Construção do armazém de Almaraz ainda não começou e diplomatas admitem negociações
Os diplomatas espanhóis estiveram em Lisboa para o funeral de Mário Soares e admitiram recuar no caso da central nuclear de Almaraz. Em causa está a construção de um armazém de resíduos.
Os diplomatas espanhóis garantem que a construção do armazém de resíduos nucleares da central nuclear de Almaraz ainda não começou. E não deve começar em breve, uma vez que há uma queixa de Portugal pendente em Bruxelas e Espanha abre agora o diálogo. “Há espaço de manobra possível, ou seja, que o projeto seja negociado”, afirmou ao Público a diplomacia espanhola.
O diálogo foi aberto por Madrid. Depois de semanas de tensão entre os dois países, parece haver condições, tanto do lado do Governo português como do Governo espanhol, para que a reunião marcada para esta quinta-feira, dia 12, entre os homólogos titulares da pasta do ambiente, aconteça. O encontro pode fazer cair a queixa que Portugal já fez à Comissão Europeia.
“Confirmamos que prosseguiram, hoje mesmo, os contactos entre os dois Governos, de modo a criar as condições para que possa realizar-se a reunião prevista para o próximo dia 12, com a presença do ministro do Ambiente português, tendo em vista discutir a intenção do Governo espanhol relativamente à central de Almaraz”, afirmou nesta terça-feira o ministério dos Negócios Estrangeiros, cita o Público.
Há espaço de manobra possível, ou seja, que o projeto seja negociado.
Espera-se, portanto, a indicação espanhola de que a construção não avança sem que existam antes negociações entre as autoridades dos dois países e, até, se necessário, europeias. Caso o diálogo entre Espanha e Portugal falhe, a batata quente passa para Bruxelas: o Público escreve que Portugal reivindica uma avaliação do impacto ambiental transfronteiriço e que uma análise da União Europeia seria sobre a eventual violação da diretiva comunitária que impõe análises ambientais para casos com possível impacto além-fronteiras.
Em causa está a construção de um armazém de resíduos nucleares, direcionado para a central nuclear de Almaraz, cuja localização está a 100 quilómetros da fronteira portuguesa, com o Rio Tejo ao lado. O lixo nuclear espanhol era exportado para França, mas o protocolo já terminou e Espanha decidiu resolver por si o problema.
Editado por Mariana de Araújo Barbosa (mariana.barbosa@eco.pt)
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