Trabalhador português médio ganha 72,4% do salário bruto
Em média, os trabalhadores portugueses levam 72,4% do salário bruto para casa. O valor foi revelado esta terça-feira pela OCDE no relatório "Taxing Wages 2017".
“Em Portugal, um trabalhador médio leva para casa, após os impostos e contribuições, um salário de 72,4% do seu salário bruto, o que compara com a média da OCDE de 74,5%”, revela a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico esta terça-feira no relatório “Taxing Wages 2017”. Por outras palavras, o trabalhador português médio paga uma taxa de imposto e contribuições, em média, de 27,6% em 2016 face à média da OCDE de 25,5%.
O relatório explica ainda que, no caso de um trabalhador casado, com dois filhos, Portugal está acima da média dos países da OCDE. Considerando os benefícios atribuídos ao contribuinte com filhos, o trabalhador médio casado, com dois filhos, pagou uma taxa de imposto e contribuições de 11,2% em 2016, a 25ª mais baixa da OCDE que tem como média 14,3%. Isto significa que um trabalhador médio casado, com dois filhos, em Portugal, leva para casa, depois de impostos e contribuições, um salário de 88,8% do salário bruto em comparação com 85,7% da média da OCDE.
Além disso, a OCDE divulga neste relatório a “tax wedge”, um cálculo em que a Organização traduz a carga fiscal sobre o fator trabalho. Este rácio calcula, na prática, o peso dos impostos e das contribuições sobre o custo do trabalho, onde se inclui, para além do salário bruto, as contribuições para a Segurança Social a cargo do empregador. Para Portugal, a ‘tax wedge’ situou-se nos 41,5% em 2016. Ou seja, este é o peso dos impostos e das contribuições no custo total de um trabalhador médio para um empregador.
Está confuso? Imagine que um empregador lhe faz uma proposta de emprego. Do seu ponto de vista, o que lhe interessa é saber o que vai receber ao final do mês, ou seja, o salário líquido, o que leva para casa. Contudo, para chegar a esse valor, o empregador tem de contar com o que, também ele, vai ter de pagar de Taxa Social Única (23%) por lhe dar emprego a si. Além disso, sobre o salário bruto que lhe oferece é da responsabilidade do trabalhador fazer os descontos de IRS e TSU (11%). Contas feitas, do custo total da ótica de um empregador, o trabalhador médio só levou para casa 58,5%, em Portugal, em 2016.
Em suma, o que este cálculo traduz é o peso destes impostos e contribuições sobre o custo total do trabalho na ótica de um empregador.
(Notícia atualizada às 11h54)
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