Salgado constituído arguido no caso Sócrates

Ricardo Salgado foi constituído arguido na Operação Marquês, confirmou, esta tarde, a Procuradoria-Geral da República (PGR). A confirmação chegou depois de a SIC Notícias ter avançado que o antigo banqueiro esteve a ser ouvido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Em causa estão várias ligações do Grupo Espírito Santo (GES) à Operação Marquês, o caso de corrupção que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Segundo a SIC, o antigo banqueiro foi ouvido pelo procurador Rosário Teixeira e pelo inspetor da Autoridade Tributária Paulo Silva, que estão a investigar a origem do dinheiro em contas de Carlos Santos Silva, o amigo de José Sócrates. O DCIAP suspeita que grande parte desses 20 milhões de euros tenham vindo de sociedades com ligação ao GES.

Em comunicado enviado às redações, a PGR detalha os crimes de que Salgado é suspeito: “O arguido é suspeito da prática de factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção, abuso de confiança, tráfico de influência, branqueamento e fraude fiscal qualificada”.

Ricardo Salgado é agora arguido em três casos: além da Operação Marquês, já estava envolvido no Monte Branco e no Universo Espírito Santo, sendo suspeito de branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada, corrupção e tráfico de influência, entre outros crimes.

Recorde-se que Ricardo Salgado já foi detido, em julho de 2014, no âmbito da Operação Monte Branco, que investiga a maior rede de branqueamento de capitais descoberta em Portugal. Entretanto, em dezembro de 2015, foi colocado em liberdade, depois de ter estado quase cinco meses em prisão domiciliária.

O ex-banqueiro é ainda arguido no caso Universo Espírito Santo, onde também é acusado de branqueamento, fraude fiscal qualificada e corrupção.