“Já que temos o 18 de maio, aproveitemos”. Pedro Reis pede “clarificação política”

Ministro da Economia defende que apenas uma "solução clarificadora na política" permitirá que "a política dê espaço à economia". E deixou uma receita com três prioridades para "quem for Governo".

Apenas uma “solução clarificadora na política” irá permitir a “profundidade estratégica” necessária para fazer avançar a economia. Foi este o argumento defendido pelo ministro da Economia, Pedro Reis, esta sexta-feira num almoço-debate em Lisboa, onde deixou uma receita para “quem for Governo”.

Já que temos o 18 de maio, aproveitemos o 18 de maio. Isto quer dizer, e é o que os portugueses esperam, as empresas esperam, os estrangeiros observam, é se vai sair uma solução clarificadora na política, para que a política dê espaço à economia“, afirmou o governante numa intervenção num debate organizado pelo International Club Portugal, num hotel em Lisboa.

Perante uma plateia que contava também com o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, Pedro Reis – que assume preferir ser um “ministro das empresas do que ministro da Economia – considerou que “a economia não é macro, não é relatórios, é execução, é decisão” para sustentar que “este é o momento de olhar para a frente” e “ir à profundidade da competitividade portuguesa“.

O que vem com clarificação? Profundidade estratégica“, disse. Minutos antes, Pedro Reis elencou três prioridades para “a economia portuguesa e quem for Governo considerar“: trabalhar na agilização de licenciamentos (o Executivo estava a trabalhar nesta matéria a nível industrial e queria avançar para o comércio e turismo), avançar na desburocratização e nos incentivos e rever o processo de compras públicas.

A intervenção de Pedro Reis ocorre uma semana depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter anunciado eleições antecipadas para 18 de maio, na sequência da queda do Governo após o chumbo da moção de confiança no Parlamento.

Ministério da Economia e Defesa rastreiam empresas para o cluster da indústria da defesa

O ministro da Economia adiantou ainda que o Ministério que tutela e o Ministério da Defesa estão a trabalhar em conjunto para desenvolver a indústria da defesa, numa altura em que o investimento no setor está a ser exigido aos Estados-Membros da União Europeia (UE).

Pedro Reis explicou que, neste âmbito, está a ser feito o “rastreamento de todas as empresas capacitadas para entrar neste cluster”, a “identificação do procurement europeu, da NATO” e das Forças Armadas portuguesas, a “compilação dos instrumentos financeiros europeus e portugueses que possam funcionar como, e em articulação com o Banco de Fomento, como instrumentos de facilitação desse mesmo clauster” e um “fast track de compras públicas”.

De acordo com o governante, o país tem “oportunidades” na indústria, nomeadamente na “área de componentes, plataformas de operação, de satélites”, de software espacial e do fardamento“. Ademais, sinalizou que o Governo está a trabalhar para “encontrar parcerias com países que estão muito avançados nessa matéria”.

(Notícia atualizada às 15h28 com mais informação)

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Alemanha aprova nova ajuda militar de 3 mil milhões a Kiev

  • Lusa
  • 21 Março 2025

“Estamos a fazer isto para que a Ucrânia possa defender a sua independência e soberania”, explicou esta semana o ainda chanceler Olaf Scholz.

A Alemanha aprovou esta sexta-feira um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de três mil milhões de euros, poucos dias antes das negociações mediadas pelos EUA para uma trégua na guerra entre Moscovo e Kiev.

O comité orçamental do Bundestag, a câmara baixa do parlamento, autorizou a atribuição destes fundos, que estavam suspensos há meses, devido à relutância do chanceler cessante, Olaf Scholz, relativamente à situação orçamental do país. Mas a adoção final pelo parlamento alemão da reforma do “travão da dívida”, que flexibiliza as regras orçamentais para as despesas de Defesa, deu ao Governo uma nova margem de manobra.

Esta medida, impulsionada pelo futuro chanceler Friedrich Merz, foi votada a um ritmo acelerado devido à aproximação entre Moscovo e Washington. “Estamos a fazer isto para que a Ucrânia possa defender a sua independência e soberania”, explicou esta semana Olaf Scholz.

Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início à guerra, que a Alemanha é o maior fornecedor de ajuda militar a Kiev entre os países europeus. Estes três mil milhões de euros agora libertados somam-se aos quatro mil milhões de euros de ajuda militar já previstos no orçamento para 2025, totalizando sete mil milhões de euros.

Isto permitirá a Kiev ter munições imediatamente disponíveis e outras armas que poderão ser entregues dentro de um ou dois anos, uma vez que ainda têm de ser produzidas. O comité orçamental do Bundestag aprovou também uma ajuda militar à Ucrânia no valor de 8,25 mil milhões de euros para o período de 2026 a 2029.

Desde o início da invasão russa, a Alemanha forneceu mais de 28 mil milhões de euros em equipamento militar à Ucrânia, segundo o Governo. Para Berlim, é importante que a Ucrânia melhore a sua posição negocial com a Rússia. Olaf Scholz voltou a insistir esta semana que as condições para a paz com Moscovo não devem ser ditadas a Kiev, pelo que a Ucrânia deve “ter um exército forte”.

Esta semana, os Presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, acordaram uma trégua limitada apenas aos ataques às infraestruturas energéticas. Mas a Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente de continuarem os ataques contra estes locais, devendo as negociações sobre esta questão, mediadas pelos Estados Unidos, deverão ser retomadas na segunda-feira, na Arábia Saudita.

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Governo “fez tudo para impedir crise política”, mas “oposição queria fritá-lo em lume brando”, diz Pedro Duarte

Ministro dos Assuntos Parlamentares está em "fase final" de avaliação sobre se será o candidato do PSD à Câmara do Porto. Decisão será tomada antes das legislativas antecipadas de 18 de maio.

O ministro dos Assuntos Parlamentares considera que a crise política que o país está a enfrentar é “desnecessária e inútil, e não ajuda o país”, salvaguardando que o Executivo “fez tudo para a impedir”. Pedro Duarte garantiu ainda que, antes das eleições antecipadas marcadas para 18 de maio, vai tomar uma decisão sobre uma eventual candidatura à Câmara Municipal do Porto.

“Ficou muito claro, designadamente quando foi a votação da moção de confiança, que o Governo fez tudo o que podia para evitar uma crise política“, disse o ministro dos Assuntos Parlamentares, à margem da conferência “O Futuro da comunicação social”, organizada pelo ECO, que decorreu esta sexta-feira na Câmara Municipal do Porto.

No entanto, Pedro Duarte considera que “todos os portugueses compreendem que seria absolutamente impossível e negativo” manter em funcionamento um Governo que “a oposição queria manifestamente fritar em lume brando”. “Isso não era bom para o país”, acrescentou o governante.

“Mais vale, se calhar, esperarmos agora dois meses, numa pausa, para que depois o país possa continuar a olhar para o futuro e a trabalhar numa transformação de que todos precisamos”, completou Pedro Duarte.

Pedro Duarte, ministro dos Assuntos ParlamentaresRicardo Castelo

Em relação a uma possível candidatura à Câmara do Porto, o ministro Pedro Duarte disse aos jornalistas que “ainda não [tomou] uma decisão”, mas garantiu que está em “fase final do processo de decisão”. Que acontecerá antes das eleições legislativas, que estão marcadas para 18 de maio.

“Já disse que a minha ‘cadeira de sonho’ na política é a cadeira de presidente da Câmara Municipal do Porto. Porque sinto uma paixão especial, eu diria, por poder ajudar a minha cidade a ser uma cidade ainda melhor, onde as pessoas possam viver melhor”, concluiu o ministro dos Assuntos Parlamentares.

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Vila do Conde ganha centro de investigação com financiamento de 86 milhões

Sediada na antiga Quinta de Crasto e prestes a ser inaugurada, a superestrutura científica BIOPOLIS terá "o maior orçamento alguma vez dedicado a um centro de investigação nacional".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai inaugurar na segunda-feira, em Vila do Conde, a sede do BIOPOLIS, uma estrutura científica vocacionada para a investigação da diversidade biológica, dos ecossistemas e do meio ambiente. Tem “o maior orçamento alguma vez dedicado a um centro de investigação nacional: 86 milhões de euros para os primeiros sete anos de funcionamento”, calcula a Universidade do Porto.

Esta megaestrutura científica será constituída pelo CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, pela Universidade de Montpellier (França) e pela escola de negócios Porto Business School.

Em comunicado, a Universidade do Porto salienta que o BIOPOLIS será “uma superestrutura científica de referência internacional na área do desenvolvimento sustentável, dispondo de condições para realizar investigação de ponta na área do estudo e da conservação dos recursos biológicos”.

Este centro vai fazer a ponte entre a ciência e as empresas, nomeadamente através da promoção de cátedras convidadas, estando ainda vocacionado para a capacitação científica e tecnológica de instituições académicas de países em desenvolvimento de diversas geografias, onde serão criados twinlabs e estações biológicas internacionais.

Além da avaliação e monitorização ambiental, e da conservação e uso sustentável dos recursos naturais e dos ecossistemas, vai operar igualmente no domínio agroambiental, estudando os sistemas agroflorestais com o objetivo de proteger a biodiversidade dos solos e das espécies, e assegurar a sua preservação para o futuro.

Este centro de investigação já foi distinguido com o prémio Human Resources Strategy for Researchers (HRS4R) da União Europeia. E conta com financiamentos europeus Teaming e ERA-Chair, além da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Acresce ainda o apoio das empresas e laboratórios associados ao consórcio.

A dotação de 86 milhões de euros para os primeiros sete anos de funcionamento deste centro de investigação engloba o custo de nove milhões de euros referentes à obra realizada na antiga Quinta de Crasto, em Vairão, no concelho Vila do Conde.

Além de Luís Montenegro, a cerimónia de inauguração vai contar com a presença dos ministros da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e do Ambiente e Energia, Maria de Graça Carvalho. Participam ainda neste evento diversos representantes de diversas entidades nacionais e internacionais parceiras deste projeto.

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Leitão Amaro vê acordo sobre via verde para a imigração fechado “muito em breve”

Proposta de protocolo de cooperação para a migração laboral regulada está a ser afinada há duas semanas, estando para "muito breve" a assinatura do acordo. Previsão é de Leitão Amaro.

O ministro da Presidência adiantou esta sexta-feira que está para “muito breve” a assinatura do acordo que irá criar “canais tipo via verde” para a concessão de vistos a estrangeiros que sejam recrutados por empresas em Portugal. Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre imigração, António Leitão Amaro esclareceu que o facto de o Governo estar em gestão não será um travão a esse entendimento.

“Vamos assegurar que Portugal é um país que regula a imigração. Quem vem para trabalhar vem cumprindo regras e havendo responsabilização dos empregadores pela sua integração“, sublinhou o governante, questionado pelos jornalistas sobre o protocolo que está a ser negociado entre o Executivo de Luís Montenegro e as confederações empresariais.

A criação destes canais foi anunciada no verão do ano passado, quando o Governo decidiu apertar as regras de entrada no país, acabando, nomeadamente, com as manifestações de interesse.

Entretanto, houve duas reuniões entre os representantes dos empresários e o Executivo, tendo sido apresentada, no início deste mês, uma proposta de protocolo, que tem estado, desde então, a ser afinada pelas partes.

“Temos feito um trabalho muito construtivo com as confederações empresariais”, notou, assim, Leitão Amaro esta sexta-feira.

O essencial da intervenção política do Governo constava de definir as condições. Deve haver acesso a vistos de trabalho, quando os empregadores se comprometam com contratos de trabalho, oportunidades de formação e acesso a habitação adequada. Este percurso foi feito. A celebração do acordo é independente do Governo estar em gestão“, acrescentou o ministro.

O governante antecipou que a assinatura “vai acontecer nos próximos dias [ou] semana, seguramente”. O acordo será fechado entre a Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP), a Agência para a Integração Migrações e Asilo, a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna (UCFE/SSI), o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e as confederações empresariais.

Por outro lado, em declarações aos jornalistas, o ministro da Presidência rejeitou que este acordo pode ser visto como eleitoralista, uma vez que já estava a ser preparado antes de o Governo perceber que iria cair e que o país iria, novamente, a eleições, somente um ano após a última ida às urnas.

De acordo com a proposta a que o ECO teve acesso, ao abrigo destes canais, as empresas vão conseguir uma decisão final sobre a concessão dos vistos em 20 dias, mas, em contrapartida, terão de cumprir uma série de obrigações, como dar formação aos recrutados e garantir acesso a alojamento adequado.

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O futuro é agora: Cartier apresenta Pavilhão Feminino na Expo 2025

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 21 Março 2025

A Cartier anuncia o Pavilhão Feminino na Expo 2025 Osaka, uma plataforma global que celebra o papel das mulheres na inovação, equidade e progresso, promovendo diálogos e ações transformadoras.

Na Cartier, as mulheres sempre foram uma fonte de inspiração infinita e uma pedra basilar da criatividade e dos valores da maison. Guiada pela crença de que quando as mulheres prosperam, a humanidade prospera, a Cartier defende há muito a igualdade de género unindo forças com partes interessadas empenhadas, ansiosas por colaborar e agir para enfrentar alguns dos desafios mais urgentes do mundo. Com a sua ligação ao Pavilhão Feminino na Expo 2025 Osaka, a Cartier reforça o seu compromisso com a igualdade de género e o empoderamento feminino, proporcionando um espaço dedicado à reflexão, colaboração e partilha de ideias. O Pavilhão Feminino, que será uma das atrações de destaque na exposição universal, reunirá vozes influentes de diversas áreas para discutir soluções para um futuro mais inclusivo e sustentável, entre 13 de Abril e 13 de Outubro.

A Expo 2025 Osaka terá como tema “Conceber a Sociedade do Futuro para as Nossas Vidas” e contará com a participação de várias nações e organizações. A Cartier, através do seu envolvimento, reafirma a importância de dar visibilidade às contribuições femininas na construção de um mundo mais equitativo.

No centro do Pavilhão das Mulheres encontra-se um poderoso manifesto que clama por um futuro mais risonho, no qual todos os indivíduos, independentemente do género, coexistam em verdadeira igualdade e harmonia. É um mundo onde o respeito mútuo prospera e onde cada indivíduo tem a oportunidade de atingir o seu potencial máximo. “O Pavilhão das Mulheres celebrará todas as mulheres e o papel que podem desempenhar, juntamente com homens empenhados, na construção do nosso futuro comum”. Afirmou Cyrille Vigneron, presidente da Cartier Cultura e Filantropia. “Através desta extraordinária plataforma, a Cartier e a Expo 2025 Osaka convidam os visitantes a fazer parte de uma viagem transformadora, igualmente pessoal e através da ação coletiva”.

Entre as atividades programadas no Pavilhão Feminino, destacam-se painéis de discussão com líderes globais, workshops interativos sobre inovação e equidade, exposições artísticas que refletem a criatividade feminina e mentorias dedicadas a jovens talentos. Além disso, serão promovidas experiências imersivas que mostram o impacto das mulheres em diversas indústrias, desde a ciência e tecnologia até à moda e sustentabilidade.

Com esta abordagem multidisciplinar, o Pavilhão Feminino promete ser um marco na edição de 2025, destacando o talento, a resiliência e a liderança das mulheres a nível global. A organização da Expo espera cerca de 28,2 milhões de visitas.

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Economia portuguesa com excedente externo de 535 milhões de euros no arranque do ano

  • Lusa
  • 21 Março 2025

Diminuição homóloga de 397 milhões de euros resulta de aumentos dos défices das balanças de bens e de rendimento primário e do aumento do excedente da balança de serviços.

A economia portuguesa apresentou um excedente externo de 535 milhões de euros em janeiro, menos 397 milhões de euros que no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do banco central mostram que esta diminuição homóloga resulta de aumentos dos défices das balanças de bens e de rendimento primário e do aumento do excedente da balança de serviços.

Saldo acumulado das balanças corrente e de capital

Fonte: Banco de Portugal

No primeiro mês do ano, o défice da balança de bens aumentou 254 milhões de euros, sendo a variação provocada pelo crescimento das importações (302 milhões de euros) ter sido superior ao das exportações (49 milhões de euros).

Ao mesmo tempo, o défice da balança de rendimento primário agravou-se em 223 milhões de euros, “decorrente de uma menor atribuição de fundos da União Europeia a títulos de subsídios”.

Já o excedente da balança de serviços cresceu 322 milhões de euros, justificando-se principalmente com a “evolução do saldo das viagens e turismo (mais 108 milhões de euros) e dos outros serviços fornecidos por empresas”.

A balança financeira teve, em janeiro de 2025, um saldo de 29 milhões de euros, resultante da capacidade de financiamento da economia portuguesa.

Segundo o regulador, os bancos e as administrações públicas foram os setores que “mais contribuíram para este saldo” devido a investimento em títulos de dívida estrangeira e do aumento de depósitos no exterior. Em sentido inverso, o banco central foi o setor com a maior redução dos ativos líquidos sobre o exterior, depois de um aumento de passivos em depósitos.

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“Atraso substancial”. Parpública contratou escritório de advogados para evitar comprometer “robustez desejável”

Pela primeira vez, a Parpública recorreu a serviços externos de assessoria jurídica, tarefa que sempre coube à casa. Finanças explicam que foi temporário e já há um novo jurista interno.

A direção de Joaquim Cadete na Parpública, empresa pública que gere as participações do Estado, contratou serviços externos para redigir as atas da Comissão Executiva e do Conselho de Administração por ter identificado um “atraso substancial” nestes processos, o que, considera, comprometia a “robustez desejável” dos procedimentos internos.

A justificação consta de uma resposta do Ministério das Finanças a questões endereçadas pelo grupo parlamentar do Chega a propósito da notícia avançada pelo Expresso, em fevereiro, de que a empresa pública contratou o escritório de advogados Sérvulo & Associados, por uma avença mensal de cerca de três mil euros, para redigir as atas da Comissão Executiva uma vez por semana e do Conselho de Administração uma vez por mês.

Nos esclarecimentos remetidos aos deputados, o Ministério das Finanças adianta que “a atual Comissão Executiva (CE) da Parpública, quando iniciou funções, no início de setembro de 2024, identificou um atraso substancial no processo de elaboração, validação e assinatura das atas das reuniões da CE e do Conselho de Administração (CA)”.

Este atraso constituía uma fragilidade relevante, comprometendo a robustez desejável dos procedimentos internos da sociedade“, refere.

De acordo com o Ministério das Finanças, a atual CE decidiu fazer alterações na periodicidade das reuniões, passando de quinzenais para semanais — o que levou a mais trabalho. Paralelamente, “optou pela redistribuição dos recursos humanos até então dedicados ao apoio corporativo, alocando-os a outros projetos e tarefas de natureza jurídica que exigiam maior cadência no acompanhamento no âmbito das atividades da sociedade“.

A Parpública decidiu “no exercício das suas competências e autonomia de gestão”, recorrer temporariamente aos serviços de uma advogada externa. Esta foi a primeira vez que a Parpública recorreu a serviços externos de assessoria jurídica, numa tarefa que sempre coube a juristas da casa. No entanto, o Terreiro do Paço explica que a contratação ocorreu enquanto decorriam os procedimentos de contratação de um jurista sénior especializado em direito societário (entretanto concluída).

A profissional contratada “assegurou a elaboração, validação e transcrição tempestiva das atas para os respetivos livros oficiais das reuniões da CE e do CA realizadas até ao dia 20 de fevereiro de 2025“.

O Ministério das Finanças informa ainda que a Parpública conta atualmente com cinco juristas no seu quadro de pessoal.

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Certificados de Aforro batem novo recorde. Famílias aplicaram mais 630 milhões em fevereiro

Há cinco meses consecutivos que famílias portuguesas estão a reforçar a aposta nos Certificados de Aforro, que em fevereiro atingiram um stock total de 35,75 mil milhões de euros.

As famílias voltaram a apostar nos certificados de aforro. Depois de, pela primeira vez, este produto ter quebrado em janeiro a barreira dos 35 mil milhões de euros, as famílias reforçaram a aplicação neste instrumento de poupança, ao aplicar mais 630,66 milhões de euros em termos líquidos de resgates. Este é, assim, o quinto mês consecutivo em que foram registados saldos de subscrição positivos.

De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal, as poupanças das famílias portuguesas aplicadas nos Certificados de Aforro atingiram os 35,75 mil milhões de euros, um novo montante recorde que confirma a popularidade deste produto do Estado junto dos pequenos investidores.

Em fevereiro, as subscrições líquidas de Certificados de Aforro totalizaram 630,44 milhões de euros, que corresponde ao montante mais elevado desde junho de 2023 (670,36 milhões), compensando as saídas de 142,4 milhões registadas nos Certificados do Tesouro. Apesar do desinvestimento, foi ligeiramente inferior aos 154 milhões registado em janeiro.

Ao contrário dos Certificados de Aforro, os Certificados do Tesouro continuam a sofrer mais resgates do que subscrições há 40 meses consecutivos e já só lá estão aplicados cerca de 9,44 mil milhões de euros — longe do pico de quase 18 mil milhões atingido em outubro de 2021.

No final de fevereiro, as famílias tinham 45,2 mil milhões de euros investidos nos certificados (incluindo de Aforro e do Tesouro), aproximando-se do máximo de 45,7 mil milhões registado em agosto de 2023. A aposta neste produto de poupança foi reforçada face a janeiro, mês em que as famílias tinham 44,7 mil milhões de euros investidos nestes produtos.

O interesse das famílias nos Certificados de Aforro é justificado pelo facto de os bancos cortarem há vários meses a remuneração dos depósitos o que torna estes títulos mais atrativos; mas também devido o aumento dos limites máximos para a subscrição de certificados dos 50 mil euros para os 100 mil euros. Uma flexibilidade que está a impulsionar a procura.

Contudo, com a descida da Euribor a três meses, que é usada no cálculo da taxa de juro base dos Certificados de Aforro, a remuneração destes certificados deverá baixar dos 2,5% brevemente, o que poderá levar a um afastamento das famílias por este produto de poupança.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Governo quer rentabilizar floresta com investimento de 246 milhões por ano até 2050

  • ECO
  • 21 Março 2025

Executivo ambiciona investimento médio de 246 milhões de euros por ano até 2050 na floresta. Dinheiro virá do Fundo Ambiental, do PRR e de outros fundos comunitários.

O Governo, ainda que em gestão, vai apresentar esta sexta-feira o designado Plano de Intervenção para a Floresta, que tem como objetivo principal rentabilizar o setor e mitigar o risco de incêndios e reduzir a área ardida. Segundo o Público (acesso pago), além de um investimento médio anual de 246 milhões de euros até 2050 na floresta, o Executivo quer também aprovar medidas relacionadas com a propriedade de terrenos florestais, tais como estabelecer um período máximo para, depois do óbito do titular de um determinado terreno, ser feita a habilitação de herdeiros.

O plano recolheu mais de 400 contributos, inclusive de entidades territoriais, e assenta em quatro pilares — valorização, resiliência, propriedade e governança –, sendo composto por 19 medidas concretas. Para 2025 já estão cabimentados 259 milhões de euros e para o próximo ano estão já previstos entre 350 e 400 milhões.

Serão mobilizados meios do Fundo Ambiental — este ano, vai financiar com 30 milhões de euros a redução do material combustível nas florestas –, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e ainda outros fundos comunitários (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional [Feder]).

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⛽ Gasolina vai subir 2,5 cêntimos na próxima semana. Preço do diesel não mexe

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá continuar pagar 1,584 euros por litro de gasóleo simples e 1,715 euros por litro de gasolina simples 95.

Na próxima semana os preços dos combustíveis terão comportamentos distintos. A gasolina deverá subir 2,5 cêntimos. Já o gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, não deverá sofrer alterações, avançou ao ECO fonte do mercado.

Quando for abastecer, continuará a pagar 1,584 euros por litro de gasóleo simples e passará a pagar 1,715 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Caso esta tendência se venha a confirmar o gasóleo interrompe três semanas consecutivas de descidas e a gasolina inverte as quedas das últimas quatro semanas que ditaram uma descida de 8,3 cêntimos nos preços.

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo desceu 2,2 cêntimos e a gasolina 0,9 cêntimos, um desempenho ligeiramente diferente das expectativas do mercado, que apontava para uma estabilização dos preços da gasolina.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira a descer 0,3% para os 71,73 dólares por barril e caminha, pela segunda semana consecutiva, para uma subida semanal de 1%, a mais elevada desde a primeira semana do ano. As novas sanções dos EUA ao Irão e o último plano de produção do grupo de produtores OPEP+ aumentaram as expectativas de oferta mais restrita o que ajuda a alimentar o aumento dos preços.

O Tesouro dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira novas sanções contra o Irão, que pela primeira vez visaram uma refinaria chinesa independente, entre outras entidades e embarcações envolvidas no fornecimento de crude iraniano à China. O anúncio desta quinta-feira marcou a quarta ronda de sanções de Washington contra o Irão desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu em fevereiro “pressão máxima” sobre o país dos ayatollahs e prometeu reduzir as exportações de petróleo do país a zero.

Os analistas do ANZ Bank, citados pela Reuters, esperam uma redução de um milhão de barris por dia (bpd) nas exportações de crude iraniano devido a sanções mais rigorosas. O serviço de rastreio de embarcações Kpler estimou que as exportações de crude iraniano superaram os 1,8 milhões de bpd em fevereiro.

Por outro lado, a promessa da OPEP+ de compensar a sobreprodução também contribuiu para o aumento dos preços, disse o analista da PVM, Tamas Varga, também citado pela Reuters. O novo plano da OPEP+ prevê que sete dos seus membros cortem ainda mais a produção entre 189.000 bpd e 435.000 bpd até junho de 2026. Isto depois de a organização ter confirmado este mês que oito dos seus membros iriam avançar com um aumento mensal de 138.000 bpd a partir de abril, revertendo alguns dos cortes de produção de 5,85 milhões de bpd acordados numa série de etapas desde 2022 para apoiar o mercado.

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Preço das casas aumentou 9,1% em 2024. Transacionadas 156.325 habitações em Portugal

No ano passado, transacionaram-se mais de 150 mil habitações, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística. O valor total das transações cresceu 21% para 3,8 mil milhões de euros.

Os preços das casas aumentaram 9,1% no ano passado, o que compara em ligeira alta com 2023, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O índice do valor das habitações aumentou 0,9 pontos percentuais num ano.

Em 2024, transacionaram-se 156.325 habitações em Portugal, mais 14,5% do que no ano anterior. O valor das compras e vendas de imóveis para habitação também aumentou a dois dígitos (20,8%) para 3,8 mil milhões de euros.

“As habitações existentes aumentaram 14,8% e 21,1%, respetivamente, em número e valor transacionado. Relativamente às habitações novas, os crescimentos foram 13,4% em número e 20,0% em valor”, detalha o organismo de estatística nacional, num relatório publicado esta manhã.

Olhando apenas para o trimestre de outubro a dezembro, houve uma subida de 1,8 pontos percentuais que elevou o índice para os 11,6%, sendo que o aumento dos preços foi mais expressivo nas habitações existentes (12,4%) do que nas novas (9,6%). O mesmo aconteceu nos dados globais de 2024: o preço das casas ‘usadas’ subiu 9,7% e o das novas 7,5%.

“As vendas de alojamentos ao setor institucional das famílias aumentaram 15,2% face ao ano precedente, fixando-se em 134.540 unidades e totalizando 28,7 mil milhões de euros. No último ano, 9774 habitações foram adquiridas por compradores com domicílio fiscal fora do território nacional, correspondendo a uma redução de 5,9% relativamente a 2023″, lê-se ainda no relatório do INE.

Logo, houve menos compradores estrangeiros. Dessas quase 10 mil casas, 4.883 (-2,8%) foram compradas por residentes na União Europeia, tendo as aquisições com domicílio fiscal nos outros países diminuído 8,9%,
para 4891 unidades.

Taxa de variação média anual (2020-2024) Fonte: INE

 

No terceiro trimestre de 2024, o índice de preços da habitação havia registado o maior aumento em praticamente dois anos, uma vez que teve um acréscimo homólogo de 9,8%, dois pontos percentuais acima dos três meses anteriores, perfazendo o aumento de preços mais expressivo desde o quarto trimestre de 2022.

Em 2023, a subida dos preços das casas teve um abrandamento para 8,2%, após desacelerar 4,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. No entanto, nesses 12 meses, compraram-se e venderam-se menos habitações. No total, transacionaram-se 136.499 casas (-18,7%) por um valor acumulado de 28 mil milhões de euros (-11,9%).

Notícia atualizada às 11h34

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