Altri quintuplica lucros para 124 milhões em ano de produção e vendas recorde

Papeleira faturou quase 800 milhões de euros no ano passado, compensando subida dos custos. Lucros subiram 400% para 123,7 milhões de euros.

A Altri quintuplicou os lucros no ano passado, ganhando 123,7 milhões de euros, e isto depois de ter atingido produção e vendas recorde, que ajudaram a compensar a subida dos custos por causa da inflação.

As receitas atingiram os 793,4 milhões de euros em 2021, o que representa uma subida de 38% em relação a 2020. A Altri justifica este desempenho com o “recorde de produção de fibras celulósicas” e com o “aumento das vendas, num período marcado pela alta dos preços da pasta nos mercados internacionais”.

As unidades de produção de pasta do grupo — Celbi, Biotek e Caima — registaram-se “um recorde absoluto de produção e vendas nos 12 meses de 2021, tendo produzido 1,126 milhões de toneladas de pasta (mais 2,2%) e vendido 1,153 milhões de toneladas (mais 5,0%). Os mercados externos representaram 86% das vendas, num total de 996 mil toneladas.

Por outro lado, os custos operacionais também aceleraram, “fruto da pressão inflacionista generalizada dos fatores produtivos”, disse a papeleira. Subiram 18,6% para 565,7 milhões de euros no ano passado.

Apesar do aumento dos custos, a Altri viu o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) avançar 132,7% para 227,7 milhões de euros.

Face à subida dos preços da energia, a Altri adianta que vai reduzir a dependência de energia de fontes fósseis e assinala que a fábrica de Caima vai tornar-se em breve na “primeira produtora ibérica de fibras celulósicas livre de combustíveis fósseis, sendo que todo o grupo está a passar para o regime de mercado de energia”, anunciou o CEO, José Soares de Pina, em comunicado. A medida terá impacto positivo já no primeiro trimestre deste ano, tendo em conta que o grupo é produtor excedentário.

A papeleira portuguesa indica que continua a sentir uma forte procura por pasta de papel na Europa no início de 2022, o que, tendo em conta o contexto de baixa disponibilidade, já levou a dois aumentos de preços em fevereiro (30 dólares) e março (30 dólares), elevando o valor para 1.200 dólares/tonelada.

Relativamente ao projeto da Galiza, para a construção de uma unidade industrial de raiz com uma capacidade produtiva anual de 200.000 toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis, através de um consórcio público-privado, a Altri diz que espera estar em condições de anunciar a localização final do projeto a curto prazo.

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Altri quer autonomizar participação na Greenvolt e entregá-la aos acionistas

Papeleira está a preparar a autonomização da participação de 58,72% que detém na Greenvolt. Acionistas passarão a controlar diretamente as ações da empresa de energias renováveis.

A Altri está a preparar a autonomização da participação de 58,72% que detém na Greenvolt. Com esta operação, que poderá concretizar-se no segundo trimestre de 2022, os acionistas da papeleira passarão a controlar diretamente as ações da empresa de energias renováveis.

Esta intenção consta do comunicado relativo às contas do terceiro trimestre do ano e no qual a Altri considera que, tendo em conta as perspetivas de crescimento das duas empresas, “afigura-se razoável e necessário contemplar o estudo em torno da otimização da participação acionista da Altri na Greenvolt, o que poderá envolver um eventual processo de autonomização dessa participação”.

Mas só será dado esse passo se a operação “constituir uma resposta adequada para a evolução otimizada das empresas em causa, ajustada à realidade subjacente aos seus negócios próprios e às suas perspetivas de evolução e uma vez realizada a análise dos impactos e das vantagens de uma separação total dos negócios da pasta e da energia renovável”, indica a Altri.

A autonomização dos negócios permitirá a segregação entre os balanços das duas empresas, “contribuindo para que ambas prossigam o seu plano de negócios de forma autónoma”.

Concretizando-se esta operação, a Altri explica que os seus acionistas passarão a deter a totalidade da participação maioritária que esta empresa detém na Greenvolt, em moldes ainda em estudo, mas com a salvaguarda de que o controlo da empresa de energias renováveis não será transferido da Altri para outra entidade.

A Altri nota que o processo está dependente da obtenção de todas as aprovações estatutárias, legais, contratuais e regulatórias, em particular por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A papeleira diz que será respeitado o período do lock-up em vigor até 15 de janeiro e que foi assumido no IPO da Greenvolt.

No final, “caso se venha a concluir pela sua viabilidade e adequação e após terem sido obtidas todas as autorizações exigidas, previsivelmente, durante o segundo trimestre de 2022”, informa a Altri, que anunciou esta quinta-feira um lucro de 92,8 milhões de euros nos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 282,1% face ao mesmo período do ano passado.

Entre os principais acionistas da Altri estão a Promendo (18,67%), a Caderno Azul (15,11%), a Actium Capital (13,00%), a Livrefluxo (13,00%) e a 1 Thing Investments (10,01%).

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Aquisições encolhem 7,5% dos lucros da Greenvolt até setembro

A Greenvolt regista resultado líquido de 7,5 milhões nos primeiros nove meses, justificado com a compra da TGP, V-Ridium e Profit. Manso Neto quer “reforçar quota” europeia na geração descentralizada.

A Greenvolt registou receitas totais de 83,4 milhões de euros (+21%) e um EBITDA, excluindo custos de transação, de 33,8 milhões de euros (+34%) nos primeiros nove meses deste ano. O resultado líquido caiu 26,7%, para 7,5 milhões de euros, “reflexo dos resultados financeiros que traduzem as aquisições realizadas”.

No comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), a empresa de energias renováveis da Altri reforça que o terceiro trimestre de 2021 é “o primeiro que incluiu impactos na demonstração dos resultados das principais aquisições pela GreenVolt durante este ano”, como a Tilbury Green Power (concretizada a 30 de junho), a V-Ridium (14 de julho) e a Profit (24 de agosto).

“Ajustando o indicador de EBITDA para refletir um cenário de consolidação de todas as unidades de negócio durante a totalidade dos nove meses – espelhando um cenário teórico de todas as aquisições terem ocorrido no dia 1 de janeiro do ano de 2021 e considerando os dados de gestão, não auditados, do primeiro semestre das subsidiárias –, o EBITDA teria ascendido a cerca de 51 milhões de euros”, calcula a empresa.

João Manso Neto frisa que a Greenvolt “tem vindo a executar de forma criteriosa e rigorosa a estratégia definida, tendo reforçado – através da incorporação da TGP – o seu posicionamento como empresa líder na produção de energia elétrica através de biomassa residual”. E através da V-Ridium é “cada vez mais reconhecida no mercado europeu como um major no segmento de mercado da promoção e desenvolvimento de projetos de energia renovável eólica e fotovoltaica”.

“Por outro lado, os investimentos que está a realizar no segmento de produção energética descentralizada, através da aquisição da Profit Energy e da Perfecta Energia, empresas ibéricas com uma ambição europeia, reflete a nossa visão da evolução natural do mercado e da importância cada vez maior deste segmento para um processo de transição energética rápido e equitativo, contribuindo de forma inequívoca para a redução da fatura energética de empresas e famílias”, acrescenta o CEO.

Os investimentos no segmento de produção energética descentralizada refletem a nossa visão da evolução natural do mercado e da importância cada vez maior deste segmento para um processo de transição energética rápido e equitativo.

João Manso Neto

CEO da Greenvolt

A dívida financeira líquida da GreenVolt ascendia a 122,3 milhões de euros, o que equivale a uma redução “substancial” face ao valor registado no final do final do primeiro semestre deste ano. E que fica a dever-se, essencialmente, aos fluxos financeiros provenientes da Oferta Pública Inicial de ações, justifica a empresa, que completou a entrada na Euronext Lisbon em julho de 2021 e passou a integrar o PSI-20 durante o mês de setembro.

Já em novembro, a empresa voltou ao mercado para realizar uma emissão de green bonds, no montante de 100 milhões de euros, com uma maturidade de 7 anos e um cupão fixo de 2,625%. O valor da emissão ficou, assim, acima dos 75 milhões de euros inicialmente previstos, na sequência da “elevada procura registada junto de investidores institucionais”, como sublinhou na altura, em comunicado enviado às redações.

Reforçar quota europeia na geração descentralizada

Na produção de energia elétrica através de biomassa residual, a Greenvolt está atualmente presente em Portugal, onde detém cinco centrais de biomassa residual florestal, com uma capacidade instalada de cerca de 100 MW; e no Reino Unido, com uma participação maioritária (51%) na TGP, operando uma central com cerca de 42 MW que utiliza resíduos lenhosos urbanos.

No segmento de energia renovável solar fotovoltaica e eólica está sobretudo presente na fase de desenvolvimento e promoção de projetos, através da aquisição da V-Ridium. No terceiro trimestre celebrou ainda acordos de codesenvolvimento em Itália e na Roménia e adquiriu na Polónia uma participação maioritária (51%) na KSME, empresa de soluções de armazenagem energética com um pipeline de cerca de 5,6 GW, dos quais cerca de 1,4 GW com interligação assegurada à rede elétrica polaca.

Neste comunicado à CMVM, a geração energética descentralizada é apontada como uma área de negócio “estratégica” e em que ambiciona “reforçar a sua quota de mercado a nível europeu”, isto depois de ter fechado a aquisição de 70% da Profit Energy, empresa de engenharia especializada no desenvolvimento e conceção de projetos de produção de energia através de fontes renováveis e eficiência energética, com foco nos sistemas solares fotovoltaicos e na iluminação LED.

A Greenvolt destaca que a geração descentralizada é “um dos setores de energias renováveis mais dinâmico”, tendo o mercado global crescido 1,8 vezes entre 2018 e 2020. No entanto, em termos ibéricos, onde os níveis de irradiação são dos mais elevados da Europa, conclui a empresa, “o nível de instalação de geração descentralizada per capita é dos mais baixos da Europa”.

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CaixaBI sobe preço-alvo da Altri para 7,80 euros

  • ECO
  • 20 Outubro 2021

A papeleira viu a CaixaBI rever em alta o preço-alvo por ação, ao incorporar o potencial da Greenvolt, o que confere um potencial de retorno de 47,2% nos próximos 12 meses.

O CaixaBI subiu o preço-alvo atribuído à Altri ALTR 0,98% de 7,60 euros para os 7,80 euros por ação, o que atribui um retorno potencial de 47,2% para os próximos 12 meses, em relação aos 5,34 euros com que a empresa portuguesa encerrou a última sessão.

Numa nota assinada pelo analista Carlos Jesus, em que mantém a recomendação de “comprar”, o banco de investimento refere que nesta atualização “incorpora a avaliação da Greenvolt no preço” da Altri e “atualiza e ajusta a curva do preço da pasta de papel para incorporar nova informação de mercado”.

O CaixaBI assinala ainda nesta nota de research que “a consolidação das estimativas publicadas recentemente para a Greenvolt fornecem suporte para o crescimento do EBITDA, com a empresa de energia renovável a começar a tornar-se a principal contribuição para o valor global de 2024 em diante“.

“Continuamos a ver Altri (e especificamente o negócio da celulose) como uma proposta de investimento atraente, dado o atual ambiente ao nível dos preços, que permanecem em níveis historicamente elevados”, lê-se no documento enviado aos clientes, a que o ECO teve acesso.

Liderada por José Pina, a Altri anunciou no início deste mês a assinatura de um memorando de entendimento com uma empresa galega para a construção de uma biofábrica para o setor têxtil, com capacidade para produzir 200 mil toneladas de pasta solúvel e fibras sustentáveis.

Esta terça-feira, a Greenvolt, que é controlada em 58,72% pela Altri, informou a CMVM de que está a preparar uma oferta particular de obrigações sustentáveis em que pretende obter um financiamento mínimo de 75 milhões de euros, tendo mandatado o BIG e o Haitong Bank para atuarem como “coordenadores” da emissão.

Altri em alta

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Santander vê Altri em saldos e com potencial para subir 80%

Banco espanhol considera que a Altri oferece uma oportunidade para os investidores entrarem no setor do papel com desconto. Vê ações da papeleira nos 9,8 euros.

A equipa de research do Santander considera que a Altri ALTR 0,98% oferece uma oportunidade para ganhar exposição ao setor do papel a desconto”, e vê a papeleira com potencial para valorizar mais de 80% nos próximos meses.

Há três argumentos para esta avaliação: em primeiro lugar, os preços da pasta de papel na China deverão começar a recuperar no quarto trimestre do ano, depois da correção iniciada em junho perante o abrandamento económico chinês; depois, espera fortes resultados na segunda metade do ano; e, finalmente, a ação da Altri ainda não incorporou totalmente a avaliação da GreenVolt após a oferta pública inicial (IPO) de julho.

A GreenVolt, recorde-se, é detida em quase 60% pela Altri, e a partir do próximo dia 20 é promovida ao principal índice português, o PSI-20, segundo a decisão anunciada esta semana pela Euronext.

Neste cenário, o Santander subiu o preço-alvo da Altri para 9,80 euros por ação, o que confere um potencial de valorização de 81,4% face à cotação de 5,4 euros desta quinta-feira. As ações da papeleira estão a avançar 0,37% para 5,43 euros.

Em termos de perspetivas de resultados, o Santander projeta receitas de 823 milhões de euros e lucros de 112 milhões este ano. Deverão subir para 938 milhões e 149 milhões em 2023, respetivamente, de acordo com as previsões do banco.

Altri sobe na bolsa

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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JB Capital vê Altri a subir 49% e a GreenVolt a ganhar 21%

Analistas da JB Capital reiniciaram a cobertura da papeleira de Paulo Fernandes. Destacam IPO da GreenVolt, que veio mostrar que a Altri "é mais do que papel".

A JB Capital reiniciou a cobertura da Altri ALTR 0,98% , a quem atribui a recomendação de “comprar” e um potencial de valorização de 49% até aos oito euros por ação. Os analistas dão destaque à recém-cotada GreenVolt, que mostrou a que Altri “é mais do que papel”.

“O IPO [da GreenVolt] dá completa visibilidade ao valor de mercado da divisão historicamente esquecida, com objetivos ambiciosos de crescimento, dando uma nova fonte de receitas para a Altri”, explicam os analistas João Pinto e Alberto Espelosín na nota divulgada esta segunda-feira.

Para a Greenvolt, a JB Capital dá um preço alvo de 6,4 euros, atribuindo um potencial de valorização de 21%. Esta avaliação tem impacto no preço-alvo da Altri, que detém 58,72% da empresa de energias renováveis liderada por Manso Neto.

“A atual avaliação de mercado da GreenVolt implica que a divisão de papel da Altri se valoriza em 725 milhões de euros”, sublinha, os dois analistas.

Apesar dos receios em relação à evolução dos preços do papel, a JB Capital continua a considerar que a avaliação da Altri é “atraente”. E até é a preferida do setor dentro da Península Ibérica: “Preferimos a Altri no setor do papel na Península Ibérica. Tem um impressionante histórico na geração de cash, e comparada com a Ence, é mais eficiente e não acarreta riscos legais significativos”.

As ações da Altri estão em alta na bolsa de Lisboa na sessão desta segunda-feira, registando uma subida de 1,12% para 5,43 euros.

Altri sobe 1%

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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O que é a Greenvolt, a empresa liderada por Manso Neto que quer ir para a bolsa?

Empresa de energias renováveis a partir de biomassa da Altri conta com Manso Neto para ganhar visibilidade. Entrada em bolsa ajudará, mas também dará músculo para investir no solar e nas eólicas.

Pareceu uma contratação de clube de futebol, mas no mundo dos negócios. Manso Neto, que durante anos esteve à frente da EDP Renováveis, contribuindo para que seja, atualmente, uma das maiores empresas mundiais no setor das energias renováveis, saiu da empresa no âmbito do Caso EDP, mas aceitou, agora, o desafio de liderar a Greenvolt. Mas que empresa é esta?

Manso Neto deixou de exercer o cargo de CEO da EDP Renováveis há vários meses, depois de ter sido constituído arguido por suspeita de quatro crimes de corrupção ativa e um de participação económica em negócio. Esteve suspenso — suspensão essa que caducou entretanto –, mas já não voltou para sentar-se na cadeira de executivo da empresa do Grupo EDP. Foi substituído por Miguel Stilwell.

Apesar de ter saído do cargo, tinha um acordo de não concorrência que lhe garantia uma remuneração de 560 mil euros por ano, durante os próximos três anos, para não exercer funções em empresas concorrentes. “Rasgou-o” para aceitar o desafio de Paulo Fernandes, o “patrão” da Altri (e também da Cofina), impulsionando o negócio de energias renováveis.

Foi contratado para liderar a Bioelétrica da Foz, que entretanto mudou de nome: chama-se, agora, Greenvolt. A Bioelétrica da Foz chegou a ser uma parceria da Altri com a EDP, mas essa chegou ao fim em 2018 — pagou 55 milhões de euros pelos 50% que não detinha da empresa. A Altri passou a controlar a totalidade da empresa que produz energia elétrica a partir de biomassa florestal.

“Atualmente estão em operação cinco centrais – Mortágua, Ródão (Celtejo), Constância (Caima) e Figueira da Foz (duas na Celbi) – com uma potência instalada total de cerca de 96,7 MW, produzindo um total de 720 GWh por ano”, refere a Altri no seu site. E é um negócio que está a crescer. E a contribuir para as contas da Altri.

“As receitas associadas à unidade de produção de energia elétrica através de biomassa florestal, desenvolvida através da subsidiária Greenvolt – Energias Renováveis (anteriormente designada por Bioelétrica da Foz), atingiram, no quarto trimestre de 2020, o montante de 20,9 milhões de euros, (…) um crescimento de 5,2% face ao quarto trimestre de 2019”. No total de 2020, “ascenderam a 86,9 milhões de euros, o que se traduz num crescimento de 35%” face a 2019. O EBITDA chegou aos 32,9 milhões. Cresceu 49%.

O peso da Greenvolt nas contas da Altri já é expressivo, medido pelo EBITDA. Os 32,9 milhões de euros de 2020 representaram 25% dos 130,37 milhões de euros alcançados pela empresa que a controla, num ano em que os resultados líquidos caíram 65% para os 34,9 milhões de euros.

Mais visibilidade, cá e lá fora

O negócio de energias renováveis da Altri está a crescer, mas tem pouca visibilidade. O rebranding ajuda, mas o principal é mesmo o novo CEO da empresa, Manso Neto. O gestor, com ampla “experiência de liderança e gestão global de negócios complexos, relacionados, em especial, com o setor energético”, foi escolhido para CEO da Greenvolt para potenciar a empresa nas energias renováveis.

Um passo importante para fazer crescer a Greenvolt será a potencial entrada da empresa em bolsa, ganhando “independência” da Altri, também ela cotada na Euronext Lisboa. A Altri “encontra-se a estudar a admissão à cotação na Euronext Lisbon, da sua subsidiária integralmente detida, Greenvolt, empresa que materializa a presença do Grupo Altri no setor das energias renováveis”, disse a empresa em comunicado enviado à CMVM.

Ganhará, com a entrada no mercado, mais nome, mas também mais músculo financeiro. A Greenvolt “tem um ambicioso projeto de expansão nacional e internacional. Sob a liderança de João Manso Neto e com o profundo know how e expertise que aportará ao negócio, a Greenvolt pretende consolidar a sua posição de liderança no mercado nacional (…) no mercado das energias renováveis”, disse a Altri. E pretende afirmar-se também “como um player de referência a nível internacional”.

Aposta na energia solar

A Greenvolt obtém energia renovável a partir de biomassa, florestal, mas não quer limitar-se a esse segmento. A biomassa “continuará a ser o core business da sociedade, com inquestionáveis competências”, mas a empresa pretende desenvolver o negócio das energias renováveis também, “através de modelos inovadores, de energia solar e eólica”, diz a Altri.

De acordo com o Expresso (acesso livre), a Greenvolt é já dona de um conjunto de sociedades recentemente constituídas para apostarem em vários projetos de energia renovável. Um desses é a Sociedade de Energia Solar do Alto Tejo, do qual tem 80% do capital, e cujos gestores estão a trabalhar num projeto solar de 1.200 MW em Portalegre. E controla ainda a Paraimo Green, Piara Solar, Maior Green, Amieira Green e Ribatejo Green, que conta com a participação do dono da Gesto Energia, empresa que desenvolve projetos fotovoltaicos.

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Mayoral põe toda a posição no capital da Altri à venda

A Global Portfolio Investments decidiu alienar a totalidade da posição no capital da empresa portuguesa. Vai vender 3,1% do capital da Altri.

A Global Portfolio Investments, controlada pela Mayoral, vai sair do capital da Altri. Anunciou que pretende alienar 6,25 milhões de títulos da empresa portuguesa, operação que será feita através de um processo de accelerated bookbuilding destinado exclusivamente a investidores institucionais.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Altri informa que a Global Portfolio Investments, controlada pela entidade Indumenta Pueri, que detém a Mayoral, decidiu “lançar uma oferta particular de venda de ações da Altri”, admitindo “vender até 6,255,491 ações representativas de 3,1% do capital social da Altri“. “Se a transação for realizada com sucesso, não terá qualquer ação da Altri”, nota.

Esta oferta de ações será exclusivamente dirigida e executada junto de investidores institucionais “através de um processo de accelerated bookbuilding, sujeito à procura, preço e condições de mercado”. Ou seja, será com base na procura que se fixará o valor de venda de cada uma das ações, sendo que no mercado a Altri está a cotar nos 6,57 euros. Soma quase 35% em 2018.

Altri brilha em bolsa

A operação está a ser organizada pelo UBS, sendo este o “sole bookrunner” do oferente. “Os termos finais da oferta serão comunicados após a conclusão do processo de accelerated bookbuilding, que deverá ocorrer até 5 de dezembro de 2018″, salienta o mesmo comunicado.

(Notícia atualizada às 19h25 com mais informação)

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Altri ganha mais. Lucros chegam aos 120 milhões

  • Lusa
  • 1 Novembro 2018

Ao mesmo tempo que aumentou os lucros, a Altri reforçou o seu perfil exportador ao colocar nos mercados externos 705,4 mil toneladas de pasta desde o início do ano.

A Altri registou um forte aumento dos resultados líquidos. Os lucros subiram 77% nos primeiros nove meses para 120,4 milhões de euros, valor que compara com os 68 milhões de euros registados no período homólogo.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Altri adianta que no terceiro trimestre o resultado líquido avançou 76,3% para 46,6 milhões de euros.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) subiu 52,6% no terceiro trimestre, para 82 milhões de euros, e os custos totais aumentaram 10,1% para 123,2 milhões de euros.

“As receitas totais da Altri no terceiro trimestre atingiram 205 milhões de euros, valor que correspondem a um aumento de cerca de 24% face a 2017, valor em linha com o verificado no trimestre anterior”. Até setembro as receitas cresceram 18,9% para 583,6 milhões de euros.

“A Altri reforçou o seu perfil exportador ao colocar nos mercados externos 705,4 mil toneladas de pasta desde o início do ano. O volume de exportações atingiu 451 milhões de euros”, refere a empresa, adiantando que no terceiro trimestre estas subiram 28% para 178,7 milhões de euros.

Nos primeiros nove meses do ano, as unidades industriais do grupo Altri produziram cerca de 814,7 mil toneladas de pastas e as vendas totais ascenderam a 797,1 mil toneladas de pasta.

“Em termos operacionais, depois do arranque do turbogerador para produção de energia elétrica na unidade industrial Celtejo no final do segundo trimestre, esta unidade industrial está numa fase de ‘ramp up’ em termos de produção de pasta e de energia elétrica. Serão de esperar melhorias durante o quarto trimestre de 2018″, concluiu a empresa.

A Altri é um produtor europeu de pasta de eucalipto, estando ainda presente no setor das energias renováveis de base florestal, nomeadamente a cogeração industrial através de licor negro e a biomassa”.

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Altri tem luz verde da Concorrência. Já pode comprar a EDP Bioeléctrica

Depois de anunciar o acordo com a EDP para a compra dos restantes 50% da Bioelétrica, a Altri obteve ok por parte da Autoridade da Concorrência. Vai pagar 55 milhões.

A Altri tem caminho livre para a comprar a restante participação da EDP Bioeléctrica. Recebeu ok por parte da Autoridade da Concorrência para concluir um negócio avaliado em 55 milhões de euros que deverá ficar concluído até ao final deste ano.

Depois de ter anunciado, no final de julho, que celebrou um acordo com a EDP – Energias de Portugal, S.A. (EDP), para adquirir 50% do capital social e dos direitos de voto de que aquela é titular no capital da EDP Produção – Bioeléctrica, S.A. (EDP Bioeléctrica), agora recebe a autorização que faltava.

Em comunicado enviado à CMVM, a empresa co-liderada por Paulo Fernandes revela que “a Autoridade da Concorrência não se opôs à referida transação”, permitindo assim à Altri assumir, em consequência desse acordo, o controlo de 100% da EDP Bioeléctrica.

“Mais se informa, nos termos previstos no acordo celebrado, que a concretização da transação se venha a realizar ainda no decurso do presente ano de 2018”, nota a Altri, que vai pagar um “montante global estimado” de 55 milhões de euros por “um player de referência no mercado da produção de energia elétrica produzida a partir de biomassa florestal”.

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Altri paga 55 milhões e controla 100% da EDP Bioeléctrica

  • Lusa
  • 31 Julho 2018

A Altri anunciou que irá comprar, diretamente e através da sua subsidiária Caima Indústria de Celulose, os 50% que ainda não detinha da EDP Bioeléctrica, por 55 milhões de euros.

A Altri anunciou esta terça-feira que acordou com a EDP para comprar, diretamente e através da sua subsidiária Caima Indústria de Celulose, os 50% que ainda não detinha da EDP Produção – Bioeléctrica, por 55 milhões de euros.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Altri refere que “chegou a acordo com a EDP – Energias de Portugal (EDP), para adquirir, diretamente e através da sua subsidiária Caima Indústria de Celulose, 50% do capital social, dos créditos e dos direitos de voto de que aquela é, direta e indiretamente, titular no capital social da EDP Produção – Bioeléctrica (EDP Bioeléctrica), assumindo assim, em consequência desse acordo, o controlo de 100% desta sociedade”.

O valor da operação ascende a 55 milhões de euros e a concretização do acordo “está sujeita a notificação prévia à Autoridade da Concorrência, nos termos previstos no respetivo regime jurídico e, por esta razão, condicionada à decisão de não oposição dessa entidade, estimando-se a sua conclusão ainda durante o segundo semestre” deste ano, refere a empresa.

A EDP Bioeléctrica “assume-se hoje como um ‘player’ de referência no mercado da produção de energia elétrica produzida a partir de biomassa florestal e, por si diretamente ou através das suas subsidiárias integralmente detidas, opera quatro centrais em Portugal, encontrando-se em execução a construção de uma nova central cujo arranque se estima para o primeiro semestre de 2019“.

A capacidade instalada global de todas as centrais da EDP Bioeléctrica, já considerando a nova central, é de cerca de 100 megawatts (MW).

“Este acordo permitirá à Altri prosseguir a sua estratégia de melhoria contínua na integração entre a fileira florestal produtora de biomassa e a produção de energia a partir deste recurso renovável, aumentando a sua capacidade de contribuição ativa para a melhoria do ordenamento e da limpeza da floresta e, consequentemente, para a sua sustentabilidade, preocupação atual e absolutamente premente no nosso país, o que para a Altri, desde há largos anos, constitui uma das suas prioridades“, concluiu a empresa, no comunicado.

As ações da Altri fecharam a cair 1,46% para 8,76 euros.

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BPI aumenta avaliação da Altri em 50%. Mas avisa que cotação atual “não tem suporte”

A Altri encontra-se atualmente num "super ciclo" e por isso o BPI aumentou o preço alvo da papeleira em quase 50%. Ainda assim, analistas avisam que cotação atual da ação "não tem suporte.

A Altri continua a ser uma das principais estrelas da bolsa em 2018 e os analistas do CaixaBank BPI consideram que a papeleira se encontra num “super ciclo”. E por isso aumentaram o preço alvo da ação em quase 50%. Ainda assim, avisam que a atual cotação da cotação “não tem suporte”.

“Os preços da pasta de papel têm estado fortes, a indústria está num modo de consolidação e o dólar tem tido um desempenho positivo recentemente”, argumenta a equipa de research daquele banco de investimento, depois de ter revisto em alta a avaliação que faz da Altri dos 5,3 euros para os 7,85 euros.

Porém, com a Altri negociar atualmente nos 8,67 euros, a nova avaliação do BPI indica que há uma margem de desvalorização de quase 10% — razão pela qual a recomendação baixou de Neutral para Underperform.

Os analistas dizem mesmo que a atual cotação da papeleira “não tem suporte”, lembrando que a Altri acumula um ganho de 59% desde o início do ano, quando o par mais próximo, a espanhola Ence, apresenta uma valorização de 27%.

Para 2018, o BPI antecipa vendas de 784 milhões de euros (+18% face ao ano passado) e lucros de 180 milhões de euros (+87,5%).

Altri perde quase 2%

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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