Santa Casa e Montepio: ministro não falou “em modalidades, em modelos, em instrumentos”
"Não me compete a mim estudar" a hipótese "porque essa tutela não é minha", afirmou hoje o ministro do Trabalho, Vieira da Silva.
O ministro do Trabalho afirmou hoje que não lhe cabe a si “estudar” uma eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia no Montepio, garantindo que não falou “em modalidades, em modelos, em instrumentos”.
Governo e parceiros sociais reuniram-se esta quinta-feira para discutir as reformas antecipadas mas, no final da reunião, o tema Montepio também foi abordado, depois de Vieira da Silva já ter admitido que veria com bons olhos uma associação da Santa Casa à Caixa Económica. Aliás, o ministro será ouvido de urgência no Parlamento sobre o assunto.
Sobre isto, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse apenas que iria repetir as suas declarações anteriores: “O Governo olha positivamente o reforço da cooperação entre instituições sociais e uma instituição financeira que é também uma instituição do setor social”. “E nessas instituições inclui-se a Santa Casa“, disse Vieira da Silva no final da reunião de concertação social.
E está a estudar a hipótese? “Não me compete a mim estudar porque essa tutela não é minha”, respondeu.
Vieira da Silva adiantou ainda que fala “com regularidade com o senhor Provedor da Santa Casa”, acrescentando: “a nossa conversa é sempre muito franca e muito aberta e aquilo que eu disse publicamente também o disse a ele”.
Porém, o governante nota que nunca falou “em modalidades, em modelos, em instrumentos”. “Quem é que lhe disse que a Santa Casa ia salvar um banco?”, devolveu o ministro quando questionado sobre esta hipótese.
Recorde-se que Pedro Santana Lopes, num artigo de opinião no Jornal de Negócios (acesso pago) sublinhou que a Santa Casa “não tem intenção rigorosamente nenhuma em relação ao Montepio” e que, desde que Vieira da Silva se referiu ao “reforço da cooperação”, não houve uma única conversa, reunião ou sequer leitura de documentos”. Ainda assim garante que se o ministro o vier a fazer tem “a obrigação acrescida de estudar uma possibilidade por ele aventada”.
“Tenho o ministro Vieira da Silva na conta de uma pessoa muito responsável e que, certamente, nunca pediria à Santa Casa para entrar numa aventura”, disse ainda o provedor, repetindo o que já tinha dito na entrevista à TVI.
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