Megaprojeto da Altri obtém primeira aprovação ambiental na Galiza

A papeleira portuguesa conseguiu uma declaração ambiental positiva, uma condição indispensável para poder avançar com o polémico megaprojeto de mil milhões de euros projetado para Palas de Rei.

O megaprojeto industrial projetado pela Altri para a Galiza, num investimento próximo de mil milhões de euros, acaba de receber a declaração de impacto ambiental positiva por parte das autoridades galegas, garantindo assim que o projeto pode avançar. Vencida esta primeira batalha, a papeleira portuguesa aguarda agora a autorização ambiental integrada, que deverá sair em junho, e, por fim, a luz verde do governo central para ligar a central à rede elétrica.

“A Declaração de Impacto Ambiental permite-nos olhar para o futuro, realçar o caráter estratégico do projeto e a sua capacidade de se tornar um agente dinamizador da economia galega, espanhola e europeia”, enalteceu José Pina, CEO da Altri, num primeiro comentário ao relatório que veio confirmar que a megafábrica da empresa portuguesa cumpre todos os requisitos exigidos pela União Europeia.

A Declaração de Impacto Ambiental permite-nos olhar para o futuro, realçar o caráter estratégico do projeto e a sua capacidade de se tornar um agente dinamizador da economia galega, espanhola e europeia.

José Pina

CEO da Altri

O gestor realçou que a empresa respondeu “a todos os relatórios setoriais de forma detalhada e escrupulosa, prestando todas as informações solicitadas e realizando todas e cada uma das melhorias solicitadas pelos técnicos da administração”. E o resultado, prossegue, é uma Declaração de Impacto Ambiental positiva para um projeto com o qual [pretende] transformar a indústria têxtil nacional e promover a independência europeia das importações de fibras com maior impacto ambiental”.

O projeto da Altri para Palas de Rei prevê a construção de raiz de uma unidade com capacidade máxima de produção de 400 mil toneladas de fibras solúveis por ano, das quais 200 mil toneladas serão utilizadas para fibras têxteis sustentáveis (lyocell). Segundo um relatório divulgado pela consultora Valora, o Projeto Gama vai ter um impacto médio anual de 342 milhões de euros no Produto Interno Bruto (PIB) galego ao longo de 22 anos, após a sua construção. E gerar 3.608 postos de trabalho, dos quais 500 diretos, mostra o documento encomendado pela empresa portuguesa.

Apesar dos impactos socioeconómicos previstos com a construção desta unidade, que espera contar com a atribuição de um apoio, por parte do Governo central, de cerca de 250 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola, o investimento tem sido alvo de grande contestação na região precisamente devido aos impactos ambientais.

Face às desconfianças geradas em torno do projeto, a papeleira portuguesa tem-se desdobrado em esforços para mostrar os benefícios desta nova unidade para a região e rebatido as acusações de ser uma “bomba ambiental” para a região.

Depois desta vitória — indispensável para que a empresa pudesse avançar com o projeto –, a Altri vai agora concentrar todos os seus esforços para receber a autorização ambiental integrada, algo que deverá ocorrer em junho, segundo avança o jornal espanhol Cínco Días.

Esta autorização tem como finalidade mostrar que o projeto não traz riscos para a saúde pública, paisagem natural, património cultural ou para o domínio público marítimo-terrestre. O relatório que acompanha a declaração de impacto ambiental, elaborado pelo Departamento de Ambiente e Alterações Climáticas, afirma que não foi estabelecido um programa de monitorização ambiental no que diz respeito às emissões para a atmosfera, qualidade do ar, odores, ruído, produção de resíduos, descargas ou águas subterrâneas.

“Isso ficará estabelecido na autorização ambiental integrada, que deverá incorporar também tudo o que for acordado com outros organismos competentes como a Direção Geral do Património Natural, Águas da Galiza ou a Direção Geral de Saúde Pública”, salienta o mesmo documento.

A autorização ambiental integrada é agora a prioridade, na medida em que será necessária para desbloquear os fundos públicos necessários à realização do projeto. Além dos 250 milhões que deverão vir de ajudas públicas diretas do Governo espanhol, provavelmente através do Ministério da Indústria e Turismo, o projeto deverá ter outra ajuda num montante máximo de 30 milhões através do Plano Estratégico de Recuperação e Transformação Económica (Perte) ligado à descarbonização.

Uma vez obtida a autorização ambiental integrada, ficará a faltar uma última aprovação por parte do governo central, a quem caberá dar luz verde à ligação da central à rede elétrica. Algo essencial para poder funcionar, tanto na hora de solicitar mais energia nos picos de produção, como para devolver os excedentes ao sistema quando a procura contrai.

O Projeto Gama, promovido pela Greenfiber, uma empresa participada pela Altri e pela holding da empresa galega Greenalia, pressupõe que a central estaria ligada à subestação localizada na localidade de Melide, Lugo.

O investimento da Altri na Galiza chegou a estar previsto para o primeiro semestre de 2023, mas tem vindo a ser atrasado. A expectativa agora é que o projeto se desenvolva em duas fases: uma primeira fase de construção, que decorrerá de 2025 a 2027, e uma segunda fase de operação, com início previsto para 2028.

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Altri fecha compra de empresa florestal na Galiza enquanto aguarda aprovação de megaprojeto industrial

A papeleira portuguesa é a nova dona de uma das principais empresas do setor florestal galego. A aquisição é anunciada horas após as ações terem atingido um máximo histórico de 5,92 euros.

A aguardar ainda a aprovação das autoridades espanholas para a construção de um polémico megacomplexo industrial na Galiza, que prevê um investimento superior a 850 milhões de euros, a Altri fechou um acordo com a Smarttia para a aquisição da Greenalia Forest, uma das principais empresas do setor florestal galego, e também da Greenalia Logistics, “dando um passo estratégico na consolidação da sua presença” na região.

O negócio foi anunciado poucas horas após as ações da papeleira terem atingido, esta manhã, um máximo histórico de 5,92 euros. Pelas 13h22, os títulos da empresa de produção de fibras celulósicas continuavam a valorizar mais de 1% (+1,49%) para 5,775 euros, mantendo-se perto desse recorde.

“Esta operação representa um importante marco para a implementação dos projetos da empresa naquela região autónoma e reflete o compromisso da Altri com o desenvolvimento sustentável e com a valorização dos recursos naturais da Galiza”, refere, em comunicado, a empresa liderada por José Soares de Pina.

A Altri garante que “reforçará a colaboração com os parceiros locais que adotem as melhores práticas de gestão florestal, promovendo a criação de emprego e impulsionando o aumento da produtividade florestal atual na Galiza, bem como o desenvolvimento económico e social das comunidades”.

A papeleira espera que o processo esteja concluído no final do primeiro trimestre de 2025, tendo em conta que a concretização desta aquisição está sujeita à verificação de um conjunto de condições prévias.

Com a construção do seu megaprojeto industrial na Galiza, que ainda aguarda aprovação no plano ambiental, a empresa calcula que, uma vez em funcionamento, o Projeto Gama implique uma injeção anual de 150 milhões de euros para a aquisição de matérias-primas, produtos e outros serviços. A Altri já calculou que o projeto deverá criar 500 empregos diretos e 2.000 indiretos, com impacto nas receitas municipais.

O projeto prevê a construção de raiz de uma unidade com capacidade para produzir anualmente 200 mil toneladas de pasta solúvel e 60 mil toneladas de fibras têxteis sustentáveis (lyocell), mas tem sido alvo de grande contestação na região devido aos impactos ambientais.

Caso seja viabilizado do ponto de vista ambiental, deve contar com a atribuição de um apoio, por parte do Governo central, à volta de 215 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola. A Altri calcula que “deverá rondar os 25% do total” do investimento na fábrica, notando que estão ainda a “decorrer as negociações” com as autoridades do país vizinho.

A papeleira portuguesa tem-se desdobrado em esforços para mostrar os benefícios desta nova unidade para a região e rebatido as acusações de ser uma “bomba ambiental” para a região.

A Altri é responsável pela gestão de cerca de 92,8 mil hectares de floresta em Portugal, sendo que o Grupo detém três fábricas de fibras celulósicas no país, com uma capacidade instalada superior a 1,1 milhões de toneladas por ano.

(Notícia atualizadas às 13h24 com mais informação)

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Lucros da Altri disparam 122% no primeiro semestre. Vendas sobem com preço do papel

Papeleira fecha o semestre com lucros de 62 milhões de euros e vendas a subirem 8,5%, graças à subida dos preços a nível internacional, que devem “experimentar alguma correção nos próximos meses".

O grupo Altri multiplicou quase cinco vezes os lucros no segundo trimestre deste ano, o que permitiu fechar o primeiro semestre com um resultado líquido de 62 milhões de euros. Um crescimento de 121,7% face aos primeiros seis meses do ano passado, em que os lucros tinham descido 60%.

Suportadas agora pela “evolução favorável dos preços das fibras celulósicas nos mercados internacionais”, explica o grupo em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as receitas totais aumentaram 8,5%, atingindo 462,7 milhões de euros.

“Os sinais positivos que vínhamos observando no final de 2023 e no arranque de 2024 acabaram por se confirmar nesta primeira metade do ano. Assistimos, neste primeiro semestre, a um forte dinamismo na procura por fibras celulósicas, em especial nos mercados da Europa e da América do Norte”, sublinha o CEO, José Soares de Pina.

Aliando este reforço das vendas e da produção (+6,2%) à manutenção dos “custos controlados” neste período, a papeleira portuguesa alcançou um EBITDA de 124 milhões de euros. Correspondeu a uma margem de 26,8%, o que se traduz numa melhoria de 7,8 pontos percentuais face ao semestre homólogo.

No final de junho, a dívida líquida ascendia a 324,8 milhões de euros, quase 32 milhões abaixo do final de 2023 — apesar de ter distribuído, durante o segundo trimestre, um dividendo de 51,3 milhões de euros. Uma redução explicada pelo menor investimento no semestre (16,2 milhões vs. 36,2 milhões), pela melhoria do nível de EBITDA e pela “contínua gestão rigorosa do fundo de maneio”.

No mesmo comunicado ao regulador, José Soares de Pina antecipa, por outro lado, que, depois de aumentos sucessivos dos preços da pasta BHKP — de celulose de fibra curta, usada para papel de escrita, impressão ou higiénico –, que chegaram a maio deste ano a um valor de 1.440 dólares por tonelada, que classifica como “um nível elevado”, os preços devem “experimentar alguma correção nos próximos meses”.

Fábrica na Galiza aguarda “ok” ambiental e dinheiro do PRR

Em termos de produção, após a paragem da Caima em março de 2024, segue-se a manutenção da Celbi que deverá ocorrer entre os meses de setembro e outubro. Já a Biotek tem agendada uma paragem apenas em março de 2025. Até ao final do próximo ano, a Altri prevê concluir o projeto de recuperação e valorização de ácido acético e furfural de base renovável, na Caima.

Já o megacomplexo industrial projetado para a Galiza, num investimento próximo de mil milhões de euros e que promete criar 500 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos, está ainda “em processo de tramitação da licença ambiental integrada, um passo importante para a tomada da decisão final de investimento”.

A construção desta unidade com capacidade para produzir anualmente 200 mil toneladas de pasta solúvel e 60 mil toneladas de fibras têxteis sustentáveis (lyocell), tem sido alvo de grande contestação na região devido aos impactos ambientais. A empresa portuguesa conta com a atribuição de um apoio público de Madrid, à volta de 215 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola.

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Lucros da Altri sobem 10% até março para 21,6 milhões de euros

No primeiro trimestre, as receitas da papeleira baixaram quase 1%, para 222,7 milhões, com a subida das vendas em volume a ser insuficiente para compensar a “comparação ainda desfavorável nos preços".

Os lucros do grupo Altri ascenderam a 21,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que representou um crescimento de 10% face ao mesmo período do ano passado. “Num contexto de recuperação dos preços, embora ainda inferiores aos registados no período homólogo, aumentámos a produção, mas também as vendas, o que, conjugado com um decréscimo de custos, se repercutiu positivamente nos resultados alcançados”, justifica o CEO, José Soares de Pina.

Entre janeiro e março, as receitas totais baixaram quase 1%, para 222,7 milhões de euros, com o aumento dos volumes vendidos a ser insuficiente para compensar a “comparação ainda desfavorável em termos de preços”. O EBITDA atingiu os 50 milhões de euros, quase em linha com o registo homólogo (50,2 milhões), com a produtora a reportar uma melhoria na margem EBITDA (+0,2 pontos percentuais), que alcançou os 22,5%.

Já os resultados financeiros, salienta a papeleira, foram menos negativos do que no período homólogo (-4,7 milhões de euros vs. -5,8 milhões no primeiro trimestre de 2023). “Apesar do aumento dos juros suportados devido à evolução das taxas de juro, este foi mais do que compensado pelo efeito do aumento dos juros obtidos e da evolução favorável das diferenças cambiais”, acrescenta a empresa, que no mês passado voltou a aumentar os preços da pasta de papel.

José Soares de Pina, CEO da Altri

“A dinâmica positiva que verificamos no mercado, tanto em termos de procura, como de preços, permite-nos olhar com maior confiança para este segundo trimestre, antecipando um reforço da rentabilidade. É essa perspetiva positiva que nos permite, além de remunerar os nossos acionistas com dividendos com um payout superior aos resultados líquidos reportados em 2023, apresentar a solidez financeira para prosseguir com os investimentos necessários para continuar a crescer de forma sustentável”, frisa o CEO, citado no comunicado enviado à CMVM.

Num período em que a dívida líquida recuou para 339,9 milhões de euros, face a 356,7 milhões no final de 2023, explicada pela melhoria do nível de EBITDA e por uma “gestão rigorosa” do fundo de maneio, em termos líquidos, o grupo concretizou investimentos no valor de 11,8 milhões. Abaixo do que tinha feito no arranque do ano passado, que ficou marcado pela instalação de uma nova caldeira de biomassa para a unidade industrial da Caima, que teve uma paragem de produção em março. Seguem-se as manutenções na Celbi (setembro e outubro) e na Biotek (março de 2025).

Na mesma nota enviada ao regulador do mercado, o grupo controlado por Paulo Fernandes, João e Pedro Borges de Oliveira, Domingos Vieira de Matos e Ana Mendonça salienta que estão em curso vários “projetos de diversificação” nas várias unidades produtivas, destacando o projeto de recuperação e valorização de ácido acético e furfural de base renovável na Caima, com conclusão prevista para o final do próximo ano.

Projeto na Galiza aguarda “tramitação da licença ambiental”

Quanto ao megacomplexo industrial projetado para a Galiza, que prevê um investimento superior a 850 milhões de euros para a construção de raiz de uma unidade para a produção de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis, o grupo Altri relata que se encontra atualmente “em tramitação da licença ambiental integrada, condição essencial para a tomada de decisão final de investimento”.

Este dossiê relativo ao designado projeto Gama está a ser alvo de fortes críticas por parte de várias forças políticas e organizações da sociedade civil nesta região espanhola, que falam mesmo de uma “bomba ambiental” e que continuam a pressionar o governo central para recusar a atribuição do financiamento público necessário para a viabilização desta fábrica, através do PRR espanhol, que deve rondar os 215 milhões de euros.

Confrontada com esta contestação, em declarações ao ECO há pouco mais de um mês, a Altri alegou que “são reações baseadas em desconhecimento do projeto ou mesmo em argumentos falsos”. “O Projeto Gama, promovido pela Greenfiber, uma empresa participada pela Altri e pela holding da empresa galega Greenalia, prevê a construção de raiz de uma unidade industrial de última geração, tanto em termos de inovação como, obviamente, em termos de sustentabilidade. Neste último aspeto, é possivelmente o projeto mais exigente a nível mundial”, respondeu a empresa portuguesa.

(Notícia em atualização)

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Altri volta a aumentar preços da pasta de papel em abril. Subida de 80 dólares por tonelada na Europa

A papeleira portuguesa anunciou um aumento dos preços de 80 dólares por tonelada para o mercado europeu e de 100 dólares para a América do Norte. Na Ásia, o aumento é de 30 dólares.

À semelhança do que tem vindo a acontecer nos últimos meses, a Altri anunciou um novo aumento de preços da pasta de papel, para abril. A papeleira portuguesa volta, assim, a acompanhar a subida de preços anunciada pela brasileira Suzano. O aumento será de 80 dólares por tonelada nas vendas para a Europa e de 100 dólares para a América do Norte, enquanto para a Ásia o aumento fixou-se em 30 dólares.

Com este aumento, o preço de referência para a tonelada de pasta passa para 1.380 dólares na Europa e para os 1.590 dólares na América do Norte. A Suzano, a maior produtora mundial de pasta branqueada de eucalipto (BEKP), tem vindo a aumentar os preços da pasta de papel nos últimos meses, subidas que têm sido acompanhadas pela Altri.

“A Altri vai acompanhar este aumento de preços”, diz fonte oficial da Altri.

Depois de, em março, ter incluído a Ásia nos aumentos, em abril, a Suzano agravou o aumento do preço de venda para a América do Norte. No mês passado tinha anunciado um aumento, a ser aplicado em março, de 80 dólares por tonelada nas vendas para a Europa e América do Norte, enquanto para a Ásia o aumento fixou-se em 30 dólares.

A Altri reportou na semana passada os resultados de 2023. A empresa fechou o ano com lucros de 42,8 milhões de euros, o que representa uma quebra de 72% face ao resultado líquido reportado em 2022, com os números a serem pressionados pela descida dos preços.

Apesar da forte contração registada em 2023, a empresa de pasta e papel está a perspetivar uma melhoria de rentabilidade este ano, alicerçada na subida dos preços da matéria-prima, que já vêm a ser implementados em 2024.

“Antecipamos que a Europa possa ter uma primeira metade do ano de 2024 com uma recuperação da procura e alguma melhoria sustentada de preços”, sublinhou a empresa no mesmo relatório.

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Lucros da Altri caem 34,4% no primeiro trimestre, para 19,6 milhões

Desempenho financeiro no arranque do ano influenciado pelo volume de vendas, com as receitas totais a baixarem quase 10%, para 224,7 milhões de euros.

O resultado líquido do grupo Altri ascendeu a 19,6 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, que ficou marcado por um alívio nos preços das fibras celulósicas, o que representou uma descida de 34,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

O desempenho financeiro no arranque do ano foi influenciado pelo volume de vendas, com as receitas totais a baixarem 9,9%, para 224,7 milhões, pressionadas pelo efeito de “destocking” na indústria de pasta e papel – com a desaceleração na procura global e a normalização da logística –, e pelo menor contributo das vendas de energia.

A evolução das receitas, associada aos principais custos variáveis (que continuam a um nível mais elevado do que no período homólogo), acabaram por levar a uma evolução negativa na margem. Entre janeiro e março deste ano, o EBITDA atingiu os 50,2 milhões de euros, um decréscimo de 17,6%, registando-se uma margem EBITDA de 22,3% (-2,2 pontos percentuais).

Em comunicado enviado à CMVM, o CEO da Altri refere que, apesar da estabilização nos principais custos, estes continuam mais elevados do que no mesmo período do ano passado”, pelo que “este contexto reforça o foco na gestão dos custos em todo o processo produtivo e na implementação de medidas adicionais que permitam melhorar a eficiência operacional”.

“Apesar desta conjuntura, continuamos o novo esforço de investimento em projetos relevantes que reforçam a nossa aposta no crescimento orgânico. Só neste trimestre, o Grupo Altri investiu um total de 18,4 milhões de euros, quase três vezes mais que no período homólogo, num esforço de melhoria da eficiência e sustentabilidade das nossas unidades industriais, mas também procurando prepará-las para que possam agarrar novas oportunidades criadas pela bioeconomia”, salienta José Soares de Pina.

José Soares de Pina, CEO da Altri

Através da Caima, da Celbi e da Biotek, a Altri produziu 239,5 mil toneladas de fibras celulósicas no trimestre, uma redução homóloga (-14,5%) em resultado da paragem programada da principal unidade industrial do grupo neste período, em que a dívida líquida do grupo “permaneceu praticamente inalterada”, ascendendo a 327,5 milhões de euros. Para outubro está programada a paragem para manutenção das unidades da Biotek e da Caima.

Em relação ao Projeto Gama, na Galiza, em que prevê anunciar a decisão final de investimento em 2023, o grupo refere que está a “avançar nos principais pilares para a tomada de decisão, nomeadamente no estudo de impacto ambiental, projeto de engenharia, viabilidade económica, estrutura de financiamento e acesso a fundos da UE”.

O projeto Gama decorre de um memorando de entendimento assinado com a Impulsa, um consórcio público-privado da Comunidade Autónoma da Galiza, para estudar em exclusivo a construção de uma unidade industrial de raiz, com uma capacidade produtiva anual de 200.000 toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis.

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Inflação atira receitas da Altri para mais de mil milhões de euros em 2022

Quantidade vendida registou descida homóloga de 4%, mas “alta dos preços nos mercados internacionais” vale recorde de vendas. Lucro da Altri sobe para 152,1 milhões em 2022.

Influenciadas pela “alta dos preços nos mercados internacionais”, as receitas totais do grupo Altri dispararam 34,4% em 2022, superando pela primeira vez a fasquia dos mil milhões de euros. Apesar do “ambiente inflacionista de vários custos variáveis”, o lucro das operações continuadas atingiu 152,1 milhões, subindo 23% face a 2021.

Através da Caima, Celbi e Biotek, que faturam 85% no estrangeiro, o grupo produziu um volume recorde de fibras celulósicas (1.142,6 mil toneladas, +1,5%). No entanto, a quantidade vendida registou uma descida homóloga de 4%, explicada pelo recuo de 9% no último trimestre do ano passado devido a “algum abrandamento na procura”.

Em termos de rentabilidade, a empresa destaca num comunicado à CMVM que conseguiu manter praticamente o nível. O EBITDA atingiu 301,4 milhões de euros, 32,4% acima de 2021, atingindo uma margem de EBITDA de 28,3%: uma redução de 0,4 pontos percentuais, “apesar da forte inflação dos diversos custos variáveis”.

Num ano em que o investimento líquido ascendeu a 45,3 milhões de euros – inclui cerca de 10,3 milhões da nova caldeira de biomassa para a unidade industrial da Caima –, o CEO, José Soares de Pina, salienta que a Altri apresenta “uma sólida posição financeira, reduzindo o já baixo nível de dívida líquida (1,1x EBITDA), o que permite manter a flexibilidade financeira para agarrar as oportunidades futuras da bioeconomia”.

Além da produção de fibras celulósicas, o grupo está também presente no setor de energias renováveis de base florestal, nomeadamente a cogeração industrial através de licor negro, gerindo atualmente cerca de 90,4 mil hectares de floresta em Portugal. Detém ainda três biorefinarias no país, com uma capacidade instalada que em 2022 superou as 1,1 milhões de toneladas/ano de fibras celulósicas.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, a Altri antecipa que, depois de um ano “extremamente desafiante a tentar minimizar o efeito de uma inflação generalizada dos custos variáveis”, começou a verificar “alguma estabilização dos preços” no quarto trimestre de 2022 e no arranque de 2023. Os acréscimos nos custos de produção foram justificados com a evolução do preço do gás natural e eletricidade, o preço dos químicos e o custo da madeira, devido ao maior nível de importação e à evolução do dólar.

Em relação ao projeto Gama, que envolve a construção de uma unidade industrial de raiz na Galiza, com uma capacidade produtiva anual de 200 mil toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis, o grupo diz apenas que “continua a trabalhar com o objetivo de anunciar a decisão final de investimento” durante este ano. “Estamos a avançar nos principais pilares para a tomada de decisão, nomeadamente no estudo de impacto ambiental, projeto de engenharia, viabilidade económica, estrutura de financiamento e acesso a fundos da União Europeia”, detalha.

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PSI é dos poucos índices no mundo que fugiu à onda vermelha de 2022

À boleia da subida de 48% das ações da Galp, o índice principal da Euronext Lisboa valorizou 2,8% em 2022. Na Europa, só o índice grego superou o PSI.

O principal índice acionista nacional foi uma das poucas estrelas a brilhar em 2022. Apesar de ter terminado a última sessão do ano a cair 1,24%, fechou o ano com um desempenho de 2,81%. Na Europa, apenas o grego ASE conseguiu superar os ganhos do PSI, ao registar uma valorização de 4%, numa região, a europeia, que registou o pior ano para as ações desde 2008.

No lote dos principais índices acionistas europeus que fecharam o ano com ganhos só há lugar para mais um: o britânico Footsie, que agrega as 100 maiores empresas britânicas, que encerrou o ano com uma valorização de 0,9% (apesar de quando medido em euros registar uma desvalorização de 4,1%).

A puxar pelo PSI esteve a Galp Energia, que à boleia da subida do preço do petróleo registou no último ano ganhos de 48%. Foi o melhor ano da petrolífera desde 2009. E destaque ainda para o desempenho das ações da Greenvolt, que no primeiro ano completo que passa em Bolsa (realizou o IPO em julho de 2021) registou uma valorização de 25,6%.

Na terceira posição do pódio das sete empresas do PSI que terminaram o ano com ganhos está a Altri. A empresa liderada por José Pina terminou 2022 com uma valorização acumulada de quase 20%, muito por conta de uma participação de 16,6% na Greenvolt – depois de ter começado o ano com uma participação de 58,7% na empresa de energias renováveis.

“Sorte” bem diferente tiveram os acionistas das restantes sete empresas que constituem o PSI. Particularmente os titulares de ações dos CTT Correios de Portugal e da Corticeira Amorim, que encerram o ano com perdas de 32,5% e 21,6%, respetivamente.

Fonte: Refinitiv.

Onda vermelha na Europa e no mundo

O ano que terminou há dias não foi particularmente benevolente com os investidores. De acordo com o índice mundial MSCI World, as ações terminaram 2022 com perdas de 19,5% (ou 13% em euros). Foi o pior ano para as ações desde 2008.

A queda dos mercados em 2022 encerra um período de três anos consecutivos de subidas das ações, que se traduziu numa taxa de rendibilidade média anual de 22% entre 2019 e 2021.

Na Europa, o sentimento pessimista entre os investidores foi bem notório ao longo do último ano: por cada ação que fechou com ganhos contabilizaram-se quatro com perdas.

As ações europeias presentes no índice Stoxx 600 fecharam 2022 com uma desvalorização média de 12,9% e as ações das 50 maiores empresas da Zona Euro, que fazem parte do índice Euro Stoxx 50, terminaram o ano com perdas de 11,9%.

Nos EUA o resultado foi igualmente negativo, com os principais índices da maior economia do mundo a registarem o pior desempenho dos últimos 14 anos.

O S&P 500 terminou o ano a resvalar 19,7% (14,5% em euros), contabilizando duas empresas no vermelho por cada uma com ganhos. Entre as 100 maiores tecnológicas norte-americanas a “sangria” foi ainda maior, com o rácio de perdas a subir para três, com o Nasdaq 100 a registar uma desvalorização de 33,4% (28,8% em euros).

Entre os grandes derrotados do ano estão empresas como a Tesla e a Meta (dona do Facebook), que fecharam 2022 com perdas superiores a 65%.

As grandes exceções num ano fortemente pintado a vermelho por todo o globo foram as ações do setor energético e das matérias-primas, como resposta à escala dos preços dos combustíveis e da generalidade das commodities.

Por essa razão, as Bolsas do Brasil e da Argentina, constituídas por muitas empresas a operar no setor dos hidrocarbonetos a das matérias-primas, foram das poucas a brincar a 2022.

Refinitiv. Rendibilidades calculadas em euros.

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Lucros das empresas do PSI aumentam 53% para valor recorde

Todas as empresa do PSI aumentaram os lucros e as receitas, mas a estrela da Euronext Lisboa que mais brilhou nos primeiros nove meses do ano foi a Galp.

Com a apresentação das contas da Altri esta quinta-feira, o PSI encerra uma época de resultados recorde entre as maiores empresas cotadas na Euronext Lisboa.

Nos primeiros nove meses do ano, as 14 empresas cotadas no principal índice acionista da bolsa de Lisboa (de fora ficou a Mota-Engil que só apresenta contas semestrais) acumularam lucros de 3,3 mil milhões de euros, mais 53% que em igual período do ano passado.

São mais 1,1 mil milhões de euros que o contabilizado nos primeiros noves meses de 2021 e um valor muito próximo dos 3,5 mil milhões de euros de lucros gerados em 2020 e 2021, no mesmo período, somados. É um valor histórico.

Entre janeiro e setembro, as 14 empresas do principal índice acionista da Euronext Lisboa faturaram mais de 72,5 mil milhões de euros, um aumento de 43% face ao mesmo período do ano passado.

Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos, apenas por duas ocasiões (2017 e 2018) as empresas do PSI (que já chegaram a ser duas dezenas de empresas) tiveram lucros num ano inteiro acima dos 3,3 mil milhões de euros.

No entanto, João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, coloca alguma água na fervura referindo que estes “são os valores que mais ou menos o mercado estava à espera”, sublinhando que 2020 foi um ano marcado pela pandemia.

Além disso, destaca ainda que o bom desempenho das empresas do PSI se ficou a dever a três importantes vetores no decorrer do último ano: regularização da logística operacional das empresas, subida dos preços dos produtos e uma maior eficiência de custos que propiciou aumentos das margens.

Lucros recorde à boleia da Galp e da EDP Renováveis

Pedro Barata, gestor do fundo NB Portugal Acções, destaca pela positiva setor de distribuição e da banca por “se terem mostrado bastante resilientes num momento de inflação crescente”. O BCP aumentou os lucros em 63% enquanto a Sonae e a Jerónimo Martins registaram um crescimento dos lucros de 33% e 29%, respetivamente

No entanto, a Galp e a EDP Renováveis foram as principais responsáveis pelo recorde de lucros na praça portuguesa nos primeiros nove meses do ano. Ao registarem um crescimento dos lucros de 86% e 181%, respetivamente, o PSI viu os lucros engordarem 549 milhões de euros só à conta destas duas empresas, o equivalente a 54% dos 1,1 mil milhões de euros que as empresas do PSI lucraram a mais este ano face ao período homólogo de 2021.

Entre as 14 empresas que constituem o PSI não há uma que não tenha apresentado lucros. Em termos percentuais, a que mais se destacou foi a Greenvolt, que registou um crescimento de 243% dos resultados. No canto oposto está a EDP, que apesar de ter acumulado lucros de 517,6 milhões de euros entre janeiro e setembro, teve um crescimento homólogo de apenas 1,4%.

Galp supera EDP no topo das empresas que mais lucraram em 2022

Máquinas de fazer dinheiro

A economia nacional pode estar à beira de entrar numa crise, com muitas a famílias a sentirem na carteira os efeitos da subida das taxa de juro e da inflação, mas as empresas do PSI têm caminhado noutra direção.

Entre janeiro e setembro, as 14 empresas do principal índice acionista da Euronext Lisboa faturaram mais de 72,5 mil milhões de euros, um aumento de 43% face ao mesmo período do ano passado.

Na dianteira do pelotão esteve a Greenvolt, que aumentou em 134% as suas receitas. Porém, as empresas que mais contribuíram para o incremento de 21,8 mil milhões de euros do volume de negócios do PSI foram a Galp e a EDP: em conjunto, as duas companhias foram responsáveis por 72% deste crescimento.

Atualmente, as empresas do PSI apresentam uma dívida líquida equivalente a menos de duas vezes o seu EBITDA, praticamente o mesmo que tinham há um ano.

Só a petrolífera, ainda liderada por Andy Brown, faturou mais 9,3 mil milhões de euros este ano, um montante 82% acima do contabilizado entre janeiro e setembro de 2021. Já a EDP viu as suas receitas cresceram, em termos homólogos, mais 5,8 mil milhões de euros (58%).

João Queiroz salienta que grande parte destes resultados se devem a uma forte aposta na internacionalização por parte das empresas ao longo dos últimos anos, destacando que atualmente, na maioria das empresas do PSI, “grande parte dos resultados são já captados fora de Portugal”.

Os números da EDP espelham isso mesmo. No relatório dos resultados, a elétrica revela que os lucros de 518 milhões de euros foram “totalmente suportados pelo bom desempenho das operações internacionais, com destaque para a atividade de energias renováveis na Europa e das operações de redes de eletricidade no Brasil”, destacando que a operação em Portugal apresentou prejuízos de 181 milhões de euros.

Receitas acima dos 72 mil milhões de euros

Margens elevadas travam riscos de endividamento

As contas dos primeiros nove meses do ano mostram também uma subida de 20% do nível de endividamento das empresas. De acordo com dados compilados pelo ECO, a dívida líquidas das empresas do PSI passou de 26 mil milhões de euros em setembro de 2021 para 31 mil milhões de euros em setembro deste ano.

No entanto, este aumento de 5,1 mil milhões de euros não se traduziu em níveis de endividamento mais elevados. Mesmo a EDP Renováveis, que aumentou em 68% a sua dívida líquida por conta de investimentos de 4,4 mil milhões de euros no período (duas vezes mais que em igual período do ano passado), mantém uma dívida líquida equivalente a 3,75 vezes o seu EBITDA, apenas 3,6% acima do rácio registado no ano passado.

“O valor da dívida da EDP Renováveis está dentro do que era estimado pelo que não vejo aí qualquer problema para o futuro da empresa”, refere ainda Pedro Barata, que no final de outubro tinha a empresa de energias renováveis como terceira maior posição do fundo de ações portuguesas que gere.

Atualmente, as empresas do PSI apresentam uma dívida líquida equivalente a menos de duas vezes o seu EBITDA, praticamente o mesmo que tinham há um ano. Isto mostra a grande capacidade que todas as empresas demonstraram ao longo dos primeiros nove meses do ano em faturarem e fazerem dinheiro.

Por exemplo, a NOS e a REN trabalham hoje com margens de lucro de 28% e 24%, respetivamente, e a EDP Renováveis vai mais longe, alcançado uma margem de lucro de 30%, segundo dados da Bloomberg.

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Lucros da Altri aumentam 30% para 117 milhões de euros

  • ECO
  • 24 Novembro 2022

Os resultados dos primeiros nove meses do ano da empresa liderada por José Pina foram influenciados pelo aumento do volume de produção e das vendas, e também pela subida dos preços.

No acumulado dos primeiros nove meses do ano, a Altri apresentou lucros de 117,4 milhões de euros, mais 30% que em igual período do ano passado, e contabilizou 805,9 milhões de euros de receitas, mais 37,7% que nos primeiros nove meses de 2021.

“O desempenho financeiro do Grupo Altri foi influenciado pelo volume de produção, pelas vendas, mas também pelos preços”, refere a empresa em comunicado enviado esta quinta-feira à CMVM.

José Pina, presidente da Altri, revela ainda que “ao sólido desempenho operacional apresentado nos três meses terminados em setembro, juntou-se uma procura em crescimento num mercado com um nível de stocks reduzido.”

Através da Caima, Celbi e Biotek, o grupo Altri produziu 852 mil toneladas de fibras celulósicas nos primeiros nove meses do ano, “ligeiramente abaixo do semestre homólogo (-1,6%) dada a paragem programada da Biotek em maio, com os mercados externos a absorverem 86% do total”, justifica a empresa em comunicado.

José Pina refere ainda que nos primeiros nove meses do ano, a empresa investiu 34,8 milhões de euros, “valor que é mais do dobro do investimento realizado no mesmo período do ano passado, mantendo um nível baixo de dívida líquida (1,3 vezes o EBITDA), que nos permite manter a capacidade financeira para considerar as oportunidades da bioeconomia.”

Apesar do volume do investimento realizado, que inclui 9,7 milhões de euros relacionados com a nova caldeira de biomassa para a Caima, o nível de endividamento da empresa não foi muito alterado. Segundo dados da empresa, a dívida líquida aumentou apenas 0,56% para 358,9 milhões de euros, um valor equivalente a 1,3 vezes o EBITDA.

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Acionistas da GreenVolt fora do aumento de capital podem vender direitos até às 15h

Acionistas da GreenVolt com direitos de subscrição, mas que não queriam participar no aumento de capital de 100 milhões, arriscam perdas se não se desfizerem dos títulos nas próximas horas.

Termina esta quarta-feira a negociação dos direitos de subscrição do aumento de capital da GreenVolt, que arrancou em bolsa a 20 de junho. Cada um deles permite a subscrição de 0,14659 novas ações da empresa, o que, na prática, significa que para comprar uma nova ação terá de ter sete direitos.

Foi no início de junho que a empresa liderada por João Manso Neto anunciou um aumento de capital no valor de 100 milhões de euros, resultante da emissão de quase 18 milhões de ações a um preço unitário de 5,62 euros. O período de subscrição das novas ações decorre até 4 de julho, com o apuramento dos resultados no dia seguinte e os novos títulos a estrearem-se em bolsa a 11 de julho.

Já o período de negociação dos direitos de subscrição termina esta quarta-feira às 15h, pelo que os investidores que não eram acionistas têm até essa hora para comprar direitos em bolsa. No caso de quem já era acionista tem duas opções: se quiser participar na operação deve manter os títulos, exercendo a subscrição das novas ações; mas se tem direitos e não quer ir ao aumento de capital, deve aliená-los sob pena de perder o valor inerente a estes títulos.

Com este aumento de capital, a GreenVolt pretende acelerar a implementação do seu plano de desenvolvimento, bem como financiar parcialmente determinados projetos até que sejam autossuficientes. A injeção de capital irá ainda proporcionar liquidez adicional depois do crescimento da empresa nos últimos meses, de acordo com uma apresentação enviada à CMVM.

Mais de dois terços do valor do aumento de capital está assegurado, já que acionistas representantes de 48% do capital comprometeram-se em participar na operação. A Altri e a Caima optaram por vender os mais de 23 milhões de direitos de subscrição de ações da Greenvolt, representativos de 19% do capital, numa operação em que a procura excedeu em 1,43 vezes a oferta.

Apesar do compromisso assumido por estes acionistas, a empresa de energias renováveis acordou em emitir a favor dos subscritores angariados pelos gestores — ou a favor dos próprios, conforme aplicável –, ao preço de subscrição, quaisquer novas ações que não forem subscritas neste aumento de capital.

No primeiro trimestre deste ano, os lucros da GreenVolt aumentarem para 1,3 milhões de euros, o que correspondeu a um crescimento de 43% face a igual período de 2021. No arranque do ano, a subida das receitas foi impulsionada pelo segmento da biomassa residual, mas também pelo reforço dos projetos solares eólicos.

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Altri aumenta preço da pasta de papel pela quarta vez este ano

Papeleira portuguesa decidiu acompanhar a subida dos preços da pasta de papel realizada pela líder mundial, a brasileira Suzano.

A Altri ALTR 0,49% vai aumentar o preço da pasta do papel em 50 dólares por tonelada, naquela que é a quarta subida este ano, adiantou fonte oficial da empresa ao ECO.

O preço da pasta passa para 1.300 dólares por tonelada para a Europa e para 1.520 dólares para a América do Norte, isto depois dos aumentos feitos em fevereiro e março (subidas de 30 dólares) e em abril (50 dólares).

Contas feitas, a Altri já agravou o preço da pasta de papel em 160 dólares por tonelada desde o início do ano, perante, entre outros fatores, o impacto da invasão russa à Ucrânia.

A decisão de subir o preço da pasta de papel surge depois de a brasileira Suzano, a maior produtora mundial de pasta branqueada de eucalipto (BEK), ter anunciado que vai aumentar os preços entre 50 dólares (na Europa) a 60 dólares (na América do Norte) por tonelada a partir de maio, de acordo com o site Fastmarkets. A Altri decidiu seguir-lhe as pisadas.

“A Altri vai acompanhar este aumento de preços”, adiantou fonte oficial da papeleira portuguesa ao ECO.

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