Horta Osório compra cartões de crédito ao BofA
O negócios de mais de dois mil milhões de euros deverá ficar completo no primeiro semestre de 2017. Pela compra, o banco absorve também uma multa da empresa de concessão de crédito.
É a primeira grande aquisição do Lloyds Bank desde o resgate público em 2009: a proposta do grupo para comprar o MBNA, propriedade do Bank of America, venceu face às condições propostas pelo Santander UK, Cerberus e HSBC. A empresa é uma das maiores emissoras de cartões de crédito do Reino Unido, representando cerca de 11% do mercado de crédito.
Horta Osório, o presidente executivo do Lloyds, vai adquirir o MBNA por 1,9 mil milhões de libras, o que equivale a 2,26 mil milhões de euros. Segundo a imprensa inglesa, o MBNA tem ativos na ordem dos sete mil milhões de libras e uma carteira de crédito que equivale a praticamente 11% do mercado de cartões de crédito britânico. O Lloyds vai passar assim a sua quota de mercado de 15% para 26%. No total a empresa tem acesso a sete milhões de clientes e acordos com vários clubes de futebol.
Esta aquisição, financiado através de uma forte geração de capital interno, aumenta a nossa participação no mercado de crédito, o qual está em expansão no Reino Unido.
A aquisição do MBNA inclui ainda um processo judicial que também afetou o Lloyds. Em causa estão os seguros de proteção de crédito concedidos no Reino Unido que levaram a várias multas, nomeadamente a um encargo de 17 mil milhões de libras para o banco liderado por Horta Osório. Ao comprar o MBNA, o banco absorve, no máximo, 240 milhões de libras da multa. O resto será coberto pelo Bank of America.
Segundo o Guardian, o acordo deverá ficar completo no primeiro semestre de 2017, ano em que se espera que o Governo britânico liderado por Theresa May venda o resto da sua participação no banco gerido pelo banqueiro português. O Lloyds estima que a transação vai trazer mais receitas para o grupo na ordem dos 650 milhões de libras por ano.
“Esta aquisição, financiado através de uma forte geração de capital interno, aumenta a nossa participação no mercado de crédito — que está em expansão no Reino Unido — com uma estratégia de múltiplas marcas e promove o nosso objetivo estratégico para fomentar um crescimento sustentável enquanto banco comercial e de retalhe focado no Reino Unido“, afirmou Horta Osório.
Estas movimentações traduzem a recuperação do sistema financeiro inglês depois da crise em 2009. Nesse ano, o Lloyds foi resgatado pelo Estado britânico com um custo de 20 mil milhões de libras para os contribuintes ingleses, valor que entretanto foi sendo devolvido com dividendos do banco para os cofres do Governo. O tesouro inglês tem progressivamente diminuído a sua posição no banco com um valor atual inferior a 7%.
Editado por Paulo Moutinho
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