Governo afasta despedimentos e cortes salariais com reforma do Estado

O ministro da Presidência garantiu que a reforma da Administração Pública passa pela redução de "estruturas, observatórios e de papelada", mas nega cortes no pessoal e nos ordenados.

O Governo afasta despedimentos e cortes salariais com a reforma do Estado, garantiu esta quinta-feira o ministro da Presidência, António Letão Amaro, no final do Conselho de Ministros que aprovou o programa do segundo Executivo de Luís Montenegro. O documento será debatido no Parlamento nos dias 17 e 18.

“Se a sua pergunta é se isso implica despedimentos de trabalhadores públicos ou corte nos vencimentos dos trabalhadores públicos, a resposta é não”, assegurou o governante em resposta aos jornalistas. “Não é despedimento de trabalhadores públicos, não é corte nos vencimentos dos trabalhadores públicos. Esta, felizmente, é uma reforma que é feita num momento que não é de emergência financeira”, reforçou.

Leitão Amaro explicou que a reestruturação em curso, que deverá gerar poupanças de 23 milhões de euros por ano, apenas irá cortar em “serviços, estruturas e papelada”.

“Se é corte de papelada que tem que ser entregue e pode ser circulada através de meios digitais? Se é corte nos prazos de decisão? Se é corte, em alguns casos, do número de estruturas de observatórios, de grupos de trabalho, de entidades da administração pública? Sim”, clarificou.

O ministro da Presidência lembrou que o Executivo está, desde o ano passado a conduzir uma reforma, através da qual já reduziu “oito secretarias-gerais” numa só, a secretaria-geral do Governo. E, no Ministério das Finanças, o Governo fundiu várias entidades e criou duas autoridades: a Entidade Orçamental, que junta a Direção-Geral do Orçamento (DGO) e a Unidade de Implementação da Lei de Enquadramento Orçamental (UniLeo); e a Entidade do Tesouro e das Finanças, que agrega a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM), a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) e a a Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

Pelo caminho ficou o Centro de Pessoas da Administração Pública, que acabou por ser vetado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo facto de fundir o Instituto Nacional de Administração (INA) nessa nova estrutura.

Leitão Amaro voltou a assegurar que em causa não estão os vencimentos dos funcionários públicos nem cortes nos recursos humanos, bem pelo contrário: “A lógica desta reforma é, como o Governo anterior e este primeiro-ministro já demonstraram, de valorização dos trabalhadores públicos”.

A este respeito, sublinhou que o programa do Governo “inclui uma lógica de valorização da Função Pública não só pela revisão de carreiras, mas também por ímpeto adicional pela valorização do mérito, dos resultados e das funções mais qualificadas”.

“Existe um acordo plurianual assinado entre o Governo e as estruturas que representam os trabalhadores da Função Pública, excluindo uma das entidades que nunca assina nada”, referindo-se à Frente Comum, afeta à CGTP, “que prevê uma lógica de aumentos salariais transversais”, que são para cumprir, frisou.

(Notícia atualizada às 19h07)

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Programa do Governo será entregue no sábado à Assembleia da República

Conselho de Ministros aprovou o programa do Governo, que será entregue no sábado ao Parlamento. Executivo tem "uma agenda transformadora” com 10 prioridades.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira à tarde o programa de Governo que é debatido na próxima semana, nos dias 17 e 18, no Parlamento. O PCP avançou com uma moção de rejeição, condenada logo à partida, uma vez que será chumbada com o apoio dos votos do Chega e do PS, que já garantiram a viabilização do segundo Executivo de Luís Montenegro.

O executivo “aprovou o programa de Governo que irá apresentar no sábado à Assembleia da República”, disse o ministro António Leitão Amaro, no final do Conselho de Ministros, considerando tratar-se de “uma agenda transformadora” que contempla “dez prioridades de transformação, 10 dimensões de reforma, que mudarão o país”.

Leitão Amaro fala em “10 transformações prioritárias que o Governo assume para o país”, sublinhando que “este Programa de Governo tem uma dimensão inovadora que expressa bem a ambição de transformação que o Governo tem para o país, no seu formato e no seu conteúdo”. Classificou mesmo como “ambicioso” este “programa para transformar o país”.

“Este Governo sabe que a responsabilidade que sobre nós impende é transformar o nosso país para melhor, colocá-lo entre os melhores da Europa, resolver os problemas das pessoas, e é isso que nós propomos”, salientou.

Conheça as 10 áreas prioritárias do programa do Governo:

  1. Política de rendimentos que valoriza o trabalho e a poupança, o mérito e a justiça social”. Com medidas sobre o salário, a redução do IRS e “a revisão do regime de apoios sociais para, como o primeiro-ministro tem dito várias vezes, garantir que trabalhar vale mais a pena do que não trabalhar”, notou Leitão Amaro.
  2. A reforma do Estado e a guerra à burocracia “que descomplique a vida dos cidadãos e das empresas”: simplificação de procedimentos, digitalização do Estado, revisão orgânica e das estruturas da Administração Pública, e uma nova política de recursos humanos dirigida para valorizar o mérito, as qualificações e desempenho dos trabalhadores da Administração Pública.
  3. “Criar riqueza, acelerar a economia e aumentar o valor acrescentado da atividade económica” do país com redução do IRC e simplificação fiscal, entre outras medidas para viabilizar o reforço de escala nas empresas, rever o regime dos instrumentos de capitalização de aceleração dos fundos, regime de insolvência e uma revisão para legislação laboral. Mas, advertiu o ministro, “sempre na ótica de valorizar o trabalho, o mérito, o valor acrescentado e a modernização das condições de trabalho para uma economia em transformação”.
  4. Política de “imigração regulada e humanista”. Reforço do controlo de entradas, de revisão dos regimes das portas de entrada, da lei da nacionalidade, da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP”, dos mecanismos de retorno. Acresce a “conclusão do processo de resolução de pendências”.
  5. Colocar os serviços essenciais — Educação, Saúde e mobilidade — a funcionar para todos, “com qualidade assente na complementaridade entre oferta pública, privada e oferta social”.
  6. Reforçar a segurança, com mais proximidade, presença nas ruas, e atividade das forças e serviços. Justiça mais rápida, em particular nos crimes mais graves, e combate à corrupção, dando continuidade à agenda anticorrupção lançada pelo anterior executivo PSD/CDS-PP, sob liderança do atual primeiro-ministro Luís Montenegro.
  7. Construir Portugal. Mobilizar todos os setores para a ultrapassar a crise de habitação, com maior oferta e mais apoios ao rendimento. “Libertar a capacidade de construção e reabilitação de oferta privada e cooperativa; é muito por aqui que vai passar a resposta” para que “os preços não continuem a aumentar”, referiu Leitão Amaro. O governante reafirmou o compromisso de construir 59.000 casas e financiar os planos municipais, além de rever o regime de arrendamento.
  8. Construção de infraestruturas que projetam o país, como o novo aeroporto Luís de Camões, “prosseguir com a privatização da TAP”, avançar nas “linhas de alta velocidade projetadas e anunciadas pelo governo anterior” e garantir o reforço das linhas de transporte de energia elétrica.
  9. Estratégia “Água que Une” com vista a combater a falta de abastecimento em determinadas zonas do país. “Dotará o país das infraestruturas, da capacidade de armazenamento, consumo eficiente, transporte para os vários usos, num país que tem sido em vários anos muito afetado por alterações climáticas e por escassez hídrica em várias regiões do país”, detalhou Letão Amaro.
  10. Plano de reforço estratégico do investimento em defesa. “Não é apenas o reforço da despesa em defesa, a antecipação da meta de despesa em defesa, [mas sim] um plano de reforço estratégico do investimento e do aproveitamento do conhecimento da economia e a nossa capacidade industrial para produzir e gerar aqui oportunidades de atividade económica e criação de emprego e de riqueza para o país”, explanou.

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Guns N’ Roses agitaram Coimbra com mais 35% de gastos dos turistas estrangeiros

O concerto da histórica banda norte-americana Guns N’ Roses, em Coimbra, agitou a economia local. Gasto de estrangeiros aumentou face a 2024. Portugueses foram menos efusivos.

A banda de Axl Rose, Slash e Duff McKagan, que a 6 de junho levou ao palco de Coimbra míticas músicas como Knockin’ on Heaven’s Door ou Paradise City, teve um significativo impacto económico positivo nos negócios locais da cidade, que faturaram mais 12,4% do que no dia equivalente de 2024.

Este aumento, constante no relatório Reduniq Insights, foi principalmente impulsionado pelo consumo dos turistas estrangeiros, que cresceu 35,3% face a 2024, enquanto o consumo nacional apenas subiu 10%.

O relatório, realizado pela UNICRE e que avalia a evolução do desempenho do comércio através das transações por cartão, focou-se na faturação dos negócios em Coimbra no dia da atuação da histórica banda norte-americana e comparou-a com a verificada na sexta-feira equivalente no calendário de 2024, ocorrida a 7 de junho.

Contudo, quando analisado o ticket médio — que corresponde ao valor médio gasto por compra — constata-se uma ligeira quebra de 8,9% deste valor, que passa dos 29,19 euros do ano passado para os 26,59 euros em 2025. Segundo Tiago Oom, Head of Merchant Acquiring da UNICRE, esta descida “pode justificar-se por uma maior contração do consumo por parte dos portugueses, espelhado na descida de 10,4% do ticket médio nacional para 25,93 euros”.

Instagram Guns N’ Roses12 junho, 2025

Esta quebra foi, contudo, compensada pelo impulso de 4%, para 33,14 euros, do ticket médio estrangeiro. Mesmo assim, apesar do impacto positivo do consumo estrangeiro na região, são os portugueses quem mais contribuiu para a economia local no dia do concerto: uma faturação de 88,6% do total registado, segundo adianta a Reduniq Insights, num comunicado.

Espanha foi a nacionalidade com maior peso de faturação estrangeira na região neste dia de atuação da banda formada há quatro décadas na Califórnia, com 17,5% dos gastos totais, a que se seguiu o Brasil (13,7%), Estados Unidos (9,8%), Irlanda (8%) e França (7,9%).

Se analisarmos por setor, o consumo nacional aumentou nas gasolineiras (82,5%), restauração (39,7%) e supermercados (4,4%) enquanto o consumo estrangeiro registou uma subida na hotelaria e atividades turísticas (127%), restauração (29,9%) e supermercados (19,9%).

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Cinco dos seis barcos elétricos do Tejo estão com avarias, diz autarca do Seixal

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

No trajeto entre o Seixal e Lisboa "são necessários quatro barcos, três em circulação e um de reserva. Atualmente, está apenas um elétrico a funcionar neste percurso e dois a gasóleo”, diz o autarca.

Cinco dos seis barcos elétricos que podem fazer a travessia entre a margem sul e Lisboa estão com avarias, sendo necessária a intervenção de elementos do estaleiro construtor, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal do Seixal.

Paulo Silva falava à agência Lusa na sequência de uma reunião com a administração da Transtejo Soflusa, face aos sucessivos constrangimentos no serviço fluvial entre o Seixal e Lisboa, com supressões e incumprimentos de horários. O autarca adiantou que a empresa lhe indicou que na próxima semana o problema estaria resolvido, sendo necessária a intervenção de técnicos do estaleiro construtor dos barcos elétricos que operam no Tejo.

Para que o serviço prestado entre o Seixal e Lisboa decorra sem problemas são necessários quatro barcos, três em circulação e um de reserva. Atualmente, está apenas um elétrico a funcionar neste percurso e dois a gasóleo”, disse. O presidente da Câmara Municipal do Seixal adiantou que os sucessivos constrangimentos na ligação fluvial entre o seu concelho e Lisboa têm provocado descontentamento entre a população que deixou de confiar no transporte fluvial.

Mesmo em hora de ponta, a taxa de ocupação dos barcos anda à volta dos 50 por cento”, disse. Paulo Silva adiantou que vai continuar atento à situação e que vai pedir uma reunião com o Governo agora empossado para exigir a resolução de um problema crónico que afeta particularmente a população do Seixal.

A Transtejo Soflusa (TTSL) é a empresa responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa. Em 2024, a TTSL transportou na ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa um total de 1.040.043 passageiros.

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Lítio. Savannah lamenta “mentiras” contra mina do Barroso

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

“O nosso projeto orgulha-se do reconhecimento da Comissão Europeia como projeto estratégico para a Europa", lembra a Savannah.

A Savannah afirmou esta quinta-feira que se orgulha do reconhecimento da Comissão Europeia à mina do Barroso, que classificou como projeto estratégico, considerando que os seus opositores continuam “a espalhar mentiras” e a “reciclar argumentos” já refutados.

A associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), a MiningWatch Portugal e a ClientEarth contestaram o apoio dado pela Comissão Europeia à mina de lítio, no concelho de Boticas, no norte do distrito de Vila Real, e pediram na quarta-feira uma reavaliação da decisão de a classificar como projeto estratégico, ao abrigo do Regulamento das Matérias-Primas Críticas.

As três organizações não-governamentais (ONG) consideraram que a Comissão Europeia “não avaliou corretamente” os riscos ambientais e sociais da mina a céu aberto, pelo que apresentaram uma queixa a este organismo europeu, que terá de dar uma resposta em 22 semanas, podendo depois avançar para o Tribunal de Justiça da União Europeia.

“O nosso projeto orgulha-se do reconhecimento da Comissão Europeia como projeto estratégico para a Europa. Orgulha-se também do papel decisivo que pode desempenhar na reindustrialização de Portugal, na geração de empregos no interior do país e na transição energética da Europa. É uma responsabilidade muito grande que temos em mãos, e queremos estar à altura dela”, referiu à agência Lusa a Savannah, numa reação à iniciativa das ONG.

A empresa lamentou ainda que se “continuem a espalhar mentiras sobre o projeto lítio do Barroso, de forma intencional e repetida”.

“O grupo de pessoas por detrás da queixa hoje anunciada está, mais uma vez, a reciclar argumentos que foram já várias vezes refutados, que carecem de base científica, que se baseiam num estudo feito por alguém que repete as mesmas teses em cada projeto que ‘avalia’ e que se baseia em premissas erradas”, referiu.

Exemplificando com a tese de que a mina “terá uma barragem de rejeitados, e que essa é perigosa”, quando a “barragem de rejeitados é uma infraestrutura que simplesmente não existe neste projeto”.

Entre as preocupações reveladas pelas ONG estão a proposta “insegura” para o armazenamento de rejeitos (resíduos sólidos e/ou líquidos que são descartados após o processamento do minério), ainda as fontes de água propostas para a mina “consideradas inviáveis” e a “aprovação do local não cumpre as condições ambientais necessárias”.

As organizações lembraram que os residentes das aldeias próximas, como Covas do Barroso, Romaínho ou Muro, há muito alertam que o projeto põe em risco as suas terras e os seus meios de subsistência.

As mentiras não se tornam verdades por serem repetidas. Somos um dos projetos mais escrutinado do país, com uma sólida e transparente base técnica”, apontou ainda a Savannah. A mina de lítio a céu aberto obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e a empresa prevê iniciar a produção em 2027.

Num comunicado, a Savannah apontou para o “bom progresso dos trabalhos, tanto no terreno como nas várias outras frentes”, disse que continua com o “normal programa de aquisição amigável de terrenos” e a trabalhar com as autoridades para a obtenção de acesso a terrenos através dos instrumentos legais à sua disposição, como são as figuras da servidão administrativa ou da expropriação.

Segundo a empresa, também os trabalhos de preparação do Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) “continuam a bom ritmo”, referindo ainda que, em abril, submeteu à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) o estudo de impacto ambiental da futura estrada variante de 16 quilómetros prevista no projeto.

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Sánchez afasta eleições antecipadas após suspeitas de corrupção no PSOE

Primeiro-ministro espanhol adiantou que vai pedir uma auditoria externa às contas do partido na sequência do escândalo que envolve membros do PSOE, que exigiriam dinheiro em troca de adjudicações.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afastou esta quinta-feira a convocatória de eleições antecipadas no país, na sequência do escândalo que rebentou no PSOE sobre suspeitas de corrupção que já levaram à demissão do secretário do partido. Apesar de ter adiantado que não vai pedir eleições, o chefe do Governo espanhol pediu “perdão aos cidadãos” e anunciou uma auditoria externa às contas do partido.

Não haverá eleições antes de 2027, porque não se trata de mim, do Partido Socialista ou dos deputados do PSOE, trata-se de um projeto político que está a fazer bem ao nosso país“, afirmou o primeiro-ministro espanhol. “O que Espanha precisa agora é de estabilidade e certeza para continuar com as transformações sociais e económicas”, acrescentou, numa resposta à oposição.

O PP e o Vox pediram a Sánchez que se demitisse e pedisse eleições antecipadas, depois de terem vindo a público as suspeitas de corrupção no partido do primeiro-ministro.

Um relatório da UCO (Universidade Central da Catalunha) expôs um caso em que membros do partido – José Luis Ábalos, Koldo García e Santos Cerdán – teriam exigido dinheiro em troca da contratação de obras públicas. A investigação revela que eles teriam recebido 620.000 euros. Já a Guarda Civil alega ter “fortes indícios” da prática de dois crimes: participação em quadrilha criminosa e suborno.

O escândalo já está a fazer rolar cabeças no partido. O secretário do PSOE, Santos Cerdán, apresentou a sua demissão e mostrou-se disponível para dar todas as explicações perante o Tribunal Supremo, apesar de ter negado participar nas adjudicações ilícitas.

Por seu lado, o primeiro-ministro, na sede do PSOE, pediu desculpas e disse que “até esta manhã” estava convencido da integridade de Santos Cerdán. “Durante semanas e meses, circularam rumores sobre supostas investigações em andamento, mas não havia provas do envolvimento de Santos Cerdán no notório caso Koldo. Esta manhã, essas pistas surgiram, e são claramente muito graves, e é por isso que esta tarde pedi a renúncia de Santos Cerdán”, explicou Sánchez.

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, considerou que o caso é “de extrema gravidade”, mas disse que o partido para já não está a considerar avançar com uma moção de censura. “Não vamos precipitar-nos”, disse.

(Notícia atualizada)

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Ministério Público pede extinção do partido Ergue-te

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O Tribunal Constitucional pode decretar a extinção de um partido quando não apresenta "contas em três anos consecutivos ou cinco interpolados num período de 10 anos".

O Ministério Público pediu a extinção do partido Ergue-te por ter falhado a apresentação de contas nos últimos três anos, confirmou a agência Lusa junto de fonte do Tribunal Constitucional (TC). “A ação corre termos na 4.ª Secção sob o número de processo 621/2025”, refere o TC numa resposta enviada à agência Lusa.

De acordo com o artigo 18 da lei dos partidos políticos, o Tribunal Constitucional pode decretar a extinção de forças partidárias em várias situações, sendo uma delas a “não apresentação de contas em três anos consecutivos ou cinco interpolados num período de 10 anos”.

É este o artigo em causa que poderá ditar a extinção do partido Ergue-te, antigo PNR, presidido por Rui Fonseca e Castro, expulso da magistratura judicial por incentivar, na qualidade de juiz, à violação das leis relativas à prevenção da pandemia da covid-19.

O Ergue-te é um partido nacionalista de extrema-direita, que foi criado a partir do Partido Nacional Renovador (PNR), então liderado por José Pinto Coelho.

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Pelo menos uma pessoa sobreviveu ao acidente aéreo na Índia

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

As equipas de socorro recuperaram 204 corpos do local do acidente do voo da Air India com destino a Londres que se despenhou em Ahmedabad, no noroeste da Índia.

Pelo menos uma pessoa sobreviveu ao desastre aéreo desta quinta-feira em Ahmedabad, na Índia, e está a receber tratamento hospitalar, disse uma fonte da polícia à comunicação social.

Canais televisivos indianos divulgaram imagens em que se vê um homem que afirmam ser um sobrevivente do acidente com o voo AI171 da companhia Air India, que se despenhou com 242 pessoas a bordo, incluindo sete de nacionalidade portuguesa.

O chefe da polícia da cidade do noroeste da Índia, G.S. Malik, confirmou o resgate de uma pessoa com vida que estava sentada no banco 11A do aparelho, um Boeing 787-8, que se despenhou. As equipas de socorro recuperaram 204 corpos do local do acidente do voo da Air India com destino a Londres que se despenhou em Ahmedabad, no noroeste da Índia, anunciou a polícia local.

“Recuperámos 204 corpos e 41 pessoas estão atualmente a ser tratadas”, disse G.S. Malik à agência de notícias France-Presse (AFP). O canal indiano NDTV noticiou que pelo menos cinco pessoas morreram e várias ficaram feridas depois de o avião se ter despenhado contra uma residência de estudantes de Medicina.

As vítimas mortais em terra são quatro estudantes universitários e um médico residente do BJ Medical College, que se encontravam no edifício no momento do impacto, informou a NDTV, segundo a agência de notícias espanhola EFE. O acidente ocorreu por volta da hora do almoço.

O avião despenhou-se com os depósitos cheios de combustível, dado que acabara de descolar do aeroporto de Ahmedabad, uma cidade com mais de cinco milhões de habitantes no noroeste da Índia. O aparelho da Air India que fazia a ligação entre Ahmedabad e Londres, transportava 242 pessoas, incluindo 230 passageiros e 12 tripulantes.

Sete portugueses figuram na lista de passageiros, segundo a Air India, bem como 169 indianos, 53 britânicos e um canadiano.

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Câmara de Évora começa a cobrar taxa turística a partir de 1 de agosto

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O município espera encaixar 600 mil euros por ano com a nova taxa, admitindo que, nos primeiros meses de aplicação, “haverá alguma adequação” e a cobrança poderá não ser normal.

A Câmara de Évora vai começar a cobrar, a partir de agosto, uma taxa de 1,5 euros por hóspede e por noite nos estabelecimentos turísticos do concelho, prevendo uma receita anual mínima de 600 mil euros. “O regulamento já foi publicado” em Diário da República, pela que a Taxa Municipal Turística de Évora “entra em vigor no dia 1 de agosto”, realçou esta quinta-feira o presidente da câmara, Carlos Pinto de Sá, em declarações à agência Lusa.

Consultado pela Lusa, o regulamento da Taxa Municipal Turística de Évora, publicado no dia 06 em Diário da República, determina a entrada em vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte ao da sua publicação. “Estamos agora a preparar tudo, quer do ponto de vista das plataformas informáticas necessárias para o devido registo, como também a estabelecer contactos com [quem explora] as unidades que vão cobrar a taxa para lhes explicar o funcionamento”, adiantou.

Pinto de Sá previu que o município obtenha com a taxa uma receita mínima anual de 600 mil euros, admitindo que, nos primeiros meses de aplicação, “haverá alguma adequação” e a cobrança poderá não ser normal. “Será uma receita que consideramos importante para o município poder garantir e reforçar investimentos em áreas como da limpeza e higiene pública, promoção turística e conservação de monumentos, algumas bastante carenciadas”, salientou.

O regulamento fixa a cobrança de 1,5 euros por hóspede com mais de 16 anos e por noite nos estabelecimentos turísticos do concelho, até um máximo de três noites seguidas, estando previstas algumas isenções.

De acordo com as normas, os hóspedes e um acompanhante cuja estadia seja motivada por tratamentos médicos no concelho, portadores de deficiência e estudantes dos estabelecimentos de ensino do concelho não pagam a taxa. As unidades turísticas e de alojamento têm até ao dia 15 do mês seguinte ao da sua cobrança para declarar à câmara o valor cobrado, devendo entregar a verba no prazo de 10 dias úteis após a apresentação da declaração.

A par da taxa turística, será ainda constituída uma entidade, designada Comité de Investimento, cuja composição será determinada pelo município, para a gestão e aplicação da receita arrecadada com a taxa. “A receita da taxa turística deverá ser aplicada em áreas da atividade municipal, designadamente a promoção turística, recuperação do património e do espaço público, a higiene e limpeza urbanas, cultura e desporto, emergência e proteção civil”, lê-se no regulamento.

Na nota justificativa do regulamento, o presidente da câmara salienta que “Évora tem registado nos últimos anos um desenvolvimento significativo do turismo”, indicando que o concelho registou 694.895 dormidas, em 2023.

“O incremento dos fluxos turísticos, embora seja um vetor de desenvolvimento económico, conduz a uma maior necessidade da atuação em competências diretas do município, de modo a mitigar o efeito da ‘pegada turística’: manutenção e qualificação das infraestruturas, equipamentos e espaços públicos”, alega.

O município retomou em 2024 a discussão em torno da aplicação de uma taxa turística no concelho, depois de ter suspendido o processo, em junho de 2020, pouco meses após o início da pandemia de covid-19.

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IGCP anuncia leilão para colocar até 1.000 milhões em dívida a 11 meses

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O IGCP adiantou que "vai realizar no próximo dia 18 de junho pelas 10:30 um leilão da linha de BT com maturidade em 22 de maio de 2026".

O IGCP anunciou esta quinta-feira que vai realizar na quarta-feira um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT) a cerca de 11 meses com um montante indicativo global entre 750 milhões de euros e 1.000 milhões de euros.

Em comunicado, o IGCP adiantou que “vai realizar no próximo dia 18 de junho pelas 10:30 um leilão da linha de BT com maturidade em 22 de maio de 2026, com um montante indicativo entre 750 milhões de euros e 1.000 milhões de euros”.

No mais recente leilão de BT, a 21 de maio, a agência colocou 1.500 milhões de euros em BT a seis e a 12 meses à taxa média de 1,947% e 1,949%, respetivamente.

Segundo a página do IGCP, em BT com vencimento em 21 de novembro de 2025 (seis meses) foram colocados 600 milhões de euros, à taxa média de 1,947%, inferior à verificada nos últimos dois leilões comparáveis, e a procura atingiu 2.053 milhões de euros, 3,42 vezes o montante colocado.

Já em BT com vencimento em 22 de maio de 2026 (um ano) foram colocados 900 milhões de euros, à taxa média de 1,949% e a procura atingiu 2.468 milhões de euros, 2,74 vezes o montante colocado.

No anterior leilão de BT com maturidade comparável, em 16 de abril, o IGCP colocou 1.250 milhões de euros em BT a 11 meses à taxa média de 1,974%.

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Kiev quer pôr fim a guerra com Moscovo “este ano”

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

"Chegou a hora de recorrer à diplomacia da pressão", disse o chefe da diplomacia ucraniana, afiançando que "só a pressão pode obrigar a Rússia a procurar a paz: pressão económica, militar e política".

O chefe da diplomacia ucraniana declarou esta quinta-feira que Kiev quer acabar a guerra “este ano”, pedindo ao Ocidente para reforçar a “pressão económica e militar” sobre Moscovo, porque a política de apaziguamento não funciona.

“Temos de acabar com esta guerra, estamos preparados e queremos pôr-lhe fim este ano”, afirmou Andriï Sybiga numa reunião de parceiros da Ucrânia em Roma, acrescentando que “é muito importante manter a pressão sobre o agressor para alcançar a paz e iniciar uma negociação”.

“Chegou a hora de recorrer à diplomacia da pressão”, sustentou, afiançando que “só a pressão pode obrigar a Rússia a procurar a paz: pressão económica, militar e política”.

Sybiga participou em Roma no Fórum Ministerial ‘Weimar’, que contou com a presença do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, da Alta-Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Kaja Kallas, e de representantes de Espanha, Alemanha, Polónia, França e Reino Unido.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano defendeu que “a pressão económica” contra Moscovo deve incluir sanções aos bancos e ao setor económico, bem como o uso dos bens congelados russos, tal como se acordou na cimeira do G7 do ano passado. Mas considerou que terá de haver igualmente “pressão militar, o aumento da indústria defensiva ucraniana” e “novos pacotes militares”.

Por sua vez, Mark Rutte apelou para a manutenção do apoio à Ucrânia para que esta “esteja na melhor posição” possível para negociar um cessar-fogo e um eventual acordo de paz posterior. E o anfitrião, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, expressou “o apoio incondicional” da NATO a Kiev e apelou ao bloco euro-atlântico para “se manter unido”, para garantir a segurança e a defesa europeias “da Ucrânia a Portugal”.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo ex-presidente norte-americano Joe Biden para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do território, até este ano se realizarem duas rondas negociais sem grandes avanços, em Istambul, na Turquia.

Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, garantindo que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data. No início de junho, afirmou que talvez seja melhor deixar a Ucrânia e a Rússia “lutar durante algum tempo” antes de as separar e procurar alcançar a paz, comparando a guerra entre os dois países a “uma luta entre duas crianças pequenas que se odeiam”.

A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia “desmilitarizada” e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

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Taxa turística chega ao Parque Nacional Peneda-Gerês neste Verão

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

Município de Terras de Bouro faz aumentar para pelo menos 42 os municípios a cobrar taxa turística no continente e ilhas. Alentejo está, por enquanto, fora deste grupo.

O município de Terras de Bouro, no distrito de Braga, em cujo território se encontra o único Parque Nacional do país, a Peneda-Gerês, começa na sexta-feira a aplicar taxa turística municipal, elevando-se assim para pelo menos 42 o número de autarquias portuguesas a cobrar pelas dormidas, uma medida em perspetiva em mais cinco concelhos.

No início do ano, dos 308 concelhos portugueses, perto de 40 já aplicavam taxa turística. Nos últimos meses, Nordeste (Açores), Câmara de Lobos, Porto Santo (estes dois na Madeira) e Matosinhos (distrito do Porto) juntaram-se ao grupo, no qual entrará agora Terras de Bouro.

No concelho, a taxa de um euro por dormida/noite mantém-se até 31 de outubro e nos próximos anos será cobrada entre 1 de maio e 31 de outubro.

No diploma do regulamento, lê-se que “a atividade turística de Terras de Bouro tem vindo a denotar um desenvolvimento muito significativo ao longo dos anos, afirmando o município como um dos principais destinos turísticos” que fazem parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

A região do Alentejo continua a ser a única no país sem algum município que cobre a taxa, embora Évora já a tenha aprovado em câmara e assembleia municipal. Faltava a publicação em Diário da República do regulamento — que prevê cobrar 1,5 euros por hóspede e por noite nas unidades turísticas do concelho, com algumas exceções -, o que aconteceu na semana passada, iniciando-se a cobrança no segundo mês após essa publicação, ou seja, agosto.

Na Madeira, nove dos 11 concelhos cobram atualmente dois euros por noite, num máximo de sete noites: Funchal, Santa Cruz, Santana, Ponta do Sol, Machico, Ribeira Brava, Calheta, Câmara de Lobos e Porto Santo.

Em São Vicente, está em curso a preparação da aplicação, mas já não deve acontecer antes de terminar o atual mandato autárquico, este ano. No Porto Moniz, o atual presidente da autarquia, Emanuel Câmara, a cumprir o terceiro e último mandato, optou por não aplicar a medida.

Em janeiro passado, o Funchal, a par do que já acontecia em Lisboa desde abril de 2024, iniciou a cobrança de taxa aos visitantes que chegam por via marítima, com o valor unitário fixo de dois euros por passageiro desembarcado de um navio de cruzeiro em trânsito.

Já nos Açores, apenas os visitantes dos seis concelhos da ilha de São Miguel, dos 19 do arquipélago, têm de pagar uma taxa de dois euros por dia pela dormida, até ao máximo de três noites. Em causa estão Ponta Delgada, Ribeira Grande, Lagoa, Vila Franca do Campo, Povoação e Nordeste.

Quase todos os municípios da maior ilha açoriana começaram a aplicar a taxa turística em janeiro, à exceção do Nordeste, que só começou em maio devido a atrasos no processo.

O presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, Alexandre Gaudêncio, justificou a medida com a pressão que o setor turístico tem registado e com os encargos consequentes, mas a decisão mereceu a discordância do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e das associações empresariais. Em fevereiro, a Assembleia Legislativa chumbou uma proposta do PAN para criar uma taxa turística regional.

No continente, cada município fixa a sua taxa e define as normas de aplicação, mas há critérios comuns a todos, como a isenção para as crianças (começam a pagar a partir dos 12 anos em alguns casos, noutros mais tarde) e pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%, além dos cidadãos hospedados para tratamentos médicos.

Há ainda municípios que excluem a taxa turística, pelo menos por uma noite, para aqueles que se encontrem em peregrinação religiosa a Fátima ou Santiago de Compostela, como Porto e Caminha.

À semelhança de Caminha, Viana do Castelo isenta, além de todas as outras exceções, aqueles que, por razões de conflito e deslocados dos seus países de origem, residem temporariamente em Portugal.

O máximo de taxa cobrada até este mês em Portugal é de quatro euros por noite, o que acontece em Lisboa desde setembro passado.

Na capital, o pagamento começou a ser aplicado em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nos hotéis e alojamentos locais, “até um máximo de sete noites por hóspede e por estadia”, estando isentos os menores de 13 anos.

Inicialmente o valor era de um euro por noite, mas em janeiro de 2019 aumentou para dois euros e em setembro do ano passado o valor duplicou.

No Norte, em Vila Nova de Gaia, a denominada Taxa da Cidade é de 2,5 euros e é também cobrado um imposto de 1,25 euros para dormidas motivadas por atividades profissionais, académicas, sociais, desportivas, culturais ou outras não predominantemente turísticas.

No município vizinho do Porto, o valor da taxa é agora de três euros por dormida para pessoas com mais de 13 anos e até um máximo de sete noites seguidas. Aqui também não se aplica a taxa a peregrinos instalados em albergues ou deslocados por razões de conflito nos países de origem.

A taxa portuense entrou em vigor em março de 2018, com um valor de dois euros, para responder ao crescimento da atividade, mas em dezembro de 2024 foi atualizada para três euros, com a justificação do aumento da despesa associada ao setor.

Em Braga, a câmara começou este ano a cobrar taxa ao longo de todo o ano e não apenas na chamada época alta, mantendo o valor em 1,5 euros.

Já no distrito de Viseu, nenhum dos 24 concelhos tem taxa turística em vigor. Há cerca de dois anos, o presidente da capital de distrito, Fernando Ruas, considerou que se justificava aplicar — o que poderia levar a arrecadar entre 200 e 300 mil euros por ano –, mas não houve qualquer avanço.

“Quem vier tem todo o direito de decidir. Se eu estiver cá no próximo mandato pensarei na taxa turística”, afirmou à Lusa, considerando que não faz sentido tomar a decisão a poucos meses das autárquicas.

A contribuição também varia em número de noites a ser pagas, podendo ir de três a sete, exceto em Vila do Conde, onde vai até às 14 noites.

Já a sul, no Algarve, só sete dos 16 municípios cobram atualmente pela pernoita.

Faro, capital do distrito, passou a cobrar dois euros por noite entre março e outubro e um euro entre novembro e fevereiro, enquanto Vila Real de Santo António, o primeiro município algarvio com a medida, cobra um euro, exceto nos parques de campismo, parques de caravanismo e áreas de serviço de autocaravanas, onde o valor é de 50 cêntimos. Há também taxas em Albufeira, Lagoa, Portimão, Olhão e Loulé.

A lista de atuais cobradores no país inclui ainda Póvoa de Varzim, Amarante, Coimbra, Cascais, Figueira da Foz, Loures, Mafra, Maia, Óbidos, Oeiras, Peniche, Setúbal e Sintra.

Em Almada a cobrança esteve em consulta pública na revisão do Regulamento e da Tabela de Taxas do Município – que incluía a criação de uma taxa de dois euros no caso de estabelecimentos de alojamento (num máximo de cinco noites) e de 1,5 euros no caso de parques de campismo e caravanismo -, mas o chumbo do Orçamento Municipal, no qual a medida estava inserida, impediu a sua aplicação.

Na Nazaré a taxa municipal está em processo de aprovação, estimando-se poder ser ainda implementada este ano.

A entrada em vigor no concelho de Baião, que estava prevista para este ano, encontra-se suspensa por tempo indeterminado, decisão que o município justifica com o impacto dos incêndios florestais de setembro de 2024.

“Havia operadores [turísticos] que começaram a queixar-se de cancelamentos de reservas após os incêndios e foi decidido, após conversas com eles, suspender a medida, para evitar que tivesse um impacto negativo na economia”, apontou à Lusa fonte da autarquia.

 

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