comprar a sua fábrica de pasta em Lençóis Paulista nos próximos 60 dias.

Numa nota de análise, o BPI recorda que a Lwarcel tem estado à procura de um parceiro para a sua unidade industrial, que permitiria à empresa implementar um projeto de expansão que poderia aumentar a produção em Lençóis Paulista das atuais 250 mil toneladas por ano para 1,5 milhões. A Altri e a Navigator eram apontadas como interessadas na compra da brasileira Lwarcel, juntamente com a chilena Arauco. “A aquisição da Lwarcel por um player ibérico faria sentido de um ponto de vista estratégico mas a APRIL parece disposta a fazer uma oferta mais agressiva”, referem os analistas do BPI.

Este negócio, que deverá estar iminente, é conhecido dois meses depois de ter sido anunciado que as duas maiores empresas de pasta do Brasil, a Fibria e a Suzano, vão avançar para uma fusão e dar origem à maior produtora mundial desta matéria que serve de base à produção de papel.

Mas há mais fatores que poderão ajudar a explicar o registo destacado das ações da papeleira liderada por Paulo Fernandes nesta sessão. Especificamente, os resultados relativos ao primeiro trimestre do ano que agradaram ao mercado. A Altri anunciou na sexta-feira passada que os seus lucros quase duplicaram naquele período. A empresa registou lucros de 32,6 milhões de euros até ao final de março, o que representa um aumento de 90,6% face ao mesmo período do ano anterior. O reforço do perfil exportador da empresa ajudou a puxar pelos seus resultados.

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Celtejo defende divulgação dos resultados das análises à poluição no rio Tejo

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2018

A Celtejo, fábrica de pasta de papel da Altri, em Vila Velha de Ródão, defendeu a divulgação dos resultados das análises à poluição no rio Tejo colocados em segredo de justiça.

“A Celtejo concorda com os ambientalistas na importância da divulgação dos resultados das análises [feitas pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território]”, afirmou à agência Lusa, fonte da Celtejo.

As associações ambientalistas, Quercus e Zero, defenderam a necessidade de respeitar a decisão do Ministério Público que colocou em segredo de justiça o inquérito à poluição no rio Tejo, ainda que entendam que, por questões de saúde pública, os resultados deveriam ser públicos.

À agência Lusa, o presidente da Quercus, João Branco, lamentou que o inquérito esteja em segredo de justiça, apesar de aceitar a ordem judicial.

Nós achamos que devia ser divulgado, que é uma informação relevante para a opinião pública, mas não só. Por questões de segurança e saúde pública os valores deviam ser conhecidos”, sustentou.

Já Francisco Ferreira, da Zero, defendeu que deve ser respeitada a decisão judicial e considerou fundamental que se “averiguem as circunstâncias” do episódio de poluição no rio Tejo, para se perceber se houve ou não um acidente relacionado com a fábrica de celulose Celtejo ou, acrescentou, se se tratou apenas de poluição acumulada.

“Seria importante que toda esta informação fosse pública para nós melhor percebermos o que se pode e deve decidir em relação à produção naquela zona”, disse.

O Ministério Público notificou a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) de que os elementos recolhidos no âmbito do inquérito sobre a poluição no Tejo estão em segredo de justiça.

Em nota divulgada na sexta-feira, a IGAMAOT referia que recebeu uma notificação do Departamento de Investigação e Ação Penal de Castelo Branco sobre o inquérito por crime de poluição no rio Tejo, na qual se lia que “todos os elementos já coligidos, bem como todos os demais elementos juntos e a obter, relativos à investigação no âmbito do processo de inquérito (…) se encontram sujeitos a segredo de justiça“.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou, no dia 27 de janeiro, que o Ministério Público instaurou um inquérito a empresas de Vila Velha de Ródão, na sequência de uma participação de crime de poluição apresentada pelo Ministério do Ambiente.

A abertura do inquérito surgiu na sequência dos recentes fenómenos de poluição detetados em 24 de janeiro, junto à queda de água do açude insuflável de Abrantes.

No dia 31 de janeiro, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, revelou que a carga poluente que afetou o rio Tejo na zona de Abrantes, teve origem nas descargas da indústria da pasta de papel.

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Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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Parlamento aprova subida da derrama. Quanto custa às cotadas do PSI-20?

Parlamento aprovou esta quinta-feira um aumento da derrama estadual para as empresas com maiores lucros. Medida terá impacto nos lucros e ações das cotadas do PSI-20. Qual é o impacto?

O IRC para as grandes empresas sempre vai subir no próximo ano, isto depois de o Parlamento ter aprovado o aumento da derrama estadual de 7% para 9% para as empresas com maiores lucros. Esta medida terá impacto nas empresas com lucros anuais acima dos 35 milhões de euros. No PSI-20, o principal índice bolsista português, são várias as cotadas que vão ser afetadas por isto. Quais?

O CaixaBank BPI Research estimou o impacto da proposta do PCP que aprovada esta quinta-feira no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2018. A medida teve luz verde do PS e por isso vai entrar em vigor a partir do próximo ano.

Na bolsa portuguesa, poucas são as cotadas vão escapar ao aumento de impostos sobre as grandes empresas. Os cálculos do banco tiveram por base as estimativas para os lucros das empresas e bancos para 2018. Contas feitas:

  • No BCP, o aumento da derrama estadual deverá ter um impacto de 1% na estimativa para os resultados do grupo no próximo ano e 2% depois, estimam os analistas do BPI. Em 2018, o banco liderado por Nuno Amado poderá ter um lucro de 364 milhões de euros, segundo este banco. Na análise do CaixaBank BPI, o aumento da derrama estadual terá também implicações no atual montante de ativos por impostos diferidos, que deverão aumentar em cerca de 214 milhões de euros.

Também o Haitong analisou o impacto do aumento da derrama estadual nas cotadas do PSI-20. REN e Sonae serão as empresas mais afetadas pela medida.

“Embora seja difícil quantificar precisamente o impacto desta medida, uma vez que nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal ou podem utilizar créditos fiscais, simulamos o impacto desta medida no nosso universo de ações que fazemos cobertura”, dizem dos analistas do Haitong.

 

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Máximos das papeleiras atraem fundos nacionais em setembro

BCP continua a ser a estrela dos gestores dos fundos nacionais, que foram atraídos pelos máximos históricos das papeleiras Navigator e Altri no mês de setembro, segundo os dados da CMVM.

Atraídos pelos máximos históricos, os fundos de investimento portugueses apostaram forte nas ações das papeleiras Navigator e Altri no mês de setembro. Ainda assim, o BCP continua a ser o título preferido dos gestores portugueses.

Segundo os indicadores de síntese dos fundos de investimento divulgados esta segunda-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o total investido na Navigator cresceu 18,5% em setembro para um total de 16,9 milhões de euros, aproveitando a boleia da valorização do título de 15% naquele mês. A papeleira liderada por Diogo da Silveira pesa quase 17% na carteira dos fundos nacionais, sendo o segundo título mais representado.

Em relação à Altri, a outra papeleira do índice de referência PSI-20, os fundos reforçaram a sua exposição ao título em 39,2% para 12,2 milhões de euros no mês passado. Em setembro, a ação disparou 21,7%, sendo o sexto título mais representado nas carteiras dos gestores nacionais.

Apesar do forte interesse no setor do papel, a principal estrela dos fundos continuou a ser o BCP. Os gestores portugueses reforçaram o seu portefólio com ações do banco liderado por Nuno Amado em 21,4% em setembro para um total de 21,9 milhões de euros. Em setembro, mês em que completou 30 anos na bolsa, as ações do BCP valorizaram 9,8%.

Em sentido contrário, desfizeram-se de parte das suas carteiras de ações da Sonae (-4,6%) e Galp (-9,7%).

Em termos gerais, os fundos portugueses aumentaram a sua exposição ao mercado de ações nacionais em 8,3% para 184,2 milhões de euros.

Os mesmos dados da CMVM indicam que as sociedades gestoras com as maiores quotas de mercado em setembro foram a Caixagest (30,8%), BPI Gestão de Ativos (27,5%), e Santander Asset Management (15,6%).

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Navigator e Altri doam um milhão para ajudar vítimas de Pedrógão Grande

Um milhão de euros é o valor que a Navigator e a Altri decidiram doar, em conjunto, para minimizar as consequências do incêndio em Pedrógão Grande, que matou mais de seis dezenas de pessoas.

Um milhão de euros é quanto a Altri e a Navigator vão doar para apoiar as vítimas do incêndio em Pedrógão Grande, que fez pelo menos 64 mortos e centenas de feridos e desalojados, naquilo que as duas empresas chamam de “plano de recuperação de infraestruturas”.

Num comunicado conjunto, as papeleiras avançam que vão “contribuir com um milhão de euros”, metade para o “fundo especial de apoio às organizações da sociedade civil da região de Pedrógão Grande” e a outra metade para ajudar “na recuperação de encostas, linhas de água e infraestruturas florestais, nas zonas afetadas pelos incêndios, conforme um plano técnico com 12 ações, disponibilizando ainda o apoio especializado das suas equipas”.

“Esta contribuição visa ajudar a minimizar as consequências dos incêndios e da tragédia que afetou os municípios de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera”, sublinham as companhias.

“Neste momento dramático e de forte comoção nacional, a nossa primeira palavra dirige-se às vítimas do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e aos seus familiares, bem como a todos aqueles que, em condições adversas e com risco da própria vida, se empenham no combate ao fogo”, lê-se ainda na nota enviada à comunicação social.

As empresas garantem, por fim, estar a “acompanhar de perto” a situação “desde o primeiro momento”, e a “participar no combate à vaga de incêndios, especialmente violenta, que assolou o território português no passado fim de semana”.

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Indústria papeleira dona de uma “pequena percentagem” da área ardida nos últimos dias

  • Margarida Peixoto
  • 22 Junho 2017

Nenhum dos terrenos atravessados pela chamada "estrada da morte" pertencia às empresas associadas da CELPA, garante fonte oficial ao ECO.

As maiores empresas da indústria papeleira — Altri, Celbi, Celtejo, Caima, Altriflorestal, Europac, The Navigator e Renova — são donas de “uma pequena percentagem” da área ardida nos últimos dias nos distritos de Coimbra, Leiria e Castelo Branco. Contudo, nenhum dos terrenos atravessados pela chamada “estrada da morte” pertencia a estas empresas, revelou fonte oficial da associação do setor, ao ECO.

“As associadas da CELPA [Associação da Indústria Papeleira] têm propriedades nos distritos referidos [de Coimbra, Leiria e Castelo Branco]. Podemos confirmar que algumas dessas áreas também foram atingidas pelos fogos. Todavia, apesar de ainda não podermos apresentar números exatos, estamos em condições de confirmar que é uma pequena percentagem da área total ardida”, explicou fonte oficial.

Sobre os terrenos atravessados pela chamada “estrada da morte”, a Nacional 236, que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pera, a associação garante que não pertenciam a nenhuma das suas associadas.

Das associadas da CELPA, a Renova não tem floresta. Já o Grupo Altri e a The Navigator Company têm floresta de várias espécies, mas na maior parte é eucalipto. A Europac tem uma área muito reduzida de pinho, mas não tem nada naquela zona.

Confrontada pelo ECO, a CELPA garante que as regras do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra incêndios são “seguidas rigorosamente pela indústria” e que a distância de segurança entre a floresta e a estrada “é sempre cumprida”.

No âmbito da AFOCELCA — um corpo de sapadores florestais privado, criado pela Altri e a The Navigator, para proteger as florestas das empresas, mas que desde 2005 integra o dispositivo nacional de defesa da Proteção Civil — a indústria está a colaborar no combate aos fogos que ainda lavram no Centro do país. Aliás, “cerca de 85% do combate feito pela AFOCELCA é fora das propriedades sob sua gestão”, adianta a mesma fonte.

Geralmente, os meios disponibilizados pela AFOCELCA consistem em três helicópteros ligeiros, cada um com uma equipa de combate de cinco sapadores florestais; 38 unidades de prevenção e vigilância, compostas por três sapadores com equipamento de primeira intervenção, e 18 equipas de combate terrestre com seis elementos operacionais num veículo semi-pesado.

Nos fogos de 2015, o último ano para o qual há dados disponíveis, arderam 700 hectares das empresas associadas da CELPA (Grupo Altri e The Navigator Company), o que corresponde a 0,4% das áreas que tinham sob gestão, explica a associação. Nesse ano, a AFOCELCA investiu 3,3 milhões de euros em ações de prevenção dos incêndios — controlo de vegetação, limpeza de caminhos e aceiros e manutenção e construção de rede viária e divisional. As ações incidiram sobre uma área de 29,3 mil hectares, o equivalente a 18% do território gerido pelas empresas associadas.

(Notícia atualizada com mais informação às 17h19)

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EDP deixa Lisboa no vermelho pelo segundo dia

Altri e Sonae recuam no dia em que começam a negociar sem dividendos. Também os maus desempenhos da EDP e da Jerónimo Martins colocam a bolsa nacional em terreno negativo, seguindo exemplo europeu.

A bolsa nacional acumula a terceira sessão de perdas da semana, a segunda consecutiva, depois de na sexta-feira ter entrado em terreno bull market. Lisboa está a ser pressionada pela EDP e Jerónimo Martins, mas também o desempenho europeu retira algum apetite pelo risco no mercado acionista. Também a Altri e a Sonae, a negociar em ex-dividendo, condicionam.

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,17% para 5.241,39 pontos, com 11 cotadas em sinal menos. No início da sessão, destacam-se pela negativa a EDP e a Jerónimo Martins, dois dos pesos pesados em Lisboa e que perdiam 0,77% e 0,24%, respetivamente.

O pior desempenho, ainda assim, pertencia à papeleira Altri. Surge esta quinta-feira destacada do dividendo de 0,25 euros que vai pagar na próxima segunda-feira e, por causa desse ajustamento, as ações tombam 4,72% para 4,17 euros. Quanto à Sonae, que negoceia a partir de hoje sem o dividendo de 0,04 euros, perde 2,46%.

Altri negoceia sem dividendo

Outra nota de destaque vai para a REN. A gestora da rede elétrica nacional apresenta contas após o fecho da bolsa. Os analistas do BPI Research estimam um lucro de 13 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. As ações cedem ligeiramente 0,17% para 0,95 euros.

“Além dos resultados empresariais, as atenções dos investidores também hoje estarão centradas no plano macroeconómico”, referem os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “Hoje será conhecido o índice de preços no consumidor durante o mês de abril. As empresas de retalho, como a Jerónimo Martins e a Sonae, são naturalmente dos setores mais sensíveis a este tema e beneficiam com perspetivas favoráveis a uma subida da inflação”, apontam ainda.

Lá por fora, Londres, Madrid e Paris acompanham o sentimento negativo. As perdas não são muito acentuadas, ficando-se por quedas inferiores a 0,2%. Já o DAX-30 alemão e o FTSE-Mib de Milão apresentavam-se em alta ligeira.

(Notícia atualizada às 8h23)

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Lucros da Altri dão trambolhão de 31,8%

  • Lusa
  • 5 Maio 2017

A queda do preço médio da tonelada de pasta de papel e os investimentos na Celtejo explicam os resultados. Ainda assim, as vendas e as exportações aumentaram.

A Altri registou lucros de 17,12 milhões de euros nos primeiros três meses de 2017, uma queda de 31,8% face aos 25 milhões de euros verificados no mesmo período de 2016.

Em comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa de pasta de papel explica este resultado com o preço médio por tonelada de pasta, que nos primeiros três meses de 2017 foi inferior em 7,6% face ao período homólogo, e com os investimentos em realização da Celtejo, que afetam a eficiência da produção daquela unidade.

Entre janeiro e março, as vendas da Altri aumentaram em 8,2% para cerca de 274,3 mil toneladas e a produção 5,4% para 264,4 mil toneladas de pasta face aos mesmos meses de 2016. Já as exportações aumentaram 8% para 250,5 mil toneladas (+8%) e as receitas totais caíram 1%.

Os custos totais, excluindo amortizações, custos financeiros e impostos, atingiram os 119,7 milhões de euros (+9,2%), valor “ligeiramente acima do incremento homólogo das toneladas vendidas e que foi de 8,2%”, uma subida que é explicada “na quase totalidade” pelo impacto dos investimentos em curso na Celtejo para aumentar a eficiência operacional da unidade.

O EBITDA (resultados líquidos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de 40,1 milhões de euros no primeiro trimestre, uma queda de 32,2% em termos homólogos.

Nos primeiros três meses deste ano, a Altri fez investimentos de cerca de 25 milhões de euros, tendo no mesmo período reduzido endividamento líquido, para os 432,2 milhões de euros.

A Altri fechou esta sexta-feira a sessão a perder 1,39% para os 4,329 euros.

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Quem são os melhores gestores portugueses?

Há gestores portugueses entre os melhores da Europa. Manso Neto (EDP Renováveis) e Carlos Tavares (Peugeot) foram distinguidos pelos analistas e investidores. E entre cotadas portuguesas?

Os prémios da Institutional Investor voltaram a premiar os gestores portugueses em 2017, colocando João Manso Neto (EDP Renováveis/Espanha) e Carlos Tavares (Peugeot/França) entre os melhores CEO de empresas europeias. Também Carlos Gomes da Silva (Galp) obteve a melhor classificação entre empresas com sede em Portugal.

Tanto Manso Neto como Tavares foram considerados pelos analistas, casas de investimento e investidores os terceiros melhores presidentes executivos nos setores das utilities e fabricantes automóveis, respetivamente.

No caso do CEO da EDP Renováveis, Manso Neto apenas foi ultrapassado por Jose Sanchez Galán (Iberdrola/Espanha) e Francesco Starare (Enel/Itália). Quanto ao líder da Peugeot Citröen, Tavares foi terceiro atrás de Jacques Aschenbroich (Valeo/França) e Dieter Zetsche (Daimler/Alemanha).

Já Carlos Gomes da Silva, CEO da petrolífera Galp, foi distinguido pelo mercado como o melhor presidente executivo de uma empresa com sede em Portugal. Gomes da Silva obteve uma melhor classificação do que António Mexia (EDP) e Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins), que ficaram em segundo e terceiro lugar no ranking da Institutional Investor.

A lista até ao oitavo lugar inclui ainda Miguel Almeida (NOS), Francisco Lacerda (CTT), Diogo da Silveira (Navigator), Rodrigo Costa (REN) e Gonçalo Moura Martins (Mota-Engil).

Entre outras distinções atribuídas a responsáveis portugueses, Nuno Alves, administrador financeiro da EDP, foi considerado o segundo melhor no respetivo setor entre os pares europeus, atrás do seu “homólogo” da Iberdrola, José Sáinz Armada. E Ricardo Mendes Ferreira, da Altri, destacou-se no segundo lugar entre os melhores responsáveis pelas relações com os investidores no setor de papel.

Os prémios de melhores gestores foram atribuídos com base num inquérito a cerca de 2.600 profissionais de investimento, entre analistas e gestores de ativos, e a cerca de 800 empresas de serviços financeiros.

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Altri faz empréstimo obrigacionista de 70 milhões de euros

  • Lusa
  • 6 Março 2017

A operação de financiamento permitiu recomprar dívida antiga. O objetivo desta emissão é extensão do perfil de maturidade da dívida, refere a empresa.

A empresa de produção de pasta de eucalipto e de gestão florestal Altri informou hoje o mercado que fez um empréstimo obrigacionista, por subscrição particular, de 70 milhões de euros, pelo prazo de sete anos.

“A Altri informa que procedeu, hoje, à emissão de um empréstimo obrigacionista, por subscrição particular, no montante de 70 milhões de euros, pelo prazo de sete anos”, lê-se num comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa informa também que adquiriu hoje 500 obrigações representativas de um outro empréstimo obrigacionista, no montante nominal de 50 milhões de euros, “tendo procedido à sua amortização, passando esta emissão a estar representada por 200 obrigações, no montante nominal de 20 milhões de euros”.

A Altri afirma que estas operações se enquadram-se na sua estratégia de financiamento, “que visa a extensão do perfil de maturidade da dívida, o reforço da estrutura de capitais e da diversificação das fontes e tipologias de financiamento”.

Na semana passada, a Altri apresentou resultados, tendo registado um lucro de 76,9 milhões de euros em 2016, uma descida de 34,6% face ao ganho de 118 milhões de euros obtido em 2015.

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Resultados: PSI-20 vai a exame do mercado. Será que passa?

Arranca esta quinta-feira a temporada de resultados na praça nacional. Analistas esperam uma descida global dos lucros, mas há cotadas com desempenhos positivos. O PSI-20 passa no exame dos mercados?

À partida para mais uma temporada de resultados em Lisboa, as estimativas dos analistas apontam para um ano de 2016 pouco positivo para as empresas nacionais. Sem contar com o BCP e BPI, os lucros no índice nacional terão recuado 2,7% num ano em que em que economia portuguesa que deverá ter crescido pouco mais de 1,2%. Incluindo aqueles dois bancos, as contas são ainda mais negativas: -11%. Mas há fatores extraordinários a ter em conta.

É no setor financeiro onde vão estar centradas todas as atenções. O BPI é o primeiro a prestar contas. E Fernando Ulrich, presidente do banco alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos catalães CaixaBank, deverá anunciar já esta quinta-feira um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, mais 2% do que no ano anterior. A explicar a melhoria de resultados terá estado o forte crescimento da margem financeira, em 13%, dizem os analistas do CaixaBI, cuja previsão de lucro é mais otimista: 266 milhões de euros.

Para o BCP, que só reporta os resultados a 6 de março, a estimativa dos analistas sondados pela Bloomberg sugere uma melhoria evidente face aos prejuízos de 250 milhões de euros registados nos nove primeiros meses do ano, devido sobretudo ao esforço do banco com provisões extraordinárias para cobrir o crédito em risco de incumprimento. Terá fechado o ano com um resultado líquido negativo menos pesado, de cerca de 85 milhões. Com um aumento de capital no valor de 1.300 e dois novos acionistas de referência em luta por protagonismo na estrutura acionista, Nuno Amado deverá anunciar uma nova vida no maior banco privado português.

“A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento”, referiu Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas”, frisou o responsável.

BPI dá o pontapé de arranque na earnings season nacional

Para Albino Oliveira há mais setores que deverão despertar a curiosidade dos investidores. “Tivemos já a divulgação das vendas preliminares do quarto trimestre de 2016 por parte de Sonae e Jerónimo Martins (fortes em ambos os casos). Resta agora conhecer a informação relativamente às margens, principalmente no que se refere à Sonae, tendo em conta os sinais positivos observados no terceiro trimestre e a manutenção do ambiente competitivo no setor do retalho em Portugal”.

Em relação à dona da cadeia de hipermercados Continente, os especialistas apontam para lucros de 173,4 milhões de euros, ainda assim menos 1% face a 2015. A Jerónimo Martins, que detém a marca Pingo Doce e que se apresenta como uma das favoritas dos analistas, beneficiou da venda da Monterroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos para acumular um lucro de 500 milhões de euros só nos nove primeiros meses do ano. O consenso do mercado aponta para um lucro total de 439,7 milhões de euros em 2016 — não devendo contabilizar o negócio com a Monterroio por 310 milhões de euros.

"A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento. Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Habituada a ser o rei da temporada, a EDP terá melhorado o seu resultado líquido em 2% face a 2015. A elétrica liderada por António Mexia apresenta contas a 2 de março e deverá revelar um lucro de 932 milhões de euros, representando um terço dos lucros do PSI-20 no ano passado.

Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, salienta a “estabilização no segundo semestre do ambiente de negócios” que beneficiou “setores com maior volatilidade, como o energético e o bancário”. Por exemplo, a REN, que perdia mais de 20% dos lucros nos nove primeiros meses do ano, atenuou essa queda e terá encerrado o ano com uma redução de 14% para pouco mais de 100 milhões de euros. A EDP Renováveis, cujo lucro tombava mais de 70% entre janeiro e setembro, fechará o ano com menos 30% dos lucros que registou em 2015, de acordo com os analistas.

Albino Oliveira destaca ainda a Nos, os CTT e a Mota-Engil. Por razões diferentes.

“Os resultados da Nos, o segundo título no PSI-20 com pior performance nos últimos três meses (com pior performance apenas o BCP), no sentido de determinar até que ponto poderão revelar-se decisivos para poderem conduzir a uma inversão dessa tendência negativa. No que se refere aos resultados dos CTT, os números do quarto trimestre poderão ser importantes para o sentimento dos investidores relativamente à evolução operacional do negócio ao longo dos próximos meses”, explicou.

Quanto à construtora, “tendo em conta a decisão da empresa de divulgar números apenas numa base semestral, os números de 2016 assumirão provavelmente maior importância”.

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