Reabilitar o passado com visão

  • ECO + SCML
  • 20 Janeiro 2017

Uma das metas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é reabilitar o Património de que dispõe a respostas sociais e culturais.

O Conjunto de São Roque é um dos exemplos mais emblemáticos de um dos lemas fundamentais da Santa Casa: “Cuidamos do nosso Património”.

A revitalização do Conjunto de São Roque – composto pelo Palácio Marquês de Tomar, Palácio de São Roque/Portugal da Gama, Museu e Igreja de São Roque, e pelo edifício onde está instalada a sede da Misericórdia de Lisboa – tem merecido a especial atenção do provedor da instituição, Pedro Santana Lopes, e dos restantes membros da administração.

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O Palácio Marquês de Tomar é uma das obras que integra esta revitalização. O arquiteto José Pedro Neuparth assina o projeto de reabilitação, que prevê uma intervenção em função das exigências regulamentares e de habitabilidade, mantendo na generalidade as suas características construtivas e prevendo a recuperação e conservação dos elementos patrimoniais existentes. O projeto contempla a instalação do Arquivo e da Biblioteca da revista “Brotéria”, uma área polivalente para conferências e um espaço nobre para diferentes públicos, tirando partido da localização e devolvendo o edifício à cidade. Está ainda prevista a criação de uma zona residencial para instalar a Comunidade Jesuíta.

Outro dos imóveis a considerar é o Palácio Portugal da Gama, também designado por Palácio de São Roque. Situado no Largo Trindade Coelho, trata-se de um edifício da arquitetura civil palaciana de Lisboa, de meados do séc. XVII. O gabinete do arquiteto João Pedro Falcão de Campos é o responsável pelo projeto que tem como objetivo potenciar as valências do Palácio, devolvendo a dignidade inerente a este edifício. Este Palácio está a ser alvo de uma obra global de reabilitação, sem o descaracterizar, garantindo a sua utilização multifuncional, com comércio e serviços da Santa Casa, servindo de entrada para o Bairro Alto e, ao mesmo tempo, conseguindo assegurar a sua plena integração na atividade do Largo da Trindade.

O projeto para a Nova Entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Complexo de São Roque integra, igualmente, a revitalização do Conjunto de São Roque. Neste caso, pretende-se prolongar o eixo longitudinal da escadaria da Provedoria, ao mesmo tempo que se estabelece a ligação entre os vários núcleos e serviços, reorganizando as circulações interiores e valorizando o espaço adjacente ao portão principal do Largo Trindade Coelho. A intervenção possibilitará o cumprimento da legislação de segurança e de acessibilidades para pessoas com mobilidade condicionada.

Dentro do Complexo de São Roque, o projeto do Arquiteto Souto Moura abrange a construção de um novo edifício para instalação de um auditório, onde foi instalada, em 1915, a primeira lavandaria industrial do país, e respetiva área envolvente. O novo auditório vai ter capacidade para 200 pessoas. Com o seu formato, moderno e ousado, inspira-se nas antigas máquinas fotográficas, havendo mesmo um vidro através do qual se vê Lisboa, da Colina de São Vicente ao Castelo de São Jorge. Eduardo Souto Moura pretendeu criar uma “janela” singular para a capital, permitindo, a quem entre no auditório, encontrar uma forma única de ver a cidade.

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